sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A minha amiga lésbica


Que as moças todas, sem excepção, gostem ou gostassem de ter um amigo gay, não é novidade. A razão por que isso acontece já é do domínio público, em que o primeiro argumento é que têm a certeza que é uma amizade sem interesse sexual. A outra grande razão é que eles se interessam por roupa genuinamente (e não só para ganhar pontos para as levar para a cama) e dão conselhos 200 vezes melhores (principalmente porque aconselham as moças para o melhor delas e não para as conseguirem levar para a cama).

Como, surpreendentemente para alguns, sou a favor da igualdade (ou então pelo menos para fazer este texto) pensei porque é que nós, moços, não temos esse interesse em ter uma amiga lésbica. Não conheço nenhum moço que diga aquela frase «eu gostava de ter uma amiga lésbica». Também não conheço ninguém que diga «vou ao talho buscar rissóis de pescada» mas essas pessoas existem mesmo.

Assim, sem mais demoras, e novamente ao terceiro parágrafo da introdução, como se fosse uma espécie de imagem de marca que me esforço por cumprir, vamos ver alguns pontos positivos de nós, moços, termos uma amiga lésbica:


  • Caía o mito de que os moços não se conseguem relacionar com moças sem haver interesse sexual. Aliás, se eu tivesse uma amiga lésbica usava isso como uma espécie de trunfo nos meus encontros com outras moças;

  • Podia ir ao cinema só com a minha amiga lésbica, que na prática é um amigo, mas neste caso as outras pessoas não iam pensar que éramos um casal gay (como acontece quando vou só com um amigo);

  • Se uma moça com quem eu andasse a sair não a conhecesse, podia usar a minha amiga lésbica para lhe fazer ciúmes, sem que ela passasse a gostar de mim;

  • A minha amiga lésbica ia ser uma fonte de avaliação muito mais credível no que toca a moças do que os meus amigos. Escusava de sair com moças que enganam nas fotos, porque ela ia-me dizer se valia ou não a pena;

  • Os conselhos sexuais iam ser muito mais eficazes do que ouvir o Matthew Praias a contar as histórias dele, que só têm a experiência do lado de fora. A minha amiga lésbica, enquanto moça, tinha maior conhecimento;

  • Para aqueles que acham que o ponto acima podia acontecer com qualquer moça e não necessariamente uma lésbica, eu digo-vos que não, porque não teria qualquer constrangimento de levar a minha amiga lésbica para o café, com os meus amigos, porque podíamos falar de moças na mesma e ela ainda sabia mais do que nós todos juntos;

  • Podia haver grande relação, como se fosse um amigo e não uma moça, sem que ela começasse a gostar de mim do nada e a tornar-se uma chata do carago que eu passava a evitar a todo o custo;

  • Podíamos finalmente ficar a conhecer o lado das moças nas situações sem entendermos isso como estar a levar um sermão e desligar a meio.



Por isso, a bem da igualdade, deveríamos começar a procurar ter uma amiga lésbica e a reivindicar esse direito. O único aspecto negativo que vejo nisto é que, ao contrário do amigo gay (alguns, outros nem tanto) não podia pedir conselhos sobre roupa à minha amiga lésbica. É bem conhecido os gostos um bocado esquisitos e duvidosos das lésbicas, no geral, no que toca a vestir. Claro que as moças que tiverem o Cláudio Ramos como amigo gay também não têm muita sorte neste aspecto. Com aqueles pólos amarelos e com aquelas calças vermelhas ... 




P.S.: Tenho a certeza que uma das motivações das moças em terem um amigo gay é tentarem convertê-lo e ficarem com uma auto-estima do carago. Não digo que nós, moços, não tenhamos a mesma intenção em relação às lésbicas, mas temos a agravante de tentar a todo o custo entrar numa daquelas coisas a três com a nossa amiga lésbica e outra moça, que pode ser à escolha dela. 



Sem comentários:

Enviar um comentário