sábado, 6 de abril de 2013

Guia turístico para países fraquinhos


Já me armei em muita coisa na vida. Uma ocasião armei-me em pescador e disse ao Rebelo que tinha pescado um robalo de 3,5 kg uma vez no Rio Cávado. Claro que ele logo a seguir me disse que já tinha conseguido pescar um peixe inglês de 55kg num bar em Olhão. Obviamente que o peixe era uma mulher, inglesa, foi mais uma das metáforas incessantes do Rebelo. Por isso é que vale a pena ir à mercearia dele, para ouvir estas coisas, porque de resto não compensa nada. Tal como nas mercearias que ainda resistem, quase tudo é ao mesmo preço ou mais caro que nos supermercados, com a agravante do Rebelo confundir alhos franceses com pães de alho.


Também já me armei em jogador de futebol, em professor, em namorado e em amigo. Nunca me armei em semi-amigo, isso ou se é ou não se é. Por isso é que nunca nenhum actor é um semi-amigo, porque não se consegue fingir isso. Os actores só sabem fingir amizades, nisso são eles bons, a fingir amizades e amor. Também são bons a aparecer nos sítios e a saírem de lá com um montão de coisas oferecidas mas já falamos disso e não me vou repetir. Logo hoje que até me vim para aqui armar em outra coisa, além de me armar em engraçado.


Várias vezes me armei em crítico sobre alguns países que existem no Mundo e que não deveriam existir ou existir num mundo secundário, tipo como no futebol, em que os clubes fraquinhos estão na segunda divisão. Mas hoje não. Hoje só me vou armar em guia turístico para países fraquinhos:



  • Arménia: a casa de pedra do Imperador Rashminkov, onde ele ganhou ao rei de França, por capote, no ténis de mesa, é um local de visita obrigatória. Fica situada atrás do Monte Ararat, famosíssimo local da Arménia e um dos mais simbólicos no mundo. O mal desta casa é mesmo a sua vista, que não é muito boa, até porque de costas dá para ver a montanha a parir ratos;

  • Cazaquistão: a capital, Astana, parece Roma nos tempos dos gladiadores. Não é por causa da parvoíce da arquitectura (embora o Cazaquistão seja conhecido pelos seus telhados de vidro), mas pelo facto da sua arena ter combates de boxe todos os dias, a toda a hora. Este investimento no boxe tem dois resultados: primeiro, fazem-me ganhar dinheiro com apostas; segundo, têm uma selecção muito fraquinha e um campeonato paupérrimo;

  • Bangladesh: o grande atractivo deste país é podermos afirmar que estamos no segundo pior país do mundo. Beber do sentimento de alívio exalado pelos cidadãos do Bangladesh por saber que existe o Lesoto é revigorante e inspirador. Concede-nos uma visão muito mais pacífica sobre a vida e que, por muito mal que estejamos, há sempre alguém pior. Mas sem ser isso não têm mais nada. Nem sequer há bolos tradicionais no Bangladesh, é tudo importado do Burundi. E a selecção deles leva sempre grandes pingas nos jogos contra o Uzbequistão ou o Sri Lanka;

  • Suazilândia: dizer-se que se é o rei da Suazilândia faz pensar que se é tão inútil como o Hélder, o rei do Kuduro. E se calhar o rei do Kuduro faz mais dinheiro que o rei da Suazilândia. Mas, porque estou aqui enquanto guia turístico e não enquanto crítico social, vou falar o que devem visitar na Suazilândia: a casa de férias do rei do camarão-tigre, que é um pescador que um dia pescou um camarão-tigre de três metros. Mas este pescou mesmo, não foi como eu que inventei aquela história do robalo;

  • Vanuatu: não há aviões para lá, só chegam às Ilhas Fiji. O atractivo deste país, além dos kiwis, que são os segundos melhores do mundo (melhores só mesmo os do Kiribati) é o circuito de treino para nadadores de competição. Este circuito é o melhor, mais completo, mais avançado e difícil do mundo: uma pista de 13km, entre as ilhas Fiji (onde pára o avião) e a costa do Vanuatu, sempre a direito e com possibilidade de fazer sprints a fugir de tubarões;

  • Saint-Kitts e Nevis: este país tem um dos melhores nomes de país do mundo, só superado pela Gâmbia. Saint-Kitts e Nevis parece uma banda de kizomba composta por 3 moços e em que um deles vai para os concertos com um chapéu de frutas. Mas não é só por isso que devem visitar este país. O grande atractivo é mesmo o beco onde o Rei Carlos XXXI, do Paquistão, foi violado por dois moços indonésios a quem devia 30 contos por causa de um Renault Clio. Isto aconteceu em 1998, e desde então, amantes da arte de violar e candidatos a futuros violadores, visitam esse beco como se fossem visitar o Muro das Lamentações ou a Torre Eiffel;

  • Turcomenistão: o grande atractivo deste país é que tem uma das maiores florestas do mundo. Normalmente este não seria um motivo para visitar um país. Ninguém vai à Hungria para ver aquele bosque gigante que eles têm por lá, mas sim por causa da indústria pornográfica. Também ninguém vai ao Turcomenistão por causa da floresta, mas por causa do centro de estágio que eles fizeram lá no meio. Ali treinam diariamente cerca de 30 aspirantes a entrarem naqueles concursos que só dá na Eurosport de ver quem derruba mais árvores em 3 minutos com um machado ou de quem desfaz mais eucaliptos com uma motoserra;

  • Djibouti: provavelmente os mais desatentos nunca ouviram falar do Djibouti, mas isso não significa que sejam o Lesoto 2. Pelo contrário, quem gostar de cabrito deve visitar o Djibouti. Porque quem gosta de cabrito, gosta de vinho a acompanhar. E quem gosta de vinho a acompanhar o cabrito também gosta de tiro ao prato. O Djibouti leva isto muito a sério e todos os restaurantes têm o menu «Tiro ao prato» em que após 3 doses de cabrito regado com vinho são disponibilizadas carabinas com balas de borracha para se fazer tiro ao prato. E os pratos são da Vista Alegre, não é de uma porcelana qualquer!




Por falar em porcelana, não sei como o Jorge Abel travou conhecimento com a filha do Juíz Porcelana mas é melhor nem saber. Aliás, até é melhor cortar qualquer contacto com ele, eliminá-lo dos amigos do Facebook e apagar o número dele, para que se ele fizer cagada e for processado eu não vir ao barulho. Ainda por cima eu tenho vários motivos para ser processado, quanto mais não fosse pelo Tony Carreira por dizer que ele tinha esquizofrenia, pelo Quim Barreiros por dizer que ele era cantor de intervenção, pelo Teófilo por dizer que ele gosta de ser o escravo do prazer de moços que põem anúncios no jornal e pelo Júlio Facadas por dizer publicamente que ele só ia para o Quirguistão para esfaquear horticultores. 





P.S.: Perguntam-me vocês porque não falei no Quirguistão. Nem no Kiribati. Nem no Belize. Já agora, ia falar de todos os países fraquinhos que existem, querem ver? E depois, se quisesse escrever sobre alguma coisa quando não tivesse tema, não podia fazer um «Guia Turístico para países fraquinhos, parte 2». Tenho que pensar em tudo, não é só em vocês e no que vos interessa. Se bem que um dia talvez possa precisar de vocês como testemunhas de defesa quando o Tony Carreira ou o grupo de fãs dele me processarem.


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