domingo, 12 de maio de 2013

Algumas coisas que quero tirar a limpo


Uma vez disseram-me que eu era uma pessoa sem rodeios. Não sei bem o que é isso de ser sem rodeios. Rodeios é uma palavra utilizada por aquelas pessoas que não dizem «gomos de maçã» mas «rodeios de maçã»? Também já me disseram que rodeios é aquelas cenas que uns moços armados em cowboys fazem nos Estados Unidos, onde se montam em cima de touros e vêem quem é que cai primeiro. Se for caso disso, eu digo «gomos de fruta» e nunca montei nenhum touro. Nem nenhuma toura. Por isso, acho que sim, sou uma pessoa sem rodeios.


Desde que descobri que não tenho piada decidi deixar de vir aqui ao blog escrever numa perspectiva de tentar ser engraçado (ainda que eu nunca vos tenha dito nenhuma piada nem contado nenhuma história engraçada que me tenha acontecido e pudesse servir de piada, só que o Gary disse-me que ninguém me achava piada e eu acredito nele, afinal é amigo do Teófilo e o Teófilo é que é o moço das estatísticas). A minha resolução de meio ano é escrever no blog só sob a forma informativa. Isto das resoluções de meio ano é uma coisa que decidi implementar para mim próprio, acabava por ser muito custoso em termos de memória lembrar-me em Outubro ou Novembro de coisas que tinha pensado em Dezembro.


Há então algumas coisas que quero tirar a limpo, prometo não me alongar muito. Primeiro, Gary, és um bom amigo, sabes fazer boas tostas mistas e originais, graças a ti descobri que uma tosta mista não tem que levar necessariamente queijo e fiambre, para ser mista basta juntar 2 coisas diferentes. Também és um bom jogador de sueca embora sejas um péssimo parceiro, sempre a fazer-me sinais que eu não percebo e a chateares-te comigo quando eu jogo mal uma bisca. Mas não és um pensador social. Longe disso. O meu tio é um pensador social, pensa em termos lógicos e matemáticos, pensa em dilemas estruturais e essenciais como por exemplo se o Nestea copiou o Ice Tea ou se fez só um upgrade do sabor para ser diferente. Tu não. Tu só gostas de falar e como já não podes arreliar o Tolentino, que desde que o voltaste a arreliar a falar de pornografia nunca mais apareceu em tua casa, vens aqui para o blog dizeres que te acham um pensador social.


E mais, para não pensares que tirei o dia para te arreliar, até te vou ajudar com uma coisa. Eu sei o que aconteceu ao Teófilo e não é nada do que tu estás a pensar. Sei bem porque é que ele nunca mais escreveu aqui no blog. O Teófilo nunca teve estatística na vida dele. Aliás, ter teve, mas não ia às aulas. Nem sequer apareceu no exame nacional. Quando não quis escrever mais inventou essa desculpa, que ia tratar das estatísticas e tu caíste que nem um patinho. Acreditas em tudo o que o Teófilo te diz, até mesmo quando ele te disse que o Júlio Facadas foi viver para o Quirguistão para esfaquear horticultores quando ele foi viver para a casa do tio, em Paredes. No Teófilo acreditas, mas quando eu te disse que o meu patrão encavava moças em cima dos rosbifes congelados achaste que era grande mentira e depois quem levou coças do meu tio fui eu, a dizer que não tinha avisado as pessoas.


Outra coisa, ele ficou assim desde que aquele diálogo que vocês fizeram sem mim e sem o Tolentino não teve grande impacto e não vos lançou para uma carreira no mundo da comédia. O Teófilo queria era ser conhecido e quando viu que isto não dava nada decidiu saltar do barco. Grande amigo. Já não chegava uma vez te ter tirado o mp3 sem tu te teres apercebido e te ter apagado as músicas todas que tinhas e substituído tudo por Pavarotti e Il Divo para tu teres grande confusão de identidade, agora isto. Mas já sei como é que vai acontecer, vais achar que eu sou o mau da fita nisto tudo e que ele é que é teu amigo, eu é que invento estas coisas porque estou com ciúmes de ti e do Teófilo, dois amigos que não se falam há meses e que tinham um projecto em comum que o outro abandonou definitivamente. Pode ser que vás com ele e com o Tolentino a outra convenção sobre o impacto dos minotauros na economia da Grécia Antiga, já que é isso que fazes com os amigos.







P.S.: Para aqueles que dizem que isto pode ser ciúmes, porque raio ia eu ter ciúmes de alguém quando fui promovido outra vez na fábrica de tintas? Todos na fábrica querem ir para a Robialac e eu posso-me dar ao luxo de dizer que um executivo da Robialac veio falar comigo para eu ir trabalhar para lá e eu rejeitei. Para que é que ia ganhar mais 300€ quando a fábrica deles fica a 5 paragens do autocarro da minha e só preciso de 10 minutos para lanchar? E mais, o meu tio disse-me que isso de ter ciúmes de um amigo se chamava homossexualidade e mandou o meu irmão dar-me uma coça para ver se me passava. Depois daquela coça, se havia algum ciúme, desapareceu todo. 

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