Uma das coisas que mais gosto no Natal e na passagem de ano é o material que me dá para escrever. Tirando os fenómenos relacionados com o Verão, em que o cérebro da maioria das pessoas parece que fica do tamanho de um pinhão, a época natalícia é a que dá mais azo a escrever. Tanto que até acabei de utilizar «pinhão» numa expressão. Aliás, o «pinhão» é um dos maiores paradoxos do nosso idioma. Quer dizer, existe uma coisa grandona chamada «pinha» e um fruto pequenitates, que 50 deles não dá para encher uma mão, chama-se «pinhão». O gramático que inventou isto que me venha explicar o porquê.
Ainda que considere estas duas alturas do ano como as mais férteis para escrever, não posso desvalorizar o tema predilecto para todos os vizinhos e idosos do mundo. Isso mesmo, a meteorologia. É um tema de conversa leve, capaz de se ter todos os dias, durante um período a oscilar os 20 e os 60 segundos, sem que a outra pessoa te considere rude (por não lhe falares) ou intrometido (por ser um tema que não revela crenças pessoais, tipo de personalidade ou práticas comportamentais). A única desvantagem de falar sobre o tempo é que só tem este impacto positivo com vizinhos e pessoas desconhecidas.
Ainda que considere estas duas alturas do ano como as mais férteis para escrever, não posso desvalorizar o tema predilecto para todos os vizinhos e idosos do mundo. Isso mesmo, a meteorologia. É um tema de conversa leve, capaz de se ter todos os dias, durante um período a oscilar os 20 e os 60 segundos, sem que a outra pessoa te considere rude (por não lhe falares) ou intrometido (por ser um tema que não revela crenças pessoais, tipo de personalidade ou práticas comportamentais). A única desvantagem de falar sobre o tempo é que só tem este impacto positivo com vizinhos e pessoas desconhecidas.
Por isso, como não vou falar sobre o tempo com vocês, vou falar sobre a passagem de ano. Quer dizer, não é bem falar sobre a passagem de ano, mas sim mostrar-vos o que é que a passagem de ano e o início de namoro têm em comum:
- Fazem-se sempre promessas, umas mais impossíveis que outras, mas a maioria delas acabam por nunca se cumprir;
- Há exageros que se cometem sem necessidade e que, no dia seguinte, já nos arrependemos de o termos feito (entre estes exageros incluem-se as promessas);
- Faz-se uma grande festa por uma coisa que não é assim tão importante e que há todos os anos;
- Em alguns casos terminam na esquadra e a envolver polícia;
- Ou envolvemos os amigos em demasia ou cagamos para eles. Nunca se encontra um equilíbrio perfeito;
- Deixamos a família um bocado à parte e aqueles que passam esta altura com a família são vistos como mau aproveitadores do momento;
- Cada um vive à sua maneira mas há pessoas que têm rituais estranhissimos e que preferes não saber;
- Quando acaba nunca nos lembramos de tudo o que aconteceu e, se nos lembrarmos, algumas das memórias não são assim muito nítidas;
- Diz-se sempre que esta vai ser a melhor de sempre e temos uma crença inabalável nisso, embora no ano a seguir já não me lembre de grande coisa do que fiz;
- Nunca é verdadeiramente como se idealiza;
- À medida que se vai envelhecendo atribui-se cada vez menos importância;
- As pessoas não percebem quando dizes que preferes ficar sozinho ou não fazer grande festa.
Sendo assim, não vou desejar um bom ano a ninguém. Qual é o grande motivo de festejo por passar de um ano para o outro? Alguém festeja a passagem de Janeiro para Fevereiro? Ou a de Julho para Agosto? Não percebo. Outra coisa que não percebo é porque é que o dia 1 de Janeiro é considerado feriado. Supostamente, o primeiro dia do ano deveria dar o exemplo, certo? Mas que exemplo é que o dia 1 dá aos outros 364 dias? É feriado, metade do país está a curar a ressaca, toda a gente acorda tarde, indo para a festa ou não toda a gente bebe álcool noite dentro, há acidentes a torto e a direito, normalmente é neste dia que se conhecem os aumentos que vai haver no novo ano e há vários moços a acordar e a pensar «como é que eu consegui comer uma moça tão feia ontem à noite?!?!».
P.S.: Vamos acabar o ano de 2012 com 5000 visualizações do blog. Portanto, tirando as 4000 visualizações do Jorge Abel, em 40 computadores diferentes e tirando as minhas 150, sobram 850 visualizações divididas pelo Teófilo, pelo Tolentino, por aqueles moços que chegam ao blog através de pesquisas tipo «travesti em Espinho» e por vocês, leitores inocentes daqui do blog. Se me perguntarem se é um bom número eu digo que não, que é horrível. Mas como nunca fui bom a Matemática e, mesmo a copiar, não passava do 3, não sou propriamente a melhor pessoa para falar de números.
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