segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Porque é que detesto ir à praia


Para começar, eu não detesto ir à praia. Eu detesto ir à praia em Julho, em Agosto e aos fins de semana. Essa sim, é a verdade, mas como os títulos têm de ser bombásticos e polémicos para chamar a atenção das pessoas, preferi pôr assim. Para títulos demasiado longos e descritivos já chega o Jorge Abel. O Gary tinha um amigo que era o Matthew Praias, que também era amigo do Teófilo. Dizem que os amigos devem ter coisas em comum, esse Matthew tinha em comum com o Teófilo o gosto em desaparecerem sem deixar rasto. Ainda que em textos publicados o Teófilo esteja a ganhar 2-1 ao Matthew Praias. Mas adiante, não é para falar de outros semi-colaboradores aqui no blog que vim cá hoje, não sei quantas semanas depois. Vou explicar porque é que detesto ir à praia (em Julho, Agosto e aos fins de semana):




  • Sabem aquele provérbio «preso por ter cão e por não ter»? Na praia é igual. Todas as moças assumem que, quando passam por mim, eu lhes fico a olhar para o rabo. Na maior parte das vezes nem olho, mas quando olho, seja por movimento voluntário ou porque aquilo me aparece no meu campo de visão, as moças reparam e ainda fazem cara de enjoadas por eu estar a olhar. Se não queriam que ninguém olhasse que fossem para a praia de calças de fato de treino daquelas largas;

  • Maior parte das crianças que lá está ou é atrasada mental ou então não são mas parecem. Às vezes, têm um espação para jogar à bola e vão-se pôr a jogar mesmo no meio das pessoas. Depois, acertam-te com a bola, pedes-lhes para terem cuidado e irem jogar para o espação que está sem ninguém. Eles acenam com a cabeça, pedem desculpa e passados 30 segundos estás a levar com a bola outra vez. E o filme repete-se até eles irem à água ou irem comer alguma coisa que a tia de 200kg que os levou trouxe de casa;

  • O maior perigo de se deixar ir as crianças para a praia em grupos não-supervisionados é elas irem com amigos ou amigas que aproveitam que estão sozinhos, sem familiares ou professores por perto e falam com palavrões como se não houvesse amanhã. Eu não sou daqueles que bate com o cotovelo na esquina de uma mesa e grita «POÇA!», nem sou daqueles que quando falha um golo de baliza aberta num jogo com amigos diz «Opa caramba!» mas ouvir estes miúdos a falarem uns com os outros na praia à base dos palavrões faz-me lembrar aqueles que vão às festas de anos dos amigos e comem gomas e fatias de bolo à fartazana porque sabem que no espaço de um mês não vão poder voltar a fazer isso;

  • Se os putos não vão com os amigos para a praia vão com os familiares o que, muitas vezes, ainda é pior. Isto porque em muitos casos, a praia é o espelho clássico de como muitas práticas parentais se resumem ao berro e ao estalo. Quais psicólogos quais quê a dizerem que a comunicação e as regras resolvem tudo, se o menino mandar areia para o pai enquanto este está a fumar o cigarro come com um estaladão e acabou-se a brincadeira. O problema é que estes pais só recorrem ao estalo quando são chateados, pois não importa que o menino tenha estado 2 horas a chatear todas as pessoas que estavam à volta;

  • A ida ao mar é a melhor parte de ir à praia. No entanto, nas idas ao mar acontece um fenómeno com o qual não consigo conviver bem. Toda a gente mija no mar e toda a gente sabe disso. No entanto, quando vou ao mar e ouço alguém a dizer aos amigos «esperem aí que estou a mijar» fico enojado e só me apetece sair do mar a correr. É um fenómeno muito semelhante ao de assistirmos sem querer aos nossos pais a terem relações sexuais: sabemos que tiveram que as fazer pelo menos uma vez, mas nunca queremos imaginar isso e muito menos ver;

  • Os vendedores de bolas de Berlim, gelados, água, cerveja e tudo o resto dão-me pena. Dão-me pena porque fazem-me sentir culpado de eu estar ali deitado sem fazer nada e eles andarem a arrastar uma mala, muitas vezes bastante efeminada, pela praia fora enquanto gritam para toda a gente ouvir e, muitas vezes, ainda são chamados só para gáudio de alguns grupos de jovens que acham piada a assobiar e a chamar e depois fingirem que não o fizeram. E eu detesto isso porque me estragam um bom momento, fazem-me pensar que devia estar a fazer alguma coisa útil quando eu devia era estar sem pensar em merda nenhuma. Só não tenho pena é dos que vão para a praia vender torrões, como se isso não fizesse sede;

  • Outra coisa que detesto na praia é que parece que as pessoas, moços e moças, com tatuagens têm um estatuto social superior e são muito mais bem vistos do que aqueles que não têm nenhuma tatuagem. Qualquer tatuagem, nem que seja um golfinho num tornozelo, demonstra que não se é medricas, que tem gosto pelo risco e pela aventura e que tem uma vida que vale a pena conhecer, não é como esses cromos que não têm tatuagens nenhumas. Cromos como eu que não pagam 60€ para alguém fazer desenhos com agulhas na minha pele. Uma vez fiz um desenho na parede e aquela merda saía com lixívia e levei uma coça digna de ter sido na praia;

  • Não tenho nada contra pessoas gordas. Pelo contrário, até lhes louvo a coragem de irem para a praia. Eu, por exemplo, não tinha coragem de sair à noite se tivesse a cara cheia de acne ou não conseguia aparecer numa entrevista de emprego se tivesse um furúnculo gigante na testa. Agora, o que eu detesto na praia são aquelas moças gordas demasiado à vontade com o seu corpo abastado de gordura e que vão para lá com bikinis que ficam demasiado bem a moças normais mas demasiado horrível a moças desse calibre. Não digo para as moças gordas irem para a praia de fato de banho, isso é mesmo à anos 20, mas para não estragarem os bikinis reduzidos como estragaram as leggins;

  • Para terminar, uma coisa que eu detesto na praia são os grupos de pretos. Não sou racista nem sou daqueles que dizem que os pretos não precisam de ir para a praia. Se eu vir um preto na praia, tudo bem, nada contra. Se eu vir dois pretos na praia, também tudo bem. Mas se eu vir um número superior a 3 pretos juntos na praia, passa a ser um grupo de pretos e que fazem uma das coisas que mais detesto na praia: falam alto, umas vezes em português outras vezes em crioulo, sem critério nenhum, cantam, tocam jambé ou djambé ou lá como é que se escreve e o pior é que se fosse eu, o Gary e o Lucindo a fazer isso éramos uns parolos, mas como é um grupo de pretos até vão para lá moças porque acham piada. E mais! Os ciganos quando estão na praia ou no metro também se põem a cantar e toda a gente foge deles. Até os grupos de pretos. 





Perante isto, já não vou para a praia há mais de um mês. Agora é esperar que passe Agosto e que continue sem emprego para poder aproveitar bem Setembro e Outubro, que depois começam a entrar os dias de frio e deixa de se poder fazer praia. O pior é que tem sido extremamente difícil arranjar algo que fazer sem ser ir à praia. O COJDIV está fechado em Agosto, o Gary disse-me que não pode sair porque está a avaliar de 0 a 10 o desempenho do Bruce Willis em todos os filmes em que entra para depois escrever um ensaio só para passar o tempo e o Lucindo disse-me que eu já tenho tudo arranjado em minha casa e ele não tem mais trabalho aqui. Por isso, lembrei-me disto e pronto. Se alguém se sentiu ofendido que comente, que eu estou a precisar de alguma coisa para fazer.







P.S.: Não me lembrava se fazia PS's ou não mas afinal fazia. Não sei bem o que fazer neste. Alguém sabe se há uma relação entre moços musculados e moços com tatuagens? Eu acho que para aí 95% dos moços que fazem musculação têm uma tatuagem e explico porquê: os moços que andam no ginásio gostam mais de treinar peito e braço e, por isso, ficam muito mais inchados em cima do que nas pernas. Mas acredito que esse gosto se deva ao facto de também fazerem mais tatuagens nos membros superiores do que nos membros inferiores e, por isso, quanto maior for o braço ou o peito mais espaço há para fazerem tatuagens. Quem não concordar que o diga nos comentários para podermos debater isso até Setembro. Quem concordar, que deixe o nome e a morada para enviar o convite para a minha festa de anos. 


3 comentários:

  1. Eu detesto tatuagens.
    Ficam muito bonitas nos primeiros anos, enquanto o corpo ainda é jovem mas quando a pele começa a envelhecer, a pele fica enrugada e as tatuagens nem se percebem.
    Quem faz tatuagens em braços musculados, corre o risco de (ainda mais do que a velhice) ver a tatuagem morrer cedo quando perder o volume de músculo.
    Só gosto de ver tatuagens em zonas do corpo que não se alterem com o tempo, tal como nos pés ou pescoço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não me queria vir meter aqui mas como foste tu que também comentaste o meu texto vou dizer o que acho das tatuagens: as que eu gostava mais eram aquelas da Gorila, que saíam. Se fossem fixes e saíssem ficava com pena, mas a vida é mesmo assim, perdemos o que mais gostamos. Se fossem xungas e saíssem ficava aliviado, porque a vida é mesmo assim, não há mal que sempre dure. Esta última ensinou-me o Venâncio quando me estava a explicar que tinha feito uma sessão «Geral» lá no computador da fábrica para o outro moço que faz os turnos da noite não lhe baixasse a percentagem de vitórias no Freecell.

      Eliminar
  2. Conheço uma moça que joga Freecell e tem uma tatuagem no pescoço. É uma tatuagem bonita e não é da Gorila.

    Com base nesta informação, achas que o Venâncio se poderia interessar nesta moça? Ela precisa de um parceiro.

    ResponderEliminar