É isto o novo ano? Está tudo igual! Pensei que mudasse alguma coisinha, tipo o Verão começar a 6 de Março ou toda a gente ficar com um terceiro olho, tipo o que o Tenshinan tinha no DragonBall. Mas só durante um ano, para o ano acontecia outra coisa. Assim só mudam os números. Que porcaria de ano novo, igual ao ano passado. Deve ser isto que sente um habitante do Lesoto, todos os dias iguais, nada muda, sempre medíocres e sempre incógnitos. É melhor nem falar mais do suposto novo ano senão ainda começo a sentir compaixão pelo Lesoto e não quero nada disso.
Outra coisa que não gosto na altura do ano novo é que não dá nada de jeito na televisão. Os filmes são todos moralistas com mensagens bonitinhas sobre o que é a bondade e supostas lições de vida que agoniam qualquer pessoa. Depois há as missas, os concertos de ano novo, os programas especiais, as revistas do ano passado, sempre a mesma coisa e nada que se aproveite. Por isso, qual foi o meu espanto, quando apanhei finalmente um programa de jeito na televisão chamado «O Rancho das Coelhinhas». Basicamente é pornografia pura e dura mas como dá na televisão em sinal aberto pode-se ver à vontade sem se ser julgado.
Certo é que o raio do programa fez-me pensar. E se existisse um rancho das coelhinhas mas para moças, ou seja, quem trabalhava lá eram moços? Então, o sítio só se poderia chamar «O Rancho dos Bois» e eis as principais características observadas nesse programa:
- Nos tempos livres iam estar todos a fazer torneios de PlayStation ou de Poker e sempre que a campainha tocasse por uma cliente nova ninguém ia logo, havia sempre dois que ficavam a acabar o jogo ou não apareciam porque ainda estava a meio;
- No programa das moças elas estão sempre a entrar e a sair, estão lá 2 semanas ou um mês e saem e vem outra. No dos moços, quem entrasse ali só saía passados para aí 5 ou 6 anos. E era um emprego de sonho. As moças não, só vão ali passar um bocado de tempo e ganhar dinheiro;
- Sempre que aparecesse uma esquisitóide ou uma daquelas que só ali poderia acalentar as esperanças de ter uma relação sexual, toda a gente ia tentar esquivar-se a isso e passar a tarefa para o outro, não ia ser como as moças do outro programa que se fazem a tudo o que lá aparece só para ganharem mais;
- Após o final das relações sexuais, fosse o pedido qual fosse, os moços vestiam-se, desejavam o resto de um bom dia e iam tomar um banho rápido para voltar aos torneios de PlayStation, de poker ou de sueca. Não iam fazer como as moças, ficar ali para aí meia hora a conversar sobre o que fazem os pais do cliente ou onde vive;
- Enquanto que no programa das moças elas ficam histéricas e adoram quando chega o dia de receberem mais brinquedos e geringonças para brincarem no sexo, os moços iam ter a mesma reacção quando lá fosse o responsável pela manutenção do ginásio, levar novas máquinas, mostrar novos exercícios e fazer novos planos de treino;
- Os temas de conversa entre os moços quando não estavam a trabalhar era sobre futebol, sobre os torneios de PlayStation e quem ficou em último, sobre as moças que encavaram antes de chegarem ao Rancho dos Bois e sobre as moças que encavaram já no Rancho. Não havia nada de intrigas e de alianças pelas costas, ao menos nisso o programa das moças é mais rico;
- Sempre que o gerente estivesse fora 2 ou 3 dias, chegava e via a casa cheia e os moços todos nos quartos com moças. Já estava a esfregar as mãos a ver o lucro mas depois reparava que as moças que estavam lá tinham ido para uma festa organizada pelos que trabalhavam lá e não pagaram nada;
- Volta e meia, 3 ou 4 não conseguiam aparecer nos alinhamentos quando aparecia uma cliente nova numa manhã porque estavam de ressaca depois de apanharem grande farda na noite anterior. O problema é que isto acontecia sempre com os mesmos 3 ou 4 para aí uma vez por semana. Depois às vezes lá mudavam os que ficavam na cama, a ressacar, sem se poderem mexer;
- Enquanto as moças no outro programa rezam para que vá lá um homem que só queira o serviço normal, os moços do Rancho dos Bois não se importam que vá lá uma moça que queira fazer tudo. Desde que não venha com aquelas coisas esquisitas de derreter velas ou pôr máscaras de latex, tudo bem;
- O programa das moças já vai para aí na décima temporada. O programa dos moços só ia ter uma temporada, não ia ter audiência nenhuma porque os próprios moços, no programa deles, iam para a sala de convívio ver «O Rancho das Coelhinhas» nos intervalos dos torneios de PlayStation.
Sei que o texto não foi grande coisa mas queriam o quê? Isto é ano novo mas continua tudo igual, logo não vou investir na qualidade dos meus textos e vou continuar a fazê-los fraquinhos. Sabem o que é que era espectacular? Se cada um tivesse um ano diferente, ou seja, em vez de o Verão começar a 6 de Março para toda a gente começava só para alguns. Havia muitos inícios de ano diferentes e no ano a seguir mudava. Depois dava para fazer como os cromos, se saísse um início de ano repetido a alguém trocava com outro que não tinha tido isso. Pensamento muito complexo? Eu sei, acabei com os anti-psicóticos outra vez ...
P.S.: Não me julguem pelos programas de televisão que vejo, isso não é correcto. Julguem-me antes pela roupa que visto ou pelo estilo musical que ouço, isso é muito mais comum e mais generalizado. Ou pelos penteados que uso. Roupa e penteados chega bem para julgar uma pessoa e, se a isso, se juntar o género musical temos o quadro completo. Basta ver aqueles punks, os penteados deles e as roupas cheias de caveiras e a ouvir aquela música que é só barulho. Isso sim! Agora julgar alguém por ver um programa de televisão em que é só nudez e sexo explícito não é nada...
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