segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que o Walking Dead traz de bom


Depois das novelas, uma série. Perguntam-se vocês se eu ando a ver muita televisão. Eu digo-vos que agora quem está na idade dos porquês são vocês. Estão-me sempre a fazer perguntas. Não, não ando a ver muita televisão, até ando a ver pouca. Ainda assim vejo mais televisão do que vocês vêem aqui o blog. Mas isso também não me interessa para nada. O moço das estatísticas era o Teófilo, não sou eu. Acho que foi por isso que ele deixou de cá vir, as estatísticas eram tão más que desistiu. 

Já não vejo o Teófilo há tanto tempo que no outro dia vi uma notícia de um homem da idade dele que se tinha suicidado, atirou-se de uma ponte, e pensei se não era ele. Mas depois ele mandou-me uma mensagem e vi que não. Se eu visse muitas séries, podia pensar que estava a falar com o fantasma dele e queria que eu o ajudasse a resolver umas coisas que ele deixou pendentes cá, tipo ir levantar algum casaco de pele à lavandaria ou ir levantar a encomenda do talho, mas não. Não parece, mas ele está vivo.

Quem não está vivo é a maioria dos moços que faz o Walking Dead. No outro dia vi essa série e pus-me a pensar: e se o Walking Dead fosse real? Eis o que eu acho que, caso isso fosse real, traria de bom ao nosso mundo:



  • Fazia-se uma dieta muito mais equilibrada, à base de produtos hortícolas e tudo fresco. Não havia nada de frigoríficos e muito menos MacDonald's, KFC's nem Burger Kings. Acabava logo a obesidade infantil e as gordas de leggins a comer gelados em esplanadas;


  • As moças deixavam de sair à noite a altas horas, a andar aí na má vida. Aliás, ninguém saía à noite sob o risco de não voltar no dia a seguir. E mesmo de dia não era toda a gente que saía. Portanto, as pessoas iam ser muito mais caseirinhas e faziam menos asneiras lá fora;

  • Podias ter o carro com que sempre sonhaste. Bastava manteres-te vivo e ires a alguma auto-estrada nos arredores, que estavam lá carros parados, desabitados e com a chave na ignição. Depois nem era preciso pagar seguro e gasolina arranjavas fácil dos outros carros todos;

  • A criançada aprendia o que era a vida dura, não ia ter tudo facilitado como esta canalha de hoje em dia, que aos 6 anos tem telemóvel e Play Station 3. Voltavam a brincar às caçadinhas e às escondidinhas, a única diferença é que se fossem apanhados ou descobertos morriam;

  • Não era preciso estares à procura em 200 canais que desse alguma coisa de jeito. Bastava saíres à rua ou então olhares pela janela para veres acção real, suspense e um enredo cativante, em que não sabias o que ia acontecer a seguir;

  • Não havia traumatizados por terem sido roubados, espancados e violados. Ao menos no Walking Dead só se é atacado para nos comerem, escusa-se de se dar trabalho aos médicos e aos psiquiatras;

  • Os que ficavam vivos tinham necessariamente que fazer exercício para fugir dos mortos. Andavam sempre a correr. Não vês um único obeso no Walking Dead como havia no «Lost». Os obesos corriam 20 metros tinham que parar para descansar e mal paravam, até logo;

  • Podia partir montras, roubar lojas e ter a roupa que me apetecesse, que não vinha nenhum polícia para me prender. Podia era sair um zombie de uma dessas lojas e comer-me mas era preciso ter sempre atenção a esse pormenor;

  • Tinha um acesso facílimo a armas e podia andar aí aos tiros que não me acontecia nada, não ia para a cadeia por isso, nem tinha que ir a tribunal. Podia atrair alguns zombies, mas quem queria saber? Eu tinha uma arma!

  • Vou dar uma de ecologista e dizer que o nível de poluição ia ser muito menor. Por outro lado, o cheiro nas ruas devia ser parecido com aquele que se sente quando se vai na auto-estrada e se passa por Cacia. Quer por causa dos zombies, quer por causa do povo sobrevivente que nunca tomam banho. Pelo menos na série toda, em 3 temporadas, só os vi tomar banho duas vezes. E não foram todos!




Outra coisa boa que o Walking Dead ia trazer de bom é que se não gostasse de alguém podia matá-lo a tiro ou então fechá-lo numa sala cheia de zombies. Primeiro ninguém me levava preso. Segundo, eu tinha uma arma. Terceiro, podia alguém ter a mesma ideia em relação a mim e assim eu jogava na antecipação. Isto é, se sobrevivesse. Mas eu sobrevivia facilmente porque pensei numa coisa que eles nunca fizeram. Se acontecesse o Walking Dead, pagava ao Rebelo da mercearia para roubar uma traineira e ia eu, ele, o Tolentino e podia vir mais um ou dois que na altura me lembrava. Íamos para o alto mar, peixe nunca ia faltar, portanto tínhamos alimento. Água, fervíamos a do mar para tirar o sal. Sabia mal, mas era água. Apanhávamos sol o ano todo e nunca íamos precisar de fugir dos zombies porque eles não sabem nadar. Claro que se aquele grupo fugisse numa traineira não havia série e também não havia este post.





P.S.: Já repararam que no Walking Dead eles estão sempre com a mesma roupa? Que grandes bananas. Era comigo! Mal me apanhasse numa situação destas, ia a uma loja qualquer de roupa, até podia ser daquelas de rua, nem precisava de ser do shopping, e rapava tudo. Até fatos de treino cor-de-rosa como o Cláudio Ramos usa ia levar. Não havia ninguém no mundo para tirar fotografias e pôr no jornal ou no Facebook para me gozar, estava à vontade. Podia usar esse fato-de-treino e comer um Pirulo, sem medo de ser julgado. Mas vestido assim, o zombie que me comesse ainda ia ter uma congestão ....



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