O local onde tudo o que é produzido é fruto de delírios alucinatórios. De quem escreve e de quem lê.
domingo, 26 de maio de 2013
Isto da Internet é um mundo mesmo muito estranho
Com o Gary pouco ou nada inspirado, decidi assumir as rédeas aqui do blog. Entre tê-lo a fazer textos só para encher ou eu a contar a minha vida, prefiro os textos do Gary mas o Ramiro, que percebe de blogs porque também tem um dele, disse para eu ir em frente. Claro que já imagino o Gary a barafustar e a dizer para mudar o nome do blog para «Jorge Abel» e criar uma página no Facebook só para mim mas eu não quero protagonismo. Já me chegou naquela vez em que era o número 69 nas finanças e quando a da recepção gritou «NÚMERO 69» toda a gente ficou a olhar para mim. Olharam tanto para mim que eu nem fui e ela chamou logo o 70. Fui lá no dia a seguir e já era um número em condições, o 349.
Por isso é que gosto de ir à Churrasqueira, que não há senhas e não corro o risco de ser o 69. Acho que o Gary já vos falou da Churrasqueira, que só tem um toldo da Sicasal a dizer «Churrasqueira» e toda a gente vai lá. Quando vou lá buscar o almoço está sempre tudo amontoado uns em cima dos outros a ver quem berra mais alto o pedido. O Vítor Piranha, que por trabalhar lá diz às moças que é o «Rei do Pito», só regista os pedidos que ouve ou dos conhecidos. A mim conhece-me e por isso é rápido. Foi uma das vantagens de trabalhar no talho, o Vítor Piranha ia lá buscar a carne para a Churrasqueira e contava sempre histórias dele de como encavava moças ao ar livre, de como comia pão com queijo e mortadela enquanto jogava poker online ou de como o tio dele ganhou uma úlcera por ter bebido Seven Up durante duas semanas.
Mas chega de falar de vida real, vou falar de Internet porque foi isso que me trouxe aqui. Ontem, uma moça naquele site acabou por me responder mas de forma muito esquisita. Disse-lhe «Olá» e ela respondeu-me com um texto de que um anjo do mal tinha descido à Terra e que ia atacar, sob a forma de um lobo, aquele que não partilhasse a mensagem com 7 amigos. Primeiro não tenho 7 amigos. Segundo, nunca partilhei nenhuma dessas mensagens nem cartas, por isso não ia ser agora. E aposto que a moça que me disse isso ou inventou aquilo para eu não falar mais ou então também não tinha 7 amigos e mandou para mim. Mas nunca me dei ao trabalho de partilhar essas coisas. Uma vez, no meu prédio, vi uma carta dessas quando fui ao correio buscar uma carta do banco para o meu irmão e, sem ninguém ver, pus no correio do 3º andar, eles que lidassem com a carta como quisessem. Tanto quanto sei, até pode ter sido o do 3º andar a pôr a carta no nosso correio. Imagino a cara dele quando visse a carta no correio dele outra vez, a pensar que tinha sido o destino.
Também não acredito muito nessas coisas do destino. Menos se algum dia vier a ser taxista, o que é difícil. O meu tio disse-me que os taxistas têm que pagar protecção aos gandulos, como se vê naqueles filmes e avisou-me que quando há crimes há sempre algum taxista envolvido. Eu sou muito esquisito a conduzir, admito, não dava bem para taxista. Só imagino ter que seguir aquele lema do cliente ter sempre razão e algum obrigar-me a mudar para a Rádio Cidade ou a desligar o rádio. Só consigo conduzir com a Romântica FM ligada, acalma-me os nervos e faz-me pensar em como seria a minha vida se eu não tivesse problemas emocionais. Por isso é que o meu tio diz que eu conduzo mal, porque sempre que vem comigo no carro tenho que desligar o rádio, que ele diz que músicas românticas e problemas emocionais é para paneleiros, e então fico demasiado nervoso.
Quando andava na escola, uma vez fui à psicóloga para fazer aqueles testes que dizem o que vamos ser no futuro. A minha mãe sempre pensou que a psicóloga era aquela moça que dava as injecções para a vacina do tétano e então mandou-me ir e disse-me para tentar roubar uma caixa de pensos rápidos. Se soubesse para que servia a psicóloga nem me deixava ir à escola nesse dia. Mas fui à consulta e ela chegou à conclusão que eu devia ser acompanhado mais de perto porque tinha muitos problemas. Eu disse-lhe que já andava no apoio de Matemática porque a professora mandava sempre muitos problemas para casa, às vezes era aos 12 de cada vez, mas ela não percebeu e ainda por cima nem me ajudou a fazer os trabalhos de casa. Nunca mais fui à psicóloga, mas pelo sim pelo não tento andar sempre acompanhado na rua, para seguir o conselho que ela me deu.
P.S.: Esqueci-me de dizer uma coisa importante ali em cima, mas como vocês já sabem, o meu Delete está estragado e então vai ter que ser mesmo aqui no fim. Quando ia a sair da fábrica no outro dia o patrão passou por mim e perguntou onde é que eu comprava as minhas calças de ganga e depois disse-me que eu era dos funcionários mais indispensáveis que ele tinha actualmente. Já me tinham avisado que o patrão sempre que fala com as pessoas faz dois comentários e que o primeiro é sempre absurdo. Mas desta vez fiquei na dúvida se era assim tão absurdo porque compro as minhas calças na Sandra Roupeira e são bem boas. Menos quando ela me tenta vender calças verdes ou roxas, aí é que o meu tio dizia que eu era um daqueles moços que tem problemas emocionais.
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