O local onde tudo o que é produzido é fruto de delírios alucinatórios. De quem escreve e de quem lê.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Descobri a pass do meu e-mail
Olá gente que não quer saber de mim há três meses e nem sequer pergunta por mim. Olá blog, já não te via há algum tempo. Olá Ray. Olá quatro leitores do blog. Olá estatísticas, desculpem estar a falar com vocês, sei que só o Teófilo vos pode ver, mas digo-vos olá. Estou de volta.
Descobri a pass do meu e-mail. A partir dela descobri que tinha originalidade, era bastante difícil de a descobrir. Por isso agora pus uma mais fácil. Não é a minha data de nascimento, isso era fácil demais. Ou difícil, que aposto que ninguém daqui a sabe. Mas que perdi eu durante todo este tempo em que estive ausente por aqui? E o que é que vocês perderam? Tanta coisa! Vou contar de forma resumida o que me tem acontecido nestes três meses:
Primeiro fiquei de certa forma perturbado por ver que tanto se discutiu aqui no blog coisas que não eram do meu conhecimento. Decotes para homem? Preservativos de mulher? O que vem a seguir? Nem quero pensar. Mas toda esta conversa faz-me lembrar o Matthew Praias. Onde está ele? Desapareceu? Voltou às Bahamas? Foi raptado por um daqueles moços como o Ramiro mas mais agressivo? Nunca mais escreveu e nunca mais o vi lá no ginásio. Não é que ande lá, mas moro em frente e via-o todos os dias, agora não. Havia de ser bonito eu no ginásio, a ir para lá com camisolas de lã e a fazer aulas de abdominais...
Agora uma história que tenho para vos contar. Saí recentemente de uma certa desilusão amorosa que me fez crescer muito. Pelo menos fez-me crescer em infelicidade e na quantidade de comprimidos que tenho que tomar para as dores emocionais. Mas tudo acabou quando ela me disse que eu não tinha sentido de humor. Como assim eu não ter sentido de humor se escrevo aqui para o blog??? Falei-lhe então nisto ...
Contrariamente ao que eu estava à espera (notam a minha evolução? Já começo frases com «contrariamente», isto de se sair com moças tem as suas virtudes...) este não foi um argumento forte. Ela perguntou logo «aquele blog em que escreve lá um Pinguim?». Claro que respondi logo «Gaivota», mas ela não se deixou ficar e disse: «é a mesma coisa, voam, são aves, andam no mar, que é que isso interessa?». E foi aqui que eu fiquei desconfiado.
«O pinguim não é um mamífero? Como a baleia ...», indaguei eu com alguma suspeita (indaguei, topem bem este vocabulário ...). «És mesmo burro Jorge Abel» respondeu-me ela. «Ao menos tenho sentido de humor», disse eu para me defender. «Se dizes isso é porque és burro», rematou ela (rematou, vêem? Não disse «conclui», que isso era facílimo. Toma lá, Verónica. Diz quem é o burro agora ...).
Fiquei um pouco perplexo e perguntei «E o blog? Não conta?». «É muito fraquinho. Mais valia escrever lá um Mike Albatroz, isso sim era um nome que fica no ouvido». Com esta surpreendeu-me. «Que é isso albatroz?», perguntei eu. «És mesmo urso, Jorge Abel», respondeu ela. Urso ... Nunca ninguém me tinha chamado urso. Paneleiro, estúpido, come-merda-às-colheres, filho da puta, otário, tone, banana, nabo, cara de cu, piolhoso, corno, burro e até bexigoso mas nunca urso. Serei eu, Jorge Abel, um urso? E fiquei-me com este pensamento até entrar em casa e o meu irmão me dar um soco.
Deu-me um soco porque ainda estou desempregado. Tem sido o pretexto dele nos últimos dias. Diz que a resolução de Ano Novo dele é bater nos desempregados, mas acho que é mentira porque a minha mãe não trabalha há 17 anos e ele nunca lhe bateu. Só achei curioso ele lembrar-se da resolução de Ano Novo agora em fins de Julho, mas ainda vai a tempo, nisso tem ele razão. Voltando a falar de trabalho, cheguei a trabalhar num talho durante uma semana mas toda a gente me gozava a dizer que eu estava o dia todo à beira de carne ao dependuro. Isso nem era o pior. O pior foi ter sido despedido. Pelos vistos dois moços que trabalharam lá antes de mim foram de férias para as Ilhas Caimão com 20 mil euros e não voltaram ao talho.
Ilhas Caimão. Nem sabia que isso existia. E ainda acho que não existe. Perguntei ao meu tio se conhecia as Ilhas Caimão e ele disse que eu parecia o Tonecas sempre a fazer perguntas e que o Tonecas era um pedófilo disfarçado de criança e toda a gente lhe achava piada e que as únicas ilhas que eu devia conhecer eram as dos Açores e da Madeira. Fiquei sem saber se existiam ou não as Ilhas Caimão. Nome esquisito esse. Mas por falar em nomes esquisitos ... Que é isso da rentrée do Teófilo? O meu tio sempre me disse para desconfiar de quem fala francês sem ser mesmo francês. São homossexuais, diz ele. Claro que ele não disse «homossexuais» mas «paneleiros» e «frutinhas», eu é que não quis baixar o nível, que já disse muitos insultos ali atrás, ainda que não tenha sido mesmo eu a dizer.
Em minha casa toda a gente me goza por estar desempregado. Menos o meu irmão, que esse ao menos só me bate. O meu terapeuta diz que deve encarar isso como algo motivacional, mas não sei até que ponto consigo. De certeza sabem quem é o meu terapeuta. É o Dr. Phil, aquele da televisão. Não perco um programa. Outra coisa que o meu irmão faz, além de me bater, é de me inventar profissões. Umas vezes faz de mim carteiro e diz «oh Jorge Abel, leva esta encomenda». Outras faz de mim jardineiro e manda-me apanhar uma cepa. Ainda faz de mim agricultor ao mandar-me comer uma pêra, volta e meia talhante, quando me diz «olha bem este bife» e até mesmo chulo «fica com esta puta para ti». A esta hora já todos devem ter percebido que todas estas situações acabam sempre comigo a levar grandes coças do meu irmão. O meu pai diz que isso me fortalece o carácter, o meu tio diz que fortalece o do meu irmão. A minha mãe diz que também gostava de participar e acaba mesmo por o fazer.
P.S.: Já agora, oh Gaivota, estás aí cheio de vontade do regresso do Teófilo, quero ver quem me vai felicitar pelo meu regresso, que foi primeiro que o dele. E eu não escrevia desde Março, não é desde Dezembro como ele. E dizes tu, todo contente, que ele agora só vem aqui ver as estatísticas? Isso faz dele mais inútil que eu num encontro com uma moça. A sério, no outro dia tive um encontro e não sabia bem o que estava ali a fazer. Passado um minuto a rapariga virou-se para mim e perguntou «já sabe o que vai pedir?» e eu ainda não sabia. Quando soube o que queria, já tinha que pedir a um moço. Triste destino este.
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ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah...nem tenho força para comentar...
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