quarta-feira, 10 de abril de 2013

A verdade sobre as correntes artísticas


Poucos temas nos fazem parecer tão intelectuais como falar de arte, nomeadamente pintura. Aliás, eu só considero arte pintura, porque escultura não é arte nenhuma. Tirando a arte de se fazer estátuas e bustos, que isso sim, é fazer uma pintura em 3D. Mas o que é isto de ser intelectual? Certamente muito mais do que pôr uns óculos e escrever num blog de qualidade duvidosa sobre arte e correntes artísticas. Também é mais do que ficar 1 hora e meia num talho a conversar com os outros clientes sobre a diferença entre um bife do vazio e um ossobuco.


Mas a esta altura estão vocês a perguntar-se porque raio vou eu falar-vos de arte. Será que o blog vai começar a subir de qualidade e a tornar-se relevante para o vosso dia-a-dia? Será que vou começar a ser uma referência no mundo da Internet por vos oferecer uma visão analítica e objectiva da vida? Será que vos farei repensar que toda a mudança é possível e inspirar-vos a serem um modelo para vocês próprios? O meu objectivo não é nenhum desses, mas como vêem, é facílimo armar-me em intelectual, basta fazer as perguntas certas no momento certo.


Pessoalmente, acho a arte um desperdício maior de dinheiro do que moços que se querem embebedar e compram Minis. Por isso, porquê falar sobre arte? Primeiro, porque nunca tinha falado. Depois, porque vou tentar ser engraçado com as diversas correntes artísticas que existiram (e para as quais fiz pesquisa, admito):


  • Expressionismo: ao início os pintores ainda eram ingénuos. Faziam arte só para se expressarem, como o Pinto, filho da Aurora, que faltava a aulas para ir com uns amigos e um primo dele pintar paredes de fábricas abandonadas, que só ele e uns quantos drogados e sem-abrigo iam apreciar. Abandonaram esta ideia do expressionismo quando os primeiros pintores, que nunca saíram de casa dos pais, começaram a morrer à fome. Começaram a vender os quadros que faziam e a comprar heroína, sapatilhas da Adidas e tapetes de Arraiolos;

  • Abstraccionismo: como os pintores viam que havia gente que comprava qualquer coisa, começaram a explorar isso mesmo. Qualquer ricaço comprava uma porcaria qualquer desde que isso fosse considerado um quadro. Como viram que já nem precisavam de se esforçar, faziam qualquer coisa e diziam que era abstraccionismo, que libertava sensações diferentes de pessoa para pessoa e que só aos insensíveis não libertava sensação nenhuma. Como ninguém queria passar por insensível, toda a gente fingia que via alguma coisa, porque ser insensível, no século XVIII, dava cadeia;

  • Fauvismo: como não podia deixar de ser, o que vende mais são coisas com nomes estrangeiros, pois claro. O que é que dá mais dinheiro a um comerciante: pães folhados ou croissants? Fígado ou foie gras? Chouriço italiano ou pepperoni? Claro que o estrangeiro vende mais! A isto chama-se «Introdução ao Marketing» e foram os pintores que o inventaram. Continuaram a fazer basicamente o mesmo, mas deram-lhe um nome estrangeiro, para vender mais. E os tatões dos ricaços continuavam a comprar, a pensar que estavam a comprar uma grande coisa e era igualzinho aos primeiros, mas com outro nome;

  • Cubismo: os pintores não eram propriamente as melhores pessoas do Mundo. Jogavam basket com cargas de ombro, acompanhavam francesinha com Compal, faziam batota no Monopóli e abandonavam a escola antes do 9º ano, apesar dos pais terem posses. De outra forma queria ver quem era o pai que comprava um cavalete de 30 contos a um filho que não tivesse feito o sexto ano. Quando o primeiro pintor a chegar ao 9º ano aprendeu as figuras geométricas descobriu uma nova mina de ouro para os quadros: cubos, paralelepípedos, pirâmides e cilindros. Valia tudo, punha no quadro ao calhas, uns em cima dos outros e diziam que era uma nova corrente artística. Faziam um quadro em 15 minutos e depois podiam passar o dia a jogar à sueca;

  • Futurismo: os ricaços começavam a desconfiar que os estavam a enganar e a passar-lhes a perna. Por isso, os pintores tiveram que se esmerar. Acabaram com as figuras geométricas e fizeram uns desenhos todos estranhos, que ninguém percebia, armaram-se em profetas e diziam que eram visões futurísticas que tinham sobre o que aí vinha. Os ricaços adoraram. O sindicato dos coleccionadores de arte também. Os que ainda eram vivos sentiam saudades dos tempos da Inquisição, em que alguém que tivesse visões do futuro era queimado e fornecia ás pessoas uma tarde de domingo espectacular, a ver autos-de-fé;

  • Dadaísmo: a conversa do futurismo já não enganava ninguém e os pintores tinham que sacar outro golpe de marketing. Como já estavam a ficar sem nomes, tinham que inventar um qualquer, que fosse diferente de todos os outros, para não chamar a atenção. Foi mais ou menos como nos signos, que já não tinham mais nomes e inventaram «Balança». Aqui, os pintores foram mais inteligentes. Inventaram um nome e clamaram que era um grito de revolta, uma fuga aos padrões da sociedade (que eles próprios tinham criado, mas não interessa, o povo gosta é de revoltas e de juntar-se a elas, não necessariamente de perceber o que as causa), um grito de liberdade. Novamente, os ricaços adoraram e encheram os pintores de dinheiro;

  • Surrealismo: o que é que atrai mais as pessoas do que ser diferente? Provavelmente uma moça roliça toda nua a fazer torradas ou um cozinheiro japonês a cozinhar uma santola viva ou até um trolha a furar uma parede com uma broca. Mas ser diferente atrai imenso, principalmente pessoas com um trabalho ou com heranças que possibilitem esbanjar-se dinheiro a comprar-se quadros. Os pintores descobriram isto e inventaram o surrealismo. Algo diferente, algo ... surreal. E os ricaços voltaram a cair que nem patinhos nisto;

  • Sectarismo: esta corrente artística foi uma das mais estudadas no mundo setentrional e na civilização da Mesopotânia. Mas quem é que eu quero enganar? Isto não existiu, eu também quis inventar um nome de  um movimento para me sentir importante. Se algum de vocês, por 1 segundo, ao ler o nome, pensou que tinha existido mesmo, deve sentir-se como os ricaços que foram sendo enganados ao longo dos anos pelos pintores. Só que desta vez foram vocês, enganados por um comido do cérebro.




Alguns de vocês por esta altura estão a perguntar-se: «Mas onde é que ele falou de arte? Isto são só pensamentos absurdos de uma pessoa claramente perturbada». Em primeiro lugar, o Ramalho Drogas mudou de número, não tenho a quem comprar os anti-psicóticos, não tenho culpa. Em segundo lugar, acreditavam mesmo que eu ia falar de arte? Ou estão no blog errado, através de pesquisas assustadoras, tipo aquele moço que cá veio parar por pesquisar coisas sobre o Pirulo Jungly, ou então não sei o que vos passa pela cabeça, se calhar o Ramalho Drogas também nunca mais vos orientou os comprimidos. Ou então são só amigos do Jorge Abel, que trabalham com ele e que ouviram falar sobre o blog. Caso façam parte do último grupo, fiquem a saber que um dia o Jorge Abel veio almoçar cá a casa. A minha mãe fez pargo assado e eu convenci-o que aquilo eram lulas. Ainda hoje ele diz que a minha mãe faz umas lulas que são um espectáculo. 






P.S.: No outro dia fui a um mini-mercado e vi lá uma coisa que me intrigou. Rebelo, se leres isto, só fui ao mini-mercado porque queria comprar uma coisa que não tens na tua mercearia, nunca tiveste e provavelmente não terás, porque se algum dia pensasses em ter, eu deixava logo de ir ao mini-mercado. Mas basicamente, o que eu vi foi um elixir bucal de coca-cola, que elimina as bactérias. O que me intrigou foi que fazem elixires de coca-cola, batatas de cebola mas não fazem a merda de um refrigerante de banana, apesar de haver iogurtes disso.


Sem comentários:

Enviar um comentário