quarta-feira, 30 de maio de 2012

A diferença entre estudar e ler revistas na casa de banho

Para muita gente vai começar a época de exames. Por falar em época de exames, no outro dia fui sair com uma moça que me disse que ia ter dois exames em Junho e que estava a começar a ficar nervosa. Quando lhe perguntei de que curso era, disse-me que era do 9º ano, que ia ter exames a Português e Matemática. Por isso, o conselho que vos dou é este: nunca tenham completa certeza que quem faz exames anda na faculdade e é maior de idade. E agora dou-vos outro conselho: nunca afirmem que uma pessoa é pedófila por ir tomar café com uma moça de 15 anos, porque pode não saber a idade da miúda. Claro que tinha desconfiado quando me disse que o café lhe fazia mal e pediu um Jói de laranja e tirou um Kinder Delice da mala da Hello Kitty. Mas eu pensei que as moças faziam todas isso.


Agora que sei que a moça tinha 15 anos fico preocupado com uma coisa. Enquanto ela falava eu pensei para mim que finalmente tinha conseguido arranjar alguém com maturidade, até mais que eu. E depois descobri que ela tinha 15 anos. O problema aqui não é ter 15 anos ... Ou se calhar é, mas o maior problema nisto tudo é o facto de eu ter menos maturidade que uma pessoa que come Kinder Delice num café. Até porque sempre que como Kinder Delice tenho logo que ir à casa de banho ...


O que nos leva ao post de hoje. A minha casa de banho é quase a minha casa de banho de sonho, só faltava lá um muro e uma janela para a rua onde pudesse ver tudo o que se passava, enquanto estava sentado na sanita. Não tem isso, mas tem o necessário para passar lá muitas mais horas do que as necessárias para realizar as tarefas a que uma casa de banho se propõe. E tudo isto por causa das revistas que se vão amontoando por lá. Sempre que vou à casa de banho perco imenso tempo a ler todas as revistas que lá tem, livros de banda desenhada, jornais perdidos e folhas que não sei como vão lá parar. No outro dia, fui à casa de banho em casa de um amigo (era em casa do Teófilo) e ele não tinha lá nada para ler. Cheguei ao desespero de estar a ler todos os pormenores dos recibos que tinha na carteira só para ler alguma coisa.


O que nos leva verdadeiramente ao post de hoje, especialmente dedicado a estudantes universitários, do secundário e, após o que me aconteceu, também incluo os do 9º ano: qual a diferença entre estudar e ler revistas na casa de banho ? 



  • Decoras tudo o que lês nas revistas, ainda que seja a porcaria mais insignificante, tipo qual é a prestação para comprares aquele colchão da Pikolin. Quando estás a estudar, parece que não retens nada;

  • Quando começas a ler uma revista na casa de banho, acabas num instante. Quando estás a estudar, parece que nunca mais acaba;


  • Falas com os teus amigos sobre o que lês nas revistas mas, tirando os teus professores, parece que ninguém quer saber do que andas a estudar;

  • O pior que podes ler numa revista é uma entrevista de 4 páginas ao Goucha. O pior que podes ter para estudar são livros de 250 páginas em que tens que saber tudo porque o professor é daqueles picuinhas que faz perguntas nos exames sobre um detalhe insignificante daquela matéria da página 136;

  • O maior trabalho que tens nas revistas é fazer as palavras cruzadas ou o Sudoku que lá tem. O maior trabalho que tens para os exames é passares dias inteiros a ler páginas e páginas de livros ou de slides de Power Point e ainda teres que ir escrever sobre isso em exames de três horas;

  • A tua mãe não te vai comparar com o teu irmão (ou irmã) nem com o filho de alguma amiga dela se não souberes quem é o novo namorado da Marta Leite de Castro ou se não souberes que a Jessica Athayde pôs silicone (sim, ando a ler muitas revistas) mas vai-te logo comparar com quem quer que seja se tiraste um 12 num exame em que o filho da amiga da tua mãe tirou 16;

  • Aquilo que lês nas revistas pode-te ser útil para dizeres quando estiveres num encontro. Aquilo que tu estudas apenas vai tornar o teu encontro um fracasso;

  • Se passares à frente a parte da culinária, isso não vai sair em nenhum exame;

  • Se alguém te vir a ler uma revista do ano passado não significa que reprovaste nenhum ano;

  • Se te distraíres a mandar mensagens enquanto estás a ler revistas, quando continuas, sabes o que estavas a ler. Quando mandas uma mensagem enquanto estás a estudar, quando voltas, tens que começar de início porque já não sabes o que estavas a ler;

  • Se emprestas uma revista a alguém e essa pessoa risca a revista, não tem problema nenhum. Se alguém sublinha os teus apontamentos de estudo sem teres sido tu já te desorienta e não consegues estudar direito;

  • Consegues estar a ler uma revista na casa de banho enquanto estás a falar com alguém por chamada de telemóvel ou que esteja do lado de fora da casa de banho e te faça uma pergunta. Se alguém te faz uma pergunta quando estás a estudar, nem que seja «o que queres almoçar?» perdes-te logo no estudo e já não sabes a quantas andas;

Portanto, basicamente, acho que uma pessoa é mais feliz na vida quando passa mais tempo a ler na casa de banho do que a estudar. Era o que eu fazia quando andava na escola. Não admira que os meus testes tivessem sempre notas de merda ....



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os nomes dos peixes

Pronto, aposto que este post vai ter mais visualizações do que as 4 habituais porque o nome pode enganar alguns moços, que vêm aqui ver se isto é uma espécie de lista de nomes e números de moças roliças só pela associação com a palavra «peixe». Mas não. Volta a ser uma reflexão estúpida e cansada da minha parte para os mesmos 4 leitores de sempre. E um desses 4 é o Teófilo, que me disse no outro dia que já não gostava de escrever, a vocação dele agora é ler. Isto quando vem aqui, porque às vezes nem se lembra que também aparece ali na barra do lado como um «colaborador». Mas o Matthew Praias também aparece e já ninguém sabe dele há para aí três meses.


Mas voltando ao tema que me fez voltar aqui ao blog quase uma semana depois ... Se calhar vocês os quatro perguntam-se porque é que não digo nada desde quarta-feira. Bem ... Se calhar não se perguntam e eu estou a perguntar por vocês. Mas mesmo assim vou dar a resposta: o meu nível de comido do cérebro subiu para comidíssimo, de tal modo que não tenho tido nada sobre o que refletir para postar aqui. Ok, sei que normalmente os textos já têm muito pouca qualidade mas nos últimos dias não iam ter nenhuma mesmo. Tipo este agora, que só estou a fazer à pressão para que depois não me digam: «Hey, oh Gary, já não escreves no blog há uma semana». Claro que quem ia dizer isto ia ser eu a mim próprio, mas assim evito isso na mesma.


Vamos então refletir sobre alguns nomes de peixe e o impacto que isto tem na comunidade:



  • Tubarão: supostamente devia ser um nome que metesse medo por ser um animal mortífero. Mas o nome não mete medo a ninguém. Muito menos quando aqueles brasucas inventaram a música 'é a dança do tubarão, tubarão, tubarão'. Agora sempre que ouço a palavra 'tubarão' penso nessa música ou naquela piada do 'tu baralhas-me'. Se os outros peixes soubessem disto ninguém tinha medo dos tubarões;

  • Atum: sem dúvida o nome mais poderoso entre os peixes. Aposto que se eles formassem um exército o grito de guerra ia ser estrondoso: «ATUUUUUUUUUUUUM». O grande problema para a reputação do atum é o facto de nem todos acabarem por ser Atum Ramirez e serem daqueles atuns xungas que se vendem nos super-mercados a 30 cêntimos a lata. Já viram o que é ser atum, o guerreiro do mar a vida toda, e quando morrer ser um daqueles atuns xungas de marca duvidosa? Mais valia ser como aqueles salmões que após uma viagem de 40 000 km são comidos por um urso mesmo antes de chegarem ao fim;

  • Pargo: potencialmente o nome mais fixe entre os peixes. Se eu fosse um peixe adorava ser um pargo só por causa do nome. Ou vou chamar ao meu filho Vítor Pargo. Dá pinta. Parece nome de empresário;

  • Sardinha: este nome foi muito bem sacado. Tal como acontece na sociedade, a sardinha é o peixe que existe em maior quantidade e é o peixe que mais se come. E, tal como no Mundo dos humanos, comer a pequenina é crime mas toda a gente come ...

  • Robalo: potencialmente este nome mais parece de um prato moçambicano do que de um peixe. Aliás, se eu fosse um peixe, e se fosse um pargo gozava com estes por causa do nome deles;

  • Bacalhau: devem ser os cristos do mar. Entre os peixes deve haver para aí uns duzentos ditados só com a palavra 'bacalhau'. E devem andar sempre sozinhos que ninguém quer estar à beira deles, principalmente na altura do Natal. Estar à beira de um bacalhau no mar nessa altura é morte certa;

  • Lula: se o bacalhau é o cristo do mar, a lula é o amigo tone do bacalhau. Eu tinha um colega meu da minha turma no 5º ano que era o Lula e toda a gente lhe dava tanga. Deve ser mais ou menos o que acontece com a lula no mar. E os outros peixes só não gozam tanto com as lulas porque os primos delas são gajos grandes e maus, os polvos ...

  • Pescada: são as prostitutas do mar. Porquê? Porque andam no mar a oferecer-se ao povo. Aliás, o nome é mesmo para isso: «sim, sim, pesquem-me .... Hmmm, gosto tanto de ser pescada». Mas pior que as pescadas é mesmo aquelas «pescadinhas de rabo na boca». Ainda têm dúvidas?

  • Peixe-Espada: estes são os gandulos do mar. Ninguém quer estar à beira deles que é logo naifada. Imagino eu, se fosse pargo, sair à noite no mar e passar por peixes-espadas, ficava logo sem o dinheiro todo e sem as escamas que eles gamavam-me todo. Foge dos peixes-espadas no mar!

  • Faneca: este peixe é tipo aquele gajo que vive na tua rua e que faz tudo: é alfaiate, tem uma mercearia, é jardineiro e, volta e meia, ainda pinta as paredes da casa do pessoal, arranja autoclismos e vai buscar gatos aos telhados. Tem bigode e é magrinho mas está sempre com uma bata de trabalho e camisa por baixo. No mar, a faneca é esse peixe, quem precisa de alguma coisa, vai ao escritório de alguma faneca que faz tudo;

  • Dourada: são os meninos ricos do mar. Andam nos colégios dos ricos, têm grandes carros e os pais têm corais em seu nome. E, pior que isso, é que ostentam no nome que são ricos. Depois claro, quando são pescados, valem grandes pastas cá fora, é dos peixes mais caros.

Agora que penso bem, Gary Pargo não ficava muito bem, mas Vítor Pargo é grandioso. Se calhar vou mudar o nome do blog para «Pargos do Cérebro», tinha outro impacto. Ou não. Se calhar aí em vez de 4 perdidos que aqui vinham ler estes textos, só vinha eu e o Teófilo por ser bom amigo. O Teófilo, se fosse peixe, e eu fosse um pargo, ele ia ser o meu amigo Xarroco, que é feio mas que é fiel e está sempre ao meu lado. Apesar de não saber escrever no blog e deixar-me a mim sozinho a mandar postas de pescada. Eu não digo que a pescada é a prostituta do mar? Até a falar do Teófilo acabo por falar em pescada !



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Talentos que todos pensamos ter mas depois vemos que somos mesmo fraquinhos

Todos pensamos ser os melhores em tudo. Faz parte do ser humano. Eu pensei que era o melhor ex-namorado de sempre até ter descoberto que nunca tive uma namorada. Pelo menos uma a sério. Também já pensei que era o melhor a escrever neste blog e ... Bem, realmente sou. Mas com o Jorge Abel e o Teófilo, o nível de exigência não é muito. Agora se escrevesse aqui o Rebelo da mercearia, mestre de traineira e das metáforas, eu já não era o melhor do blog.


Mas não é só a mim que isto acontece. Toda a gente pensa ser dona de talentos superiores ao da maioria das pessoas em vários domínios. E depois há as strippers, que têm mesmo talentos superiores aos da maioria das pessoas. E ganham mais dinheiro numa noite que a maioria das pessoas numa semana. E são mais bonitas que a maioria das pessoas. Mas também são mais infelizes. Adiante, não vou estar aqui a contar a minha noite passada. Vamos então ver que talentos as pessoas pensam que têm mas que depois se vai a ver e não percebem nada do assunto:


  • Jogador de qualquer desporto: aqui o principal é o futebol. Toda a gente diz que conseguia desarmar o Ronaldo, fintar o Piqué e defender um penalty do Ian Harte. Mas depois, convidas essas pessoas para irem jogar contigo e são grandes cepos, nem sabem chutar uma bola e dão mais cacetada que o Fernando Aguiar. Mas, pior que isso, é que conseguem jogar pior que tu, que és o maior cepo e afinal nem o maior cepo és, quanto mais o melhor jogador.

  • Político: toda a gente diz que os políticos são uma porcaria e que «até eu fazia melhor». Gostava de vos ver no lugar dos políticos o que vocês faziam! Eu sei bem o que é ser político. No 6º ano fui o sub-delegado da minha turma e aquilo dava um trabalhão, jurei que nunca mais me metia na política para bem da minha vida. Eram demasiadas pressões e demasiado trabalho.

  • Polícia: quem não critica a acção da polícia? Que passam o dia sem fazer nada, andam nos transportes de borla e agridem ciganos e os gandulos. Pois, a verdade é que quem critica nem sequer deve saber algemar outras pessoas sem ser no acto sexual. E é mesmo difícil apanhar os ladrões. Quando eu era miúdo, jogava aos Polícias e Ladrões e ficava sempre nos polícias porque ninguém me escolhia para os Ladrões e era mesmo difícil apanhar algum. E ainda por cima levava grandes enfardamentos dos ladrões. É mesmo difícil ser polícia.

  • Treinador de futebol: quando se fala em treinador de bancada, fala-se na profissão com mais efectivos no Mundo. Toda a gente dá opinião sobre que táctica se utilizar, que jogador comprar, que jogador vender, quem devem ser os titulares e os suplentes. E se o treinador ganha, é mérito dos jogadores, se perde é porque é fraquinho. Mas todos os que criticam, no lugar dele, ainda faziam pior. Foi o que aconteceu ao meu amigo Osório, quando me criticava por não comprar o Tó Madeira no CM 2001/2002 e só comprar jogadores cansados e ficar sempre em 3º lugar com o Manchester United, mas depois quando o deixei jogar uma vez levou 5-0 do Liverpool ...

  • Médico: aqui nem se fala. O pessoal todo diz que vida de médico é que é bom: ganham bem, trabalham poucas horas e fazem o que lhes apetece. Mas as pessoas não têm noção da pressão que é ser médico. Quando eu jogava ao «Operação» os meus pacientes morriam sempre. Jurei que nunca diria mal de um médico que não me matasse quando eu fosse ao consultório dele. Felizmente nunca fui ao médico na minha vida, é por isso que devo ser saudável.

  • Professor: quando somos alunos dizemos sempre que se fôssemos professores dávamos 10-0 a qualquer professor que já tivemos. Mas não é bem assim. Eu deixei de pensar assim quando tentei ensinar o Jorge Abel a jogar Freecell e ele jogava aquilo como se fosse Solitário e depois dizia que o computador dele estava estragado porque nunca dizia que ele tinha ganho o jogo ....

  • Psicólogo: qualquer pessoa que consiga ouvir outra durante 5 minutos de forma atenta e depois dar um conselho profundo pensa que conseguia ser psicólogo à vontade. Também eu pensava isso até uma vez ouvir o Teófilo durante 10 minutos a falar sobre as saudades que tinha de ser feliz. Aquilo cansou-me de tal maneira que passei a levar uns phones sempre que vou tomar café com o Teófilo para que ele pense que estou a ouvir música e sempre que me chamar, para não me interromper muito tempo, diga só frases curtas. Agora imagino os psicólogos que levam com uma hora e tal de conversas destas ... Parece os meus encontros, com a diferença que sou eu que pago o que as moças consomem.

  • Escritor: Quem nunca pensou que se a Carolina Salgado escreve um livro também conseguia escrever alguma coisa que pelo menos vendesse uns 10 exemplares? Eu também pensei nisso várias vezes e, antes de partir para o livro, criei este blog. A qualidade é o que se vê, ainda mais quando é o Jorge Abel a escrever. E nunca tenho mais de 4 leitores. Por isso abandonei a ideia de escrever um livro, embora seja teimoso e insista em escrever aqui no blog.

  • Cantor: Ok, o Zé Cabra conseguiu, mas isso são casos raros. O homem tinha casacos roxos com diamantes, chamava a atenção. Além disso, conseguia fazer as pessoas rir, isso também é importante, mas a cantar era horrível. Sempre pensei que conseguia fazer melhor que, pelo menos, o Zé Cabra, mas uma vez gravaram-me a cantar no banho e descobri que afinal não conseguia.

  • Comediante: Às vezes vemos programas de humor e pensamos: «Eu acho que também conseguia ter piada ... Se calhar mais que este gajo!». E tentamos. Reunimos um material, pensamos numas piadas, rimo-nos com elas e achamos que temos sentido de humor. Depois contamos aos amigos ou, pior, contamos em encontros amorosos e aquele silêncio constrangedor impera. E eis que descobrimos que, afinal, não servimos para comediante e mais vale dizer coisas sérias, mas certas, do que tentar dizer piadas e ficar toda a gente a pensar porque é que ainda respiramos e o que andamos a fazer neste planeta.

  • Actor Pornográfico: todo o homem afirma que vida de actor pornográfico é que é bom. Vão ao ginásio, têm relações sexuais com grandes barcos e ainda são pagos por isso. Mas depois ... Bem, realmente ser actor pornográfico deve ser grande vida. Quem me dera ser actor pornográfico! Tirando a gonorreia e a sífilis que emana de algumas moças que aparecem em alguns filmes.



P.S.: Quem não se rever nesta lista ou é mentiroso ou pensa que sim senhor, isto é verdade, mas só acontece aos outros e não a si. Eu deixei de acreditar nessa do só acontece aos outros quando me telefonaram a oferecer um colchão, eu fui buscá-lo ao sítio já a pensar que as minhas longas insónias derivadas às dores lancinantes que tenho na coluna iam ser curadas com um belo colchão ortopédico da Pikolin, e afinal queriam-me espetar uma colecção de enciclopédias ilustradas sobre o mundo a 14,99€ por mês durante 6 meses. Isto aconteceu há 4 meses atrás e agora só me faltam pagar mais 29,98€ por estas enciclopédias todas, que ao menos têm servido de almofada ortopédica, já que acabei por não receber nenhum colchão.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

O obeso Júlio

Hoje conheci uma pessoa peculiar. Não por se chamar Júlio, nem por ser obeso. Aliás, a obesidade foi um tema de que nunca falamos aqui no blog. Ok, tirando quando falamos sobre o facto das gordas usarem leggins. Obeso é diferente de ser desse tipo de gordos e gordas. Um obeso tem consciência do que é e, o máximo que faz, é tirar a t-shirt na praia ou ir para aqueles programas de televisão para perder peso. De resto, não gostam de dar muito nas vistas. Tirando pelo facto de serem obesos.


Mas voltando ao Júlio. Conheci-o porque estávamos os dois a tentar comer um bife de 3kg para não pagar a conta do almoço. Claro que eu pedi o bife de 3kg mas levei tupperwares nos bolsos do casaco para pôr lá o bife. E pedi uma mesa à beira da janela para atirar bocados de carne lá para fora a ver se algum cão ou algum mendigo apanhavam aquilo e comiam. Porque não consigo comer um bife de 3kg, agora o Júlio conseguiu na boa. E ainda comeu uma sopa antes e pediu duas vezes pão. E a sopa era daquelas pesadas, de feijão. 


Conhecemo-nos porque mesmo com tupperwares, não consegui comer o bife inteiro. O Júlio viu que era um bocadinho e disse-me que se eu não quisesse pagar a conta, ele comia aquele bocado que me faltava, que ainda estava com fome. Quando o empregado não estava a ver passei-lhe o resto do meu bife. Ele comeu e depois ainda mandou vir umas natas do céu. Agradeci ao Júlio o que ele fez, foi um gesto bonito e convidei-o a tomar café, já que ele me tinha poupado a uma conta para aí de 60€.


O Júlio disse-me que não queria nenhum café mas que aceitava de bom grado uma bola de Berlim e um sumo de laranja ao lanche. Elogiei-o por gostar de sumo de laranja, por ser saudável. E ele perguntou-me porque é que não o elogiava por respirar como as pessoas normais, por gostar de música clássica ou por ir duas vezes por mês ao teatro. Fiquei a pensar naquilo. Realmente nunca ninguém me elogiou por respirar. Deve ser a coisa que faço com mais perfeição se pensar bem. Já respiro bem há mais de vinte anos, de que outra coisa posso dizer o mesmo?


Fui lanchar com o Júlio conforme o prometido e entre outras conversas interessantes que tivemos, não posso deixar de contar a visão dele sobre o mundo e a sua Teoria do Charquinho que, se ele contar à pessoa certa, vai, de certeza absoluta, dar um best-seller. Eu não tenho o dom que ele tem para a palavra senão explicava a teoria aqui. Curiosamente tenho um blog, mas como só serve para dizer parvoíces e para as pessoas terem ainda mais motivos para me criticar, não estou ao nível do Júlio nesse aspecto. Quem me dera ser o Júlio, sinceramente. Tirando o facto de ser obeso.


Para terminar, decidi acabar com o que mais me fascinou no Júlio: ele inventou uma música para ele mesmo. Conhecem aquela música brasileira que o refrão é «Oh Ana Júlia ....» ? Pois, o Júlio aproveitou o nome ser parecido com o dele e fez uma música para ele mesmo. Este homem merecia uma estátua! Claro que se ia gastar imenso dinheiro se fosse feita em tamanho real, mas merecia na mesma. Se calhar se fosse só um busto gastava-se menos ... Mas depois pensava-se nisso! Vou deixar-vos com a letra da música que ele criou para ele e me cantou enquanto comia a sua 4ª bola de Berlim (não paguei o almoço mas a merda do lanche ficou-me caro!):



«Quando te vejo passar por mim, assim a fumegar, /
tens que vir prá minha mesa ... pra eu te pegar /
Contemplo o sal do teu sabor, quero mais por favor /
gosto de te ter na boca e sentir o teu saboooooooor
Sem comida não vivo, dela tanto eu preciso ...
dentro do meu estôôôôôômaaaaaagoooooo
Obeso Júliooooooo oh oh oh oh ....
Obeso Júlioooooo oh, oh oh ...»

segunda-feira, 14 de maio de 2012

'Todos nós acalentamos o desejo secreto de ser uma cadeira'

Não me lembro de onde vi ou ouvi esta frase. Se foi o Cláudio Ramos que a disse, se foi a Maya ou se fui eu mesmo, hoje de manhã, durante uma conversa com o Teófilo. Eu pelo menos achei que fosse uma conversa, o Teófilo disse-me que esteve a falar sozinho. Se calhar só pensei isto para mim próprio. Ou disse enquanto o Teófilo estava a desabafar de alguma coisa importante. Bem, de qualquer maneira não interessa, o meu pensamento supera qualquer assunto do interesse do Teófilo.


Enquanto ser pensante sobre o Mundo, creio que este desejo inconsciente das pessoas em serem cadeiras atinge o seu expoente máximo com aquele instinto básico do ser humano de dizer «senta-te no meu colo» ou de oferecer «colinho» a torto e a direito. Isso seria uma coisa que uma cadeira diria a uma pessoa se falasse. O que me leva a pensar: o que diriam as cadeiras às pessoas se falassem ? E o que diriam as pessoas às cadeiras ? E o que diriam às pessoas umas às outras sobre cadeiras ? Já pensaram nisso ? Não ... Mas eu pensei, hoje.


Eis exemplos de coisas que as pessoas poderiam dizer a cadeiras:



  • «És desconfortável»;
  • «Vocês são todas iguais»;
  • «Aqui cabem duas pessoas»;
  • «Esta cadeira é minha»;
  • «Estou bem sentado»;
  • «Estou farto de estar sentado»;
  • «Fazes muito barulho»;
  • «Já me dói o cu ...»;
  • «O meu casaco fica-te bem»;
  • «Não és a única no Mundo, há muitas mais ...»

Curioso como quase todas elas se podem aplicar às relações amorosas ... Adiante, como estou numa de democracia, vou mostrar o que as cadeiras também poderiam dizer às pessoas, além de 'senta-te no meu colo', caso falassem:

  • «Encosta-te a mim»;
  • «Estás muito pesado»;
  • «Cuidado, que estou toda partida»;
  • «Arrasta-me até ti»;
  • «Eu não sou igual às outras»;
  • «Dois é demais para mim»;
  • «Estás mais gordo»;
  • «Estás a magoar-me»;
  • «Põe-te direito!»;
  • «Estou a levar com o cheiro dos teus peidos»


Novamente, curioso como tudo isto me faz recordar, de certa forma, as minhas relações amorosas anteriores. Escusado será dizer que foram todas um fracasso. Apesar de me darem histórias engraçadas de contar. Para já são engraçadas, daqui a uns anos é o que me vai levar à loucura. Espero eu, não há nada melhor que ser maluco, podemos dizer às pessoas o que nos apetece, sabendo que ninguém nos vai levar a sério. É quase parecido a ter um blog. Mas adiante, para finalizar isto e dar uma visão de todos, eis exemplos do que as pessoas podiam dizer umas às outras sobre cadeiras:

  • «Ai de ti que me roubes a cadeira»;
  • «Que ninguém se sente na minha cadeira!»;
  • «Podes esperar sentado»;
  • «Esta cadeira está mesmo quente»;
  • «Partiste a tua cadeira toda»;
  • «Vai buscar outra cadeira, que esta está estragada»;
  • «Esta cadeira é boa»;
  • «Esta cadeira é horrível»;
  • «Puxa de uma cadeira e senta-te»;
  • «Não arrastes a cadeira»

Não vou dizer outra vez o que isto me faz recordar. Mas faz. E bastante. Pensem bem. Vou é dizer-vos que o assunto «cadeiras» tem outras implicações mais amplas no nosso quotidiano. Digam-me lá qual o nome que os estudantes universitários dão às suas disciplinas? Pois é ... Cadeiras! Mais, a qualquer lado que vás, toda a gente te convida a sentares-te, primeiro que qualquer outra coisa. Uma cadeira, tal como tudo o que é importante no Mundo, tem uma versão simples (os bancos) e a versão 'advanced' (os sofás) como aquelas máquinas dos abdominais que agora não sei o nome e não quero ir pesquisar ao Google. 

Além disso, as cadeiras são como as moças: as melhores são as suecas (no caso das cadeiras ainda é melhor porque a Suécia - o IKEA - vem até nós e não temos que ser nós a ir à Suécia ou esperar que haja aqui outro Campeonato Europeu de futebol e que a Suécia se qualifique). Por último, só quero terminar com esta ideia: quem é que faz as cadeiras? Exactamente, os carpinteiros (ou deveriam ser). E qual a metáfora que se dá a Deus? Pois é, o CARPINTEIRO DO MUNDO! 

Por isso, as cadeiras são muito mais do que simples objectos que manuseamos no dia-a-dia ao nosso gosto.  São coisas fundamentais na nossa vida, sem as quais não conseguiríamos viver e, por isso, temos que tratar as cadeiras como a pérola mais preciosa da nossa vida. É pena que eu não faça o mesmo com as moças, se calhar ia ter muito mais sucesso no amor se fizesse isso. Mas pronto, já que não faço isso no amor, vou começar a fazer com as cadeiras.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nomes de países que não fazem sentido

Quem é que deu os nomes aos países ? Esta é uma pergunta que sempre fiz a mim mesmo. Ok, sei que vai ser o terceiro post esta semana e que estou particularmente chato sempre a escrever porcarias e a fazer vídeos. Mas constou-me que afinal já são 4 pessoas a ler o blog e isso entusiasmou-me. Além disso, vieram-me dizer que o Matthew Praias está a escrever a biografia dele em que fala no blog e isso vai dar ainda mais projecção a isto. É que é assim, do Jorge Abel ninguém quer saber, do Teófilo só querem saber duas pessoas e uma delas está a viver no Paquistão. A outra é o Jorge Abel, que lhe acha piada. Agora o Matthew é um gajo com figura e boa imagem e isso só pode dar lucro ao blog.


Mas adiante, seguindo a linha de raciocínio que tinha para vocês os quatro hoje: quem é que deu os nomes aos países? Quem é que foi indicado para dizer que aquele país se chamava «Eslovénia» ou que aquele se chamava «Albânia» ? Houve uma comissão para isso ? Houve algum júri ? Votações por carta ? Ou andavam gajos tipo Censos a ir perguntar às pessoas se achava que aquele país ao lado de Espanha se devia chamar «França, Sótão ou Pirâmide» ? 


Outra coisa que me intriga são as traduções dos nomes. Por exemplo, porque é que Deutschland se chama «Alemanha» ? Acho que quando um alemão ouve «Alemanha» pensa em tudo menos que é o nome do país dele. E ainda bem que eles não traduziram o nome de todas as cidades como fizeram com 'Basileia', 'Marselha', 'Bolonha', 'Sevilha', ou 'Colónia'. Ia ser engraçado ver a tradução de Bangkok. Mesmo assim, aportuguesaram o nome para Banguecoque. Que ridículo. Mas vamos ver alguns nomes de país que para mim não fazem sentido nenhum:



  • África do Sul: porque não «Sul da África» ? E mesmo que assim fosse, mais parecia uma região de um país, que um país de um continente. Quem inventou este nome devia estar sem ideias. Era o mesmo que chamar à Madeira «Ilha 1» e a Porto Santo «Ilha 2»;
  • Argélia. Pior que se chamar Argélia é a capital ser Argel, mesmo a copiar aquele defesa central brasileiro que jogou no Porto e no Benfica. E tendo em conta quem copiaram, só podiam ser terroristas e fugirem todos para França;
  • Arménia. Parece mais o nome de um instrumento daqueles de folclore que o José Malhoa ou o Emanuel iriam explorar exaustivamente nas suas músicas (ou, mais recentemente, os Micheles Telós desse mundo ...) do que o nome de um país. Por isso é que eles são cepos a jogar futebol!
  • Barém. Ao ver este nome só penso naquela música que o gajo canta «Bara Bara Bara , Beré Beré Beré ...». Mas como os gajos são árabes não percebem nem conhecem a música e portanto está tudo bem;
  • Camarões. Foi desde que se deu o nome de «Camarões» a um país chamado «Cameroon» que os portugueses ganharam fama de parolos que ainda hoje têm no Mundo. 
  • Costa Rica. Na minha cidade, à beira da Doca, há muitos bares de alterne e clubes de strip. Aí, essa zona, poder-se-ia chamar Costa Rica. Ou Costa Rica podia ser um nome de stripper. Agora de um país ...
  • Filipinas. Que país cansado! Nem sei o que será um cenário pior: o país chamar-se assim por causa das bolachas ou as bolachas chamarem-se assim por causa do país. Se calhar as moças lá são como as bolachas: boas para se comer mas as marcas portuguesas são mais baratas e acabam por ser melhores;
  • Gâmbia. Desculpem lá, mas este só podia ser um país de africano cuja população é 100% constituída por pretos. Quem deu este nome merecia um prémio !
  • Granada. Não preciso de dizer mais nada. Depois de Granada há o país AK47, o país G3 e o país Canivete. Quer dizer, isso já existe mais ou menos, é a Suíça;
  • Jordânia. Só porque é nome de brasileira e daqueles nomes que se for uma portuguesa é porque é mesmo feia;
  • Malta. Este é mesmo demais. Imagino, não tinham mais nomes para países e pensaram: «Vive lá alguma malta?» e o outro disse «Olha ... Malta não era mau para nome». E ficou.
  • Mauritânia. Todas as cidades têm um restaurante ou uma marisqueira chamado «Mauritânia». Alguém deve ter comido uma francesinha num restaurante desses e decidiu homenagear o sítio com o nome de um país;
  • Peru. Comentários? Andam em guerra com o Frango para ver quem é melhor? Devem levar cada coça do Frango ...
  • Zâmbia. Estou mesmo a imaginar a complexidade inerente a este nome.

Pessoalmente não sei se faria melhor se alguém me pedisse hoje para dar novos nomes aos países. Quer dizer ... Se calhar faria. Já agora, porque é que as pessoas dão sempre nomes de pessoas aos animais? Quem disse a um urso que ele se chamava urso? Quanto muito podia-se chamar Teófilo. E dizia-se «o Jardim Zoológico da minha cidade tem imensos Teófilos. Há Teófilos Pardos, Teófilos Polares ... E os ataques de Teófilos são muito perigosos!». Ia ter mais piada que dizer «urso».

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Gaivota e Teófilo: O Dilema


Este é o primeiro vídeo feito pelos mais comidos do blog. Já que o Teófilo ainda não descobriu a password do e-mail para escrever, decidiu ajudar-me nisto e fizemos este diálogo. Como podem ver não foi preciso muita coisa: uma coisa que gravasse, uma fotografia tipo passe de cada um de nós e um tema de conversa para encher. Depois pagamos a um moço para fazer as legendas porque as moças dizem que não nos entendem, por isso achamos por bem pôr legendas. Pode ser que isso mude um bocado.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A diferença entre a semana da Queima e o resto do ano

Quem olhar para mim nunca diria que sou estudante universitário. Também não diriam que sou arquitecto, jogador de futebol ou stripper. Se calhar nem diriam nada porque as pessoas têm mais em que pensar do que naquilo que eu poderia ser. Aliás, quem olhar para mim nunca diria sequer que me chamo Gary Gaivota porque ninguém quer saber disso para nada.Bem, ninguém quer saber do Jorge Abel para nada, se calhar quem olhasse para mim perguntava porque é que estava a olhar para mim e desviava o olhar.


Uma vez olhei para o Teófilo e disse-lhe que ele parecia o Enrique Iglesias quando deixa a barba por fazer. Ele perguntou-me porque raio me tinha lembrado daquilo e eu disse-lhe que tinha visto no Youtube nessa tarde um videoclip do Enrique Iglesias. Acho que era aquela que ele diz que pode ser um herói ou uma coisa dessas. Bem, tudo isto para dizer que as primeiras impressões nem sempre são as mais correctas e ajustadas. É o que eu tento sempre dizer nos meus primeiros encontros mas nunca me levou a lado nenhum.


Na semana da Queima das Fitas, essas primeiras impressões por parte de desconhecidos em relação a ti são ainda menos precisas. Quer tenhas ido à Queima ou não. Não estás a perceber a relação ? Sim, tu, o único fiel que ainda vem aqui ler todas as barbaridades que eu escrevo, já que os amigos do Jorge Abel desistiram de vir aqui e o Teófilo não disse a ninguém que escrevia neste blog, acho que por vergonha. Mas adiante.


Qual a diferença entre a semana da Queima e o resto do ano ?



  • Qualquer pessoa que te veja de manhã cedo na rua não pensa que és responsável e que tens um trabalho para o qual acordas cedo. Se és jovem, pensam logo que vieste da Queima e estás de directa;
  • Se adormeceres durante a viagem (de metro, comboio ou autocarro) que estás a efectuar, há-de haver sempre alguém que vai fazer um comentário em que te vai chamar de bêbado e dizer que «estes jovens são uns irresponsáveis». Mesmo que não tenhas ido à Queima. Noutras alturas do ano pensam só que estás cansado;
  • Se disseres a alguém, durante a semana da Queima, que estás mal-disposto pensam logo que exageraste no álcool e não tens controlo sobre ti quando bebes. Se disseres que foi de alguma coisa que comeste ninguém acredita em ti. Ao contrário do resto do ano;
  • Se, logo de manhã, estiveres com dois ou mais amigos teus, alguém há-de pensar que estás com o teu bando, que veio de causar problemas na Queima. No resto do ano, ninguém quer saber. Quanto muito reparam naquele amigo que é mesmo feio mas pensa que tem estilo;
  • Durante a semana da Queima, se te rires alto enquanto estás num transporte público, pensam que ainda estás bêbado. Durante o resto do ano pensam que és uma pessoa divertida. E se abusares no volume, és só malcriado.
  • Se tiveres um telemóvel foleiro, no resto do ano, as pessoas pensam que és um pobretanas e que não dás para mais. Durante a semana da Queima pensam que tens aquele telemóvel para o poderes estragar na Queima, mesmo que tenhas esse telemóvel há 200 anos;
  • Se de manhã, no café a que vais habitualmente, pedires um chá, alguém te há-de fazer um olhar acusatório como quem pergunta: «andaste a beber ?», enquanto que no resto do ano beberes chá de manhã é perfeitamente natural. Desde que não seja de camomila;
  • Estares numa esplanada de uma confeitaria às 8h da manhã significa que vieste da Queima a essa hora. No resto do ano estás só a tomar o pequeno-almoço;
  • Andares de óculos de sol logo de manhã, nesta semana, é para esconderes as olheiras ou os olhos vermelhos. No resto do ano, os outros acham que só fazes isso para mandar estilo;
  • Se vais ao super-mercado comprar cerveja ou outras bebidas alcoólicas é porque vais para a Queima rebentar-te todo e fazer figuras tristes. No resto do ano ... só és um alcoólico crónico que bebe álcool em doses consideráveis mesmo sem ser na semana da Queima.

Acho que já levei com todas estas impressões de desconhecidos por quem passei esta semana. Menos naquela dos amigos, porque normalmente ando sozinho. E porque não tenho amigos. E ter este blog não ajuda nada a fazer novos amigos. Ainda não fui à Queima este ano. Quer dizer, que me lembre não fui ...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A diferença entre ter uma namorada e ter uma PlayStation


  • Não me importo de partilhar a PlayStation com os meus amigos;
  • Se não tenho uma PlayStation, não faz mal, jogo na dos outros, que eles não se importam; 
  • Quando digo aos meus pais que vou jogar PlayStation a casa de um amigo, pensam que vou ter com uma moça, e quando digo que vou ter com uma moça, pensam que vou a casa de algum amigo jogar PlayStation;
  • Fortaleço mais as amizades por jogar PlayStation do que por namorar;
  • Gasto o dinheiro todo de uma só vez com a PlayStation;
  • Se vou ao shopping comprar coisas para a PlayStation não preciso de a levar comigo;
  • Os meus amigos não me criticam se eu levar a PlayStation para as festas que eles organizam em casa deles;
  • As outras raparigas têm inveja e ciúmes da PlayStation e do tempo que passo com ela;
  • Se eu der um biqueiro ou um soco à PlayStation ninguém considera isso violência doméstica;
  • A PlayStation não se importa de ter momentos a três e até a quatro;
  • Mesmo que a empreste a outros ou alguém jogue nela sem eu saber, não deixa de ser a minha PlayStation;
  • Eu desligar a ficha quando ela já me está a chatear não é má-educação;
  • A PlayStation não precisa de roupa nova (e muito menos me exige isso a todo o tempo);
  • É a própria PlayStation que faz as suas actualizações automaticamente;
  • A PlayStation não engorda, não emagrece, não tem crises de humor nem de identidade e é sempre a PlayStation;
  • Volta e meia aparecem versão mais actuais e melhores e ninguém me censura por fazer a troca por essas versões melhores;
  • Com os comandos sem fio, não preciso de estar sempre perto dela para passar bons momentos a dois;
  • Por falar em comandos ... Na relação com a PlayStation sou eu que comando;
  • Aguenta toda a noite comigo;
  • Quando acabo a minha relação com a PlayStation não há choradeira, nem há aqueles comentários de pena dos amigos a dizer «se precisares de alguma coisa estou aqui ...»;


A única semelhança que encontro entre uma namorada e a PlayStation é que, neste momento, não tenho nem uma nem outra. Mas felizmente tenho amigos que têm. PlayStation. Das namoradas deles não quero saber.