quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Provérbios Homossexuais


Desde que comecei o blog já me chamaram estúpido, insensível, inflexível, arrogante, inculto, lindo, desinformado, reaccionário, simpático, perguntaram-me se eu era 91, parasita e homofóbico. Agradeço sinceramente todos os elogios, acho que o meu pai ia ficar contente de saber que me educou bem o suficiente para ser aquilo que ele sempre queria que eu fosse. O único desgosto dele é eu ser 91, que ele foi sempre 96. No meu primeiro telemóvel também fui 96, mas depois ninguém me convidava para festas de anos porque ficava mais caro ligar-me do que para os outros todos que eram 91 ou que só davam o número de casa e eu também mudei para 91. Para quem quiser dizer que eu cedi à pressão social, podem dizer à vontade, a verdade é que desde que comecei a conhecer moças e a dizer-lhes que era 91 a minha vida tornou-se muito melhor.



Não que agora necessite de moças, tendo em conta que tenho a Paulinha. Ainda no outro dia, mal a Paulinha chegou do trabalho, deu-me um CapriSone daqueles que tem um dragão na embalagem e perguntou-me se tinha dado algum filme de jeito no Hollywood de tarde. Por acaso não tinha dado, mas à noite ia dar o «Assalto ao Arranha-Céus» e eu queria ver. A Paulinha disse que nunca tinha visto o «Assalto ao Arranha-Céus» e por isso envolvemo-nos em actividades sexuais até começar o filme. Por esta altura vocês perguntam-se o que tem isto a ver com o título e eu digo-vos que além do blog ser meu e de eu falar do que quero sem ter que me explicar a ninguém (embora isso explique o porquê de não vir aqui mais gente), é normal delirar durante dois parágrafos e só depois explicar o propósito do título.


Espero que vocês, os apressadinhos (e usei o diminutivo como sendo algo depreciativo e não como um nome carinhoso, não acredito nisso de nomes carinhosos) se sintam mal por ir explicar agora o título. Dizem que sou homofóbico e trato mal, entre outros grupos sociais, os homossexuais. Por isso, tendo em conta que encontrei um caderno do Teófilo de Filosofia do 11º ano e encontrei lá isto, vou dar a conhecer uma lista de provérbios especialmente desenhada para os homossexuais:



  • Quem Pirulo come, Calipo lhe parece;
  • Whiskas em Whiskas enche o meu gatinho o papo;
  • Diz-me com quem ele anda e eu dir-te-ei se é gay;
  • Camisas floridas não se fizeram num dia;
  • O que não vai ao ginásio morre solteiro;
  • Desde pequenino que sei que gosto de pepino;
  • Burro velho não aprende a dar beijo de língua;
  • Olho por olho, língua por língua;
  • Quem não tem cão espera caçar um gato;
  • Cada um puxa a brasa para ser sua companhia;
  • Depressa e bem dificilmente satisfaz alguém;
  • Nunca digas que deste leite não engolirei;
  • Em Junho, cabe bem o punho;
  • Filho que é gay sabe dançar;
  • Zangam-se os namorados, descobrem-se os interessados;
  • Mais vale perder-se um minuto antes de fazer sexo que se fazer sexo num minuto;
  • Devagar se vai ao clímax;
  • Mais vale fazê-lo só que acompanhado por um heterossexual;
  • Não há tesão que sempre dure nem ejaculação que nunca acabe;
  • Quem está mal que mude de posição ou parceiro sexual;
  • Tudo fica bem quando acaba bem;
  • Em tempo de privação, qualquer buraco é satisfação;
  • Homem prevenido evita uma doença aos dois;
  • Muitos amigos, poucos parceiros sexuais;
  • Não adianta ficar chateado quando o leite derramado acerta nos olhos;
  • O que engorda mata-me por dentro;
  • Quem vai a um bacanal, dá e leva;
  • Os homens medem-se medem aos centímetros;
  • Pelas costas dos outros se vê quem é o passivo;
  • Quem gosta de chuva dourada, molha-se;
  • Quem tira e não volta a enfiar, ao Inferno devia ir parar;
  • Quem feio ama nem sabe o que lhe parece.




Como vêem, já não podem dizer que não dou importância aos homossexuais, até lhes forneço um conjunto de provérbios que podem usar no seu dia-a-dia e ainda cubro uma lacuna da cultura portuguesa. Há provérbios para todos os grupos sociais, até para reis e fidalgos que já é coisa que não existe na nossa sociedade há anos (tirando o Rei do frango assado, que é um restaurante aqui da zona mas que, tal como a monarquia, foi ultrapassada por outro sistema, neste caso, o Vítor Piranha a assar frangos dá 10 a 0 ao Rei do frango assado) mas não existe nenhum directamente relacionado com os homossexuais. Aceito os vossos agradecimentos, se me quiserem agradecer, por favor não o façam. Ou melhor, façam-no, mas através do Jorge Abel, que depois ele diz-me o que vocês lhe disseram/fizeram. Até pode ser que se tornem amigos dele, que ele está sempre a dizer-me como sente a falta do Júlio César e que gosta muito do Sebastião mas não se sente plenamente realizado. Vocês já perceberam do que estou a falar.







P.S.: De todos os provérbios desta lista houve apenas um que não encontrei naquele caderno do Teófilo, tenho que confessar. É aquele do Pirulo, esse fui eu que fiz porque acho que não há nada mais homossexual que um Pirulo. Um homem a comer um Pirulo é um homem que atravessou a linha que separa a homossexualidade da paneleirice. Mas por falar nesse caderno do Teófilo, não percebi porque é que tinha esta lista de provérbios na última página, com um coração rosa e as iniciais NS. Que nomes de moças há começado por N? Nádia? Núria? Noémia? Nélia? Ou NS era de «não sei» tendo em conta a indefinição que sentia face à sua sexualidade? O que eu sei é que com os apontamentos que ele tinha lá no caderno e com as correcções dos testes a ocuparem às 5 páginas, já sei porque é que ele nunca passou do 11 a Filosofia. 


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ontem fui jogar futebol com o pessoal lá da fábrica e marquei 2 golos


Já não vinha aqui há duas semanas. Pensei em fazer uma introdução a pedir desculpa pela ausência e a explicar o porquê de não ter vindo escrever, mas o Gary disse-me que se vos dissesse algo pessoal e que fosse uma novidade, vocês me iam perdoar e iam focar-se mais no que eu tinha para dizer de novo do que nos motivos da minha ausência. Eu não sabia que se podia fazer isso, mas vamos ver se resulta mesmo. O Gary diz que está sempre a fazer isto. Por exemplo, no outro dia lembrou-se que se tinha esquecido de responder a uma mensagem da Paulinha há 3 dias e ligou-lhe a dizer que ela nunca ia adivinhar quem é que ele tinha visto no supermercado. Ela esteve aí uns dez minutos a tentar adivinhar e como não acertou desistiu. Depois disse que tinha saudades do Gary e perguntou-lhe se não queria ir lá lanchar, portanto resultou. No entanto, o Venâncio está-me sempre a dizer que é sempre melhor dizer a verdade às moças porque qualquer júri neste Mundo absolvia uma moça que tivesse um ataque de fúria por um moço lhe ter mentido.



Mas adiante, vou para a história que vos quero contar, que idealmente seria no primeiro parágrafo mas perdi-me um bocado. Estava lá na fábrica com o Sebastião a reflectir sobre as diferenças no sabor do polvo se for à lagareiro ou se for à galego quando o Lino veio falar connosco. O Lino é um calmeirão que trabalha lá na fábrica não sei bem a fazer o quê, ele devia era trabalhar numa fábrica de candeeiros e lâmpadas, que com aquela altura nem precisava de escadote para mudar uma lâmpada. Só eu, sempre que preciso de mudar uma lâmpada em casa preciso de ir buscar o escadote e tenho de desarrumar tudo. Prefiro ter que lavar a louça toda depois de jantar do que mudar uma lâmpada. De certeza que o moço que inventou a lâmpada nunca imaginou que os arquitectos iam pôr candeeiros no tecto, se soubesse de certeza que inventava uma lâmpada que nunca fundisse. 



O Lino perguntou-nos se alguma vez tínhamos jogado futebol. O Sebastião disse que virtualmente, nunca tinha perdido um único jogo de FIFA ou PES que disputara em sua casa, mas que quando jogava fora acusava um bocado a pressão e já não ganhava a ninguém desde o FIFA 2011. Eu disse que já não jogava futebol desde que tinha sido dispensado pelo Manchester United nas captações. O Lino perguntou-me em que escalão tinha sido isso e eu disse-lhe que tinha sido no meu 6º ano, devia ter para aí 12 ou 13 anos. Depois perguntou ao Sebastião se só sabia jogar futebol com o comando e ele disse que com os pés jogava um bocado melhor porque nunca tinha de pensar se para chutar era com o quadrado ou com o círculo. Enquanto eu revivia o trauma de ter sido dispensado pelos da minha turma antes deles irem para o torneio inter-turmas com o nome de «Manchester United», o Lino perguntou-nos se queríamos ir jogar com o pessoal da fábrica, nessa noite, que faltavam 3 dos habituais. 



O Sebastião disse logo que sim, por mim e por ele. Eu nem disse nada, ainda estava a recordar as palavras do Luisinho, que era da minha turma, a dizer-me para ao menos ir ver os jogos para ver se aprendia alguma coisa. Ainda bem que fui ver os jogos, que eles apanharam 7-1 de uns moços que andavam no 10º ano e perderam 8-2 com uma turma do 9º ano. Ainda bem que não fui ver quando eles ganharam 11-0 ao 6º2, que assim só vi derrotas e senti-me melhor do que se tivesse visto essa vitória. Quando voltei a mim o Lino já tinha ido embora e o Sebastião estava a dizer que tínhamos de estar às 20:50 no campo. Achei uma hora estranha para se jogar, mas depois o Sebastião é que me disse que o jogo começava às 21:00, mas era para estar antes dez minutos para toda a gente se vestir sem ser à pressa. Ao almoço, disse à Xana da cantina que à noite ia jogar com os outros. Ela perguntou-me se eu não queria ir tomar banho a casa dela. Agradeci o convite mas era melhor não. Do campo a casa da Xana eram para aí uns 15 minutos e ainda apanhava uma constipação.



O jogo foi bom. Perdemos 12-7 mas eu marquei dois golos. Estava lá o pessoal todo da fábrica! O Venâncio jogou a defesa, porque diz que ninguém dá muita atenção aos defesas mas se eles marcam um golo a exibição é muito mais valorizada do que alguém da frente que só marque um golo. O Sebastião jogou mais encostado às linhas porque tinha deixado o telemóvel a carregar e estava à espera de uma mensagem da Sónia. Nunca tinha ouvido falar desta Sónia. O meu tio sempre me disse que só se conhecia verdadeiramente os amigos depois de se ir jogar à bola com eles, depois de os ver mentir à polícia para nos encobrir ou depois de nos emprestarem dinheiro para nos safar de uma situação incómoda. Nunca joguei futebol com o meu tio, mas já lhe emprestei 250€ uma vez e noutra já disse ao Tenente Dantas que não o via há três semanas só para confirmar o álibi do meu tio. Mas é por isso que ele é meu tio e não meu amigo, as regras para os familiares são diferentes. Gostei muito do jogo mas fiquei cansado. Quando disse ao Gary que tinha marcado 2 golos ele perguntou-me quem marcou os 12 do adversário. Por acaso nem sei, mas acho que o Lino fez pelo menos 6 golos e deu para aí 60 cargas de ombro no jogo todo.







P.S.: Aparentemente, todas as segundas-feiras à noite o pessoal aqui da fábrica joga. O Venâncio disse-me no balneário que, por altura do Natal, fizeram um jogo contra uma equipa da Robialac e ganharam-lhes 8-2. Eu fiquei contente, tudo o que seja a Robialac a perder faz-me feliz. Depois perguntei ao Venâncio se tinha jogado o Júlio César. O Venâncio não sabia e perguntou ao Lino. O Lino perguntou-me se era o Júlio César guarda-redes, que tinha estado no Inter, o Júlio César defesa, que tinha estado no Real Madrid ou o Júlio César avançado, que tinha estado no Estrela da Amadora. Acho que não era nenhum deles, porque não sabia que o Júlio César tinha jogado no Inter, no Real Madrid ou no Estrela da Amadora. Mas tendo em conta que também não sabia que ele ia abandonar a fábrica para ir para a Robialac, pode mesmo ser qualquer um dos três.

domingo, 26 de janeiro de 2014

A carta que enviei à CapriSone


Como cidadão informado que sou decidi começar a dirigir-me às pessoas para que saibam aquilo que vai mal no Mundo. Pensei que o faria através deste blog mas depois vi que só tinha chegado às 10 mil visualizações e não às 10 milhões e optei por escrever directamente a algumas empresas que são responsáveis por algumas das coisas com as quais me sinto desagradado. Hoje vou mostrar-vos, a vocês, 10 mil, a carta que enviei à CapriSone. Espero que se revejam nas minhas palavras:




«Bom dia, boa tarde ou boa noite, conforme estejam a ler esta carta. Para mim é bom dia porque a estou a escrever de manhã, porque acredito que é de manhã que se começa o dia e apesar de estar desempregado e ter tempo para escrever esta carta, não me ponho para aí a acordar ao meio-dia como é estereótipo generalizado relativamente aos desempregados.


Mas não é sobre a condição humana que vou falar hoje, talvez numa outra carta se quiserem que explore esse assunto mais a fundo. Acredito que o Presidente e o Vice-Presidente não queiram saber da condição humana, é normal que esses cargos sejam ocupados por pessoas direccionadas para a obtenção de lucro acima de qualquer outro interesse, mas aos demais que lerem esta carta, talvez ao responsável pelo Departamento de Marketing, possa interessar. 


O que me levou a escrever esta carta é precisamente ser um consumidor assíduo de sumos da CapriSone, muito por influência do meu amigo Gary, que uma vez despejou uma garrafa de Compal que eu tinha levado para os anos dele pelo autoclismo abaixo. Semanas depois, no meu casamento, ofereceu-me uma caixa com 60 embalagens de CapriSone de frutos tropicais, algo que ao início estranhei mas depois muito agradeci, tendo em conta que passei a minha lua-de-mel a beber CapriSones enquanto a minha mulher bebia cocktails com chapéuzinhos e bebidas verdes. A partir daí, tornei-me um fã incondicional de CapriSone, de maneira que bebo sempre um depois de fazer amor com a minha mulher ou depois de pôr gasolina, que são duas actividades que me dão bastante prazer.


O facto de adorar os vossos sumos levou-me a experimentar todos os sabores que encontrava. Depois de não querer beber outro sumo que não o de frutos tropicais, tive que expandir os meus horizontes, tal como tive que experimentar novas posições sexuais e novos pratos, embora continuasse a obter prazer com a posição do missionário e a comer arroz de pato. Em primeiro lugar, outra vez por influência do meu amigo Gary, experimentei o CapriSone de frutos exóticos. Nunca soube a diferença entre frutos tropicais e frutos exóticos até beber um CapriSone de frutos exóticos e descobrir que o sabor era diferente de frutos tropicais. Podia dizer que era um homem duplamente feliz, mesmo que no mesmo dia que experimentei o CapriSone de frutos exóticos o meu primo Roberto tenha falecido. O pior é que só soube que tinha um primo quando me disseram «o teu primo Roberto faleceu hoje» e eu perguntei «eu tenho um primo?» e me responderam «sim, tens». Podia ter feito tanta coisa com esse primo! Até mesmo mostrar-lhe o mundo dos sumos CapriSone.


À medida que começava a explorar mais posições sexuais e a descobrir que posso obter prazer de várias maneiras, também no CapriSone tal sucedeu. Desta vez sem a ajuda do meu amigo Gary, descobri um CapriSone de «Safari Fruits». Nunca tinha ouvido falar em «safari fruits», por isso era algo que só havia na vossa marca. Vi os ingredientes e eram frutos que já havia noutros sumos, mas o sabor era realmente algo distinto. A primeira vez que bebi um CapriSone «Safari Fruits» senti-me como se estivesse no Quénia, num jipe, de calções verdes e a ver um tigre a correr atrás de uma gazela. O sabor era incrível! De tal maneira que nesse dia nem consegui jantar para não perder o sabor dos «Safari Fruits». No dia a seguir ao almoço comi pataniscas de bacalhau aquecidas, que não é tão bom como comê-las logo na altura, mas valeu a pena.


Depois de começar a ser um amante altamente satisfatório para a minha mulher, ela própria se rendeu aos encantos do CapriSone, tendo em conta que numa ocasião, após fazermos o amor, ela sentiu sede, foi ao frigorífico e bebeu um CapriSone que lá estava. Em vez de ficar chateado por ter bebido o último que lá estava, fiquei extremamente orgulhoso por poder partilhar esse gosto com a minha mulher, que me roubou o meu apelido, mas ofereceu-me uma vida a dois recheada de momentos sexuais de qualidade. A minha mulher ficou de tal maneira fã da CapriSone que até foi ela que me introduziu a um novo sabor vosso, o «Multivitamínico». Dos quatro sabores que tinha provado não sabia dizer qual o melhor dos quatro, eram todos incrivelmente saborosos. Mas sei bem dizer qual o pior.


O meu amigo Gary, se não se lembram de ter falado dele subam umas linhas, sempre me avisou para nunca beber CapriSone de laranja e assim o fiz. Mas uma vez a minha mulher foi ao super-mercado e trouxe CapriSone de laranja. Disse-me que nas prateleiras estava tudo vazio e havia uns 300 e tal dos de laranja. Como estava com sede no pós-sexo, bebi um dos que ela trouxe, apesar do meu amigo Gary me ter aconselhado a não o fazer, e aquilo era horrível. O sabor era amargo, quase não parecia laranja mas uma espécie de tangerina ou clementina e das mais azedas possível. Pior ainda, vinha ainda com algumas peles que me ficaram na língua durante uns 5 ou 10 minutos depois de beber o sumo. 


Por isso, esta carta é para perceber se fazem o CapriSone de laranja amargo e mau de propósito, para marcar a diferença porque qualquer marca faz um sumo de laranja razoável ou bom mas nem todas fazem um bom sumo de frutos tropicais e nenhuma tem «Safari Fruits» nem «Multivitamínicos», ou se alguém acha aquilo bom? Quem é o vosso fornecedor de laranjas? Se calhar ele também fornece a Santal e dá-lhes as laranjas boas e a vocês dá as más porque a Santal paga mais. É uma questão de marketing ou de mercado? Exijo respostas! Como um amante incondicional de CapriSones sinto uma angústia existencial ao não conseguir responder a estas perguntas. Dói-me na alma sempre que recomendo CapriSones aos meus amigos, conhecidos e familiares e lhes digo «mas evitem beber os de laranja, bebam os outros». Só preciso de uma resposta. Ou então que melhorem o sumo, para que em vez de não conseguir viver sem 4 dos vossos sabores e fingir que o outro não existe, passar a não conseguir viver sem os vossos 5 sabores. 




De um apreciador sem igual dos sumos da vossa marca, com os quais gasto cerca de 150€ mensais, tenha direito ao subsídio de desemprego ou não,




Lucindo Sampaio, de nascença, Lucindo Sampaio Bonifácio, desde o dia do casamento.»



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Coisas que eu fazia 10 mil vezes


O blog chegou hoje às 10 mil visualizações. A princípio nem quis acreditar, pensei que era daquelas ilusões de óptica como naquela vez em que pensei que estava a lutar contra um boi-almiscarado e no fim é que percebi que estava a cortar um bife. Não sei como raio atingimos as 10 mil visualizações, tendo em conta o que para aqui se faz. Não é por mim, acredito que as 9850 visualizações dos meus textos até são poucas para a qualidade dos mesmos, mas não sei como é que os textos do Jorge Abel conseguiram atrair 150 visualizações. Nem quando numa aula de Educação Física o puseram a correr de cuecas ele teve tantas visualizações como agora. Claro que as turmas naquele tempo eram de 23, 24 alunos, não é como agora que cada turma, para ir numa viagem ocupa um autocarro inteiro.



Claro que turmas grandes tinham as suas vantagens. Por um lado, potencialmente podia copiar por mais pessoas. Na minha altura, copiava sempre pelo Gregório, que era o meu colega de carteira. Menos no 9º ano, que tive que ficar ao lado da Georgina, que era uma repetente. A Georgina era daquelas repetentes feias e que ainda por cima não compensam a falta de beleza com simpatia. Logo, era tudo mal na Georgina. Pior que isso, quando eu lhe chamava Geórgia, Tiblisi ou Kaladze (que era um jogador da Geórgia) ela levava a mal e fazia queixa à professora. Ao início ainda levei recados por causa dela, mas depois ela interrompia as aulas tantas vezes para fazer queixa de mim que foi ela que foi lá para fora. Lembro-me perfeitamente dessa aula, em Geografia, quando estávamos a dar as capitais e eu passei a aula a dizer que conhecia bem Tiblisi. 



Tendo em conta as 10 mil visualizações, lembrei-me que devo ter chamado Geórgia à Georgina para aí umas 10 mil vezes. O que me levou, tendo em conta a minha capacidade superior de associar factores, a pensar neste texto e dizer-vos coisas que eu fazia 10 mil vezes (e facilmente!):




  • Ver o Godzilla. Mas o original! Não me ia pôr cá a ver sequelas nem outros filmes de baixo orçamento a imitar o Godzilla mas a darem outro nome tipo «O Dinossauro Nuclear». Ainda não cheguei às dez mil vezes a ver o filme, só me faltam 9819. Quem quiser apostar comigo um milhão de euros que não consigo ver o Godzilla dez mil vezes, que deixe a morada, número do Cartão de Cidadão e a conta do Facebook nos comentários para eu ter a certeza que um dia me paga;

  • Dizer palavras como «atum», «frigideira» ou «flamejante». Uma vez disse «flamejante» 56 vezes seguidas e fiquei a gostar ainda mais da palavra. Depois, descobri que à custa dessas 56 vezes o Tolentino não pode ouvir ninguém a dizer «flamejante» que perde logo a postura toda. Já nem sequer podemos ir comer ao Abílio das francesinhas porque uma vez um moço que estava a comer na mesa ao lado pediu pudim flan para a sobremesa e o Tolentino pensava que ele ia dizer «flamejante» e virou a mesa ao contrário;

  • Beber Capri-Sones de Frutos Exóticos e dizer mal dos Capri-Sones de laranja, que são amargos. No outro dia fui à mercearia do Rebelo comprar 8 Capri-Sones para passar a noite em casa da Paulinha e ele só tinha lá uns novos, frutos do Safari. Ainda pensei que fossem frutos novos, mas eram só frutos que já existem, mas misturados de uma maneira diferente que não são nem exóticos, nem tropicais, mas de safari. Por acaso o sumo é bom, o que mostra que eles devem ter feito os de laranja a saber mal de propósito;

  • Fazer um ar reprovador a moços que foram apanhados no metro pelos picas sem pagar, a moças que estão na caixa do supermercado a comprar toneladas de gelado de chocolate, a pessoas que fazem cagada a conduzir ou a moços que saem à rua com camisas com flores. Basicamente é não dizer nada, apenas olhar com ar reprovador e abanar a cabeça em sinal de desaprovação. Uma vez fiz isso a uma moça que tinha acabado de atropelar uma criança e ela desatou imediatamente a chorar. É um gesto poderoso;

  • Comer polvo com gosto, degustar e apreciar demoradamente e criticar aqueles moços que gostam de lulas, comem lulas frequentemente mas que dizem que não conseguem sequer cheirar o polvo. Era como se uma moça comesse às caixas de Milka e dissesse que não conseguia comer Côte d'Or. Uma vez queria oferecer à Paulinha uma caixa de chocolates e reparei que os mais caros são os que têm referências a animais. A Milka é uma vaca, a Côte d'Or é um elefante e ainda há aqueles das conchas que são mais caros que duas tortas Dan Cake;

  • Jogar jogos de Playstation de futebol ou de luta contra moços que são muito mais fracos que eu mas que pensam que vai ser uma disputa equilibrada e ganhar com uma vitória tão esmagadora que não há qualquer margem para dúvidas que eu sou melhor. Por outro lado, uma vez fui a casa do Hélio, que era um moço da minha turma no 7º ano, e ele ganhou-me 4x0 no Fifa 2000 e eu cuspi no bolo de aniversário dele e mijei para dentro da garrafa de Trina Limão. Nunca ninguém descobriu que fui eu que fiz isso, mas toda a gente me viu a atirar o comando da PlayStation à cabeça do Hélio;

  • Sonhar com criaturas marítimas. Ainda no outro dia tive um sonho espectacular em que eu tinha ido viver para o quilómetro 632 este do Oceano Atlântico e fui a uma entrevista de emprego para trabalhar na Máfia do Mar. A princípio pensei que «Máfia do Mar» era nome de uma peixaria, mas isso era o disfarce deles. Quem me fez a entrevista foi um mexilhão, que me perguntou se eu sabia a diferença entre um cardume de arenques e dois pargos. Disse-lhe que não se conseguia pôr um cardume todo numa só pizza mas que se conseguia pôr dois pargos numa só travessa. Depois ele encaminhou-me para um escritório onde estava lá um congro, que era o rei do crime e que despejava os corpos em sítios onde sabia que iam passar barcos, que pensavam que tinham pescado aquilo mas estavam era, sem saber, a impedir que a Polícia Marítima descobrisse os corpos e investigasse os homicídios;

  • Inventar nomes de jogadores das selecções de países que nunca vão ganhar nada no futebol, a não ser que façam aquele Mundial de equipas que nunca na vida vão ao Mundial que eu defendo porque fui eu que inventei. Olhem se esta selecção do Uganda não vos enganava se vissem na Eurosport ou na Sportv: Kiethella, Russamba, N'kalat, Popetka e Wawala; Zamton, Mitiek e Ashlarta; Kunol, Tetteymo e Janga. O treinador era Arnold Munschffansen, que os treinadores das equipas africanas são todos alemães ou franceses;

  • Ir aquelas convenções que costumo ir sobre factos históricos que nunca aprendi na escola e que tinha muito mais interesse aprender do que saber os cognomes dos reis de Portugal ou a história da padeira de Aljubarrota. A mim interessa-me, por exemplo, saber que sempre que o rei de Espanha vinha almoçar a Portugal se chateava porque pedia «pollo» e os portugueses percebiam «polvo» e traziam-lhe sempre isso. No fim até lhe sabia bem, mas vir a Portugal era sempre uma violação de expectativas do rei de Espanha, porque vinha com a intenção de comer frango e comia sempre polvo. Por isso é que depois os espanhóis nos invadiram um porradão de vezes.





Neste momento, algum de vocês mais preocupado com a minha pessoal, particular e privada (mesmo que não tenha nada a ver com isso, não sou nenhuma figura pública, nem sou vosso amigo, nem familiar. Porque raio estou a escrever em parêntesis? Nem sei porque abri os parêntesis. Se calhar vou fechar e continuar o raciocínio como se não tivesse feito este parêntesis. Não é por isso que se usam os parêntesis, para não interromper o texto principal?) perguntará «Porque é que não puseste que conseguias estar 10 mil vezes com a Paulinha ou que conseguias fazer amor com a Paulinha 10 mil vezes?». Para fazer amor com a Paulinha 10 mil vezes, alguém teria de inventar um nome como se inventou para «hattrick» ou «poker». Assim, quando chegasse às 10 mil vezes, podia dizer que tinha feito um «nome ainda por inventar mas que eu sei que vai ser inventado para eu poder chegar às 10 mil vezes». Até lá, não ponho nesta lista.








P.S.: Espero que daqui a uns tempos não me obriguem a fazer um texto sobre coisas que fazia 20 mil vezes. Por isso, espero que venham aqui cada vez menos pessoas, cada vez menos vezes e me deixem a falar cada vez mais sozinho. Podem vir ver os do Jorge Abel, que depois ele vem-me dizer todo contente que 5 pessoas lerem o texto dele, mas os meus não precisam de vir. Até vos agradeço. Ou isso, ou então podem continuar a vir aqui frequentemente, ler os meus textos todos, comentar e criticar mas sem se lembrarem disto das 20 mil vezes. Senão ou vou ter que encerrar o blog ou vou ter que mentir e dizer sempre que ainda só vai nas 16 mil visualizações .... para sempre.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Pode parecer que é moda eu escrever às terças-feiras mas é só uma coincidência


A minha vida ultimamente anda cheia de coincidências. Ainda anteontem comi um Chipicao antes de ir para a cama e no dia a seguir de manhã encontrei o Gary a sair de casa da Paulinha e ele perguntou-me se eu não lhe queria dar 80 cêntimos para ele comprar um Chipicao. Dei-lhe 1€ porque sei que desde que acabou o escudo e veio o euro os Chipicaos custam todos de 90 cêntimos. E com o euro até acabaram com os Chipicaos de morango. O Gary também me perguntou se eu tinha visto algum minotauro desde que tinha saído de casa e eu disse-lhe que não, mas como não tinha comido nenhum minotauro na noite anterior isso não foi nenhuma coincidência. Outra coincidência aconteceu logo de manhã na fábrica quando o Venâncio me disse que o Enrique Iglesias tinha gravado um videoclip com uma camisa igual à que eu estava a usar naquele dia. Não tinha a certeza se era no «Bailamos» ou noutra mas tinha quase a certeza que tinha sido no «Bailamos». Comecei logo bem o dia.



Mal vi o Sebastião perguntei-lhe se conhecia a minha camisa de algum lado e ele perguntou-me se o moço que cantava o «Torero» não passava o videoclip com uma camisa igual. Eu disse-lhe que o Venâncio tinha falado no Enrique Iglesias e o Sebastião disse que era esse mesmo. Não sabia que era o Enrique Iglesias que cantava o «Torero» mas realmente ele às vezes também canta músicas em espanhol. Já eram duas pessoas a dizer a mesma coisa. Fui ao bar e perguntei à Xana da cantina se ela gostava da minha camisa. A Xana disse-me que as camisas lhe tiravam um bocado do prazer e que não precisava nada disso porque ela em 8 anos disto nunca tinha engravidado. Percebeu mal a minha pergunta, devia estar concentrada no pequeno-almoço. O meu tio, sempre que chega a casa depois de vir dos bares a que ele vai, também fica concentrado a olhar para o lava-louça ou para o fogão. Uma vez perguntei-lhe o que é que ele estava a fazer, ele pegou numa faca, ameaçou-me e disse que não conhecia nenhum André. Foi nesse dia que descobri como não sei nada do meu tio, nem sabia que não conhecia nenhum André. Eu, por exemplo, não conheço nenhum Crispim. 



Por falar em coincidências, o almoço hoje na cantina foi escalopes. Nunca na minha vida tinha comido isso, nem sabia que existia. Perguntei à Xana da cantina que carne era aquela e ela disse que mal eu provasse não ia querer outra coisa. Perguntei-lhe se devia acompanhar com arroz ou com batata frita e ela pareceu desapontada por eu estar a falar do almoço. O Sebastião disse-me que aprendeu em Matemática que havia um triângulo que se chamava escalope. Perguntei-lhe o que era e ele disse-me que não sabia, que tinha tido negativa e só se lembrava do nome, mas que a comida devia ser má porque nunca tinha comido nenhum bolo que se chamasse paralelepípedo nem nenhum sumo que se chamasse oblíquo. Por outro lado, uma vez uma professora disse-lhe que ele tinha um raciocínio circular e estava a criticá-lo. Enquanto estava na fila comecei a pensar como seria um sumo chamado «Oblíquo». Que sabores haveria? Seria um sumo ou um refrigerante? Por momentos senti-me o Gary, de tal modo que quando chegou a minha vez de ser servido ainda não sabia se ia acompanhar com arroz ou com batata.



Ainda por cima não era a Xana a servir, tinha que decidir depressa. Lembrei-me logo do Sebastião me ter dito que o que definia um homem era os segundos que demorava a ir para o computador ver pornografia mal ficasse sozinho em casa ou do Venâncio me ter dito que o que definia um homem era a capacidade de satisfazer sexualmente a sua namorada ou mulher, de forma a que ela não tivesse que procurar obter esse prazer por fora. Não sei porque raio pensei nisto, não me ajudou em nada. Como as batatas fritas da cantina às vezes vêm a saber mal e meias pretas e eu não sabia se gostava de escalopes ou não, pedi arroz. Os escalopes pareciam carne normal mas o Sebastião continuava a dizer que ia ser uma desilusão e que não havia nenhuma comida com nomes matemáticos que fosse boa. Comi um bocado a medo mas até era bom. Afinal, há comida com um nome matemático que sabe bem. Pelo menos era o que eu pensava até o Venâncio, que teve Matemática até ao 12º ano, me ter dito que não havia nenhum triângulo escalope, mas sim escaleno.



Estava explicada a negativa do Sebastião a Matemática. Perguntei-lhe como é que tendo negativa ele chegou até ao 12º ano. O Sebastião disse-me que foi para Humanidades e lá não havia Matemática a sério, só uma de brincar mas que mesmo assim ele nunca tinha passado do 13. Se calhar isso era bom para mim. Nunca fui bom a Matemática e percebo alguma coisa de seres humanos, podia ir para Humanidades. O Venâncio disse-me que o sobrinho dele estava agora no 10º ano em Humanidades e tinha tirado 17 a Geografia. Disse ao Venâncio que se calhar também ia voltar à escola para fazer o 12º ano e ele disse-me que era uma excelente ideia, mas que por outro lado ia ser mau porque já não podia seduzir as raparigas da minha turma porque ia ser mais velho que elas todas e ainda podia ir preso por isso. Por outro lado, disse-me o Venâncio, podia ir para a cama com as professoras sem elas serem punidas por isso. Não sei se ia encontrar o amor da minha vida numa sala de aula mas o Gary sempre me disse que só não se encontra o amor num supermercado, junto à prateleira dos Capri-Sones.








P.S.: O Sebastião disse-me hoje, quando saímos da fábrica, que o moço da Costa Rica o tinha convidado para ir à festa de despedida dele, que ia trabalhar para a Robialac a partir da próxima semana. Enquanto o Sebastião estava preocupado se o moço da Costa Rica ia considerar ofensivo se ele levasse uma camisa havaiana para a festa dele, eu estava preocupado em perceber porque é que a Robialac andava a ir buscar os funcionários todos lá à fábrica. Não têm mais sítios para onde ir? Uma vez vi num filme que havia uma prisão que, por castigo, mandava os presos que tinham feito asneira para uma ilha onde eles se matavam uns aos outros. Se calhar o patrão manda os funcionários que não gosta para a Robialac, por castigo. Pelo sim, pelo não, amanhã vou chegar cedo, perguntar ao patrão se lhe posso oferecer um café e começar a portar-me bem para ele não me mandar para a Robialac. E depois vou tentar perceber porque é que eu não fui convidado para a merda da festa. 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Top 5 dos meus sonhos


Antes que comecem a pensar que vou dar a conhecer os meus sonhos de futuro, tenho uma correcção a fazer: os sonhos não são futuro. O que as pessoas chamam de «sonho» eu chamo de «objectivos de vida». Os sonhos são apenas delírios alucinatórios que toda a gente tem. Dentro do mundo dos sonhos há uma vasta gama, entre os sonhos sexuais em que se está a encavar alta toura que está louca de desejo pelo autor do sonho, passando por sonhos com situações específicas tipo fazer uma colonoscopia ou ir comprar pão de forma e, por fim, aqueles sonhos com cubos, números, palavras aleatórias ou abelhas assassinas, que são os que eu sonho quase todos os dias. A Paulinha já me disse que às vezes sonha comigo. Perguntei-lhe o que é que eu fazia nos sonhos dela e ela disse-me que estava ao lado dela. Que desilusão de sonho.



A grande diferença entre sonhos e objectivos de vida é que uns se realizam e outros não. Nunca tive um sonho que se realizasse. E tive outras coisas que a partir do momento em que se realizaram nunca mais precisei de sonhar com isso. Por exemplo, nunca vou deixar de sonhar que sou um Visigodo a violar uma moça numa aldeia que acabei de conquistar. Mas se algum dia violar uma moça vou começar a sonhar que sou apenas um Visigodo numa aldeia que acabei de conquistar. É a grande diferença entre sonhos e objectivos. Uma vez na escola tive de fazer uma composição sobre quais eram os meus maiores sonhos. Eu não percebi se eram sonhos ou objectivos de vida, mas como detestava aquelas moças que chamavam as professoras a meio dos testes para tirar dúvidas preferi não fazer a composição e tirar negativa.



Lembro-me que depois da correcção do teste a professora me chamou à parte e me perguntou se eu não tinha sonhos. Disse-lhe que sim e contei-lhe que tinha sonhado numa ocasião que sabia falar turco fluentemente e que por causa disso tinha apanhado uma coça dos meus pais que não percebiam nada do que eu dizia. A professora deu-me positiva no teste e aconselhou-me a passar no gabinete da psicóloga. Esse sonho nem foi dos meus melhores, não está no meu top 5, que vou apresentar agora:



  • 5: Eu era uma planície cujo meu melhor amigo era um planalto. A namorada do planalto era uma encosta chamada «Teamim», de maneira que toda a gente lhe chamava «Encosta Teamim». O Planalto tinha um primo que era um gandulo e era um vale chamado «Tudo». Uma vez fizemos uma viagem, eu, o planalto, o Vale Tudo e a Encosta Teamim. Eu não sei onde fomos, sempre que perguntava onde estávamos o Planalto dizia que não sabia onde «Andeávamos». Os outros riam-se todos dessa piada e eu sem perceber. Comecei a não achar piada à brincadeira, enervei-me e chateei-me com o Planalto. O Vale Tudo viu-me a discutir com o primo e encheu-me de porrada que quando acordei do sonho só me apeteceu comer um pão com queijo;

  • 4: Sonhei que queria comprar um carro mas na cidade onde eu vivia não havia nenhum stand de automóveis. Havia de tudo, até uma salsicharia, mas não havia nenhum stand. Lembro-me que essa salsicharia era famosa pelo strip masculino às quartas-feiras à noite e por na compra de 2 frascos de salsichas de Frankfurt oferecer uma garrafa de molho de bifanas. Depois de ter saído da salsicharia com 4 frascos de salsichas e 2 garrafas de molho lembrei-me que queria comprar um carro mas não havia nenhum stand na minha cidade e o único carro que havia à venda era um Citroen Saxo de 1997. Desisti de comprar um carro e optei por comprar uma sapateira, que a minha mãe nesse sonho discutia sempre comigo por eu deixar o meu calçado todo desarrumado;

  • 3: Por falar em sapateira, este é sobre marisco. Tinha ganho 300€ não sei bem porquê, se tinha trabalhado ou se tinha assaltado uma ourivesaria mas como era o elemento mais recente do bando só tinha ficado com 300€. Com esse dinheiro decidi ir comer uma mariscada, porque no sonho nunca tinha comido marisco na vida. Dirigi-me a uma marisqueira. A primeira que me apareceu entrei. Pedi mesa para um e o empregado disse que não tinha, só havia mesa a partir de 2 pessoas. Como ia sozinho, insisti na mesa para um e ele disse-me que havia um sítio onde faltava uma pessoa. Atirou-me para dentro do aquário e disse que eu podia comer o que quisesse. A primeira coisa que me aconteceu foi uma lagosta ter-me roubado os 300€ e um bando de mexilhões roubou-me os sapatos. Um caranguejo tirou-me o relógio e uma navalheira fez jus ao nome e sob ameaça tive de lhe dar o meu telemóvel. Antes de acordar lembro-me da lagosta me ter dito que eles não estavam naquele aquário por serem do Oceano Pacífico;

  • 2: Na segunda posição temos um sonho que quase parecia um desenho animado. Vim da mercearia do Rebelo onde o tinha ouvido dizer uma metáfora nova e, menos importante, tinha comprado uma pizza Romana. Normalmente trago as de queijo e fiambre, a de 4 queijos ou a de atum, mas só havia Romana e trouxe. Mal a pus no forno a pizza parecia estranha porque vinha com um capacete e com uma espada em vez de vir com queijo ou com o que quer que levasse uma pizza romana. Tirei aquilo fora e meti o que restava no forno. Depois de a tirar do forno, parecia uma pizza normal mas sem quase nada. À primeira garfada na pizza fui tele-transportado para os tempos dos romanos e estava no meio da legião romana antes de invadirmos um sítio qualquer. Perguntei a um general onde estávamos e ele perguntou-me onde estava o meu capacete e a minha espada. Disse que tinha deitado ao lixo e ele mandou-me prender. Passei o resto do sonho numa prisão romana e quando estava a fazer amizade com um comerciante fenício que tinha burlado um montão de romanos acordei para ir mijar;

  • 1: Em primeiro lugar está o sonho mais intrigante de sempre. Estava no meu sofá a ver uma maratona de filmes do Bruce Willis quando me tocaram à porta e era uma moça que me cumprimentou com um beijo na boca, perguntou-me como tinha corrido o meu dia e me disse que estava cheia de saudades minhas. Eu não sabia quem ela era nem como sabia o meu andar. Também não sabia que perfume é que ela estava a usar embora estivesse inclinado a dizer que era para aí um da Christian Dior. Nisto ela perguntou-me a que confeitaria íamos lanchar e se eu ia comer outra vez um bispo. Perguntei-lhe se comer bispos dava cadeia e ela disse-me que não. Perguntei-lhe se a Inquisição ainda existia e ela disse-me que não sabia porque nunca tinha passado do 3 a História. Entretanto, dei por mim a lanchar um bispo, no café, com a mesma moça mas ela estava com um perfume diferente, devia ser um da Carolina Herrera. Quando acordei, estava na cama com a Paulinha que me disse que adorava lanchar comigo. Ainda não sei se a moça do sonho era ela ou se fui lanchar com outra moça na realidade e depois sonhei que estava na cama com a Paulinha.




E pronto, já conhecem um pouco mais de mim. O que não quer dizer que vos vá convidar para a minha festa de anos ou para o casamento de algum conhecido ou semi-amigo que tenha bar aberto. Já que ficaram a conhecer o top5 dos meus sonhos, vou deixar-vos um conselho, para ao menos ganharem alguma coisa e não terem vindo aqui só perder tempo: façam-se grandes amigos de moços ou moças que tenham muitos irmãos ou muitos primos. Eventualmente, algum desses irmãos ou primos há-de casar e no casamento dele/dela apostar numa situação de bar aberto. Como és o grande amigo/confidente/companheiro de todas as horas (embora estes últimos dois fossem muito gays, mas por um bar aberto vale tudo) vais ser convidado para o casamento, mesmo que conheças mal o irmão/irmã/primo/prima/quem é esta pessoa mas não interessa porque há bar aberto/sobrinho/sobrinha do teu amigo, vais porque és considerado alguém importante de estar nessa cerimónia. Eu pessoalmente detesto casamentos e por isso é que preciso de bar aberto se for a algum, que é para me esquecer que estou num casamento e divertir-me pelo menos um bocado. 








P.S.: Uma das coisas mais perigosas em casamentos é a forma como algumas moças se vestem. As solteiras costumam aperaltar-se todas quando são convidadas para ir a um casamento, principalmente as solteiras que no dia-a-dia andam sempre mal vestidas e mal arranjadas. Vais uma pessoa a um casamento, começa a beber, mete conversa com uma moça que está ali toda bem vestida, pede-lhe o número, marca um café para o dia a seguir e quando vai ter com a moça ao café está ela ali, toda desarranjada e nada a ver como estava no casamento. Por acaso nunca sonhei que me casava, mas também nunca tive esse objectivo de vida. Se eu me casasse não convidava nenhum amigo meu. Os que mesmo depois disso continuassem meus amigos é porque valorizavam mesmo a amizade (se isso realmente existir) e não eram meus amigos apenas pela possibilidade de usufruírem do bar aberto no meu casamento. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Acabei de comer frango da Churrasqueira e apetece-me escrever um texto


Fui à Churrasqueira buscar o jantar e trouxe frango. Ao início nem me apetecia muito, talvez trouxesse bifinhos com cogumelos, mas quando lá cheguei o Vítor Piranha começou logo a assar frangos e disse que eram para mim. O Vítor Piranha é uma pessoa espectacular mas tem um defeito grande: não gosta de ser contrariado. Quer dizer, pensando bem não é um defeito, até é uma qualidade. Quem me dera a mim que as pessoas não me contrariassem. Se eu dissesse ao Vítor Piranha que não queria frango mas bifinhos, além de lhe fazer a desfeita de não comer frango, ia trocar por bifinhos. Se fosse bifes ele nem levava a mal, mas trocar frango por bifinhos era fazer com que ele se recusasse a servir-me para sempre. O Vítor Piranha já me disse que quando assa um frango é como se estivesse a fazer amor com uma moça e nem sabe qual das sensações é a melhor.



O frango soube-me divinalmente. O Vítor Piranha sabe mesmo o que faz. Se ele assa os frangos como faz o amor com a mulher entendo porque é que já vai na 3ª mulher. Qualquer uma deve querer tê-lo como marido. A Xana disse-me uma vez que se eu quisesse lhe podia dar piri-piri no frango dela que estava bem quente. Por acaso gostava de entrar na cozinha lá da fábrica para ver como é que aquilo funciona, mas a Xana disse-me que só me deixava fazer isso em casa dela, por isso perdi um bocado o interesse. Ainda lhe perguntei se o Sebastião também podia vir comigo, que ele adora frango, mas ela disse-me que já me tinha dito que era muito cedo para fazer uma coisa a três. Quando contei ao Sebastião ele ficou desiludido por não ir. Tinha criado a expectativa de ir comer frango com piri-piri e afinal já não era para ir. Não sei como funciona a desilusão nos moços mas o Venâncio disse-me que «moça desiludida é moça perdida para o resto da vida». Só agora reparei que rima e tudo, o Venâncio é uma fonte de sabedoria.



Há poucas coisas que goste mais do que o frango de churrasco da Churrasqueira. O Gary disse-me uma vez que o sonho dele era ser Visigodo e que o Vítor Piranha também fosse, na mesma altura que ele, e o convidasse todos os dias para ir jantar frango de churrasco à cabana dele. O meu tio disse-me que comer frango é bom mas depenar um frango ainda é melhor. Eu não percebi porque é que depenar o frango era melhor que o comer, ainda por cima se fosse de churrasco, mas depois o meu tio explicou-me que estava a usar uma metáfora sexual. Pensei que só o Rebelo da mercearia é que usasse metáforas sexuais mas afinal há mais gente que faz isso. Perguntei ao Venâncio se ele costuma usar metáforas sexuais e ele diz que só o faz em conversas com amigos, porque com as moças não se fala de sexo mas sim de «fazer amor». Também me disse que só se fala em sexo com moças se forem a psicóloga da escola, a médica de família ou uma moça a quem se ligou antes a marcar hora e se pagou antes.  



O Gary disse-me que nunca pagou para ter sexo com uma moça mas que quando andava no 10º ano lhe pagaram 20€ para mandar ir foder uma professora. Perguntei-lhe que professora tinha sido e ele disse-me que tinha sido a Manca, que dava História. Nunca tive essa professora, mas pelo nome devia ser estrangeira. Eu tive foi uma, também professora de História, que mancava ao andar e que nunca me deu mais que 3. Apesar disso eu até gostava dela porque nunca marcava trabalhos de casa. Eu ainda tentei explicar à minha directora de turma que as 25 faltas de trabalho de casa que tive foi porque a professora confundia faltas de trabalho de casa com faltas de material, que o meu irmão roubava-me o livro de História porque dizia que o papel era fixe para fazer filtros. O meu tio diz sempre que a educação não tem preço, por isso provavelmente nem que me pagassem 20€ dizia isso a uma professora. Segundo o meu tio, o que tem preço é a dignidade e é por isso que ele estoura 200€ por semana num bar qualquer onde ele vai, em Paredes.



Gosto mesmo de trabalhar na fábrica de tintas. Neste momento, gosto mais até do que quando trabalhava no talho. Mas às vezes penso em como seria voltar à escola e fazer o 10º ano. O Sebastião, que fez o 10º ano duas vezes disse que era um dos melhores anos na escola mas deu-me um conselho para não me acontecer o mesmo que lhe aconteceu a ele: as notas são de 0 a 20. Eu isso por acaso sabia, mas o Sebastião no primeiro ano, tirou 5 a Português, a Inglês e a História logo no primeiro período e pensou que já não precisava de estudar mais até ao fim do ano, que não lhe iam baixar de um 5 para um 2. Depois chegou ao fim do ano e a fazer a matrícula para o 11º ano é que lhe disseram que ele tinha reprovado e que as notas eram de 0 a 20. O Sebastião disse-me que primeiro ficou em choque, mas depois tirou a sweater e ficou só de t-shirt e ficou melhor, que na altura das matrículas já é Verão e está mais quente. No segundo ano a fazer o 10º ano o Sebastião teve uma turma mesmo fixe e até namorou com uma moça que entrou para a turma dele. O meu tio tem mesmo razão: a vida, tal como algumas moças que vêm nos anúncios («mas nem todas!», reforçou ele) dá mesmo segundas oportunidades.







P.S.: Já me disseram que eu às vezes não aproveito as oportunidades que tenho. Quem me disse foi o Gary que anteontem me ofereceu 4 tortas Dan Cake que a Paulinha lhe comprou a pensar que ele gostava, mas comprou de morango e não de chocolate, e o Gary não gosta das de morango, porque sabem a framboesa. Eu por acaso nem desgosto, mas não ia comer 4 tortas Dan Cake. Ia levá-las para o meu quarto mas deixei-as na cozinha. O meu irmão encontrou-as ontem à noite e comeu-as todas porque o Génio do Mal quando concede desejos às pessoas é para eles se concretizarem. Eu não sei que desejos é que ele anda a pedir a esse génio (ou Génio, já que escrevi com letra grande atrás também devia escrever agora, pelo menos a minha professora de Português estava sempre a falar na concordância no texto), mas ainda na semana passada me acordou às 4h da manhã para me pedir os 10€ que o Génio do Mal tinha posto na minha carteira. E por acaso estava lá mesmo uma nota de 10€. Não sei como mas estava.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Temas sobre os quais não existem músicas


Vou fazer aquilo que mais gosto: delirar livremente sobre temas que tenho como certezas absolutas e como uma crença inabalável e nada do que vocês me digam me vai demover da minha convicção. Agora que penso bem, isto é o que fazem aqueles comerciantes que dizem que é impossível encontrares um preço mais baixo que o deles. Mal atravessas a rua está o mesmo produto para aí 2€ mais barato. Voltas ao comerciante, expões a situação e ele vai dizer que se reparares bem o produto não é igual, é de pior qualidade. Se entretanto provares que o produto é exactamente igual, ele é capaz de afirmar peremptoriamente que eles lhe compraram o produto e estão a levar mais caro para terem lucro. Hoje vou ser como esses vendedores.



Já não falava de música há algum tempo. Mas também quando falei ou foi a dizer que o Tony Carreira tinha esquizofrenia ou a analisar as músicas da Rosinha e ainda hoje vêm ter pessoas ao blog através desses textos que já os escrevi quando ainda não precisava de anti-psicóticos. Quer dizer, eu precisava, mas dizia que não precisava e acabava por acreditar nisso. Nunca vos aconteceu dizerem uma coisa para vocês próprios e passado uns tempos acreditam mesmo nisso? Uma vez convenci-me que sabia cozinhar e fiz um rosbife à La Goullame para uma moça com quem andava a sair. Se forem pesquisar no google não existe essa especialidade de rosbife. Não fui eu que a inventei porque não existe. Simplesmente fiz rosbife, inventei um nome francês só para impressionar a moça e depois fui para a cama com ela.



Agora que penso este último parágrafo dava uma grande música cujo refrão ia ser «Rosbife à La Goullame não existe, sua cabra». Talvez tirasse a parte que diz «não existe» e ficava só «Rosbife à La Goullame, sua cabra». Ao menos fugia dos temas habituais das músicas, que são quase sempre os mesmos. Por isso, no delírio de hoje, eis temas sobre os quais não existem músicas (pelo menos é minha convicção que não existem):




  • Minotauros. Eu ouço músicas a falar sobre extraterrestres, que só existem na imaginação das pessoas, nos filmes, nas séries de ficção científica e naquele programa de teorias da conspiração, mas sobre Minotauros nada. Queria saber como se iam sentir os gregos, que durante séculos tiveram que conviver com os minotauros e saber que os filhos deles andavam nas mesmas turmas que os minotauros, que faltavam às aulas para andarem a fumar e a roubar, iam reagir perante esta indiferença da nossa sociedade;

  • Pessoas que gostam de polvo mas não comem lulas. Conheço pelo menos 3 pessoas que têm esta particularidade estúpida. O polvo e a lula são primos, vivem no mesmo sítio e sabem quase ao mesmo. Gostar-se de polvo e não se conseguir comer lulas está ao mesmo nível de se fumar e se dizer a toda a gente (como se alguém quisesse saber) que nunca se ia envolver com uma moça que fumasse. Já imagino uma música cujo refrão fosse «mas porquê, porquê ... que é que gostas de polvo mas não comes lulas?»;

  • Tal como os Minotauros, outro povo completamente esquecido pelo mundo musical são os Fenícios. Durante séculos os homens andaram por todos os mares que existiam, gastaram um montão de dinheiro em barcos para fazerem comércio e trazerem coisas novas para as pessoas para, séculos depois, ninguém lhes passar cartão. Não há nenhuma música sobre os Fenícios e as suas viagens, o máximo que lhes deram foi haver o nome Benício, como se fosse um nome de jeito;

  • Ultimamente, desde que a irmã do Cristiano Ronaldo inventou a música para Portugal, que os cantores fazem um montão de músicas para as selecções. É raro o país que não tem uma música para a selecção, para algum jogador ou  para um clube. Entre esses exemplos raros está a selecção do Botswana. Porque não uma música que falasse de países mais desfavorecidos e cujo refrão fosse «e é por isso ... é por isso ... que eu torço pela selecção do Botswana». Até podia ser o João Pedro Pais a cantar;

  • No que a animais diz respeito, até me lembro de haver um tal de «Crazy Frog». As músicas correm os animais todos mas têm uma falha grave: não há músicas sobre bois almiscarados. Esse animal portentoso é também uma nova gama de insultos de género, que é uma moda que eu estou a tentar lançar. Moças: se nós formos insensíveis e frios não nos chamem «bois», chamem-nos «bois almiscarados» porque assim não estamos no mesmo patamar do «boi que comeu a minha irmã no meu quarto, no meu aniversário»;

  • Dizem que a música é o reflexo do dia-a-dia da pessoa. Há músicas que falam sobre amores perdidos, amores felizes, situações absurdas e situações normalíssimas. Eu não acredito nesta definição e espancava quem inventou essa definição apesar de ter quase a certeza que fui eu que a inventei agora mesmo, ou se não inventei copiei-a de alguém inconscientemente já que escrevi isto sem ir consultar qualquer referência. Posto isto, não há nenhuma música sobre comer Chocapic do pacote em vez de se pôr numa taça;

  • Há músicas sobre chover homens ou sobre chuva roxa. No entanto, nunca ninguém abordou uma situação que aconteceu a um amigo meu que eu não vou dizer o nome apesar de dizer sempre nomes, talvez para gerar a dúvida que me aconteceu a mim mas que me estou a escudar num amigo, o qual não revelo o nome. Essa situação é a de namorar com uma moça e confundi-la com a gémea, que alinha nisso e só no fim revela a sua identidade. Já imagino o Anselmo Ralph de óculos de sol a cantar «e eu comi a gémea, mas amor eu não sabia que era ela»;

  • Para terminar, deixo já aqui que pago 50€ a quem fizer uma música com o tema que vou dizer a seguir, a puser no Youtube, conseguir 1 milhão de visualizações e que passe numa rádio, que até pode ser local, desde que gravem e me mostrem a gravação com o da rádio a dizer «e agora na Rádio Frutos do Bosque (porque é uma rádio que não existe, como os frutos do bosque), fiquem com Artista Desconhecido a cantar 'Dicionários'». Gostava de uma música sobre o benefício dos dicionários para o nosso dia-a-dia, nem que seja para ganhar discussões ou para aquele jogo das palavras que eu nunca joguei mas nas séries americanas eles estão sempre a jogar.




Talvez pergunte um de vocês os quatro: «E tu? Porque raio não fazes tu uma música com algum desses temas?». Eu até fazia com todos os temas numa só música. Olha vejam como é fácil: um minotauro que gostava de polvo mas não comia lulas, foi ver ao dicionário o que era um boi almiscarado. Não encontrou e por isso perguntou ao seu amigo Fenício de onde era esse animal. O amigo Fenício disse que tinha um amigo na selecção de futebol do Botswana e então ia-lhe perguntar quando eles fossem jogar contra o Togo. O minotauro disse que havia um futebolista do Togo que comia Chocapic do pacote em vez de uma tigela e o Fenício disse-lhe que também fazia isso, que até a ex-namorada lhe estava sempre a chamar à atenção por causa disso. O minotauro espantava-se e perguntava: «Ex-namorada??». E o Fenício dizia: «Sim». E o minotauro: «Que se passou?». E o Fenício contava que a moça tinha uma gémea e num dia ele confundiu a namorada com a irmã, mas a irmã alinhou, foram para a cama e só no fim é que revelou a sua identidade. E pronto, já está tudo. O refrão inventem vocês. 








P.S.: Algum maldoso vai dizer: «Oh Gary, mas isso não é uma música, é uma composição!». E eu garanto-vos que é uma música, o ritmo até está na minha cabeça e tudo. Outro maldoso vai dizer: «mas assim, se todos os temas estão numa só, qual é o tema principal da música?». A este último não respondo, dou dois estalos, digo para se calar e que eu é que sei, uso o argumento gasto que o blog é meu e finjo que não se passou nada para não influenciar a vossa opinião sobre o texto todo. Quando uma pessoa sabe fazer as coisas não tem que se preocupar com nada. Por isso é que o provérbio diz que quem tem telhados de vidro é que se tem que preocupar, porque quem tem telhados de vidro ou não percebe nada de arquitectura ou não percebe nada desta vida e em vez de espetar uma coça no empreiteiro que fez isso ficou com os telhados de vidro. 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Nem acredito que vou escrever o primeiro texto de 2014


Por acaso até acredito, que foi o Gary que me disse para eu vir aqui escrever qualquer coisa que assim ele não tinha que vir aqui desejar bom ano às pessoas como se realmente quisesse que todos vocês (ou todos nós, nunca sei como é que isto funciona) tivessem um bom ano. Ele não se preocupa, mas eu espero que todos vocês tenham um bom ano. Já vai haver tanta gente ao longo do ano a desejar que vos corra tudo mal, que eu espero que corra tudo bem. Provavelmente não vai correr, mas fica sempre bem. Foi isso que o Venâncio me ensinou para fosse num encontro com uma moça: pagar tudo, ser sempre gentil, abrir sempre a porta e deixá-las passar primeiro porque no fim até pode correr mal e nunca mais nos falarmos mas ao menos fica-me bem e ela não vai mandar mensagens correntes às amigas a dizer que eu sou um parvo e que se a amiga não mandar a 7 amigas eu vou sair com ela. Não sei como é que funciona isso das mensagens correntes, porque sempre que me mandavam eu apagava e fingia que não tinha recebido nada, não fosse ter 7 anos de azar ou a minha mãe morrer.



A minha passagem de ano foi boa. Pelo menos as partes em que estava consciente, porque houve uma altura que tive de ir dormir e perdi o resto da passagem de ano. Não sei bem o que é a passagem de ano, se é a noite toda, se é só entre as 23:59 e as 00:01 ou se é até a pessoa se deitar. Eu acho que é esta última, cada um tem a sua passagem de ano, varia de pessoa para pessoa e de país para país. Por isso é que às 14:00 da tarde os australianos já fizeram a passagem de ano deles. O Gary disse-me que os australianos são os primeiros a festejar a passagem de ano porque estão em primeiro no ranking. Perguntei-lhe em que lugar estava Portugal e ele disse-me que estávamos acima do Turcomenistão e abaixo da Alemanha. Toda a gente tem passagem de ano, mas nem toda a gente tem amor. Mas esqueçam que eu disse isto senão lá fica um desejo por realizar. Quem inventou essa regra que os desejos não se realizam se dissermos a alguém devia ser uma pessoa sem amigos. 



Na passagem de ano veio cá a casa uma prima minha da Eslovénia que eu nunca tinha conhecido. O meu tio disse-me que isso era porque ela precisava de um visto para vir morar para cá e então ele tinha carimbado no passaporte dela que podia ficar na cama dele durante uma semana. Não sabia que o meu tio também trabalhava no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras mas realmente ele está sempre a falar em brasileiras e quando vai à Lixa é para ir ter com uma moça ucraniana, por isso faz sentido. O Venâncio disse-me que uma vez fez um casamento de conveniência para uma moça da Moldávia ter cidadania portuguesa e que lhe pagaram 300 contos para fazer isso. O que me importunou mais nesta história foi que demorei para aí quinze minutos para descobrir que 300 contos eram 1500 euros. Não sei se me casava com alguém por 1500 euros, mas o Venâncio disse que fez isso em 1998, nessa altura 1500€ eram para aí 3000€ hoje. E por 3000€ já me casava com uma moça.



O Gary disse-me uma vez que mal o ano novo chega as pessoas estragam-no logo com aumento de impostos, acidentes e aumento de preços só para que ninguém tenha expectativas demasiado altas sobre o novo ano e passe 364 dias a desiludir-se. Eu por acaso não concordo porque só vi Saldos em todo o lado. Até comprei uma camisola que estava a 70% porque nunca tinha comprado nada com 70% de desconto. Agora já posso falar com moças sobre saldos e dizer que uma vez comprei uma camisola a 70% de desconto. O Venâncio sempre me disse que o segredo para conquistar uma moça era falar de coisas em comum e pelo que sei das moças todas gostam de roupas ou de compras ou das duas coisas. Quando contei ao Sebastião ele disse-me que uma vez foi fazer análises e a enfermeira lhe disse que devia encher até 70% do recipiente com urina caso contrário tinha que lhe dar outro. Como vêem, a minha história é bem melhor para contar a uma moça.



Tenho mesmo esperança que 2014 vá ser o meu ano. Quer dizer, o meu ano não, que ainda não juntei dinheiro suficiente para comprar o ano só para mim, mas acho que me vão correr bem os dias. Para já, mandei mensagem à Xana da cantina a desejar bom ano e ela respondeu-me logo, disse que se eu tivesse comido as doze passas para dar sorte podia comer mais uma só por prazer. Disse-lhe que não gostava muito de passas mas agradeci-lhe ter-me respondido mesmo que tenha sido às 3h da manhã. Disse-lhe que gostava que houvesse coisas que não mudassem só por ser um novo ano e que ela me continuasse a deixar tirar uma sobremesa. A Xana disse-me que se eu quisesse podia comer uma sobremesa que há muito tempo que espera por mim, era só dizer. Espero bem que seja natas do céu. Se for tarte de maçã também não me importo, mas preferia que fosse natas do céu. Disse à Xana isso e ela disse-me que se eu quisesse ia haver natas e ambos íamos ao céu. Estou mesmo a ver que é daquelas porcarias da cozinha moderna e não vou gostar nada ....








P.S.: Aproveito também para dizer que desejei um bom ano ao Júlio César apesar de já não sermos amigos. Espero que um bom ano para ele seja um mau ano para a Robialac, que ele seja despedido e volte a ir trabalhar para a fábrica. Não digo que voltasse a ser o meu melhor amigo porque esse lugar já é do Sebastião e o meu tio sempre me disse que ter muitas melhores amigas é para as moças. O homem só tem uma mulher, uma amante, um mecânico, um barbeiro e um melhor amigo. Também pode ter um testículo, mas aí também só é meio homem, segundo o meu tio. O Venâncio disse-me que ter só um testículo é ser um homem de coragem, mas que ele prefere ter os dois. Mas fora isso, desejo um bom ano a todos e pode estar tudo em saldo mas o meu coração tem 100% de amor para dar a quem merecer.