quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Top dos meus pensamentos enquanto comia atum


Sei que, o mais mesquinho ou mesquinha de vocês, que isto da mesquinhez não é só coisa de moça nem daqueles moços que só gostam de moças para serem o amigo gay ... Ok deixem-me recomeçar depois deste pensamento. Sei que o mais mesquinho ou mesquinha de vocês, englobo aqui os dois sexos não só para não me considerarem sexista e machista, ainda que o termo «machista» não seja necessariamente mau. Por exemplo, no mundo animal, o macho é o dominador e o que providencia alimento para todo o seu grupo. Ok, terceira tentativa, ainda que gostasse de mostrar os conhecimentos que adquiri ao longo destes últimos tempos em que alterno o Hollywood com o National Geographic, a pedido da Paulinha. Sei que o mais mesquinho ou mesquinha de vocês vai dizer que eu já fiz o top dos meus sonhos há uns tempos. Não sei o que é que sonhos e atum têm a ver, a não ser que sonho com atum muitas vezes.



Muita gente pode achar estranho eu pensar em alguma coisa mais sem ser no sabor do atum e nas formas como gosto do atum ou de qual o lugar do atum entre os peixes, sendo que o 1º é o meu preferido e o 20º é o último classificado da primeira divisão. Depois os outros não interessam. Alguém sabe equipas da segunda divisão de França ou da Alemanha? Não! Só sabem da primeira. Aqui é igual. Se quiserem digo os 20, se não quiserem digo só que o atum é o meu 2º peixe preferido. Mas penso em mais coisas enquanto como atum e coisas até complexas. O atum tem Omega 3 ou lá o que é, que dá força ao cérebro e vitaminas que fazem pensar. Os comboios andam a carvão, os carros verdadeiros a gasolina ou a gasóleo e os cérebros lá a essa coisa de Omega 3. Ainda que eu ache que se estiver acordado 3 dias seguidos sempre a comer Omega 3 o meu cérebro não funciona por falta de sono.



Assim, feitos os 3 parágrafos habituais, para que ninguém, mesquinho ou não, possa dizer que mudei só porque estou envolvido numa relação amorosa, vou agora dar o meu top dos pensamentos enquanto comia atum. Não vou dizer que é top 3, top 5, top 10 ou top 20. Assim escrevo os que me apetecer e não preciso de mudar nada no título.




  • 1: Porque é que, em mais de 90% dos casos, a francesinha sem bife é mais cara que a francesinha normal com bife? Tenho 3 possíveis explicações para isso e todas elas me surgiram enquanto comia atum: 1) as francesinhas sem bife são consideradas «pratos exóticos» e, por isso, o preço agrava; 2) os estabelecimentos fazem um agravamento do preço pela violação da tradição de comer uma francesinha com bife; 3) as francesinhas já estão todas feitas e, sempre que alguém pede sem bife, está lá um moço que com uma precisão de neurocirurgião retira o bife, o que encarece o prato;

  • 2: Se eu fosse namorado de uma actriz pornográfica não via nenhum filme dela. Assim, além de não sentir vontade de matar os outros artistas, nem de sentir ciúmes por eles serem pagos para terem relações com ela enquanto eu, além de não pagar, ainda ter que ir passear com ela e pagar-lhe lanches, se ela não me quisesse fazer alguma coisa em termos sexuais não lhe podia dizer «quer dizer, nos filmes fazes, mas comigo não». Por outro lado, ao ser o namorado de uma actriz pornográfica tinha mesmo que ser bom no lado emocional, porque fisicamente ia haver sempre algum marmanjão lá dos filmes que me metesse num bolso;

  • 3: A minha solução para o desemprego de vários jovens portugueses é muito simples. Através da droga, dos roubos ou de trabalhos temporários, todos aqueles que não tiverem o 9º ano e souberem jogar minimamente futebol, juntam dinheiro e vão viver para o Luxemburgo, para o Lichtenstein, para San Marino, para Malta ou para as Ilhas Faroé. Aí, começam a jogar numa equipa pequena, mas como sabem jogar muito melhor que os cepos que eles lá têm, passado uns anos naturalizam-se e jogam pela selecção deles. Essas selecções apanham sempre porrada nas qualificações das outras selecções mas pode ser que algum clube em condições goste de um desses jovens e o contrate;

  • 4: Se eu fosse guia turístico entre as histórias verdadeiras por trás dos monumentos, ruas ou localidades que eu mostrasse aos turistas, inventava algumas histórias pelo meio. Por um lado, queria ver se alguém desconfiava e, se desconfiasse ou não acreditassem, tinha que trabalhar melhor a história, melhorar alguns detalhes ou não exagerar tanto. Por outro lado, ao fazer estas coisas aos turistas fazia com que o meu trabalho não fosse tão repetitivo e monótono e acordava todos os dias com vontade de ir trabalhar e inventar coisas novas, em vez de mostrar sempre o mesmo, todos os dias, a contar as mesmas coisas;

  • 5: Se eu fosse traficante de droga e andasse com droga no carro conduzia sempre da mesma maneira. Se um polícia me mandasse parar e me perguntasse porque é que eu achava que ele me tinha mandado parar não mandava nenhuma piada nem me tentava safar. Dizia que tinha excedido um pouco o limite de velocidade e que tinha noção disso. Recebia a multa, o polícia pensava que tinha cumprido o seu papel mas tinha-lhe escapado um traficante com o carro cheio de droga só com uma multinha de excesso de velocidade. Além disso, dizia sempre às pessoas que eu só recebia ordens do meu patrão, que assim toda a gente pensava que eu tinha um superior e a Polícia não queria saber de mim, que eles só andam atrás dos grandes;

  • 6: Aquelas pessoas que aparecem naqueles vídeos no Youtube dos Apanhados são mais espertas do que parecem. Eu usava a técnica delas. Quando fosse entrevistado dizia frases sem sentido ou daquelas bombásticas, que depois as pessoas fossem ver ao Youtube e me tornassem famoso por um instante. Olhem se aquele moço do skate não andou por aí em entrevistas e em programas de televisão só porque fez figurinhas na Internet. Por isso, sempre que for entrevistado, seja para o que for, vou utilizar a técnica dos «Apanhados». Depois, se o jornalista for em condições, não tenho sucesso. Mas se o jornalista for mau e andar à procura de ser engraçado, consigo o que quero.






Já tive outros pensamentos, mas não como atum há uns dias e, por isso, o meu Omega 3 já foi todo. Acho que já foi todo. No outro dia liguei ao Ramalho Drogas, que agora que a Polícia já se conformou que não tem jurisdição no Turcomenistão, onde ele esteve a dar workshops de contrafacção de sofás e colchões sem pagar os impostos associados aos bens móveis, ele voltou. Liguei para lhe perguntar se o Omega 3 tinha influência nos anti-psicóticos que ele me deu. Ele perguntou-me quem é que eu era, como tinha o número dele e porque lhe falava em coisas que ele não percebia. Desliguei meio na dúvida mas depois ele apanhou-me na rua e disse-me que aquele número ainda estava sob vigilância e deu-me o novo número dele. Agora é 93. Ele diz que assim não paga se tiver que fazer chamadas. O problema é que eu pago. E foi aí que vi que ele até me tinha em boa conta porque me disse para lhe dar um toque que ele me ligava de volta. 








P.S.: Hoje vi um anúncio da Robialac e lembrei-me do Jorge Abel. Lembrei-me porque fiz um comentário num texto dele onde dizia que a Xana da cantina era uma moça fácil. Fácil é. Demasiado fácil. Ela até já me disse que sabia que eu namorava e que me desejava as felicidades, mas se eu quisesse comer um bife suculento para não enjoar do arroz de frango, que lhe ligasse e ficava só entre nós. Bem, a partir do momento que escrevo aqui fica entre nós, entre o Jorge Abel e entre o Lucindo, que ainda no outro dia me disse que leu os meus textos todos que escrevi aqui duas vezes para aprender comigo. Não gosto de pensar que a Paulinha é o meu arroz de frango, até porque enjoo facilmente de arroz de frango. A Paulinha é a minha lasanha de atum e isso consigo comer todos os dias, sem precisar de bifes pelo meio. 

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