É Verão. Está calor. O Teófilo não se despacha a fazer o regresso dele, planeia mais do que aqueles vilões dos filmes que planeiam alto ataque a não sei o quê durante anos mas são sempre descobertos no último segundo. Já falei nisto no post anterior? A sério? Ando mesmo a ver muita televisão ...
Por falar em televisão, os filmes do Hollywood já os devo ter visto a todos. Alguns deles mais que uma vez até. O pior é que nem me lembro que vi e só quando acaba é que me lembro que já tinha visto aquele filme. No Fox Movies igual. Por isso decidi explorar novos caminhos e novos canais e voltei a consumir de forma capitalista desenhos animados. Já não me lembrava de quão completos podiam ser os desenhos animados, com tantas mensagens subliminares e metáforas da sociedade.
Não, não venho para aqui dizer que os contos da Disney fomentam o racismo nem vou fazer aquelas interpretações todas sexuais. Nada disso, apenas vou mostrar como algumas personagens de desenhos animados são facilmente encontradas em pessoas reais, na vida real. Vejam vocês mesmos e podem escrever alguma que falte nos comentários se me quiserem achincalhar em público e revelar as minhas falhas enquanto escritor no blog, algo que o meu amigo Teófilo tem evitado a todo o custo voltar a ser:
- Suneo (Doraemon): aquele amigo rico que se gaba que vai a muitos sítios e que tem algum irmão, primo ou tio muito importante que lhe abre as portas todas, que vai a todo o lado e o leva com ele ou então traz-lhe grandes presentes. Vive numa casa muito superior à tua e atira-te isso à cara. Por vezes desejas ser como ele ou estar no lugar dele, mas depois voltas a conformar-te com a tua vida;
- Shizuka (Doraemon): a precursora daquilo que se chama hoje a «friendzone»;
- Hércules (Dragon Ball): os armantes que batem nos fraquinhos acham que são invencíveis. Depois aparece alguém que vale alguma coisa, enche-lhe a mala e ele vê-os como se fossem mutantes ou uns super-heróis, com uma força estupenda. Só nunca pensa é que ele é mesmo fraquinho;
- John Arbuckle (Garfield): o típico homem solteiro, que vive sozinho, azarado com as mulheres e em todas as situações do quotidiano, que tal como o cliché indica, compra um gato para viver consigo mas até o gato lhe dá festival e o coloca em situações embaraçosas. De alguma maneira acredito que o futuro do Jorge Abel será mais ou menos assim;
- Baloo (O Livro da Selva): porque toda a gente tem um amigo que é um urso;
- Milhouse (Simpsons): aquele rapaz que na teoria as raparigas deveriam gostar: faz tudo por elas, venera-as, gosta delas de forma indefectível só que como é banana e toda a gente goza com ele e lhe bate, as raparigas não lhe passam cartão, principalmente a que ele gosta;
- Moe (Simpsons): o típico taberneiro de que ninguém quer saber a não ser que nos sirva bem e, volta e meia, ofereça alguma bebida ou faça fiado. Quando começa a desabafar os seus pensamentos e sentimentos ninguém quer realmente saber e só presta atenção para ter alguma bebida à borla num futuro próximo por ele pensar que é nosso amigo;
- Mary Jane (SpiderMan): aquela vizinha de sempre, que é muito boa mas que nunca nos passou cartão até termos ficado com grande corpo ou termos conseguido algo de extraordinário na vida. A partir daí, começa a não nos largar e até se torna chatinha;
- Rafael (Tartarugas Ninja): aquele que sempre que tu planeias ou organizas alguma coisa diz que vai correr mal e te chateia até já não o poderes ver à frente. Apesar de estar sempre a ser negativo nunca sai de nenhum plano e, no fim, quando tudo corre bem, fala como se nunca tivesse duvidado do que se ia fazer de início;
- April O'neill (Tartarugas Ninja): a típica jornalista intrometida, que arrisca a própria vida só para mostrar histórias em exclusivo para o seu canal moribundo e para salvar a sua carreira. Depois têm que ser sempre os outros a evitar que se meta em problemas de maior só por ser curiosa;
- Ciclope (X-Men): o Toy falou neste tipo de pessoas, naquela música que ele tem, a «Sensual», em que diz que «até o teu simples olhar me faz mal». O do Ciclope mata mesmo;
- Jasmin (Aladino): a típica menina rica que se apaixona por um sucateiro só porque é diferente dela e, de certa maneira, para irritar o papá rico. Depois casa-se com ele e ele está garantido para a vida toda.
Se sou infantil por ver desenhos animados? Acho que não. O que se calhar me torna infantil é fazê-lo enquanto como frascos de nutella com os dedos e depois limpo à t-shirt que estou a usar. Antes de começar a fazer maratonas de desenhos animados tinha para aí seis t-shirts brancas, agora só tenho cinco. Não sei o que aconteceu à outra, provavelmente emprestei-a aquela moça que veio cá dormir no outro dia...
P.S.: Bah, quem é que eu quero enganar? Não veio cá nenhuma moça dormir no outro dia, a outra t-shirt branca tive que a deitar fora que estava cheia de manchas de Nutella na parte da frente por eu limpar lá as mãos quando quero mudar de canal. Se calhar sou mesmo infantil. Não digam a ninguém, senão vou ser como o Lynch, aquele amigo do John Arbuckle que também vive sozinho com um animal de estimação e o Garfield faz dele o que quer quando ele vai lá a casa. O que significa que no futuro, além de viver sozinho vou ser o amigalhaço do Jorge Abel. Merda de vida ...
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