Outro dos mitos sociais que se perpetuam é o conceito de charcutaria. É que há talhos para a carne (ainda que alguns insistam em vender rissóis de pescada e de camarão e gelados), peixaria para os peixes e mariscos, frutarias para vender fruta, mercearias para legumes e afins (nas quais, após muitos debates, tenho que incluir os pacotes de batatas fritas) e esquinas de ruas para as prostitutas. Mas não há nenhuma charcutaria !
Se repararmos bem as charcutarias estão ou nos talhos, ou numa secção de super e hiper-mercados ou então, quando conseguem não estar em nenhum desses dois têm que se misturar com alguma coisa ! Sejam doces regionais, vinhos ou detergentes. Conheço um videoclube perto de minha casa que aluga filmes no lado esquerdo da loja e no lado direito tem uma prateleira com detergentes. Por acaso são bons, limpam nódoas de sangue e tudo.
Mas este tema das charcutarias intriga-me. Porquê negar-se a independência das charcutarias ? Isto é colocar a charcutaria ao nível dos churros, que têm sempre que estar numa barraca onde também se vendam farturas. E se repararem bem, nas festas populares, em todas as barracas de farturas há sempre alguém com bigode. Um tio meu tem bigode. Vou ver se deixo crescer eu também e posso tentar a sorte numa barraca de churros um dia destes. Desculpem, uma barraca de churros e farturas.
Sem comentários:
Enviar um comentário