O local onde tudo o que é produzido é fruto de delírios alucinatórios. De quem escreve e de quem lê.
terça-feira, 25 de março de 2014
Hoje fui trabalhar de directa e jurei que nunca mais
Desta vez vou logo ao título, que noto que as pessoas gostam mais dos textos do Lucindo em que ele fala logo do que diz no título em vez dos textos do Gary onde têm que ler 3 parágrafos ou carregar 5 vezes no 'Page Down' para chegarem à parte onde se fala do título. Ontem foi o aniversário do Lino, aquele que me convidou para ir jogar com o pessoal da empresa. O plano era irmos jogar na mesma entre nós e depois do jogo irmos jantar fora e sair, que a namorada do Gomes era RP de uma discoteca qualquer e metia-nos lá dentro sem esperarmos muito. Curiosamente, quando conhecemos a namorada do Gomes ela chamava-se Bárbara, por isso não sei de onde veio o RP, provavelmente alguma alcunha ou piada sexual que só ela e o Gomes percebiam. O Venâncio disse-me que uma das formas de intimidade de um casal eram as suas piadas privadas, por isso é que o Gomes e a Bárbara já namoram há 4 anos.
Eu a princípio nem me apetecia muito ir. O pessoal é fixe mas tirando o Lino que uma vez me emprestou umas meias para jogar e o Maicon, que é um moço brasileiro que trabalha connosco e que joga muito bem e que me pediu para beber um bocado do meu Isostar no fim de um jogo e desde aí cumprimenta-me sempre na fábrica, não me dou bem com mais ninguém. Só que houve alguém que falhou e o Lino convidou o Sebastião para ir jogar e depois jantar e sair. Com o Sebastião já era diferente, já tinha alguém com quem falar mais tempo e sobre mais temas, que o Gary sempre me disse que era de mau tom ir jantar em grupo e estar o jantar todo só a ouvir as conversas e a rir-me, sem dizer nada ou sem as pessoas me verem a falar com alguém pelo menos. O Venâncio disse-me que sempre que ia jantar com uma moça, antes preparava um conjunto de temas sobre os quais podia falar caso a conversa não fluísse naturalmente. No caminho para o jogo, perguntei ao Sebastião que temas achava que devíamos ter para falar com os outros, mas ele não sabia nenhum e só me disse para não falarmos no divórcio do patrão que o Santos andava a comer a ex-mulher do patrão.
O jogo correu bem. A minha equipa não ganhou mas ao menos não me fizeram nenhuma cueca. Ao Sebastião também não, mas ele era da outra, por isso ganhou mais que eu. Quando estava a tomar banho, reparei que o Lino tinha uma tatuagem de um golfinho no ombro direito. Podia ser um bom tema de conversa ao jantar, falar da tatuagem do golfinho do Lino e perceber se é por ter aquela tatuagem que dá cargas de ombro com tanta força a jogar. Depois até lhes podia dizer que eu também já tive uma tatuagem, era uma caveira que saiu nas chiclets Gorila, mas mal a minha mãe viu aquilo obrigou-me a lavar o braço e fiquei sem ela. O meu tio diz que as moças que têm tatuagens ao fundo das costas são as que dão mais gosto de levar para a cama porque fazem tudo sem restrições. O Venâncio disse-me que o amor é como uma tatuagem, porque até o podemos tapar com outros artifícios mas nunca sai e por vezes arrependemo-nos de ter tomado tal decisão. Foi uma pena o Venâncio ter ficado a fazer o turno da noite e não ter podido vir connosco, ia ajudar muito a este meu tema de conversa.
No jantar, ninguém falou do jogo. Toda a gente estava a contar histórias embaraçosas do Lino ou que tinham vivido com o Lino ou que o Lino lhes tinha feito. Eu e o Sebastião estávamos calados, até que o Gomes se virou e disse a toda a gente que eu andava a tentar comer à força a Vera da Contabilidade. Toda a gente se riu mas eu não achei muita piada. Se calhar sempre é verdade que não tenho sentido de humor, e o Venâncio que sempre que disse que as moças gostam mais de um moço com um bom sentido de humor do que um moço com um bom bícepe. O meu tio, por outro lado, disse-me que as moças gostavam era de um moço que tivesse uma boa conta no banco, enquanto o Gary me disse que as moças gostavam era que as olhassem nos olhos quando estivessem a falar com elas. Até o Sebastião se riu e contou a história daquela vez em que ela se sentou ao meu lado e eu a interrompi de jogar Candy Crush para meter conversa e ela me deu grande corte. Não me deu corte nenhum! Estava era concentrada a jogar Candy Crush e não tinha resposta para a pergunta que eu lhe fiz.
Como o Venâncio sempre me disse que quando teve decepções amorosas se mergulhou no álcool, decidi fazer o mesmo para as decepções pessoais. Bebi tanto que só me lembro de estar na discoteca da Bárbara, ou RP, ainda não percebi a piada mas já que toda a gente diz que ela é RP também a chamo assim, a mandar mensagem à Xana da cantina a perguntar porque é que ela insiste sempre que eu vá lá a casa quando eu nunca a convidei para minha casa. Hoje de manhã tinha uma mensagem da Xana a dizer que em minha casa viviam mais 4 pessoas enquanto na casa dela podíamos fazer barulho por 4 pessoas que só íamos estar lá nós os dois. Com a dor de cabeça com que estava, se havia coisa que não queria hoje era de barulho nenhum. Saímos da discoteca às 6h e tal da manhã e o Lino propôs irmos todos tomar o pequeno-almoço, menos o Santos que estava na casa-de-banho a vomitar e o Sebastião que tinha ido para casa de uma moça. Ele nunca me vai perdoar eu não ter dado por nada nem ter qualquer memória disso. Mas depois ele conta-me tudo direito. Eu sei é que comi um croissant ao pequeno-almoço e bebi Um Bongo, enquanto o Lino e os outros beberam um fino e comeram umas 20 torradas entre todos. Se estivessem com a dor de cabeça que eu estava, de certeza que não tinham comido aquilo tudo.
P.S.: Hoje na fábrica o tempo demorou eternidades a passar. Hoje na pausa para café nem fui falar com o Venâncio, porque como ele tinha feito o turno da noite, hoje de manhã folgou. A Xana veio-me perguntar se eu queria tratar da dor de cabeça em casa dela, que ela na cama tinha uma almofada especialmente eficaz a curar dores de cabeça e o colchão dela também curava dores de cabeça, se eu me deitasse lá com ela. Agradeci a oferta, mas ela só saía às 19:00 e eu mal saísse às 17:30 ia para casa para escrever rápido aqui no blog o que me tinha acontecido e ir dormir. Estou com uma dor de cabeça tão grande que nem vou corrigir os erros nem fazer sublinhados nem nada disso, o Gary que faça. Agora vou dormir e só acordo amanhã. Sem dor de cabeça, espero. Quem seria a moça com quem o Sebastião foi para casa?
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