Ok, o Teófilo voltou, grande coisa. Se fôssemos a fazer uma festa sempre que alguém voltava aqui parecia que éramos todos amigos e que estávamos a festejar os aniversários uns dos outros, todos os anos e sempre da mesma forma. Detesto aniversários, principalmente quando é o meu. Ando o dia todo a atender telefonemas de toda a gente como se gostassem muito de mim. E o pior é quando tenho que desejar «bom aniversário» a pessoas que conheço e, se não lhes disser para terem «um excelente dia» ainda levam a mal. Mas adiante, que não é de aniversários nem do Teófilo que vou falar hoje. Hoje vou abordar outro assunto que me chateia bastante: os estudantes Erasmus. E não é por ser xenófobo. Vejam lá porquê:
- Se falamos com eles em português dizem que não percebem quase nada. Se falamos na língua deles (principalmente em espanhol) pedem-nos para falar português porque se querem habituar ao idioma. Incoerentes da merda;
- Sempre que vou a uma festa Erasmus há mais portugueses que estrangeiras;
- Nunca sabes ao certo de onde são porque falam todos em inglês. Ás vezes, até entre eles do mesmo país falam em inglês, para os outros perceberem. Deve ser lá uma solidariedade entre Erasmus;
- Percebo o quão mau sou a inglês quando falo com eles. Mesmo pensando que até era bom a inglês porque via filmes sem legendas e entendia o que diziam nos jogos de computador, vou falar com um Erasmus e não percebo metade ou então não sei dizer 5 palavras seguidas;
- São estrangeiros mas não são «turistas», nem «estudantes». São «Erasmus», só para serem diferentes dos turistas e dos outros estudantes;
- Contrariamente ao estereótipo propagado, a maior parte das miúdas vem de Erasmus mas sem estar solteira e depois chegam cá e dizem que gostam muito do namorado e não entram em aventuras. Mas se gostavam assim tanto do moço, que ficassem lá no país dele em vez de fugirem para cá!
- Eu só vejo os Erasmus a passear e a sair à noite mas depois voltam para os países deles com altas notas;
- Se eu sair à noite e me fizer a uma miúda, ela diz que sou um porco e um parvalhão. Mas se for um estudante Erasmus a fazer-se à mesma miúda é engraçado porque é estrangeiro;
- Os Erasmus podem dar erros de português ou dizer palavrões sem ninguém gozar com eles ou ficar escandalizado. Pelo contrário, até acham piada;
- Quando os Erasmus se embebedam e andam aos tombos pela rua não são irresponsáveis, são «Erasmus». E isso desculpa tudo;
- Para terminar, maior parte dos Erasmus chegam aqui todos branquelas mas vão embora mais bronzeados que eu, que ando aqui todos os dias durante todo o ano.
E pronto, já está. Já tinha pensado em escrever sobre os Erasmus quando me levaram para uma festa deles em que tinha de pagar 5€ enquanto os Erasmus só pagavam 3€ e eu fiquei logo furioso porque a haver discriminação que fosse ao contrário, ou seja, nós a discriminar-nos os estrangeiros e não ao contrário. Nisso o Gary tem razão, o Mundo é muito pior quando as pessoas querem violar os estereótipos à força. Depois eventualmente acalmei-me e nem pensei mais neste texto, mas depois vem-me para aqui o Teófilo falar de russos e de americanos e fez-me lembrar logo dos estrangeiros e dos Erasmus e pronto, fiquei enervado outra vez.
P.S.: No outro dia vim aqui ver o que andavam a escrever e vi a carta que aquele moço mandou para o Sr. Lucindo de comerem um bife ou de convidarem um ao outro para a festa de anos de não sei quem. É assim, eu não conheço o Sr. Lucindo de lado nenhum, mas acho muito estranho quando um homem nos convida por carta a ir comer um bife, sendo que esse mesmo homem nos pede para o tratarmos por um nome de moça. Eu não vou dizer nada ao Sr. Lucindo, que não tenho essa confiança com ele porque como não faço festa de anos não o posso convidar para isso, mas o Gary devia fazer qualquer coisa em vez de andar aqui a promover regressos de desaparecidos.
Sr. Tolentino,
ResponderEliminarAntes de mais informo que fico feliz por ter voltado. Voltou com um texto que faz uma análise muito interessante. Concordo, consigo, em alguns aspetos.
Mas tenho que lhe contar duas histórias minhas. Fizeram-me ter um apreço diferente pelos estudantes erasmus.
Uma vez estava eu num churrasco e tive um/a estudante erasmus que veio falar comigo, quando eu ja estava dentro do carro para ir embora. Veio elogiar a minha beleza e veio pedir para não me ir embora. Fiquei bastante alegre com aquela observação, particularmente porque o/a estudante erasmus não estava embriagado e não parecia necessitar de óculos. Acredito portanto que foi sincero/a e ficou surpreendido/a com tanta beleza.
Outra situação que me aconteceu foi uma vez num restaurante. Decidi pedir chouriço assado para entradas e um/a estudante erasmus veio ter comigo perguntar-me como se chamava aquele prato, porque tinha bom aspeto e porque parecia que o estava a apreciar prazerosamente. Claro que a preocupação de ter alguém a observar-me, me deixou com a pulga atras da orelha. Mas depois de ver o/a estudante eramus deliciar-se com o chouriço, pensei logo que tinha sido por uma boa causa.
Isso só me vem dar razão a tudo aquilo que eu disse: se eu fosse ter com uma moça no fim de uma festa e lhe dissesse que estava impressionado com a beleza dela, ela ainda acelerava o passo ou me atirava com gás pimenta porque podia ser violador ou tarado sexual. Mas um estudante Erasmus não, só é «sincero» e «querido».
EliminarMas pior é essa dos chouriços. O que diriam as pessoas de mim se eu dissesse que me tinha deliciado com o chouriço. Mas como foi um estudante Erasmus está tudo bem, está só a experimentar iguarias.
Esqueci-me de terminar o comentário.
ResponderEliminarDepois destas duas histórias, comecei a gostar mais dos estudantes erasmus. Fizeram com que tivesse duas situações *surreais* na minha vida. Exatamente aquilo que mais gosto.