terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ontem fui jogar futebol com o pessoal lá da fábrica e marquei 2 golos


Já não vinha aqui há duas semanas. Pensei em fazer uma introdução a pedir desculpa pela ausência e a explicar o porquê de não ter vindo escrever, mas o Gary disse-me que se vos dissesse algo pessoal e que fosse uma novidade, vocês me iam perdoar e iam focar-se mais no que eu tinha para dizer de novo do que nos motivos da minha ausência. Eu não sabia que se podia fazer isso, mas vamos ver se resulta mesmo. O Gary diz que está sempre a fazer isto. Por exemplo, no outro dia lembrou-se que se tinha esquecido de responder a uma mensagem da Paulinha há 3 dias e ligou-lhe a dizer que ela nunca ia adivinhar quem é que ele tinha visto no supermercado. Ela esteve aí uns dez minutos a tentar adivinhar e como não acertou desistiu. Depois disse que tinha saudades do Gary e perguntou-lhe se não queria ir lá lanchar, portanto resultou. No entanto, o Venâncio está-me sempre a dizer que é sempre melhor dizer a verdade às moças porque qualquer júri neste Mundo absolvia uma moça que tivesse um ataque de fúria por um moço lhe ter mentido.



Mas adiante, vou para a história que vos quero contar, que idealmente seria no primeiro parágrafo mas perdi-me um bocado. Estava lá na fábrica com o Sebastião a reflectir sobre as diferenças no sabor do polvo se for à lagareiro ou se for à galego quando o Lino veio falar connosco. O Lino é um calmeirão que trabalha lá na fábrica não sei bem a fazer o quê, ele devia era trabalhar numa fábrica de candeeiros e lâmpadas, que com aquela altura nem precisava de escadote para mudar uma lâmpada. Só eu, sempre que preciso de mudar uma lâmpada em casa preciso de ir buscar o escadote e tenho de desarrumar tudo. Prefiro ter que lavar a louça toda depois de jantar do que mudar uma lâmpada. De certeza que o moço que inventou a lâmpada nunca imaginou que os arquitectos iam pôr candeeiros no tecto, se soubesse de certeza que inventava uma lâmpada que nunca fundisse. 



O Lino perguntou-nos se alguma vez tínhamos jogado futebol. O Sebastião disse que virtualmente, nunca tinha perdido um único jogo de FIFA ou PES que disputara em sua casa, mas que quando jogava fora acusava um bocado a pressão e já não ganhava a ninguém desde o FIFA 2011. Eu disse que já não jogava futebol desde que tinha sido dispensado pelo Manchester United nas captações. O Lino perguntou-me em que escalão tinha sido isso e eu disse-lhe que tinha sido no meu 6º ano, devia ter para aí 12 ou 13 anos. Depois perguntou ao Sebastião se só sabia jogar futebol com o comando e ele disse que com os pés jogava um bocado melhor porque nunca tinha de pensar se para chutar era com o quadrado ou com o círculo. Enquanto eu revivia o trauma de ter sido dispensado pelos da minha turma antes deles irem para o torneio inter-turmas com o nome de «Manchester United», o Lino perguntou-nos se queríamos ir jogar com o pessoal da fábrica, nessa noite, que faltavam 3 dos habituais. 



O Sebastião disse logo que sim, por mim e por ele. Eu nem disse nada, ainda estava a recordar as palavras do Luisinho, que era da minha turma, a dizer-me para ao menos ir ver os jogos para ver se aprendia alguma coisa. Ainda bem que fui ver os jogos, que eles apanharam 7-1 de uns moços que andavam no 10º ano e perderam 8-2 com uma turma do 9º ano. Ainda bem que não fui ver quando eles ganharam 11-0 ao 6º2, que assim só vi derrotas e senti-me melhor do que se tivesse visto essa vitória. Quando voltei a mim o Lino já tinha ido embora e o Sebastião estava a dizer que tínhamos de estar às 20:50 no campo. Achei uma hora estranha para se jogar, mas depois o Sebastião é que me disse que o jogo começava às 21:00, mas era para estar antes dez minutos para toda a gente se vestir sem ser à pressa. Ao almoço, disse à Xana da cantina que à noite ia jogar com os outros. Ela perguntou-me se eu não queria ir tomar banho a casa dela. Agradeci o convite mas era melhor não. Do campo a casa da Xana eram para aí uns 15 minutos e ainda apanhava uma constipação.



O jogo foi bom. Perdemos 12-7 mas eu marquei dois golos. Estava lá o pessoal todo da fábrica! O Venâncio jogou a defesa, porque diz que ninguém dá muita atenção aos defesas mas se eles marcam um golo a exibição é muito mais valorizada do que alguém da frente que só marque um golo. O Sebastião jogou mais encostado às linhas porque tinha deixado o telemóvel a carregar e estava à espera de uma mensagem da Sónia. Nunca tinha ouvido falar desta Sónia. O meu tio sempre me disse que só se conhecia verdadeiramente os amigos depois de se ir jogar à bola com eles, depois de os ver mentir à polícia para nos encobrir ou depois de nos emprestarem dinheiro para nos safar de uma situação incómoda. Nunca joguei futebol com o meu tio, mas já lhe emprestei 250€ uma vez e noutra já disse ao Tenente Dantas que não o via há três semanas só para confirmar o álibi do meu tio. Mas é por isso que ele é meu tio e não meu amigo, as regras para os familiares são diferentes. Gostei muito do jogo mas fiquei cansado. Quando disse ao Gary que tinha marcado 2 golos ele perguntou-me quem marcou os 12 do adversário. Por acaso nem sei, mas acho que o Lino fez pelo menos 6 golos e deu para aí 60 cargas de ombro no jogo todo.







P.S.: Aparentemente, todas as segundas-feiras à noite o pessoal aqui da fábrica joga. O Venâncio disse-me no balneário que, por altura do Natal, fizeram um jogo contra uma equipa da Robialac e ganharam-lhes 8-2. Eu fiquei contente, tudo o que seja a Robialac a perder faz-me feliz. Depois perguntei ao Venâncio se tinha jogado o Júlio César. O Venâncio não sabia e perguntou ao Lino. O Lino perguntou-me se era o Júlio César guarda-redes, que tinha estado no Inter, o Júlio César defesa, que tinha estado no Real Madrid ou o Júlio César avançado, que tinha estado no Estrela da Amadora. Acho que não era nenhum deles, porque não sabia que o Júlio César tinha jogado no Inter, no Real Madrid ou no Estrela da Amadora. Mas tendo em conta que também não sabia que ele ia abandonar a fábrica para ir para a Robialac, pode mesmo ser qualquer um dos três.

4 comentários:

  1. Diz-me, Abel, o Wolverine, na segunda, foi jogar futebol convosco? Se sim, qual era a posição dele e a que equipa pertencia?
    Estou a fazer uma investigação sobre qual a melhor forma de se "vencer" ao Wolverine no futebol, se o melhor é sermos guarda-redes ou avançados. E a tua resposta seria muito pertinente. O Gary respondeu-me, no outro dia. Segundo ele, o melhor é ser-se avançado. Eu apostava em guarda-redes. E tu?

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    1. Adorava responder mas, como disse no texto, nunca tinha ido antes e só fui porque, como o Lino disse e eu escrevi no texto, faltavam 3 dos habituais. Dos que foram jogar nenhum tinha um nome esquisito como esse, o mais esquisito eram um do Controlo de Qualidade que se chama Noémio. Pensei que só havia esse nome para moças, as Noémias, mas pelos vistos também há Noémio.
      Agora, dos 3 habituais que costumam ir e esta semana não foram pode ser que haja alguém com esse nome. Vou perguntar ao Lino amanhã se o vir. Para já, o que te posso dizer, é que «volver» em espanhol é «voltar», disse-me o meu tio que numa ocasião já passou 1 semana em Lugo.

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    2. Compreendo que como não conheces esse jogador habitual que, aparentemente, se ausentou, não sejas capaz de responder à minha questão. Porém, tenho uma sugestão a fazer-te: numa próxima que jogues futebol e que ele esteja presente, achas que poderias cumprimenta-lo com um aperto de mão? Parece-me suficiente para que depois me digas qual a melhor posição para o “venceres”.
      Se, nalguma eventualidade, depois desse aperto de mão precisares de alguma coisa, a Xara disse-me que há um local no corpo dela que ajuda a sarar todas as feridas.

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