Ultimamente tenho dado para os dois lados. Eu sei o quão controversa pode ser esta frase e por isso comecei mesmo assim, para chamar a atenção. Claro que o título já diz muito sobre que tema será este post, mas decidi surpreender na introdução. Imagino vocês já a pensar «Ui, mas isto não ia ser sobre andar e não andar de carro? Ou andar de carro é uma metáfora à Rebelo? Vamos ler ...» e depois chegam à segunda frase e vêem que afinal a primeira frase é uma fraude. Só espero que não me levem preso por isso, que ouvi dizer que nos jogos de basket na prisão vale carga de ombro, como se fosse futebol, e isso não favorecia muito o meu estilo de jogo.
Mas adiante, tenho dado para os dois lados no que toca a andar e não andar de carro. Aliás, este post só é possível porque essa alternância tem sido maior do que as flutuações de humor da última moça com quem estive. Não vou dizer o nome dela por respeito, mas posso partilhar convosco que uma vez me deu um estalo por eu lhe ter comprado a TV 7 Dias porque, segundo disse, eu não tinha nada que adivinhar o que ela gostava. Depois de ler a revista quis fazer sexo porque eu merecia, por saber sempre o que ela gostava. Claro que sabia, toda a gente gosta de ler revistas enquanto está na casa de banho.
Mas adiante, como tenho andado de carro, a pé e de transportes públicos com frequência (sim, eu sei, sou um moço ocupado agora), consigo distinguir agora mais claramente a diferença entre andar e não andar de carro:
- Quando estou de carro e faço uma viagem sozinho digo para mim mesmo que é um bom momento para reflectir nas coisas profundas da vida mas acabo sempre por apenas conduzir e não pensar em nada. Quando vou a algum sítio sem ser de carro, acabo sempre por pensar em temas para escrever no blog, que surgem do nada;
- Quando estou de carro, se vir uma moça roliça na rua, apito e ela sabe que eu gostei do que vi, ainda que me chame todos os nomes possíveis e imaginários. Noutra qualquer circunstância, o máximo que posso fazer é olhar à tarado sexual ou então descobrir o Facebook como que por milagre;
- Quando estou de carro não me importo muito que chova, pelo contrário, que assim até me lava o carro e são mais uns trocos que poupo. Quando não estou de carro, quase que rezo a todos os deuses que não existem para que não chova até eu chegar ao sítio onde quero ir;
- Quando estou de carro insulto as pessoas que atravessam na passadeira e me obrigam a parar. Quando vou a pé insulto os moços que passam de gás na passadeira ou que travam mesmo em cima e quase não deixam atravessar;
- Quando estou de carro penso que é mesmo confuso chegar a determinados sítios a pé ou de transportes, quando de carro é facílimo. Quando não estou de carro penso como é muito mais fácil chegar a determinados sítios sem ser de carro e sem precisar de dar voltas, que a pé não dou;
- Quando estou de carro e vejo um moço a correr penso que também me fazia bem correr de vez em quando. Quando estou a correr e vejo um moço de carro penso que estaria muito melhor dentro do carro, sentadinho, sem estar a fazer nada;
- Quando estou de carro e passo pelo metro, olho para as pessoas que vão lá e gozo-os mentalmente por irem num transporte público, sentados ao lado de um estranho, a fazer um percurso muito mais lento e muito mais desconfortável. Quando estou eu no metro e olho para as pessoas nos carros gozo-os mentalmente porque por minha causa vão ter que ficar à espera nos semáforos que o metro passe;
- Quando estou de carro, vou mais facilmente ter com moças e, quando chego, até as impressiono por conduzir. Quando vou ter com moças a pé ou de transportes públicos, se o encontro for um fiasco, ao menos não gasto gasolina nem dinheiro em portagens;
- Quando estou de carro, sei que não vou poder beber à vontade, as noites acabam por ser um bocado seca e juro a mim mesmo que nunca mais levo carro. Quando não levo carro, bebo que nem um maluco, apanho grande farda, mas depois demoro 1 hora a chegar a casa de autocarro quando de carro demorava 10 minutos;
- Quando estou de carro pergunto-me a mim mesmo porque é que ando de carro se tenho passe para os transportes públicos. Quando estou nos transportes públicos pergunto-me a mim mesmo porque é que não ando mais de carro se me farto de gastar dinheiro em gasolina.
E assim chego ao fim de mais uma reflexão que vos permitiu conhecer um pouco mais de mim. Chego ao fim deste texto com a sensação que vocês queriam saber mais sobre a história da Melinda. Merda, disse que não ia dizer nomes mas disse. Ainda por cima o meu delete está estragado, vai ter que ir assim, não dá para apagar. Menos mal que não dou erros e que os acentos me saem sempre todos direitos, senão ia parecer o blog do primo do Matthew Praias que é semi-analfabeto. É daqueles que sabe ler mas não sabe escrever e fala com bastantes dificuldades. Mas pronto, a história da Melinda é fácil, ela era tão instável que um dia disse que se eu a deixasse se suicidava. Então eu disse-lhe que nunca a ia deixar e ela acabou comigo porque eu não lhe dava espaço.
P.S.: Naquela página do Facebook onde eu me sinto importante por ter 10 pessoas a gostar de mim, houve uma moça que fez uma rima para mim. Pessoalmente, acho que a rima está uma porcaria, nem pensar que vou pagar 7,5€ para estampar aquilo numa t-shirt. Depois nunca mais podia sequer passar perto da loja onde fosse estampar aquilo, que iam rir-se de mim para sempre. E depois iam contar aos amigos e aos familiares, e os familiares contavam às namoradas e aos amigos e aos colegas de trabalho e ainda tinha que mudar de cidade para poder sair à rua. Nem pensar que vou estampar aquilo.
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