segunda-feira, 30 de julho de 2012

Personagens de desenhos animados que encontras na realidade



É Verão. Está calor. O Teófilo não se despacha a fazer o regresso dele, planeia mais do que aqueles vilões dos filmes que planeiam alto ataque a não sei o quê durante anos mas são sempre descobertos no último segundo. Já falei nisto no post anterior? A sério? Ando mesmo a ver muita televisão ...


Por falar em televisão, os filmes do Hollywood já os devo ter visto a todos. Alguns deles mais que uma vez até. O pior é que nem me lembro que vi e só quando acaba é que me lembro que já tinha visto aquele filme. No Fox Movies igual. Por isso decidi explorar novos caminhos e novos canais e voltei a consumir de forma capitalista desenhos animados. Já não me lembrava de quão completos podiam ser os desenhos animados, com tantas mensagens subliminares e metáforas da sociedade. 


Não, não venho para aqui dizer que os contos da Disney fomentam o racismo nem vou fazer aquelas interpretações todas sexuais. Nada disso, apenas vou mostrar como algumas personagens de desenhos animados são facilmente encontradas em pessoas reais, na vida real. Vejam vocês mesmos e podem escrever alguma que falte nos comentários se me quiserem achincalhar em público e revelar as minhas falhas enquanto escritor no blog, algo que o meu amigo Teófilo tem evitado a todo o custo voltar a ser:



  • Suneo (Doraemon): aquele amigo rico que se gaba que vai a muitos sítios e que tem algum irmão, primo ou tio muito importante que lhe abre as portas todas, que vai a todo o lado e o leva com ele ou então traz-lhe grandes presentes. Vive numa casa muito superior à tua e atira-te isso à cara. Por vezes desejas ser como ele ou estar no lugar dele, mas depois voltas a conformar-te com a tua vida;

  • Shizuka (Doraemon): a precursora daquilo que se chama hoje a «friendzone»;

  • Hércules (Dragon Ball): os armantes que batem nos fraquinhos acham que são invencíveis. Depois aparece alguém que vale alguma coisa, enche-lhe a mala e ele vê-os como se fossem mutantes ou uns super-heróis, com uma força estupenda. Só nunca pensa é que ele é mesmo fraquinho;

  • John Arbuckle (Garfield): o típico homem solteiro, que vive sozinho, azarado com as mulheres e em todas as situações do quotidiano, que tal como o cliché indica, compra um gato para viver consigo mas até o gato lhe dá festival e o coloca em situações embaraçosas. De alguma maneira acredito que o futuro do Jorge Abel será mais ou menos assim;

  • Baloo (O Livro da Selva): porque toda a gente tem um amigo que é um urso;

  • Milhouse (Simpsons): aquele rapaz que na teoria as raparigas deveriam gostar: faz tudo por elas, venera-as, gosta delas de forma indefectível só que como é banana e toda a gente goza com ele e lhe bate, as raparigas não lhe passam cartão, principalmente a que ele gosta;

  • Moe (Simpsons): o típico taberneiro de que ninguém quer saber a não ser que nos sirva bem e, volta e meia, ofereça alguma bebida ou faça fiado. Quando começa a desabafar os seus pensamentos e sentimentos ninguém quer realmente saber e só presta atenção para ter alguma bebida à borla num futuro próximo por ele pensar que é nosso amigo;

  • Mary Jane (SpiderMan): aquela vizinha de sempre, que é muito boa mas que nunca nos passou cartão até termos ficado com grande corpo ou termos conseguido algo de extraordinário na vida. A partir daí, começa a não nos largar e até se torna chatinha;

  • Rafael (Tartarugas Ninja): aquele que sempre que tu planeias ou organizas alguma coisa diz que vai correr mal e te chateia até já não o poderes ver à frente. Apesar de estar sempre a ser negativo nunca sai de nenhum plano e, no fim, quando tudo corre bem, fala como se nunca tivesse duvidado do que se ia fazer de início;

  • April O'neill (Tartarugas Ninja): a típica jornalista intrometida, que arrisca a própria vida só para mostrar histórias em exclusivo para o seu canal moribundo e para salvar a sua carreira. Depois têm que ser sempre os outros a evitar que se meta em problemas de maior só por ser curiosa;

  • Ciclope (X-Men): o Toy falou neste tipo de pessoas, naquela música que ele tem, a «Sensual», em que diz que «até o teu simples olhar me faz mal». O do Ciclope mata mesmo;

  • Jasmin (Aladino): a típica menina rica que se apaixona por um sucateiro só porque é diferente dela e, de certa maneira, para irritar o papá rico. Depois casa-se com ele e ele está garantido para a vida toda.

Se sou infantil por ver desenhos animados? Acho que não. O que se calhar me torna infantil é fazê-lo enquanto como frascos de nutella com os dedos e depois limpo à t-shirt que estou a usar. Antes de começar a fazer maratonas de desenhos animados tinha para aí seis t-shirts brancas, agora só tenho cinco. Não sei o que aconteceu à outra, provavelmente emprestei-a aquela moça que veio cá dormir no outro dia... 




P.S.: Bah, quem é que eu quero enganar? Não veio cá nenhuma moça dormir no outro dia, a outra t-shirt branca tive que a deitar fora que estava cheia de manchas de Nutella na parte da frente por eu limpar lá as mãos quando quero mudar de canal. Se calhar sou mesmo infantil. Não digam a ninguém, senão vou ser como o Lynch, aquele amigo do John Arbuckle que também vive sozinho com um animal de estimação e o Garfield faz dele o que quer quando ele vai lá a casa. O que significa que no futuro, além de viver sozinho vou ser o amigalhaço do Jorge Abel. Merda de vida ...


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Coisas que só acontecem nos filmes

Falamos de provérbios da outra vez. Já lá vai uma semana, eu sei, mas que querem? Roma e Pavia não se fizeram num dia. Ah pois é ... Isto de ter andado a fazer pesquisa de provérbios populares fez-me aprender muita coisa e a mudar muitos dos meus comportamentos. Quer dizer, na prática foi só para justificar o porquê de ter demorado uma semana a voltar a dizer porcaria aqui no blog, mas também serve.


A verdade é que esta semana foi de expectativa. Porquê? Fácil: o Teófilo prometeu voltar a escrever, mais do que vir aqui ver as estatísticas e que há moços das Filipinas a virem aqui ao blog. Sendo assim estive na expectativa, não queria estragar o grande reaparecimento do Teófilo com um post meu sobre qualquer coisa cansada que não interessava a ninguém. Mas como a vida do Teófilo é um filme e ele às vezes é um daqueles realizadores medíocres em que o enredo se torna chato e previsível, já sei que ele não vai voltar e então decidi eu avançar.


Por falar em filmes, tenho visto alguns ultimamente. Principalmente porque tenho tido mais tempo livre, também porque tenho tido insónias mas essencialmente porque sou um daqueles moços que chega ao Verão e não tem uma moça com quem fazer aquelas coisas que os moços que têm moças fazem com elas. Não sei se está confuso, mas se estiver nem me vou preocupar a tentar explicar. Quem perceber, percebe, quem não perceber, quero lá saber. Pensando bem, acho que é por isto que não tenho moça...


Adiante, que o tema não é a minha vida amorosa mas sim filmes. Tenho visto bastantes como disse e tenho reparado em várias coisas que acontecem de forma sistemática nos filmes. O mais fácil era pegar pelo CSI e dizer que eles descobrem tudo através das pistas e que os laboratórios dos gajos funcionam em tempo recorde. Mas primeiro isso era ser repetitivo e depois isso não é um filme. Sendo assim, eis algumas coisas que eu só vejo acontecer nos filmes e não na vida real (se no final desta lista alguém de vocês os três tiver mais alguma ponha nos comentários para toda a gente que vier aqui me possa enxovalhar por causa das minhas falhas):

  • Uma pessoa pode estar quase a morrer, mesmo no limiar da morte, mas aguenta-se até chegar uma determinada pessoa com quem tem que falar lhe dizer alguma coisa importante. Só depois de fazer isso é que morre, quase instantaneamente;

  • Ter lembranças em que se consegue ver o plano todo da situação, de vários ângulos e inclusivamente a cara da própria pessoa que recorda;

  • Há sempre um hacker capaz de desbloquear qualquer sistema de segurança seja ele qual for;

  • Nenhuma fechadura é inquebrável ou inviolável quando há interesse em entrar em algum edifício;

  • Toda a gente que usa uma arma pela primeira vez fá-lo como se fosse um profissional e acaba por acertar em quem quer sem que lhe acertem primeiro;

  • É impossível esconder vestígios de sangue ou de pólvora, mesmo que se queime a roupa e se desinfecte tudo duas vezes. Vendo bem, quase todos os «mauzões» são apanhados dessa forma;

  • Quando os bandidos estão a atirar sobre alguém falham os tiros todos e os que acertam ou são de raspão ou são na perna, que é para não magoar muito;

  • Quem acorda de um coma profundo levanta-se e anda como se nada fosse e como se só tivesse estado a dormir há 10 horas;

  • Fazer ligação directa a um carro é facílimo e resulta sempre. Mais que isso, consegue-se fazer em menos de 1 minuto;

  • Está-se perante uma bomba em contagem decrescente para rebentar há 75 minutos mas só se desarma a bomba no último segundo. Ultimamente alguns filmes desistiram deste cliché do «salvar o Mundo no último segundo» e então desactivam a bomba quando faltam 3 segundos;


  • Qualquer plano maquiavélico, por muito consistente e metódico que seja, falha porque há sempre alguém capaz de o descobrir e impedir que seja levado adiante;

  • Há sempre uma mulher caridosa que aceita ajudar um desconhecido que lhe faz um pedido extravagante e extremamente arriscado, que pode deixá-la em perigo de vida. Depois, ameaça sempre que o vai abandonar mas no fim acaba por se apaixonar por ele (e em 90% das vezes não morre mesmo, ainda mata uns mauzões e depois ainda vai viver com ele);

  • As crianças são sempre muito mais maduras e os adolescentes são muito mais insuportáveis que na realidade;

  • Ser baby-sitter é um emprego altamente sustentável e com uma elevada taxa de empregabilidade;

  • As perseguições de carro feitas a alta velocidade e até em contra-mão nunca provocam atropelamentos nem acidentes a não ser aos maus da fita;

  • Nas situações mais críticas existe sempre alguém poliglota que é capaz de traduzir o que os outros estão a dizer e desbloquear uma situação que de outra maneira seria impossível de compreender;

  • Os super-heróis, em vez de estarem a prevenir grandes golpes ou a evitar o terrorismo, estão a evitar assaltos em esquinas. Aliás, só o facto de serem «super-heróis» é algo que só acontece nos filmes;

  • As prostitutas de rua são todas mulheres bonitas e com grande corpo;

  • Frequentemente os amigos saem-se com frases profundas e filosofias de vida que levam à reflexão;


Nada do que relatei aqui aconteceu na minha vida em qualquer circunstância. Acredito que aconteça na dos outros, mas sobre a vida dos outros não me pronuncio. Posso é dizer que se tiveres um amigo que te diga que já lhe aconteceu alguma coisa que está nesta lista é sinal de: 1) o teu amigo vê muitos filmes ou 2) o teu amigo é actor. E quanto ao último ponto é credível porque os filósofos não tinham amigos e eram pessoas muito solitárias, que criavam filosofias de vida não para os amigos e familiares mas para todos no geral.




P.S.: Ter um amigo que te promete sistematicamente que vai fazer algo em grande e depois acaba por nunca fazer também podia fazer parte desta lista, mas decidi não colocar desde que o Teófilo me disse que ia voltar a escrever para o blog e entretanto não vejo nada por aqui sem ser delírios alucinatórios da minha parte. Como me aconteceu, não acontece só nos filmes. É isso e moças a pedirem bebidas caras em bares porque sabem que vou ser eu a pagar. Também dizia que isso só acontece nos filmes mas não. Acontece mesmo no dia-a-dia.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Provérbios que algumas pessoas não respeitam



Provérbios. Ditos populares que muitas das vezes encerram em si verdades absolutas de acontecimentos que ocorrem no quotidiano. Podem surgir sob forma de metáforas ou sob frases explícitas que caracterizam detalhadamente uma situação. 


Não fui a nenhum dicionário buscar esta informação mas quase que podia armar-me em culto e dizer que consulto dicionários para procurar definições. Nada disso. Faço como sempre fiz na escola: sei mais ou menos o que significa e enrolo a resposta com palavras bonitas e complexas para parecer que me andei a informar e a pesquisar sobre o tema. Nunca colou muito bem, por isso não percebo porque é que continuo a usar esta estratégia.


Mas adiante. Os provérbios são muito bonitos e consigo ver neles utilidade. Contudo, ao contrário do que era expectável, há provérbios que não se adequam a toda a gente. Simplesmente há pessoas que, no dia-a-dia age completamente contrariamente ao que alguns provérbios ditam. Vejam por vocês mesmos:



  • Parece-me claro que os violadores não respeitem o provérbio «não faças aos outros o que não gostas que façam a ti»;

  • O provérbio «a roupa suja lava-se em casa» seria o fim das lavandarias. Como as lavandarias têm clientes, todos eles violam o pressuposto deste dito popular;

  • Pela primeira vez no blog desde a sua criação, uma piada do Chuck Norris, para dizer que para este herói americano e universal, o provérbio «a união faz a força» não tem qualquer sentido;

  • Quando a polícia treina as suas equipas de cães, fazem-no esperando violar o provérbio do «cão que ladra não morde»;

  • Em tempo de jogos olímpicos, vão perguntar aos corredores de 100 metros se «depressa e bem há pouco quem»;

  • Não sei se os provérbios são universais ou determinados a um contexto específico. Isto porque se forem universais, acho que as pessoas do Hemisfério Sul não se revêem no provérbio «em Dezembro, treme de frio cada membro»;

  • Correndo o risco de ser insultado na próxima vez que falar com uma, acho que as mulheres violam consecutivamente o provérbio «escuta cem vezes e fala uma só»;

  • Tenho quase a certeza que os juízes não fazem valer o dito «ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão», nem me parece que isso venha no código penal;

  • Não me parece que aqueles drogados que pedem esmola na rua ou arrumam carros sigam muito o lema de «quem não tem dinheiro não tem vícios»;

  • Todas as religiões vão contra o provérbio «muita gente junta não se salva». Pelo menos é isso que esperam os que nelas acreditam, certo?

  • Vejo os antiquários a rezarem todos os dias para que ninguém se lembre que «mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»;

  • Acho que os gandulos e elementos de gangs desrespeitam por completo o provérbio «antes só que mal acompanhado»;

  • «Mais vale lavrar o nosso ao longe do que o alheio ao perto» não me parece que seja muito condizente com a acção dos voyeurs (quem não souber o que é que tenha vergonha na cara e logo a seguir que vá ao google. Para quem for ao google, uma recomendação: procure sites de informação, não é preciso ver vídeos para se perceber o que é um voyeur);

  • Não me parece que os obesos mórbidos achem válido dizer-se que «gordura é formosura»;

  • Acho que aquelas ninfomaníacas com 4 mil amigos no Facebook vão contra aquele provérbio que diz que «bocado comido não faz amigo»;

  • Eu, que não percebo nada de crochet nem dessas coisas, não me revejo de maneira nenhuma no provérbio «cada um sabe as linhas com que se cose». E certamente há mais como eu por aí;

  • É sabido que os brasileiros, pelo menos 95% deles, andam quase sempre de calça branca. E não me parece que o façam só por causa do provérbio «calças brancas em Janeiro, sinal de pouco dinheiro». Eles gostam é de usar aquilo e de comer picanha;

  • Acho que o Tony Carreira não se revê claramente no provérbio «onde se chora não cantes». Aliás, estou bem seguro que ele faz de propósito para deixar as pessoas a chorar quando canta;

  • Não sou sociólogo nem estudioso dos fenómenos sociais, mas parece-me claramente que homens heterossexuais não agem conforme o dito «quem não tem marido não tem amigo»;

  • Por último, acho que o provérbio «mais vale cair em graça do que ser engraçado» não diz nada ao Jorge Abel quando vem para aqui para o blog escrever porcaria.




Felizmente eu mudei-lhe a password do e-mail e ele não sabe, diz que não se lembra de qual é e nunca mais veio para aqui escrever porcaria. Descobri que a password dele era «123456789». Na altura ele tinha dito que exigiam um mínimo de 9 dígitos na password. Então mudei-lhe a pass para «estamerdatemmaisquenovedigitos». Acho que ele nunca mais vai descobrir a password nova e vai ter que mudar de e-mail. O pior disto tudo é que depois sou eu que levo com ele quase todos os dias e não vocês.


Mas voltando aos provérbios, claro que no fim disto tudo eu questiono-me: será que os provérbios têm falhas, como um ser humano normal? Será que os provérbios têm limitações severas no que concerne à sua aplicabilidade no dia-a-dia? Ou será que sou só um burro que não percebe metáforas e leva tudo à letra?






P.S.: Para fazer esta publicação fiz uma pesquisa sobre todos os provérbios que existem e tenho a dizer que há alguns bem perturbadores. Um que me ficou na memória foi o «mulher que assobia ou é cabra ou é vadia». Mas ainda assim esse consegue ser mais realista do que o outro que me inquietou: «ganhá-lo como um preto, gastá-lo como um fidalgo». Sem dúvida, claramente adequado ao século XXI. Porque é que ainda há quem ligue a provérbios? É esta a minha pergunta filosófica para fim de post, uma nova moda que estou a tentar lançar.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

A desigualdade entre os sexos

Tenho um amigo meu que dizia que a única coisa que as mulheres têm a mais que os homens são as mamas. Bons tempos esses em que um homem que tivesse mamas grandes era obeso. Agora um homem com grandes mamas é um daqueles transexuais que anda para aí a dizer que se chama Camila e a enganar as pessoas. 


Não estou de acordo com o meu amigo. Bem, ele não é bem meu amigo, é daquelas pessoas que não são um amigo mas que também te conhecem o suficiente para não serem somente um «conhecido». É aquela zona híbrida que não sabes bem como definir. É aquele tipo de pessoas que cumprimentas com entusiasmo se as encontrares na rua mas nunca tens conversas sérias e quando tens, arrependes-te. Mas não estou de acordo porque acho que há muitas situações em que, apesar do direito à igualdade que tanto pregam e prezam, as mulheres obtêm clara superioridade e vantagem em relação ao sexo masculino. Ora vejam por vocês algumas dessas situações:



  • Homem que gosta de futebol é cliché que confirma o estereótipo; é um viciado que perde tempo desnecessariamente. Mulher que gosta de futebol é moderna, tem um leque variado de gostos. Alguns diriam mesmo uma «panóplia de gostos e interesses»;

  • Se um homem chama «boi» a um amigo é manifestação de carinho e mostra que mais que um amigo, é um grande amigo. Mas o mesmo não se pode aplicar às amigas, porque se chamar «vaca» a uma rapariga está a insultar um ser frágil e delicado. E sim, estou a falar da rapariga;

  • Um homem que bebe cerveja é bêbado e vai ter grande barriga (isto se já não tiver). Uma mulher que bebe cerveja é considerado uma mente aberta, que rompe com os moralismos do passado;

  • Ninguém te julga se não cederes o teu lugar nos transportes públicos a um homem. Aliás, só cedes a um homem só se este for deficiente ou muito muito velho. No entanto, ceder lugar a uma mulher qualquer é quase obrigação e se não cedes e continuas sentado por te parecer que a senhora aguenta bem em pé, és olhado com recriminação, quer por ela, quer pelas outras que vão no mesmo transporte;

  • Não há instinto paternal. Reparando bem, só há instinto maternal. Homens que tenham esses desejos têm só, segundo termos científicos, «reacções abichanadas no que toca à possibilidade de terem filhos»;

  • O ano tem 365 dias, 1 deles é o Dia Internacional da Mulher mas em nenhum dos outros 364 há o Dia Internacional do Homem;

  • Quando um grupo de gajos sai à noite são considerados arruaceiros, bêbados, sem nada que fazer de jeito na vida e dirigem-se a eles como «aquele bando que está ali a fazer barulho». Quando as mulheres saem à noite em grupo são consideradas divertidas, rebeldes e alguém há-de cantar ou dizer «girls just want to have some fun»;

  • Nenhum homem está habilitado a usar padrões tigresse ou leggins sob pena de ver a sua masculinidade comprometida e seriamente avaliada de forma negativa pelos outros ou então ser assediado na rua pelo Cláudio Ramos. Já as mulheres  podem usar à vontade calças de ganga sem serem julgadas. O homem quase que só pode usar exclusivamente calças de ganga e um leque muito restrito de calções;

  • Um homem que dá um abraço a um amigo é considerado algo a roçar o limite da fronteira que delimita o hetero do homossexual. Mas se uma mulher der um beijo na boca a uma amiga é algo perfeitamente normal, está só a demonstrar os sentimentos de amizade, que é algo muito bonito;

  • Um moço que coma chocolate é obeso e até um bocado larilas, enquanto que se for uma moça a comer é visto como algo perfeitamente normal, até uma necessidade natural do organismo;

  • Um homem que viva sozinho com um gato é o solteirão encalhado. Uma mulher que viva com um gato é fofinho. Mais, se o moço encher o telemóvel e o Facebook dele com fotografias do gato é muito suspeito, enquanto que se for uma moça a fazer isso é perfeitamente normal;

  • Um gajo que vai a um clube de strip é um taradão, pervertido e extremamente necessitado. Se for uma moça (ou moças) a ir a um clube de strip é rebelde;

  • Uma mulher que faz tudo por um gajo é porque o ama de verdade e só quer ser feliz ao lado dele. Se for um gajo a fazer tudo por uma moça é porque a quer comer à força toda (diz a sociedade, atenção ! Não sou eu que digo isto, embora escreva sem aspas para toda a gente pensar que é a minha opinião até lerem o que está entre parêntesis);

  • Uma idosa que dá um chocolate ou um doce a uma criança é porque gosta de crianças. Se for um idoso a fazer isso, provavelmente é porque gosta de as violar.



Claro que alguém mal intencionado vai dizer «mas a sociedade ainda é muito masculina! Por exemplo, olha a diferença entre ser cozinheira e ser o chef! Ou diz-se futebol, mas quando são gajas a jogar não se chama futebol, é futebol feminino!». Ok, aceito isto. Mas digo-vos que vocês só têm estas duas coisas e eu tenho 14! Ahahahahaha ganhei! E demorei só vinte minutos a pensar em 14 coisas, imaginem se tivesse a vossa vida despreocupada e desocupada em que posso pensar em coisas destas durante a tarde toda e depois chegar à noite e escrevê-las num blog de qualidade duvidosa, depois de ter bebido umas quantas cervejas e meio whisky ...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A palavra «Hiper»

Há coisas na vida que não fazem qualquer sentido. Por exemplo, alguém fazer um upgrade de um gelado chamado Pirulo e transformá-lo num «Pirulo Jungly», que é uma banana que a pessoa tem que descascar, mas em versão gelado. Outra coisa que para mim não faz qualquer sentido é a palavra «bilingue». Se uma pessoa fala dois idiomas diferentes deveria ser «bidioma» ou «multi-idioma» ou então «biliglota», já que se chama «poliglota» a alguém que domina muitos idiomas. A palavra «bilingue» só fazia sentido para designar alguém que tivesse duas línguas. Mas nesse caso «bilingue» seria sinónimo de «sexualmente bastante activo».


Além destes dois exemplos, outra coisa para a qual não vejo qualquer utilidade é para a palavra «Hiper». Porque raio surgiu a palavra «Hiper»? É que para além de «hipertensão», só conheço um uso dessa palavra e é para «hipermercado». Mas porque é que surge a palavra «Hipermercado»?


Primeiro surgiram os mercados, fonte de comércio já dos tempos medievais. Na era moderna, o pequeno comerciante quis os seus próprios estabelecimentos e chamou-os de «mercearias». Outras pessoas chamam de «mini-mercado» não sei bem porquê. Qual a real diferença entre um «mini-mercado» e uma «mercearia»? Eu não sei, se alguém souber que me explique.


Depois surgiu a necessidade de aglomerar mais pessoas em superfícies maiores. Que nome foram dar a essas novas superfícies? Super-mercado. A complexidade do ser humano continua a fascinar-me todos os dias. Para se ver a coerência do ser humano há as bicicletas, os carros, as carrinhas e os camiões. Mas no que toca a superfícies comerciais é mini-mercado, mercado, super-mercado. Boa.


Mas até aqui não está mal pensado. Tudo o que é grande na vida, é super. Quando o Son Goku se transformou foi em «Super Guerreiro». O detergente com maior eficácia do mercado é o «Super Pop». A melhor cerveja é a «Super Bock». Alguém com muitos poderes é um «Super-Herói», com «Super-Poderes» e o ser humano que tem isto é o «Super Homem». Alguém que é melhor que ti em alguma coisa é «Superior». 


Isto tudo para dizer que ninguém é «hiper» em nada e por isso não percebo a lógica dos «hipermercados». Se são «supermercados» maiores, porquê o uso da palavra «Hipermercado»? Quando o Son Goku ultrapassou a transformação do «Super-Guerreiro» não se transformou em «Hiper-Guerreiro» mas em «Super-Super Guerreiro». Porque não há então «Super SuperMercados»? Sempre era mais lógico que «Hipermercado». E o pior nos hipermercados é que parece que escolho sempre a pior fila. Fico a estudar minuciosamente o comprimento das filas, a ver o que cada pessoa que está na fila tem nos cestos e a fazer cálculos mentais para ver em que fila me safo mais rapidamente. Após um exercício que me dura entre 30 segundos a 2 horas e 40 minutos, escolho uma caixa e acaba sempre por ser mais lenta que as outras todas. Sou horrível a escolher caixas. Mas se calhar isto acontece porque sou horrível a Matemática também.




P.S.: Não me orgulho disto mas lembrei-me que a palavra «Hiper» também era usada pela Floribella quando dizia «hiper-mega ri-fixe». Saber isto é cultura geral ou é só ocupar espaço na minha mente? De qualquer maneira a minha mente parece um super super-mercado, cabe lá tanta merda que nem tenho noção.