domingo, 30 de setembro de 2012

A diferença entre ter muito dinheiro e ter umas grandes mamas


Sim, eu sei, que tudo são recordações. Sim, eu sei, é triste viver de ilusões. O Vítor Espadinha estava inspirado quando inventou esta música. Só não estava inspirado quando escolheu o nome artístico dele. É que ninguém repara no nome dele por ele ser cantor, agora se ele fosse stripper e se chamasse «Espadinha», só aquelas moças com gostos esquisitos iam contratá-lo. Mas adiante, que não é do Vítor Espadinha que vamos falar. Pelo menos hoje.

Sem poder falar do Vítor Espadinha e de provérbios, que ia ser muito repetitivo, resta-me apenas falar de duas coisas: de dinheiro e de moças. Normalmente uma coisa leva facilmente à outra ou, noutros casos, para se ter uma coisa é preciso abdicar-se da outra. Neste caso, decidi incluir dinheiro e moças na mesma publicação. Vou tentar não falar em prostituição que isso ia ser demasiado fácil e hoje é domingo, é dia das famílias virem aos blogs, com cestos de fruta, protectores solares fortíssimos, seis quilos de panados e 5 caixas de lenços de papel. Por isso não me vou aqui debruçar sobre prostituição. Vou antes focar-me em algo que nunca falei directamente aqui no blog mas já fazia tempo: em mamas.

Mas então perguntam vocês: como é que consegues ver diferenças entre ter muito dinheiro e ter umas grandes mamas? Primeiro sento-me em algum lado. Depois consumo alguma coisa, porque estar num sítio sem pagar nada e sem consumir é para os filósofos e para aqueles velhos que vão para os bancos de jardim sozinhos. Depois de consumir, pago, que não sou desses moços que vai aos sítios e sem pagar. Por último, chego a casa, ligo o computador e escrevo no blog. Vejam lá então as diferenças:


  • Quando tens muito dinheiro pagas tudo a toda a gente que te é próxima. Quando tens umas grandes mamas, qualquer moço te quer pagar tudo o que tu quiseres;

  • Quando tens muito dinheiro, acreditas que toda a gente se vende por um preço. Quando tens umas grandes mamas toda a gente te dá um preço para ver se te podes vender;

  • Quando tens muito dinheiro toda a gente quer ser teu amigo. Quando tens umas grandes mamas toda a gente quer ser o teu parceiro sexual;

  • Quando tens muito dinheiro facilmente atrais moças com grandes mamas. Quando tens umas grandes mamas facilmente atrais moços com muito dinheiro;

  • Quando tens muito dinheiro toda a gente te tenta dar a golpada e enganar para te roubar uns trocos. Quando tens umas grandes mamas toda a gente te tenta enganar para te conseguir levar para a cama;

  • Quando tens muito dinheiro os moços invejam-te e as moças desejam-te. Quando tens umas grandes mamas as moças invejam-te e os moços querem-te comer;

  • Quando tens muito dinheiro as pessoas dizem que a tua fortuna vem de meios ilícitos e ilegais. Quando tens umas grandes mamas as pessoas (mais as moças) dizem que são falsas;

  • Quando tens muito dinheiro contratas quem quiseres para trabalhar para ti. Quando tens umas grandes mamas arranjas facilmente o trabalho que quiseres;

  • Quando tens muito dinheiro tens grandes carros. Quando tens umas grandes mamas apareces a fazer publicidade a grandes carros;

  • Quando tens muito dinheiro pagas a moços para te lavarem o carro. Quando tens umas grandes mamas pagam-te para lavares carros, de preferência com outras moças e só de t-shirt e calção curto;

  • Quando tens muito dinheiro não tens a certeza de que os teus amigos gostem de ti pelo que és. Quando tens umas grandes mamas não tens a certeza de que os teus namorados gostem de ti pelo que és;

  • Quando tens muito dinheiro os outros fazem o que tu quiseres desde que lhe pagues. Quando tens umas grandes mamas os outros fazem o que tu quiseres desde que lhes mostres as mamas.

Perante tudo isto surge a questão que sei que todos vocês estão a fazer neste momento: será que eu, para escrever isto, tenho muito dinheiro ou tenho umas grandes mamas? Infelizmente e felizmente nunca tive nem uma coisa nem outra, ou seja, infelizmente nunca tive muito dinheiro e felizmente nunca fui obeso ao ponto de ser como aqueles moços que têm mais mamas do que algumas moças com quem me relacionei algum dia.  Apenas gosto de pensar nos temas quentes da sociedade. Mas só porque me apetece e sou quase o dono desta porcaria, no fim de um texto sobre diferenças, vou dizer-vos algumas semelhanças, porque as há. Basicamente, tenhas muito dinheiro ou umas grandes mamas, toda a gente dava e faria tudo para estar na tua posição, se fores moço sentes que ao lado daqueles moços que têm grandes fortunas és mesmo pobrezinho e se fores moça sentes que ao lado daquelas que têm umas mamas enormes pareces uma tábua.


P.S.: Para que fique esclarecido, quando digo grandes mamas digo-o em quantidade mas também em qualidade. Até porque me lembro bem da D. Rosa, a primeira paixão do Jorge Abel, aquela do mercado que ele apalpou as mamas, e essas não eram grandes, eram enormes, mas nesse caso nenhum dos itens desta lista se aplica. Quando digo grandes mamas digo tipo Pamela Andersson ou Jenna Jameson ... A única diferença entre estas duas é que, quando era puto, podia ver as mamas de uma à vista de toda a gente, na televisão, sem ser pornografia, enquanto que para ver a outra tinha que estar sozinho em casa e esperar que o canal 26 descodificasse à meia-noite.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A minha música preferida é como se fosse a minha namorada


Não era previsível voltar a escrever tão pouco tempo depois de domingo. Ou então era, precisamente por ter dito que o blog não funcionava semanalmente. Ou então ninguém pensou se era previsível ou não e eu é que ainda estou imbuído do espírito do último texto. Não sei. Sei que me lembrei de escrever depois de me terem dito que aquele texto sobre moços e moças reflectia bem o quanto eu sou um banana nesse aspecto e porque é que todas as minhas relações amorosas falharam.

Antes de dizerem que as minhas relações amorosas falharam definam-me relações amorosas. A sério, é que eu não sei bem. Uma vez saí com uma moça duas vezes, à segunda dei por mim a pagar uma conta avultadíssima num bar que incluía um Bailleys. Isto já é considerado uma relação amorosa ou o conceito é mais restrito? De qualquer maneira, seja ou não, o que é certo é que também essa falhou, tendo em conta que nunca mais a vi nem falei com ela e ainda por cima gastei quase 6€ com o Bailleys. 

Por isso apareço aqui a falar novamente do assunto. Uma vez um amigo meu disse-me que não se ama alguém que não gosta da mesma canção. Quer dizer, ele disse-me que foi um moço chamado Rui Veloso que cantou isto, mas como eu não sei quem é esse moço digo que foi o meu amigo que me disse, sempre lhe faço um bocado de publicidade. Foi o Norberto. Certo é que essa frase me fez pensar que uma namorada é capaz de ser e de funcionar como a nossa música preferida. Não acreditam? Vejam lá os argumentos que eu preparei para vos calar:


  • Por uns tempos acreditas totalmente que não há nada melhor e então estás sempre a ouvir a mesma música, vezes sem conta;

  • Por causa desta insistência na mesma música chegas a um momento em que te começas a fartar da música. Continuas a gostar dela mas sentes que precisas de passar um tempo sem estar sempre a ouvi-la;

  • À medida que o tempo vai passando e te vais mantendo fiel à tua música preferida, vês que a tentação das músicas novas é muito grande;

  • Vais tendo noção de que há outras músicas muito boas, inclusivamente algumas que os teus amigos te mostraram em tempos, e que essas até são melhores que a tua preferida;

  • Quando uma música deixa de ser a tua preferida, ainda que penses que não, depressa e facilmente arranjas outra;

  • Achas que aquela vai ser a tua música preferida para sempre e nunca mais vais ter outra, embora na tua vida já tenhas tido umas 10 músicas preferidas diferentes;

  • Não achas muita piada a que haja mais moços a terem como música preferida a mesma que tu. E se fores desses moços que não se importa com isso vai acabar por ser a música a deixar-te e não tu à música;

  • Consegues gostar ainda mais da tua música preferida quando não a ouves durante uns tempos;

  • Ao início, os teus pais não gostam da tua música preferida mas depois acabam por tolerá-la;

  • Quando pensas que já esqueceste uma música que já foi a tua preferida, voltas a ouvi-la passado um tempo e mexe contigo, traz recordações do passado;

  • Quando te deparas com o remix de uma ex-música preferida tua pensas que a conheceste demasiado cedo;

  • Ocasionalmente, alguns dos teus amigos podem gozar contigo e com a tua música preferida, quer nas tuas costas, quer à tua frente;

  • Quando pensas numa música preferida que tiveste numa fase da tua vida que está bem enterrada no passado, sentes vergonha de ti mesmo. Afinal, tal como com as moças, nem sempre te orgulhas da que já foi a tua preferida;

  • Algumas histórias dos teus amigos começam com «e quando tu te colavas naquela música e não querias saber de ninguém?». Na maior parte das vezes, todos se acabam por rir desta história;

  • Quando estás alcoolizado tentas cantar a música e mostrar que gostas mesma dela mas só a estragas e fazes figuras tristes. Noutras circunstâncias, quando estás alcoolizado pode acontecer dares por ti a cantar outra música (que não a tua preferida) e no fim gritares com toda a convicção que aquela é que é a tua preferida.

Perante isto tudo, se se confirmar que uma relação com uma moça pode ser tão complexa como a minha música preferida, já sei porque é que eu estou sempre a falhar com estrondo nas relações amorosas. É que quando estou alcoolizado tendo a fazer da música popular portuguesa o meu género musical de eleição. E, nas moças como nas músicas, as portuguesas têm uma mensagem dupla muito complexa que me deixa confuso e sem saber bem o que significam. Ou é culpa da música, ou é culpa das moças ou é culpa minha por ser muito burro. 

Mas isto da música também é um mundo muito complexo: desde um preto que se chama Barry White, a moços que não têm música preferida e gostam de tudo, passando ainda por moços que escondem a música preferida e fingem que é outra só para não serem gozados. A única diferença que eu vejo entre a música e as moças é que ao contrário das relações amorosas, qualquer um consegue ter facilmente uma boa música como preferida.



P.S.: Quando penso em música portuguesa lembro-me do Zé Cabra. Não por ele ter sido bom (que não era), nem por ter tido sucesso (que não teve), mas sim por causa do nome. Porque é que alguém viria a público ostentar um nome como 'Zé Cabra'? Gary Gaivota dá pinta, Vítor Pargo é poderoso, Mike Albatroz é grandioso, mas Zé Cabra está ao nível de Alfredo Pinguim, Camilo Garnizé ou Daniel Ouriço. E não me venham dizer que na música, tal como com as moças, o que importa é o interior porque não é verdade. Até porque se fosse pelo interior todos teríamos compaixão pelo Zé Cabra quando ele cantava que tinha lágrimas a cair-lhe pelo rosto ou que tinha deixado tudo por ela, em vez de nos rirmos dos fatos roxos que ele usava.


domingo, 23 de setembro de 2012

Fenómenos da sociedade facilmente previsíveis


Quem vir este texto já sei o que vai dizer: «isto agora só funciona semanalmente?». É previsível. Vocês não têm originalidade, consigo ler-vos mais facilmente do que leio a TV 7Dias quando vou castigar a porcelana. Parece que não mas nessas revistas vejo mais nudismo do que na Playboy portuguesa. Claro que o facto de ficar na casa de banho durante horas a ler a revista não tem nada a ver com o que alguns moços fazem quando compram a Playboy ou a Penthouse.

Mas voltando à vossa previsibilidade, não fiquem tristes, toda a sociedade é previsível. Toda talvez não, agora estava a exagerar, mas se eu dissesse que algumas coisas na sociedade eram previsíveis não chocava ninguém e este texto não teria o mesmo impacto. Mas agora também já não vai ter. Não interessa, também era previsível que à medida que fossem lendo este texto fossem perdendo o interesse. Mas voltando ao início, isto agora não funciona semanalmente, idealmente não, o meu cérebro é que sim. Se eu vos disser que no outro dia, em vez de dizer «Liga dos Campeões» disse «Liga dos Candeeiros» percebem bem do que estou a falar.

Se bem que «Liga dos Candeeiros» era um nome fantástico para uma loja da especialidade. Claro que era previsível que pouca gente lá iria a menos que os preços fossem 200% abaixo do que as lojas normais praticam. E agora, já que não vinha cá há uma semana, vou compensar-vos como fazem os professores universitários: fornecer-vos verdades inquestionáveis só porque sou eu a dizer e vou ler possíveis comentários que vocês possam ter mas refutá-los a todos porque eu é que tenho razão. Vejam então fenómenos da sociedade que são facilmente previsíveis:


  • Alguém colocar no Facebook ou no Twitter (se for mais importante do que os moços que têm Facebook e que toda a gente pode ver o que têm lá, mas adiante) algum desabafo do género «chove tanto!» se está a chover ou então «que calor horrível!» se estiver sol;

  • Quando alguém vai à casa de banho e leva um jornal, uma revista ou um livro de banda desenhada vai demorar pelo menos o triplo do tempo que demoraria se não levasse nada;

  • Encontras uma pessoa conhecida (um semi-amigo, vá) num hospital ou num talho e sabes que te vai perguntar algo como «então, por aqui?»;

  • Se fores a um super-mercado (ou a um super-super mercado), o total da tua conta for 3,26€ ou 2,87€ e tu pagares com uma nota de 10€ que acabaste de ir levantar, sabes que a moça da caixa te vai perguntar se não tens mais trocado. Obviamente que se tivesses querias era livrar-te das moedas, ninguém gosta de andar cheio de moedas nos bolsos;

  • Se alguém te oferece uma batata frita, sabes que vais comer dez vezes mais que isso ou então vais ver se tens dinheiro para comprares um pacote para ti;

  • Por muito que te esforces para não olhares para o decote de uma moça, é certo que o vais fazer pelo menos uma vez;

  • Por muito que te esforces por disfarçar (ou não, se quiseres fazê-lo de forma triunfal como se fosse o teu grito de guerra) sabes que vais arrotar depois de beberes cerveja ou refrigerantes;

  • Se um amigo teu começar a namorar após muito tempo solteiro, sabes que não vais ter notícias dele durante muito tempo (se isto acontecer a um semi-amigo, só voltas a ter contacto com ele se o encontrares na rua por acaso);

  • Se uma moça daquelas que te enche as medidas acabou o namoro sabes que lhe vais fazer o cerco, mas também sabes que vais ter a concorrência de pelo menos 6 ou 7 que tiveram a mesma ideia que tu. Agora, além de previsível, não és original;

  • Quando as coisas com uma moça não resultam, é certo que não vais ficar amigo dela e que te vais sentir desconfortável quando a encontras, por muito que tenhas treinado o discurso de ficarem amigos;

  • Sempre que antes de saíres com o teu pessoal dizes que só vais beber uma cerveja, no dia seguinte acordas com uma ressaca monumental, por teres apanhado a farda da tua vida, e também com vergonha de não te teres controlado.



Como vêem, parece um bocado impossível aqueles moços que vêm lamentar-se a dizer que o mundo é imprevisível. Acredito mais naqueles moços que dizem que o mundo é cão. Era demais se o mundo fosse cão. Imagino que em vez de João, o nome mais popular seria 'Bolinhas'. O 'Bolinhas' foi com os amigos 'Boris' e 'Faial' passar férias a um país chamado 'Rottweiler'. Trataram dos documentos no posto da 'Coleira', que é a polícia dos gajos, e um dos coleiras da esquadra recomendou-lhes um restaurante (que num mundo cão se chamaria 'Pedigree'), que é um restaurante familiar e caseira (outra palavra que seria substituída, num mundo cão, caseiro seria substituído por 'casota' e uma pessoa que gostasse de ficar mais pela casota seria uma pessoa casoteira. Aaaah .... Um mundo cão ...).



P.S.: Num mundo cão, um fenómeno claramente previsível seria nos comentários às fotos das moças a palavra «gata» ser substituída por «cadela» ou «cachorra» sem que tivesse a implicação que tem neste mundo humano. Ou que o provérbio «em casa de ferreiro, espeto de pau» seria substituído por «na tua árvore, mijo teu». 

domingo, 16 de setembro de 2012

O que as moças querem e o que querem os moços


Não, não é um texto sobre sexo. Apesar de ter perfeita noção que o título indicia isso mesmo. Se calhar foi por isso que o pus mesmo assim, para chamar gente a vir aqui ver o que é que isto significava na realidade. Ou então só eu é que vejo conotação sexual no título. Bem, não interessa, interessa é que venham os quatro de sempre mais um ou outro que tenha caído na armadilha do título.

Não detestam aquelas coisas que têm um título completamente diferente do que vão encontrar na realidade? No outro dia comprei um sumo que dizia que era uma «explosão de fruta» e quando o atirei ao Jorge Abel para ver se explodia e o enchia de nódoas como as das cerejas ou da ameixa, que são quase impossíveis de tirar, não aconteceu nada. Era um sumo normal. Ainda pensei em processar a companhia por publicidade enganosa, se aquela moça que engravidou disse que foi por causa de um filme pornográfico a 3D valia a pena tentar. Mas achei melhor não, para passar por burro, já chega quando escrevo aqui no blog.

Mas serve então este texto para reflectir sobre a diferença entre o que as moças querem e o que querem os moços quando estão numa relação. Uma relação é como aquele sumo que dizia que era uma 'explosão de fruta', antes de se começar prometem muito, que vão deixar as pessoas felicíssimas e sem precisar de mais nada para ser feliz, mas depois vai-se a ver e é como o sumo: não acontece nada disso. Vamos lá ver as diferenças:


  • Uma moça procura fazer com que o namorado ouça as suas histórias com toda a  atenção possível. Um moço tenta evitar a todo o custo que a namorada descubra algumas das suas histórias, quer sejam anteriores à relação ou já durante a relação;

  • Uma moça procura conseguir a todo o custo por o namorado a partilhar sentimentos com frequência.  Um moço procura conseguir fazer com que a namorada não partilhe sentimentos com frequência durante a relação;

  • Uma moça tenta que o namorado não saia tantas vezes com os amigos dele, para estar com ela. O moço procura que a namorada não faça planos com as amigas dela que o envolvam também a ele;

  • Uma moça sonha que o namorado não fale com mais nenhuma moça enquanto namoram. Um moço sonha que a namorada não consiga descobrir as conversas que tem com outras moças;

  • Uma moça vê em apresentar o namorado aos pais um grande passo na relação. Um moço vê em adiar ao máximo ser apresentado aos pais da namorada como um grande passo na relação;

  • Uma moça gosta de saber que partilha o mesmo gosto musical com o namorado. Um moço procura conseguir fingir que gosta de determinadas músicas que a namorada também gosta, só para a fazer feliz;

  • Uma moça procura conseguir que o namorado troque o seu passatempo favorito por tempo passado com ela. Um moço procura conseguir que a namorada o deixe manter o seu passatempo favorito sem ficar chateada com ele;

  • Uma moça anseia que o namorado seja aceite e aprovado pela sua família. Um moço anseia conseguir que os amigos não se façam à sua namorada ou se aproveitem dela quando estiver alcoolizada;

  • Uma moça  que fique a falar com o namorado durante o dia todo, seja pessoalmente ou por telemóvel sente-se feliz. Um moço tenta conseguir ficar afastado do telemóvel durante umas horas sem que a namorada se chateie com ele;

  • Uma moça procura sempre convencer o namorado que ela é a melhor companhia que ele tem. Um moço procura sempre convencer a namorada que não há melhor companhia que ela, mas que também precisa de estar com outras pessoas, nomeadamente os amigos;

  • Uma moça tenta que, na praia, o namorado não olhe para mais nenhuma moça além dela. O moço tenta que nenhum moço olhe para a namorada.

Posto isto surgem três cenários: 1) as relações são mesmo fodidas e agora é que eu já percebo porque é que nunca nenhum dos meus relacionamentos anteriores deu certo; 2) eu não percebo nadinha de relações e a minha amostra é ridícula e por isso é que todos os meus relacionamentos anteriores falharam; 3) isto é verdade e eu tenho uma inteligência acima da média, capaz de raciocinar sobre uma coisa em que falhei estrondosamente. Claro que se isto for verdade e não for apenas um delírio alucinatório da minha mente acredito que muitos casais irão ser destruídos por este texto. 



P.S.: Deveria sentir-me culpado por mesmo pensando que ia destruir casais ter publicado o texto? Ou deveria sentir-me como aqueles moços que acordam de manhã, comem torradas ao pequeno-almoço, (mas daquelas bem feitas e com manteiga a monte, não é daquelas que notas que o pão está claramente seco e vem pouquíssima manteiga), bebem um sumo de laranja natural, saem de casa, tomam café e quando chegam ao trabalho a primeira coisa que fazem é sentar-se numa máquina e demolir um edifício? Quem me dera trabalhar nisso, todo o dia a demolir coisas enquanto se está sentadinho. Maravilha. Melhor que isso só mesmo se alguém me pagasse para escrever parvoíces num blog que ninguém lê.


sábado, 8 de setembro de 2012

Como distinguir um amigo de um semi-amigo


Semi-amigo. Foi o melhor termo que encontrei para designar aquela zona híbrida sobre a qual reflecti há algumas publicações atrás. Para quem não leu vou explicar, os quatro que leram podem passar ao próximo parágrafo ou então podem ler se não tiverem mais nada de interessante que fazer e quiserem ver uma descrição que já viram. Basicamente, o semi-amigo é aquele moço que quando encontras cumprimentas de forma efusiva mas a conversa que tens com ele (ou ela) se resume a um «então, tudo bem? Como é que estás? E que tens feito?». E mais nada. Não vais mais longe que isso e ele também não.

Podia ficar por aqui e armar-me a dizer que já tinha encontrado um termo enquanto fiquei à espera das vossas sugestões e ninguém disse uma que fosse. Começo a pensar que ou vocês os quatro não têm originalidade ou então só vêm aqui, como o Teófilo, só para as estatísticas. A diferença entre vocês e o Teófilo é que ele vê as estatísticas e vocês só contribuem para elas. Portanto, em retrospectiva, vocês fazem mais feliz o Teófilo do que a mim, porque mesmo que não digam nada nos comentários quando vos peço isso, fazem o Teófilo feliz por virem aqui. 

Mas além disso, pensei: «Como é que alguém distingue um amigo de um semi-amigo? Como é que as pessoas sabem que alguém é um amigo e outro alguém é um semi-amigo?». Como estou a cumprir pena por ter atropelado um grupo de velhinhas numa passadeira por ainda ter tiques de jogar Carmageddon e pensar que um grupo inteiro valia para aí 750 pontos de bónus, decidi fazer trabalho comunitário para ver se reduzo a pena. Vou então fazer um bocado desse trabalho e elucidar-vos quanto a esta diferença:


  • O mais fácil para distinguir é a tua reacção ao encontrares um conhecido teu quando estás num encontro com uma moça: se agires com total naturalidade, conversares um bocado com o outro, apresentares a moça e depois seguires, é teu amigo. Se pelo contrário, cumprimentares o outro sempre na perspectiva de o despachar e quando finalmente o consegues, o único comentário que fazes à moça com quem estás é: «Era o Ramiro», é um semi-amigo;

  • Se quando encontras um moço, cumprimenta-lo, falas um bocado com ele e quando ele se vai embora perguntas-te como é que o conheces e porque é que o cumprimentas, é um semi-amigo. Se te perguntares porque é que não estás com esse moço há algum tempo e começas a pensar em formas de fazer alguma coisa com ele, é amigo;

  • Se sempre que conversas com uma pessoa contas sempre histórias do passado e, a maioria delas, sempre as mesmas, estás perante um semi-amigo. Se quando falas com uma pessoa, recordas histórias do passado, mas também tens histórias actuais e partilhas algumas ideias (sim, ideias, isso de partilhar sentimentos é para moças e para o Jorge Abel quando vem aqui dizer ao blog que fica muito contente que alguém leia o que ele escreve), estás perante um amigo;

  • Se a única coisa que sabes de um moço é o nome, onde vive e qual o clube dele, estás perante um semi-amigo. Se além de saberes isto, o convidas para jogar futebol e para jantares é um amigo;

  • Se quando estás bastante alcoolizado te agarras a um moço que encontraste na noite, lhe chamas amigo e lhe queres pagar bebidas, estás perante um semi-amigo. Se, no mesmo estado, só queres insultar, enxovalhar e dar cachaços a algum moço, esse é teu amigo;

  • Quando jogas um jogo de computador ou de consola contra um moço, perdes e reages bem e com desportivismo, é um semi-amigo. Se ficares com grande azia e nem sequer conseguires ouvir o moço que te ganhou durante uns minutos, é amigo;

  • Quando descreves alguém como sendo «um moço porreiro», é um semi-amigo. Quando tu não sabes descrever bem por palavras um moço é porque é teu amigo.

E pronto. Normalmente pensava em mais 2 ou 3 coisas para vos dizer e para consolidar a diferença entre estas duas coisas. Mas o Teófilo veio-me dizer no outro dia que os meus posts têm sido muito longos. Imagino, antes ele chegava aqui, carregava uma vez no page down e chegava logo ao fim, agora tem que carregar para aí 3 ou 4 vezes, fica cansado. Olha Teófilo, para dizeres que nunca te dei nada, vou-te dar este conselho: se carregares no botão 'End' chegas logo ao fundo do texto. Não é que perceba muito de computadores, mas aposto que não sabias disto.



P.S.:  Para os moços que chegaram até aqui, atirares à cara de um moço que és melhor que ele em alguma coisa faz dele um amigo, porque quando sabes que és melhor que outro numa coisa mas fazes um esforço para não ser muito evidente, é um semi-amigo.