O Verão não chegou mas parece, que já anda tudo quase sem roupa e gente a ir para a praia. Falando de mim em vez de estar aí a falar dos outros, parece que o Verão já chegou porque está calor e já começo a sentir que devo tirar o cobertor da cama senão começo a suar a meio da noite e acordo todo transpirado e nem sequer posso sair de manhã sem tomar banho, como acontece muitas vezes no Inverno. Com a chegada do calor que faz parecer que é Verão embora ainda não seja, quem lucra são os bares de praia. Eu detesto bares de praia e vou explicar-vos porquê:
- Os bares de praia praticamente só aparecem no Verão (ou em dias de calor em que parece Verão mas não é) e roubam clientes aos cafés e bares que andam aí a funcionar durante o ano todo. Parecem aqueles moços bonitões que para terem relações sexuais com uma moça só precisam de mostrar o bícepe, enquanto os outros têm que as encher de bebidas, ter bom discurso e ter muita sorte;
- Além de roubarem clientes aos outros cafés e bares, ainda por cima metem tudo mais caro que os outros e mesmo assim as pessoas vão lá, só por serem diferentes. Uma explicação que eu tenho para os preços mais altos é que têm que pagar renda o ano todo apesar de só funcionarem 3 ou 4 meses do ano. A outra explicação que tenho é que os preços são mais altos que nos outros cafés e bares para servir de metáfora para as pessoas perceberem qual é o preço de se ser diferente dos outros:
- Uma das coisas que mais detesto nos bares de praia são aqueles armantes que vão para lá e tiram a camisola para apanharem sol. Se quiserem apanhar sol, que vão ao bar e depois vão para a praia, é só andar uns metros. E ninguém me diga que ficam a apanhar sol na esplanada porque se esqueceram da toalha e a cadeira é mais confortável. Não, não. Fazem isso é só para se armarem e mostrarem ali o corpo. Nunca vi um moço gordo ou um moço todo magro a fazerem isso, só vejo aqueles moços musculados ou então turistas ingleses todos brancos e sem vergonha nenhuma porque estão fora do país deles;
- Passo dos moços para as moças, que ainda fazem pior. Muitas moças vão para os bares de praia vestidas normais mas depois põem-se para lá a tirar a roupa e ficam como se estivessem na praia, ali a apanhar sol. Depois, como 95% das moças que faz isto são moças em boa forma fica bastante difícil concentrar-me no que estou a fazer ou na pessoa com quem estou a conversar e é quase impossível não olhar. Só que essas moças nunca reparam que uma pessoa está a olhar porque também estão a olhar para os moços musculados que estão sem camisola;
- Outra coisa que detesto nos bares de praia é que quase toda a gente pede águas tónicas ou bebidas esquisitas e com cores e se eu pedir só um café até parece mal e sou olhado como um desperdício para o bar. O dono e os empregados, se eu ficar lá muito tempo, vão passar sempre na minha mesa ou a perguntar se quero mais alguma coisa ou a olhar, a ver quando me vou embora e vou deixar de lhes dar prejuízo;
- Essa atitude dos empregados e do dono do bar justifica-se porque há sempre clientes a entrar. E, como vai muita gente, quem for sozinho é olhado de lado, porque na opinião deles (empregados, dono e clientes à espera) está a ocupar uma mesa para nada quando podia estar muito bem a ser aproveitada por quem está à espera para pedir gins tónicos ou tangos;
- Além disso, ir sozinho ainda tem outro motivo que me faz detestar bares de praia ainda mais. Como quase todos os que lá vão são casais ou grupos, quem vai sozinho é visto como alguém sem amigos, sem relações e sem auto-estima e que vai para ali deprimir e pensar na vida. Portanto, contrariamente aos outros cafés e bares normais, a lei é: quem não vai para lá com alguém ou quem não estiver lá aos beijos numa moça é um frustrado que só vai para lá ocupar uma mesa;
- Nos bares normais as pessoas levam os jornais para ler ou pedem o jornal no café, mas nos bares de praia os que vão para lá levam livros, armados em intelectuais ou vão para lá escrever em cadernos, para aí à espera que alguém vá lá perguntar se é algum escritor ou autor famoso. Claro que há gente que me vem para aqui dizer que os ares do mar os podem inspirar e que escrever na toalha, em cima da areia, não dá jeito. Então eu digo-vos: que se vão para lá inspirar e que escrevam em casa. Ninguém precisa de os ver ali a escrever enquanto pedem bebidas coloridas e com sombrinhas;
- Nos bares de praia é impossível não olhar para os empregados e pensar que eles nos estão a servir contrariados e chateados porque queriam era estar ali em vez de estarem a trabalhar e a servir gente que não conhecem de lado nenhum e que está a fazer o que eles queriam estar a fazer;
- Por último, os que vão para os bares de praia de fato ou com uniformes do trabalho são um dos maiores paradoxos deste mundo e que me faz detestar mesmo bares de praia. Se estão em reunião de trabalho porque raio a fazem num bar de praia? Não há um montão de sítios onde reunir em vez de ser ali? E se vão tomar café na hora de almoço, porque raio vão para um bar de praia e não a um café normal, onde pagam 60 cêntimos? Só para mostrar que são trabalhadores numa hora de lazer a gastar o dinheiro que ganham? Odeio esses.
Perante tudo isto, resta-me dizer algo. Na prática não é dizer, mas é responder à vossa pergunta: Sim, já fui a bares de praia e ocasionalmente ainda vou. Afinal, tenho de conhecer o que critico para saber o que odeio, senão só andava para aqui a disparar factos aleatórios que só existiam na minha cabeça e que não correspondiam à realidade. Não quero roubar o lugar ao Gary no blog da pessoa que vive de acordo com os estereótipos sociais. Para isso já me chega ter ficado com a pass dele para partilhar os textos no Facebook.
P.S.: Mas por falar em Gary, fiz 10 pontos, muito mais do que é costume. A resposta é simples: enervei-me porque já não escrevia nada há muito tempo e relativamente aos bares de praia havia muita coisa por onde pegar. Por falar em muita coisa por onde pegar, também eu estava cheio de problemas com a canalização em casa mas o Lucindo resolveu-me aquilo tudo. Recomendo o Lucindo a qualquer pessoa que tenha o mínimo problema em casa,ele faz tudo e bem. E não digo isto só por ele ser meu amigo, que ainda não fiz a minha festa de anos e, por isso, no critério dele, ainda não somos amigos porque ele ainda não foi à minha festa de anos).
Seja bem-vindo Sr. Tolentino.
ResponderEliminarEste seu reaparecimento foi mesmo acertado. Parece que "resuscitou", tal como aquela nova série que dá no AXN (vai dar o segundo episódio da primeira temporada, amanhã, se não estou em erro). Aconselho-o a ver, é intrigante.
Deixe-me dizer-lhe que concordo com muitos dos seus pontos. Fez uma análise muito completa.
Porém, venho indicar-lhe mais um ponto que aposto que também é do seu desagrado, mas que não se recordou porque é daqueles aspetos que surgem mais em Julho/Agosto.
- Eu detesto aqueles bares mesmo colados à areia, onde as pessoas entram e saiem do bar de chinelos, deixando tudo cheio de areia. Detesto, também, as pessoas que entram de fatos de banho, para comprar gelados, mas que não se sentam a comê-los. Se bem que, confesso, também detesto as pessoas que entram de fatos de banho, de chinelos, compram gelados e depois sentam-se nas cadeiras a comê-los. Fica tudo cheio de areia, os corpos ganham uma tonalidade diferente e uma forma esquesita quando se encontram curvados na cadeira. Não gosto. Aliás, detesto!
Mas sabe o que mais adoro nos bares da praia? Tomar uma café. Sabe-me sempre bem.
Eu detestava mais que fosse eu a limpar essa areia toda só por causa de um Feast ou de um Perna de Pau. O que eu detesto é fatos de banho. Parece que estou na praia em 1940 quando as pessoas iam para o mar de vestido e os homens iam com camisolas às riscas.
EliminarNão vou começar a ver uma série no segundo episódio, depois não percebo nada e tenho que andar a fazer perguntas. Por isso, não vou ver a série, senão deixava de ser intrigante e passava a ser incoerente e tudo me passava ao lado. Além disso, ia demorar uma eternidade a perceber quem era quem e qual a relação entre eles. É que eles explicam essas coisas todas no primeiro episódio.
Eu vi essa série mas não percebi nada. O miúdo morreu e depois apareceu na China? Por isso é que a China tem 100 milhões de habitantes, que as pessoas que morrem vão todas lá parar.
EliminarSr. Tolentino, que isso nunca seja impedimento para ver séries novas e intrigantes. E não se deixe influenciar por pessoas que não percebem o cerne da série. Eu digo-lhe: também ainda não percebi. Mas é como tudo, há coisas que não dá para perceber à primeira. O desafio é continuar a ver para descobrir.
EliminarSe quiser, eu até lhe arranjo um site para ver online e tudo. Assim pode ver o episódio 1, quantas vezes quiser.
Ui oh Tolentino deixa estar, já estou a ver que este/esta moço/moça é para aí um daqueles que ganha à comissão por cada pessoa que vir a série, que uma vez queriam inscrever-me num ginásio e depois quando me perguntassem que amigo me tinha levado a inscrever eu tinha que dizer o nome dele e ele ganhava não sei o quê. Eu se fosse a ti já nem via a série nem nada. Ainda por cima com miúdos chineses!
EliminarNão é um miúdo chinês, é um miúdo dos Estados Unidos que apareceu na China, 32 anos depois de ter morrido.
EliminarNão existem miúdos chineses, oh pássaro branco de bico laranja que esvoaça nas praias.
EliminarEstás a inventar ou isso é a sério? É que se for a sério é grande confusão, não quero ver essa série, porra, detesto séries dessas todas confusas e complicadas e que não têm nada de realistas.
EliminarEu realmente ganho à comissão. Mas não é por cada pessoa que vê a série. Não me associo a coisas televisivas nem a marketing.
EliminarEntão suponho que só veja o noticiário, Sr. Tolentino.
EliminarNão. Também vejo muito canal História e muito National Geographic para saber e validar o porquê de detestar história e programas de animais.
EliminarAh! E olá Tolentino. Deixa-me o número do Lucindo para lhe ligar, que o meu irmão escondeu droga no autoclismo e agora aquilo não funciona. Além disso, não quero um autoclismo toxicodependente a viver em minha casa, quero um novo.
ResponderEliminarNão te vou dar aqui o número à vista de toda a gente. Eu quando estiver com ele dou-lhe o teu e ele liga-te, que ele prefere ligar às pessoas do que as pessoas lhe ligarem.
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