O local onde tudo o que é produzido é fruto de delírios alucinatórios. De quem escreve e de quem lê.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Já que tive férias da Páscoa vou falar sobre elas
Finalmente acabaram as férias. Já não via a hora de voltar à fábrica e trabalhar. Também já não via a hora de voltar a ver a Paulinha, que é a secretária lá dá fábrica. Acho que ela também gosta de mim, pelo menos dá-me sempre os bons dias quando me vê e faz-me um grande sorriso. Não há nada nesta fábrica de que não goste, até do cheiro nas casas de banho gosto, é daqueles Ambipur que cheira a campo, não é como aqueles com cheiro a frutos do bosque, mesmo enjoativos. E o que é isso de frutos do bosque? Tenho um bosque à beira de minha casa e lá só há silvas, ervas daninhas e moços a encavarem moças, nos sítios mais escondidos.
Não soube bem o que fazer durante estas férias. Os dias parecia que demoravam eternidades a passar. Não tinha nada que fazer nem sítio para onde ir. Sempre que ia a casa do Gary ele não estava. Pelo menos a Dona Branca, uma pessoa que eu nunca tinha conhecido e que me falava pelo intercomunicador, dizia que ele tinha saído e não sabia quando voltava. Devem ter sido umas férias da Páscoa espectaculares para o Gary e eu sem nada para fazer. Ainda pensei em implorar ao meu patrão para me deixar ir trabalhar nas férias, mas depois ele ainda pensava que eu ia exigir subsídio de férias e não lhe quis fazer isso. Já chegou o filho dele ter ido trabalhar para a Robialac. Não imagino pior desgosto para um pai.
Como li aqui no blog que o Gary tinha ido a uma convenção sobre o impacto dos minotauros na economia da Grécia Antiga também decidi ir. Primeiro porque não fui convidado pelo Gary e para ele depois não me fazer inveja sobre o que aprendeu lá, também decidi ir. Assim ele já não tem nada para me dizer. Segundo, porque sempre gostei da Grécia Antiga. Também gosto da Grécia moderna, ganhei um montão de dinheiro com eles no Euro2004, mas a Grécia Antiga também me fascina. E uma tarde inteira a ouvir falar de minotauros parecia-me o cenário ideal para acabar a porcaria das férias da Páscoa. Não tinha noção do dinheiro que os gregos estouravam em obras por causa de acidentes com minotauros. Quem me dera que houvesse minotauros hoje em dia, assim a nossa fábrica inventava uma tinta anti-fungo e anti-Minotauros e era mais poderosa que a Robialac.
Sai da convenção muito mais satisfeito. Tinha sido um dia muito proveitoso. Se estivesse a trabalhar não tinha podido ir a esta convenção, porque não tinham horário pós-laboral. Segundo o moço que organizou aquilo, nenhum trabalhador teria interesse naquelas coisas, só moços que não tinham nada que fazer durante o dia e quisessem passar tempo a ouvir parvoíces. Revi-me completamente nessa descrição e percebi finalmente qual o fundamento de ter férias: é para aproveitar estas convenções. Perguntei-lhe quando era a próxima e sobre que tema. Pelos vistos vai ser sobre o uso de toalhas de linho pelo Faraó Ramsés durante o seu reinado. Também gosto do Egipto antigo. Gosto tanto que vi 5 vezes «A Múmia». Mas vi 5 vezes «A Múmia I», porque «A Múmia II» só vi duas vezes. E a segunda foi por engano, pensei que era «A Múmia» mas era «A Múmia II».
Ainda bem que fui à convenção sozinho, detesto ir a convenções com o Gary e com o Tolentino. O Gary está sempre a julgar as pessoas pelo que vestem, pelas palavras que usam, pelos penteados que usam e pelo carro que conduzem. O Tolentino está sempre a dizer que detesta convenções, mas que detesta mais estar desempregado e sem nada que fazer e por isso vai às convenções. Tenho a certeza que o Tolentino tem o recorde do mundo de moço desempregado que já foi a mais convenções, mas ele também detesta recordes do mundo, por isso é melhor nem lhe falar nisto ou ele ainda me processa. E eu não posso ir a tribunal, que desde que conheci a Andreia Porcelana, filha do juiz Porcelana, que ele facilmente me punha na prisão por qualquer coisa.
P.S.: Amanhã volto ao trabalho, finalmente. Por outro lado tenho pena de provavelmente ir perder a convenção do uso de toalhas de linho pelo Faraó Ramsés durante o seu reinado. Sinto que vocês agora ficaram curiosos em relação à Andreia Porcelana. O que é que eu lhe fiz que tenha enfurecido o juiz Porcelana? Eu não lhe fiz nada. O meu tio é que numa ocasião lhe riscou o carro todo por ter confundido o BMW do juiz com o Peugeot 307 de um cliente da minha tia que não lhe pagou tudo e ainda a expulsou do carro em andamento. O meu tio disse que os dois carros eram pretos e a matrícula acabava em «67», por isso é que confundiu.
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