quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A diferença entre ser um porco e um moço normal


Já sei que por esta altura estão vocês a dizer que eu já fiz um igual para os bois. E então? Um boi e um porco são iguais? Quando vão ao talho e pedem bifes de boi, é igual que o do talho vos dê bifinhos de porco? É que além de não vos dar boi também não vos dá bifes, dá bifinhos. Que parvoíce esta do mundo moderno de por diminutivos a tudo. É as Minis a substituir as cervejas, é o Brasil ter um Ronaldo e um Ronaldinho, é uma mercearia agora chamar-se mini-mercado ...

Mas gostava de saber quem é que pensa mesmo que eu me estou a repetir. Alguém continua a vir aqui ler isto sem ser o Jorge Abel e a minha ex-namorada? Se sim, sinto-me realizado. Se não, vou fingir que vem mais gente só para a Carla Abília não achar que eu bati no fundo. Perguntam-se vocês quem é a Carla Abília e eu digo-vos que não sei, nunca a conheci realmente bem. Só sabia o nome e que era uma moça. Achei que isso chegava para termos uma relação estável, o problema foi quando comecei a saber algumas coisas dela, tipo que dormia com o primo do Nando Seringas, e estragou tudo.

Não tenho saudades nenhumas dela. Também não tenho saudades nenhumas do Nando Seringas, que tinha a mania de ameaçar as pessoas que se não lhe dessem dinheiro lhes infectava com Sida. Mas tenho saudades do Teófilo. E do Júlio Facadas. Quer dizer, desse não é saudades, é mais inveja por se andar a safar bem no Quirguistão. Mas vejam lá as diferenças entre ser um porco e um moço normal:


  • Os porcos são um animal naturalmente cor-de-rosa. Os moços normais não ficam bem de cor-de-rosa (embora pensem que sim e que além de mandar estilo, passa uma imagem de modernidade. Pff, grande porcaria ser moderno);

  • Os porcos têm o rabo em forma de saca-rolhas. Um moço normal anda com um saca-rolhas no bolso, para não ter que abrir garrafas de cerveja (não de Mini, mas de cerveja) com os dentes ou para não ter que abrir garrafas de vinho a partir o gargalo;

  • A espécie preta do porco é amplamente apreciada e valorizada por todos. Um moço normal discrimina a espécie preta, chama-lhes Tibúrcio e inveja-os por serem mais procurados pelo sexo feminino;

  • Os porcos são animais criados e domesticados tendo como fim o abate. Infelizmente, abater alguns moços que para aí andam dá cadeia (ou se não der cadeia tens que andar a fugir dos primos dele, que mal te apanham na rua ou numa feira popular te dão uma coça de meia-noite);

  • Pode-se fazer vários aproveitamentos dos porcos: bacon, orelha de porco, bifes de porco, carne de porco à alentejana, por aí adiante. Pelo contrário, há moços normais de que não se aproveita nada, mas mesmo nada, que só andam aí a espalhar dióxido de carbono e a gastar água e oxigénio;

  • Uma característica normal e partilhada por todos os porcos é o seu nariz em forma triangular. Um moço com nariz de porco sobressai, não é nada normal e é amplamente gozado e conhecido por isso. «Nariz de porco» é daquelas alcunhas que fica para toda a vida independentemente de esse moço se ter tornado médico, polícia ou drogado, como o Nando Seringas;

  • A parceira sexual de excelência do porco são as porcas. A parceira sexual de um moço normal é a mulher, embora este procure com mais frequência as porcas;

  • O porco é uma carne branca, mais saudável que, por exemplo, a de vaca. Para um moço normal, a carne de porca (e de vaca também) pode não ser a mais saudável, embora seja a mais acessível e mais fácil de encontrar; 

  • O habitat natural do porco é a pocilga, onde vive cheio de lama, sempre todo sujo e numa rebaldaria impossível de descrever, mesmo à porco. Um moço normal que queira surpreender a namorada ao oferecer-lhe um banho de lama, que dizem que faz bem à pele não sei como, tem que gastar uns 30 contos, numa coisa que os porcos fazem, todos os dias, de borla;

  • O porco é domesticado pelo homem, que depois o mata e faz disso uma grande atracção. Um moço normal é domesticado pela mulher, que depois o abandona por o ter traído com um granda porco e faz disso a grande atracção do Facebook dela.





Podem dizer que sou um bocado retrógrado por estar contra a modernidade e o progresso. O progresso é fazerem e comercializarem cervejas «Mini»? Onde está a masculinidade de beber uma Mini, que até tem «abertura fácil»? Já agora, os supermercados podiam ter uma promoção: na compra de uma caixa de Minis ofereciam uma vasectomia. Ou na compra de um pull-over cor-de-rosa (sim, que já há supermercados a vender roupa também. Qualquer dia também vendem rins e unidades de sangue. Ia ser bastante interessante ver os supermercados a competir para terem o preço mais baixo nas unidades de sangue ... Uns era com 50% de desconto em cartão e os outros era mesmo promoções o ano inteiro) .... E com este raciocínio dos super-mercados a vender unidades de sangue perdi-me. Mas aconteça o que acontecer, não comprem um pull-over cor-de-rosa.






P.S.: Já fiz a diferença entre ser um moço normal e um boi, agora fiz entre ser um moço normal e um porco. Devem-se estar a perguntar, tu, Jorge Abel, e tu, Carla Abília, já que mais ninguém vem aqui, porque é que não faço um a fazer as diferenças entre ser um moço normal e um urso. Primeiro, vocês não têm nada a ver com o que eu faço. Segundo, o blog é meu e escrevo o que quiser. Terceiro, já usei estes dois argumentos muitas vezes e tenho que começar a pensar em novos. Quarto, porque até nem era mal pensado e se calhar vou mesmo pensar em fazer isso. Se eu fosse um urso gostava de ser um urso pardo porque era o nome mais parecido com «Pargo», que é o melhor nome de peixe. Adorava chamar-me Vítor Pargo, mas se fosse um urso ia-me chamar Luís Pardo. 


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