domingo, 23 de dezembro de 2012

A moça mais chata da minha vida


Se alguma rapariga que alguma vez tenha saído comigo começar a ler isto a pensar que lhes vou dedicar um texto, ainda que de forma negativa, escusam de estar preocupadas. Não vou falar de vocês. Aliás, na maior parte das vezes nem me lembro de vocês. Nesse aspecto, aquela cabra do Bailley's dá-vos 10-0 porque apesar de nunca mais lhe ter falado, tão cedo não a vou esquecer. Um café e um Bailley's e uma nota de 5€ não chegou. Ainda tive que ir buscar moedas à carteira. Saiu-me cara a brincadeira.

Mas adiante, que isto não é para falar com vocês nem vos dar importância, isto é, se alguma vez vos dei realmente importância. Acho que tenho que começar a mudar isso para poder ser feliz com alguém. Ser feliz com alguém ... Porque raio é que uma pessoa quando é feliz ainda pensa em ser feliz com alguém? Isso é como roubar 1 milhão de euros de um banco sozinho e depois ligar ao primo a oferecer metade, que é para ser feliz com alguém. O que tem a ver roubar um banco com ser feliz não sei, sei é que o palhaço do Ramalho Drogas ainda não me trouxe a merda dos anti-psicóticos.

Por isso, em vez de vos estar aqui a empatar, vou falar na moça mais chata da minha vida e explicar porque é que a defino como tal. Obviamente, estou a falar do antivírus do meu computador. Vejam lá porquê:


  • Tenho que parar tudo o que estou a fazer para o antivírus fazer as coisas dele. Bloqueia-me, não me deixa fazer nada e só posso continuar a minha vida quando ele acabar de se actualizar;

  • Nas vezes em que faz grande aparato, bloqueia-me completamente o que estou a fazer e obriga-me a parar tudo, é quando faz uma porcariazinha de nada tipo instalar 2 ficheiros;

  • Pelo contrário, quando faz uma coisa em grande, tipo instalar 36 ficheiros novos ou fazer 350 actualizações, faz isso num instante, sem me chatear. Nesses momentos até penso que devia valorizar mais o meu antivírus mas depressa me arrependo de pensar isso;

  • Nunca está bem como está. Todos os dias quer coisas novas, actualizações, revisões e essa porcaria toda só para me chatear e só para chamar a atenção;

  • Quer-me convencer a todo o custo que preciso do antivírus e que se não o tiver vou ficar em risco e sem ninguém para o proteger das ameaças. O pior é que consegue convencer-me a não abdicar e continua a chatear-me todos os dias, a pensar que é importante;

  • Os entendidos nisto dizem que eu não sei a sorte que tenho em ter um antivírus que faz essas coisas todas por mim e que devia valorizar mais aquilo que tenho;

  • Está-me sempre a tentar convencer a comprar ou a autorizar coisas para ficar cada vez melhor e mais actualizado. Basicamente fica a mesma coisa, mas garante-lhe pelo menos mais uns meses na minha companhia;

  • Sei que há versões melhores e mais actuais mas eu não troco porque dá muito trabalho e já me habituei, de certa maneira, às manias do meu antivírus;

  • Não consigo compreender como é que há moços que pagam para terem o mesmo que eu tenho de borla e que me mói o juízo. Se calhar é alguma perturbação mental que eu não conheço;

  • Tudo o que vem de fora é uma ameaça. Dá logo sinal que tem potencial nocivo e que pode afectar o sistema. Mas eu aposto que isso é tudo desconfianças e ciúmes;

  • Ultimamente já me deixa mais à vontade, já me deixa fazer as minhas coisas com mais liberdade, sem me bloquear tudo, como fazia ao início.


Alguém me quer convencer que lendo esta lista não conseguimos fazer um paralelo com aquela moça chata que não nos larga, está sempre a sarnar-nos a cabeça com teorias, niquices e detalhes totalmente irrelevantes para nós? Quem não conseguir fazer esse paralelo tenho duas explicações: 1) não sabe a sorte que tem; 2) não tem nenhuma moça assim porque ele próprio faz isso às moças. Sim, este não é um texto sexista, há moços que também fazem o papel de antivírus e ainda conseguem ser mais chatos, melosos e persistentes do que as moças. O único motivo pelo qual não pus «moço» no título foi para não levar as pessoas a pensar que eu de repente tinha arranjado um namorado. Não estou medicado eu sei, mas também ainda não cheguei a esse ponto.




P.S.: Para aqueles crentes que iam achar que ia desejar bom Natal às pessoas que viessem aqui tenho a dizer que deixo esse trabalho de vos desejar isso aquelas pessoas que por esta altura ficam com ainda menos originalidade do que é costume e enviam a mesma mensagem inócua e vazia para a lista inteira e, no fim, para não se comprometerem, mandam «beijinhos/abraços/cumprimentos». Claro que eu acho isto absolutamente deprimente, mas depois de um mês inteiro a ouvir músicas de Natal, qualquer pessoa cai nestes erros sem dar por isso.

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