segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mascotes Duvidosas


Desde que partilhei convosco a minha crença de que o Capitão Iglo põe a pila em todas as caixas dos Douradinhos que muita gente me diz que eu sou estúpido. Outros só se conformam ao facto de eu ser mesmo comido. E outros que nunca sequer pensaram em mim não pensam em nada. O que eu penso é que, além do Capitão Iglo, há mais mascotes duvidosas.

A esta altura já estão vocês a pensar: «Pronto, que raciocínio comido vem daqui desta vez?». E eu digo-vos que o verdadeiro raciocínio comido de hoje é este: os gregos inventaram os jogos olímpicos mas se ainda hoje houvesse espartanos não haveria os jogos paralímpicos, que eles matavam-nos a todos à nascença. E quando sobrevivia algum, tentava trair o Imperador. Eu sei, que eu vi aquele filme, o 300, em que foi o deficiente que os traiu.

Mas voltando às mascotes, deixo-vos alguns exemplos que, a meu ver, são um bocado duvidosas e dão pano para mangas. Esta expressão também é passível de reflectir sobre ela, mas hoje é para as mascotes e então é isso que vou fazer:



  • Capitão Estrela: alguém no seu perfeito juízo acredita que a NASA treinou um urso (para mim é um urso, já sei que vem aí gente dizer que é uma raposa ou um daqueles animais com nomes maricas) para ir para o espaço procurar estrelas feitas de mel? E pior que isso, ele pode levar para lá crianças? A comunidade científica ganhou assim tanto poder que a sociedade já permite tudo ou só eu é que vejo o quão estranho é um urso levar crianças para uma nave no espaço? Onde está a segurança social nestes casos? É que filhos dele não são e mesmo que fossem não estou certo que pudessem ir para o espaço;

  • Perna de Pau: nunca hei-de perceber qual a piada que as pessoas acham aos piratas. Durante séculos saquearam e afundaram barcos, matando pessoas e gerando o caos e o terror nos mares. Agora, que já não existem (tirando meia-dúzia de moços na Somália que quando não têm nada que fazer vão chatear as pessoas) as pessoas vestem-se de piratas no Carnaval, no Halloween, para fazer mascotes de um gelado e naqueles filmes esquisitos em que dois moços se envolvem sexualmente e um está vestido de pirata;

  • Super Maxi: em miúdo adorava este gelado. Comia tantos Super Maxis que não surpreendia o facto de contribuir para os números da obesidade infantil. A minha aversão ao Super Maxi começou quando a mascote, na única aparição que faz em televisão, se mostra um cão sozinho, altamente deprimido e que se sente abandonado por todos. A sério, qual é a mensagem que tentam passar aos miúdos ao mostrar uma mascote deprimida? Era como se o nosso dentista, no dia em que vamos lá, dissesse que estava furioso e só lhe apetecia partir a boca a alguém;

  • Seven Up: um refrigerante (e cujo sabor não é assim grande coisa, aquelas gasosas de mercearia com uma rodela de limão sabem igual) escolhe um moço pálido para mascote. Podia dizer que branco mais branco não há, mas assim passava a ser o moço do reclame da Calgon ou daquelas marcas de lixívia, em vez de ser da 7Up. Também aqui a mensagem que passam é extremamente duvidosa, já que esse moço só aparece a consumir refrigerantes, o que faz pensar se a cor branca dele é pelos rins falharem. Além disso, não parece ser uma pessoa fiel e não fazer nada da vida, já que está sempre na praia a piscar o olho às moças. Não sei de onde vem o dinheiro para os refrigerantes, mas aposto que os pais dele trabalham como cães e ele ali na praia o dia todo;

  • Chocapic: pensem comigo. Um cão que estava sozinho numa seara de trigo, de repente aparece com um monte de coisas castanhas ao lado e diz que foi uma montanha de chocolate que foi libertada numa seara de trigo. Eu já tive metáforas melhores para o que o cão fez (e não sou o Rebelo, mestre de traineira e de metáforas!) quando digo que vou ler revistas ou quando digo que o rato vai parir uma montanha. Esta última saiu-me particularmente bem, foi pena que a tivesse utilizado num encontro com uma moça que nunca mais vi na vida;

  • Choco Krispies: vou implicar com os Choco Krispies por dois motivos: primeiro é um macaco e eu detesto macacos desde que um deles me cuspiu ali no Zoo da Maia. Segundo, os Choco Krispies é um cereal horrível para se comer às mãozadas porque escorrega por entre os dedos e ainda por cima parece que cola às mãos. Quase que me obriga a comer de colher. Por isso, prefiro não comprar e como outros;

  • Smacks: estes já tiveram aí uns 5 sapos diferentes desde que apareceram. Mataram o sapo ou só o foram substituindo por exemplares melhores, que parecesse cada vez mais um miúdo e menos um sapo? Qualquer dia é mesmo um miúdo e já ninguém se lembra que era um sapo, mas isso queriam eles! Outra possibilidade que coloca é o sapo dos Smacks ser tipo o Cell que se vai transformando à medida que absorve pessoas, só que o sapo dos Smacks era à medida que vendia caixas de cereais e se tornava mais popular;

  • Michelin: estes nem se esforçaram muito e fizeram um aproveitamento fácil do insulto «pneu» para um moço gordo. A meu ver, usar um moço obeso, feito de pneus, para promover uma marca de pneus era o mesmo que uma marca de tapetes ter como mascote um marroquino. Era um insulto fácil, correspondia a um estereótipo e as pessoas dificilmente esqueciam o nome da marca.



Agora, para que vocês não digam que está tudo mal, vou partilhar com vocês uma mascote que eu acho que está bem conseguida. Nada mais, nada menos que o tigre dos Frosties. Esse sim é uma grande mascote. Qual a melhor mascote para promover uma imagem de qualidade que um tigre? Mais, é um tigre vestido, não é como aqueles animais que aparecem pelados. E o que é que o tigre está a fazer? A jogar basket com crianças, o que significa que os Frosties dão energia! E está com crianças em público, a jogar basket, não é numa nave espacial sabe-se lá a fazer o quê ...




P.S.: Uma das coisas que não percebo é a mascote do açúcar RAR. É um elefante azul. O que raio tem a ver um elefante com o açúcar? Tirando a piada fácil de que quem abusar muito do açúcar pode ficar parecido com um elefante. Ter um elefante como mascote de açúcar era a mesma coisa que os douradinhos terem como mascote uma hiena ou uma barraca de farturas e churros ter como mascote um pepino.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mais uma sobre transportes públicos


Nota-se bem que ando sem inspiração, principalmente por não visitar a fria e desprotegida porcelana há alguns dias. Além disso, vou repetir a temática dos transportes públicos, ainda por cima com a ajuda de uma moça com algum tempo livre que vem para aqui perdê-lo ao ler o blog. Pior que isso, lê e ainda se dá ao trabalho de dar ideias para novos textos. Podia dizer que já fez mais que o Teófilo nos últimos 5 meses só que ele anteontem mandou-me uma mensagem a perguntar se eu estava bem. Foi bastante atencioso.

Mas voltando ao tema da moça que me manda sugestões, há pessoas assim estranhas. Claro que vocês devem estar a pensar «grande moral a deste moço, a falar de pessoas estranhas quando ele é o pior deles todos». Discordo de vocês, mas respeito. Quer dizer, não respeito nada. Como posso ser eu o moço mais estranho de todos quando vejo moços que gostam de usar máscaras de latex durante o sexo ou quando vejo moças a lamentarem-se que não podem mandar mais mensagens até à meia-noite porque já atingiram o limite de 1500?

Perguntam vocês onde vejo e consigo saber disto tudo. A resposta é mais que óbvia e fácil: nos transportes públicos (que infelizmente tenho sido cliente assíduo). Vejam por vocês (mais alguns) fenómenos que acontecem nos transportes públicos (e só nos transportes públicos, ou então principalmente):


  • Se repararem bem, 90% das pessoas que estão ao vosso alcance visual num transporte público ou são feias ou muito feias. De tal forma que os outros 10% que não se enquadram neste rótulo te parecem muito mais sensuais do que realmente são;

  • Os fiscais (ou picas como lhes chamam, eu cá chamo-os de 'Moços que vêm ver se eu sou gandulo ou bom moço') parece que só se lembram de controlar as pessoas quando os transportes estão de tal maneira cheios que nem consegues ir ao bolso buscar o bilhete sem espetares uma cotovelada em alguém;

  • O motorista olha-te de lado quando compras um título de transporte, como se não ter o passe fosse tão grave como não ter um braço ou não ter um testículo;

  • Sempre que ando de transportes públicos tento lembrar-me de alguém famoso que tenha dito que passou 1/3 da sua vida enfiado em transportes públicos, tal como eu faço. A conclusão a que eu chego é que ninguém famoso disse tal coisa alguma vez, logo eu vou ser sempre medíocre como todos os outros que andam de transportes públicos;

  • Nos dias em que todos os lugares sentados estão ocupados e eu sou uma das pessoas que tem a sorte de ir sentado, rezo a todos os deuses que existem ou não existem para que não apareça nenhuma grávida, nenhum velhinho de muletas ou nenhum deficiente, porque se aparecer já sei que vou ter que ser eu a levantar-me para se sentarem;

  • O meu mp3 (principalmente os phones, o mp3 sem phones é como uma francesinha sem molho ou um chipicao sem creme)  nos transportes públicos tem a mesma função que os preservativos, ou seja, evita que contraia uma doença contagiosa. No caso dos transportes públicos, evita que eu seja exposto à estupidez;

  • Moços que têm carro e andam de transportes públicos é como aqueles moços que têm uma namorada espectacular, excelente pessoa e com um grande corpo mas que a traem com uma gorda que conheceram na noite;

  • Quando saio na paragem em que tenho de sair e respiro fundo o ar, parece que tive fechado numa mina durante 3 dias, ainda que só tenha feito uma viagem de 20 minutos;

  • Muitas vezes espero mais tempo por um transporte do que pelo prato principal num restaurante. No outro dia fui comer a um restaurante que passados 40 segundos tinha todo o tipo de entradas na mesa. Depois esperei 50 minutos pelo prato que pedi. Quando veio o bife já estava farto de comer pão e queijinhos e o bife até me soube a patê de sardinha;

  • Outra coisa nos transportes públicos é o tipo de casal amoroso que podes observar. Por um lado, tens aqueles casais aberrantes, que parece que os dois se conheceram num circo, em que ele era o moço que limpava as jaulas dos animais e ela era a foca. Normalmente estes casais estão nos transportes públicos em clima de grande intimidade como se estivessem num quarto de hotel. Por outro lado, tens aqueles casais que vês que são completamente disfuncionais, que ou não falam ou quando falam mais valia estarem em silêncio, porque a qualquer momento vem gritaria dali.

E pronto, é isto. Tentei não dizer nada que já tivesse dito no outro texto que fiz sobre os transportes públicos mas como não me dei ao trabalho de ir ver o que tinha escrito é provável que tenha repetido alguma coisa. De qualquer maneira não quero saber. Ninguém se interessa pelo que fiz há 8 meses atrás, tirando se engravidar alguma moça. Aí, o que fiz há 8 ou 9 meses atrás vai ser uma coisa que me vai perseguir para o resto da vida. O outro sítio onde as pessoas se interessam pelo teu passado é nos transportes públicos, já que 80% das conversas que ouves (quando não levas mp3) é sobre coisas que essa pessoa fez há 30 anos atrás.



P.S.: Tenho que partilhar com vocês que muita da culpa de andar tanto de transportes públicos é minha. O Jorge Abel já se ofereceu para me levar de carro, mas ele tem sempre o rádio na Romântica FM e para isso prefiro ir de autocarro ou de metro mas a ouvir o meu mp3. É que se eu lhe disser para mudar de estação ele fica todo ofendido. Também não quero ir com o Tolentino que ele vai sempre a dizer que detesta moços que não dão piscas e que detesta quando está verde e o da frente demora 10 segundos para arrancar. Quando namorava com a Sandra Pêras cheguei a pedir-lhe boleia mas ela perdeu-se no caminho, nunca mais a vi e então acabamos. A partir daí, preferi sempre ir de transportes públicos.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Detesto não ter assunto

Às vezes pergunto-me sobre o que é que é pior que não ter assunto nenhum para falar, pensar ou escrever e chego à conclusão que o pior mesmo é não ter assunto nenhum. Mesmo que essa falta de assunto sirva de assunto para se ter algum assunto. Se foi confuso não quero perceber, eu percebi. Ninguém de vocês me ajudou a ter assunto, por isso também não vos vou ajudar agora. Mas porque é que detesto não ter assunto?

  • Quero escrever no blog e não sei sobre o quê, depois as pessoas esquecem-se de mim ou pensam que desisti como o Teófilo ou como o Matthew Praias;

  • Convido uma miúda para sair e não sei que lhe dizer por não ter assunto e pior que dizer uma grande porcaria num encontro é haver aqueles silêncios constrangedores e desagradáveis;

  • No outro dia fui à mercearia do Rebelo e ele mandou uma piada com metáforas, como é típico dele e eu não lhe soube responder. Fiquei tão revoltado com isso que tinha que trazer pão ralado para o jantar e só peguei num pacote de batatas fritas para sair dali o mais depressa possível. Depois claro que não comi panados ao jantar, por não ter pão ralado. Comi torradas;

  • Ontem fiz uma viagem de metro e esqueci-me de levar mp3. Tentei pensar em alguma coisa para escrever no blog, mas também para ocupar o tempo da viagem e não me saía nada. Dei por mim a fazer de Cláudio Ramos e a olhar para a roupa das outras pessoas só para ver se havia alguma coisa extravagante e poder julgar;

  • Descobri que se não tiver assunto nenhum, nada novo para contar, sou uma companhia muito aborrecida para se estar. No outro dia o Gary saiu do café mais cedo e eu fiquei sozinho com o Jorge Abel. Naquele silêncio que se gerou consegui fartar-me mais depressa de mim do que dele;

  • Normalmente faço 10 tópicos de discussão e hoje este é o último. Lembrei-me agora que detesto recordes do mundo e fiquei de vos dizer porquê, mas digo para a próxima, que agora já escrevi isto tudo e detesto apagar tudo no fim para começar uma coisa nova que nem sei se vai resultar. Para mau chega este.


P.S.: Se não tenho assunto para um post como vou ter para um P.S.? Isso é como aquelas pessoas que dizem que dizem que estão completamente cheias, nem conseguem comer mais um grão de arroz, mas depois espetam 2 ou 3 sobremesas. E quando digo sobremesas não é salada de fruta, é logo mousse de chocolate ou bolo de aniversário. Claro que eu acabei de fazer o mesmo que essas pessoas e detesto-me por isso, mais do que detesto não ter assunto.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sou muito melhor quando estou sozinho


Não, não é nenhum texto do Jorge Abel a fazer-se de coitadinho. Muito menos é um texto do Tolentino a dizer como detesta pessoas e como o provérbio «antes só que mal acompanhado» é totalmente verdade, já que 99% das pessoas do mundo são má companhia. Também não é um texto do Teófilo, que esse já não sabe escrever nem sequer SMS's. É uma reflexão minha, novamente fruto de me sentar na porcelana fria e desprotegida da casa de banho dos deficientes que tenho frequentado de forma diária. Não sei se é alguma perversão que estou a desenvolver, mas tem-me sabido bem.

Outra coisa que o frio da porcelana me tem provocado é uma corrente de reflexões que tem-me dado temas sobre os quais escrever no blog, impedindo que, de repente, o Tolentino faça 10 textos seguidos. O tema de hoje foi sobre a solidão. Não sobre aquela solidão lamechas em que vou para a beira-mar andar devagar e ter vontade de chorar quando vejo um casal de namorados na brincadeira que, eventualmente, vai acabar com alguém a ser encavado. Mas sim a solidão de estar sozinho e aproveitá-lo.

Claro que esta solidão parece sempre negativa, principalmente quando se acaba uma relação ou quando se consegue fazer alguma coisa espectacular mas ninguém está ali para testemunhar. Agora sei como se sentia o Spider Man antes de se lembrar de tirar fotografias a ele mesmo. Mas, por outro lado, reparo que quando estou sozinho sou muito melhor. Vejam lá porquê e pensem se não vos acontece o mesmo:


  • Quando estou sozinho reflicto muito mais nas coisas e de forma mais profunda, chego a conclusões brilhantes, algo que não acontece quando estou com outras pessoas;

  • Quando estou sozinho, consigo considerar outras perspectivas sem ninguém as impor, chego lá sozinho através da minha capacidade de raciocínio e não através de ter ouvido dizer uma coisa parecida num filme e esperar que ninguém tenha visto o mesmo filme para dizer que fui eu que cheguei a essa conclusão;

  • A minha relação comigo mesmo justifica-se a si própria, ou seja, é uma relação pura porque se mantém mesmo não havendo possibilidade de sexo;

  • Mesmo não havendo a possibilidade de relações sexuais, não fujo e consigo manter uma verdadeira relação de intimidade. Toma lá Bárbara Abília, agora diz que eu fujo da intimidade como o Ramalho Drogas foge dos polícias à paisana;

  • Quando estou sozinho tenho piada, sou mesmo engraçado, consigo pensar em coisas incrivelmente engraçadas. Quando estou com outras pessoas, essas coisas engraçadas têm que se sujeitar ao critério dos outros e, muitas vezes, um momento sublime é transformado em momento embaraçoso por causa dos outros;

  • Quando estou sozinho tenho uma maturidade acima da média e muito acima daquela que revelo quando estou com outras pessoas. Além disso, nunca ninguém me chama criança (toma lá, Carla Alexandra!!!);

  • Quando estou sozinho expresso-me com mais facilidade e não digo porcarias (algo que sucede com imensa frequência quando estou, por exemplo, em encontros). No entanto, se disser alguma porcaria não me julgo e dou oportunidade para me redimir, algo que não acontece quando estou com outras pessoas;

  • Quando estou sozinho não consigo mentir a mim mesmo. É uma relação baseada na verdade e na honestidade. Quero ver quantas pessoas podem dizer isso da relação delas;

  • Quando estou sozinho não me consigo separar de mim mesmo, não é como naqueles encontros em que passado 20 minutos já estou a imaginar o que vou dizer para me ir embora;

  • Quando estou sozinho não me perco nos meus pensamentos, deixando escapar alguma coisa importante que não ouvi por estar a pensar (embora não me arrependa de ter feito isto em alguns dos encontros que tive na minha vida);

  • Quando estou sozinho não preciso de esconder coisas embaraçosas e vergonhosas do meu passado, nem rezar a todos os deuses que existem ou não existem para que a pessoa não descubra essas coisas;

  • Quando estou sozinho, ao contrário do que dizem de mim quando estou com outras pessoas, sou compreensivo e tolerante. 

Perante tudo isto, começo a acreditar que quando a Bárbara Abília, filha da Justina do peixe, me disse que eu ia ficar sozinho para sempre, me estava realmente a desejar o bem e não o mal. Se não for muito tarde, ainda lhe vou ligar a agradecer. Ou então talvez lhe dedique este texto. Entre ficar eu e ela a saber, mais a mãe que ela conta tudo à mãe ou ficar a saber eu e vocês os três, não sei o que é melhor. É que ela conta mesmo tudo à mãe. Uma vez disse-lhe que não gostava do sabor dos douradinhos porque achava que o Capitão Iglo metia a pila em todas as embalagens antes de as enviar para os super-mercados e para os talhos (sim, vendem douradinhos e rissóis de pescada em talhos, já não é novidade para vocês) e ela contou à mãe. Depois disso fui jantar a casa dela e a Justina do peixe fez lombinhos de pescada e disse-me «Gaivota, sabe a douradinhos mas não te preocupes que não são douradinhos». 



P.S.: O Capitão Iglo é só um de muitos personagens questionáveis que aparecem na televisão. Outro que me mete impressão e um bocado de medo (além do Avô Cantigas, mas esse é explícito demais) é aquela moça que dizia 'Olá, eu sou a tua menstruação'. Essa moça era tipo Deus, tinha que estar em todo o lado, a olhar por todas as moças do Mundo. A única diferença entre ela e Deus é que essa aparece em frente às pessoas e apresenta-se, a dizer o que é e toda a gente sabe o que vai acontecer quando ela aparece.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

A relação entre comida e Geografia


Há coisas no mundo que não consigo perceber. Porque é que algo que dá para os dois sexos se chama «unissexo»? Sempre que alguém me diz que o cabeleireiro onde vai é «unissexo» eu penso que todos somos unissexo. Tirando a Lady Gaga, que uns dizem que é homem, outros dizem que é «bissexo», outros não conhecem e outros, mas poucos, dizem que é uma mulher. De resto, acho que toda a gente é unissexo, ainda que andem por aí uns moços que se vestem de mulher e dizem que são mulheres.

Mas não é dessas coisas que vamos falar. Pelo menos hoje. Noutro dia qualquer podemos perder o nosso precioso tempo a falar sobre moços que se vestem de mulher ou sobre mulheres canalizadoras cujo sonho é ir ver um concerto de Marilyn Manson. Aquilo sobre que vamos falar de hoje é, tal como tudo isto, esquisito, mas não tanto. Se falasse disto hoje ressuscitava outra vez o Tolentino, que vinha para aqui reclamar e dizer porque é que detesta moços e moças esquisitos.

A cena esquisita de que vamos falar hoje é de alimentos e comidas cujo nome engloba um país ou uma cidade. Se pensarem bem, muitas das coisas que comemos têm nomes distintos (pargo, polvo, alheira, Chipicao), outras coisas têm um nome estrangeiro (croissant, pizza, hamburger, tortilha) e outros, já que a originalidade não dava para mais, têm nome de país ou cidade. Vejam a lista com alguns exemplos e comentários que só eu acho engraçados:


  • Bola de Berlim: se o Hitler soubesse que, em Portugal, o nome Berlim era utilizado para designar este bolo, mas também era usado como um insulto fácil para chamar aos obesos, invadia-nos logo e acabava com a nossa raça. Felizmente, os alemães nunca quiseram saber de nós para nada e então andamos nós por cá a chamar 'Bola de Berlim' a um bolo que deve ter sido inventado por um pasteleiro de Fafe;

  • Alho Francês: nunca percebi bem este nome. Este vegetal vem de França? Ou encontraram-no depois de terem descoberto o alho e como não sabiam o que fazer com ele inventaram o nome 'francês'? Ou o agricultor que vendeu isto pela primeira vez numa feira tinha um bigode farfalhudo e ninguém percebia o que ele dizia e chamaram-lhe «o alho do Francês» que, com o tempo, para facilitar, ficou só 'alho francês'? É que não acredito que seja 'Alho Francês' porque só existe em França e todos os dias, camiões atrás de camiões vêm de França para todo o Mundo entregar alhos franceses ...

  • Água de Colónia: este nome faz pensar uma de duas coisas: ou os alemães cheiram todos tão mal que, em Colónia, até a água lhes cheira a perfume ou então, os portugueses são tão burros que o primeiro alemão que cá veio vender perfume, era um moço de Colónia, que disse que na sua terra, iam ao rio, enchiam frascos e vendiam como perfume. E nós, como burros que somos, acreditamos e chamamos «água de Colónia» desde então. Adorava que houvesse outra explicação mas esta parece-me totalmente credível;

  • Bolacha Húngara: a bandeira da Hungria é verde, branca e vermelha. A bolacha húngara é metade amarela e metade chocolate. Não percebo porque se chama «húngara». Quem deu o nome a esta bolacha deve ser como aqueles moços que vendem farinha a adolescentes dizendo-lhes que é da melhor cocaína afegã. Se se dissesse que a bolacha húngara era bolacha de Peniche ninguém comia;

  • Couve Galega: tudo o que disse em relação ao alho francês repito para a couve galega. A couve galega é uma couve, que não é uma tronchuda, mas é mais especial por ser galega. Ainda dizem que os comerciantes não percebem nada de marketing? Eis a prova que todos estamos enganados quanto a isso;

  • Camarões: neste caso, o processo foi ao contrário, ou seja, primeiro surgiu a comida e só depois o nome do país. Já aqui debatemos no blog que o nome 'Camarões' reflecte bem a complexidade de pensamento do português, que ao ver o nome 'Cameroon' ou 'Camerún' decidiu chamar o país de 'Camarões'. A única semelhança que consigo ver entre os camarões comida e os Camarões país, é que nenhum dos dois parece ter grande coisa na cabeça;

  • Conguitos: já que estamos numa onda de piadas raciais, quem inventou a sobremesa 'Conguitos' também estava nessa onda. Uma sobremesa chamada 'Conguitos', em que a mascote era um preto e a própria sobremesa era preta. Porque não chamar à sobremesa 'Italianitos' ou 'Inglesitos'? Não! Vamos chamar-lhes 'Conguitos' para estereotipar os pretos;

  • Sande Americana: que os americanos são quase todos obesos (menos os que aparecem na televisão, fora isso são todos obesos, disse-me um tio meu que foi viver para o Kentucky quando chegou aos 150 kg) todos sabemos, agora que nós por cá tínhamos que ter um estereótipo quanto a isso, revolta-me. Em 1946, após o fim da II Guerra Mundial, o Sr. Abílio tinha um tasco em que servia refeições a trabalhadores. Com o preço da carne a aumentar, o Sr. Abílio fez uma sande guarnecida, para fugir às refeições caras, com carne. Durante anos foi conhecida como «Sande à Abílio». Quando o país ficou a conhecer essa sande, chamou-lhe «Sande Americana»;

  • Filipinos: Quem inventou uma das melhores bolachas do mundo e lhe deu o pior nome possível devia arder em algum Inferno, se tal existir e não for apenas um delírio alucinatório geral. Uma bolacha como os Filipinos devia ter um nome estrondoso tipo «Maravilhosos». Assim, a frase «vou comprar um pacote de 'Maravilhosos'» seria muito mais aceitável que «vou comprar um pacote de 'Filipinos'». Isso parece tráfico humano. Além disso, se as bolachas se chamassem 'Maravilhosos' escusávamos de ter visitas aqui no blog, como já tivemos, de pessoas das Filipinas; 

  • Napoleão: o Imperador de França, que um dia sonhou ser Imperador do Mundo e, por isso mesmo, imortal, arrepender-se-ia de tudo isso se soubesse que ficou imortal por dois motivos. Primeiro, por causa daquela adivinha estúpida «de que cor é o cavalo branco de Napoleão?» e segundo por causa do bolo que tem o seu nome. Pior do que isso, é que uma vez em Leiria pedi um Napoleão e ninguém sabia o que era. Depois vim a descobrir que lá chamam a um napoleão, um «mil folhas»;

  • Letão: o que eu gosto na Letónia, são os letões. O problema foi nunca ter ido à Letónia para comer um letão, mas aqui em Portugal já comi letão na Bairrada e é bem bom, aconselho vivamente. O segredo de um bom letão está no molho, mas também se a pele está crocante. Outra coisa que recomendo, ao comer letão, é acompanhar com aquelas batatas fritas redondas, ainda sabe melhor;

  • Peru: entre todas as carnes, o peru é aquela mais fraquinha, que uma pessoa só come em último caso, só se estiver de dieta ou se não houver mais nada. Eles deram o nome de Peru ao animal porque também com o país é assim: só vive no Peru quem não consegue viver em nenhum outro país da América do Sul (e do Mundo) ou então quem tem lá um negócio de família que não pode abandonar e então tem mesmo que viver lá. O Peru também é conhecido por ser fraquinho no futebol, tal como é na carne e na qualidade de vida;

Como vêem, a ilação a retirar deste texto é bastante fácil e explícita: tudo na nossa vida é comida e vai dar à comida. Por muito que aqueles moços queiram enganar as moças e convencê-las de que não são daqueles que é só comer e não se importam com mais nada, eu digo-vos que, na vida, tudo é comer. Por exemplo, agora mesmo, estou a escrever no blog e a pensar no que é que vou comer quando acabar. Talvez vá até à mercearia do Rebelo comprar um pacote de Chipmix, que isso sim, é nome de bolacha, não é como os Filipinos. Chipicao não vou comprar, no outro dia comprei um lá e não me saiu nada de brinde, assim não vale a pena comprar um croissant seco com um bocadinho de chocolate, só valia a pena o sacrifício se viesse um cromo ou uma tatuagem. Assim vai ser um pacote de Chipmix e um Bongo. E agora ia fazer uma conclusão mas não consigo, já estou a pensar no que vou comer ...



P.S.: Suíça não é comida mas é um nome de país que é utilizado para outro propósito completamente diferente. Porque raio é que deram um nome de um país a uma porção de cabelo que só os barbeiros sabem aparar? Juro, de cada vez que vou ao barbeiro e ele me faz uma suíça da moda, quando chego a casa, passados 3 dias vou fazer a barba e estrago a suíça toda. Basicamente, vou ao barbeiro e tenho suíças da moda durante 3 dias. Depois, só passado um mês e tal é que volto a ter suíças em condições.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sítios em que me consigo sentir um moço perfeitamente normal


Por esta altura já expliquei a mim mesmo porque é que convidei o Tolentino a vir para aqui escrever: vocês já devem estar tão fartos dele, que anseiam pelos meus textos como nunca o tinham feito. Ou então não, a chegada dele e vir logo com dois textos seguidos fez com que perdesse os meus 4 seguidores de sempre. Se assim foi, convivo bem com isso. Falar sozinho já é um bom começo para poder ir buscar os anti-psicóticos à farmácia, que agora ninguém me vende.

O único que me tenta vender comprimidos, que diz que podem fazer o mesmo que esses anti-psicóticos é o Ramalho Drogas. Chama-lhe 'Drogas' porque o pai dele tinha uma drogaria e o Ramalho, como bom filho, continuou o negócio do pai, mas expandiu-o e além de vender vassouras, cadeiras de plástico e pilhas também vende LSD, Ecstasy e Heroína. Infelizmente só vende mesmo isso e não tem nenhum anti-psicótico.

Mas chega de falar no Ramalho Drogas e voltar-me para o tema de hoje. Apesar da minha doença psiquiátrica em estado avançado (e sem medicação), considero-me um moço normal, principalmente quando comparo com aquilo que eu vejo em alguns sítios. Como sei que não acreditam em mim, vou fazer com que acreditem depois de alguns exemplos que vejo no dia-a-dia:


  • Discotecas: começo pelo sítio em que me consigo sentir mais normal. Entre moços a fazerem a dança do robot, outros a usarem deixas de engate que em 1965 já eram antigas, outros a vomitarem em tudo o que é sítio e outros a fazerem o cerco a 40 moças por noite, sem conseguirem nada, eu sinto-me muito normal e agradeço a essas pessoas por existirem e, principalmente, por fazerem essas coisas (ainda que alguns deles tenham mais sorte com as moças do que eu);

  • Estádios Futebol: quando vou a um estádio de futebol sinto-me perfeitamente normal. Quem é normal, num estádio, insulta, sofre, vibra. O anormal acontece quando se grita um insulto e se olha para trás e para o lado para ver se alguém achou piada; o anormal acontece quando alguém está a olhar para a mensagem de telemóvel que o da frente está a mandar; o anormal acontece quando vês moços e moças vestidos num estádio como se fossem à ópera; o anormal acontece quando estão a fazer tudo no estádio menos ver o jogo;

  • Transportes Públicos: se algum dia, algum de vocês estiver numa crise existencial e não souberem bem o que são, desafio-vos a andarem de transportes públicos durante uma semana. Aí, certamente, vão descobrir aquilo que não são, que já é meio caminho andado para descobrir o que é que são. Também vão descobrir que roupas nunca vão usar (pelo menos em público), que toque de telemóvel mais detestam e, principalmente, que nem todas as moças que usam leggins têm corpo para isso;

  • Casas de banho de deficientes: no outro dia, num hospital, quis satisfazer as minhas necessidades básicas e primárias. Por isso, fui à máquina de lá e tirei um Bongo e umas bolachas. Quão bom é «Um Bongo»? O raio do sumo tem anos e continua a ser maravilhoso. Se há coisa que os putos de hoje em dia podem usufruir do mesmo modo que nós, na nossa altura, é do sabor maravilhoso deste sumo. De qualquer maneira, depois de comer e beber quis ir à casa de banho, mas no piso em que me encontrava só havia uma casa de banho de deficientes. Como bom cidadão português, entrei e tranquei a porta por dentro para ninguém me incomodar. O que vi fez-me sentir mesmo normal. A casa de banho deles é enorme, quase maior que o meu quarto mas não tem tampo na sanita, é logo na porcelana. Jurei que nunca mais ia a uma casa de banho para deficientes;

  • Restaurantes: já muito falamos de restauração por aqui no blog, mas nunca nesta perspectiva. Aquilo que eu vejo em alguns restaurantes faz-me sentir perfeitamente normal. Quando vou a um restaurante, normalmente, é para comer aquilo que conheço e sei que vou gostar, não é como aqueles moços que vão para restaurantes para comer pratos que nunca comeram na vida e pagar 100 euros por uma coisa que, se calhar, não vão gostar. Além disso, a história dos bifes é sempre a mesma: «quero mal passado», «quero o meu bem passado», «quero o meu a meio termo». Eu quando vou ao restaurante como da forma que o cozinheiro fizer, porque a diferença entre comer em casa e comer no restaurante é que comemos o que um desconhecido faz para outro desconhecido, mas com possibilidade de escolher entre uma variedade de pratos;

  • Supermercados: pouco mais posso acrescentar nesta altura que não tenha dito senão que há secções dos supermercados que são propícios a uma pessoa sentir-se normal. Por exemplo, eu nunca entrei naquelas zonas de comida macrobiótica ou biológica ou lá como essas merdas se chamam, mas sempre que olho para lá só lá andam pessoas estranhas. E na única vez que entrei naquela zona que agora está na moda nos supermercados, que é vender roupa, como se fossem uma loja de roupa, vi um puto com uns 100 quilos a experimentar uma camisola de lã vermelha com quadrados verdes, que devia ser o tamanho M, mas ao puto parecia um XS. O pior é que a mãe insistia que lhe ficava bem e ia mesmo comprar-lhe aquilo ...

  • Aqui no blog: Desde que o Tolentino entrou para aqui, fez-me sentir muito normal. O Matthew Praias sempre me fez sentir, mas começava a sentir a falta de alguém que me fizesse mesmo ver o extremo daquilo que eu sou. Esse extremo é o Tolentino. O Jorge Abel também, mas como ninguém lhe passa cartão, importa é o Tolentino.


Estar em cafés também me faz sentir normal, principalmente quando estou perto de uma mesa em que se nota claramente que estão duas pessoas a ter um encontro que não está a correr nada bem. Ver o moço nervoso, sem saber o que dizer e a dispersar o olhar e a moça a ir para aí 10 vezes à casa de banho e, sempre que vai, ver o moço a ir ao telemóvel e a abanar a cabeça é impagável. Principalmente quando assisto a estas situações do lado de fora e quando não sou eu. Imagino o impagável que foi para aquelas pessoas que me viram a desembolsar 6€ pela merda do Bailleys ...



P.S.: Claro que é preciso muita coisa para que me sinta uma pessoa minimamente normal. Não basta alguém sair à rua com um pólo amarelo para eu me sentir normal. Mas se além de sair com um pólo amarelo, for a um restaurante pedir um «bife bem passado», pedir uma «Mini» a acompanhar, tiver um toque de telemóvel que é um bebé a rir e for fazer a dança do robot para a discoteca ... Esse é provavelmente o Jorge Abel.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

As relações amorosas são como as refeições


Dizem que a maneira como nos relacionamos com a comida mostra como nos relacionamos com as pessoas. Bem, sinceramente, ninguém diz isto, acho eu, fui eu que disse agora mesmo. Mas tendo em conta a quantidade de vezes que já ouvi histórias a começar por «quando eu comi aquela moça» ou «aquela caixa de Haggen-Daz é o meu grande amor», acredito que seja mesmo verdade.

Aposto que o Tolentino detesta gelados, já que detesta tudo. O que ele mais detesta, no entanto, são as boas maneiras, já que não se apresentou a ninguém. Mas em vez de falar no Tolentino, vamos falar de refeições. As refeições, tal como as relações amorosas, nunca são totalmente a nosso gosto, muitas vezes comemos coisas que também não gostamos, tal como engolir sapos. Também tal como com as relações, há gente que tem uma relação problemática com a comida e pensa que está tudo bem, embora tudo o resto diga o contrário.

Assim, para aqueles que ainda não acreditam que as relações amorosas são como as refeições só pelos argumentos que dei em cima, vou mostrar como a postura em ambas as coisas são semelhantes:


  • Pequeno-Almoço: é a primeira refeição do dia e diz muito do que a pessoa é. Tal como a primeira relação que se tem, há os que investem muito no pequeno-almoço, os que ignoram a sua importância, os que a fazem mas não da melhor maneira, os que saltam esta refeição e não a fazem, os que acham que não precisam de pequeno-almoço e os que mesmo investindo fortemente no pequeno-almoço, passado um bocado já estão a comer outra vez;

  • Refeição a meio da manhã: muitos dos que tomam pequeno-almoço vêem nesta refeição um reforço do pequeno-almoço, ajuda a manter a primeira refeição sustentável, sem a substituir. Outros que viram que o pequeno-almoço não valeu a pena, investem um bocadinho mais nesta, até para corrigir os seus próprios erros que cometeram na primeira vez. Aqueles que exageraram na primeira refeição saltam esta por não terem estômago suficiente. Por último, existem os que não tiveram pequeno-almoço e então continuam em jejum (seja por opção do próprio ou por não terem acesso a comida);

  • Almoço: esta é a «refeição-forte», em que mais se investe, mesmo os moços que não tomam pequeno-almoço, acabam eventualmente por almoçar. Depois há aqueles moços que exageram na dose do almoço, pensam que estão a fazer bem e a investir mas no fundo estão a cometer um erro típico de principiante, para quem o almoço é a primeira refeição, quando devia ser o pequeno-almoço. Assim, aqueles que têm uma refeição saudável desde o princípio fazem do almoço uma espécie de continuidade, em que se se está bem não vale a pena mudar. Por último, ainda há aqueles negligentes que não valorizam o almoço e almoçam sempre a correr, dando prioridade ao trabalho ou a outras coisas, até ao dia em que o almoço lhes falha e vão sentir a sua falta;

  • Lanche: o importante do lanche é que nem toda a gente lancha, outros fazem 2 e 3 lanches no mesmo dia, outros ainda investem no lanche o que não investiram no almoço e fazem do lanche a sua grande refeição, apesar de esse investimento estar, à partida, condenado ao insucesso. Apostar tudo ao lanche começa a ser um pouco tarde para se ter uma dieta equilibrada. Por outro lado, quem tem um equilíbrio desde o pequeno-almoço utiliza o lanche como uma lógica da continuidade, sendo um reforço do que se tem desde o início;

  • Jantar: Muitas vezes, quem se alimenta mal ou pouco durante o dia e depois compensa ao jantar sente-se muito cheio e arrependido, quer de o ter feito, quer de não ter investido em algo equilibrado desde mais cedo. Assim, quem se pauta pelo equilíbrio desde o pequeno-almoço alimenta-se de forma equilibrada e sustentável, não sendo ao jantar que vai estragar tudo (embora aconteça em alguns casos). Por outro lado, quem sempre teve míngua e se pautou pelo jejum, não é ao jantar que vai ter fartura (embora também possa acontecer em alguns casos);

  • Ceia: os peritos dizem que faz mal, mas muita gente faz ceia. Quem fez todas as refeições equilibradas, faz da ceia uma pequena adição a algo que já está bem, ao contrário daqueles moços que como nunca tiveram uma refeição em condições investem tudo na ceia, procurando, em desespero, ter aquilo que já deviam ter antes e contentando-se com o que houver.

Muitas outras coisas poderiam servir para equiparar as relações amorosas com as refeições. Por exemplo, comer entre refeições, tal como nas relações, são aquelas tentações a que não se resiste e, após se fazer isso, há sempre uma dose de arrependimento. De igual modo, beber água entre as refeições controla essa fome e impede de se cair em tentação, ajudando ao equilíbrio entre refeições. E, por último, para vos convencer definitivamente que esta é uma boa comparação, quem come muito não significa que seja mais feliz, assim como quem come muito pouco também não o é.



P.S.: Tudo isto me deu um bocado de fome. Vou ali à mercearia do Rebelo comprar um Chipicao e um Capri-Sone. Pode ser que venha uma tatuagem ou um cromo no Chipicao. Se sair uma tatuagem espero que não seja uma flor ou uma borboleta, para isso mais vale sair um cromo. O Rebelo não tem Chipicaos de morango, por isso vai ter que ser dos tradicionais. Espero que saia uma caveira na tatuagem para colar no braço. E espero que o Chipicao também não esteja seco. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Nomes que detesto que as pessoas chamem umas às outras


Eu sei que o título não é grande coisa mas não estou preocupado com isso. O Gary só me falou na porcaria dos PS's no fim dos textos, portanto não se deve preocupar grande coisa com os títulos. Aliás, isso dos títulos é para os jornais e para os livros. E vendo bem, este título tem tudo o que é preciso: explica sobre o que vou falar aqui. Qual é a necessidade das pessoas acabarem as frases com um nome, como se estivessem a sublinhar a tua relação para contigo? Mas o problema é que as palavras que usam são sempre desproporcionais e não especificam grande coisa. Deixo-vos aqui a lista das piores (e mais frequentes):


  • Sócio: a única pessoa que eu vi usar correctamente isto foi o Futre quando disse aquela do «sócio, estou concentradíssimo», porque estava realmente a falar para sócios de alguma coisa. Agora aquilo que eu vejo na sociedade é que nunca nenhuns sócios de alguma coisa se tratam assim, mas sim aqueles gandulos, que acabam ou começam qualquer frase com «oh sócio». É que serve para tudo. «Vou-te matar, oh sócio»; «Oh sócio, às 4:00 bazamos»; «Detesto fazer PS's no fim dos textos, oh sócio»;
  • Primo: Eu tenho um primo e, na maior parte das vezes chamo-o pelo nome dele. E tenho a certeza que quando dou por mim a começar uma frase a dizer «oh primo» é por influência da sociedade. Aliás, eu acho que a franja da sociedade que usa a expressão «oh primo» é aquela que se quer distanciar dos que dizem «oh mano». Dizer «oh primo» parece menos sucateiro e mais chique, mas não é, detesto as duas;

  • Chavala: o mais normal era eu abordar agora mesmo o «oh mano», mas não. Se há coisa que detesto é dizer «esta é a Maurícia, é a minha chavala». Porque é que se transformou algo que significava o mesmo que «puto» em algo que significa o mesmo que «namorada»? Foi por causa do Processo Casa Pia e de verem que quem tinha crianças como namoradas aparecia na televisão e era famoso?

  • Mano: agora sim. Provavelmente é a expressão mais gasta do mundo. Não sei como começou. Quer dizer, há religiões que dizem que somos todos filhos de Deus. Depois também há religiões que dizem que se nos suicidarmos em grupo a usar toucas temos direito ao paraíso. Mas ninguém usa a expressão «oh mano» nesse sentido. O pior é que se usa isso como uma espécie de iniciação ao mundo dos gandulos. É simplesmente impagável ver um puto gordo, para aí com 12 anos, a dizer algo do género «oh mano, ash!». Apetece logo dar 2 estaladões;

  • Gata: Se eu fosse mulher havia três coisas que ia detestar: camionistas, bêbados nas discotecas e gajos que falassem comigo a dizer «gata» em todas as frases. Aposto que se a primeira pessoa que usou a expressão «és uma gata» visse o uso que lhe dão hoje em dia, suicidava-se outra vez. Sim, porque ele suicidou-se a partir do momento em que o Hi5 atingiu o seu expoente máximo;

  • Bebé: Uma vez uma namorada minha disse-me: «Essas calças ficam-te tão bem, bebé». Eu acabei com ela, 6 meses depois, porque ela me traiu. Mas a expressão «bebé» é capaz de ser a pior do mundo e a que mais detesto. Quando eu faço alguma coisa e as miúdas dizem que eu sou infantil, é mau, mas ser «bebé», que é ainda mais infantil, é querido. E esta onda do «bebé» começou lá com o palhaço do Elvis e do Frank Sinatra e dizerem «baby, baby» em todas as músicas ...

  • Babe: Se «bebé» é mau, «babe» é péssimo. Prefiro que me atirem facas quando eu não estou a olhar, só para gáudio de quem atira do que me chamarem «babe». Aliás, «babe» é capaz de ser o pior estrangeirismo na nossa língua depois de «écharpe»;

  • Amiguinho: este é capaz de ser o maior contrasenso do nosso idioma. Se repararem bem, aquelas pessoas que te tratam por «amiguinho» são aquelas que não têm confiança contigo para te chamarem nada mais, para além disto. «Oh amiguinho, não concordo contigo», é uma forma supostamente carinhosa de dizer «oh meu grande corno, está calado, que eu não te conheço e do pouco que estou a conhecer estou a detestar, e ainda por cima não tens razão». Mas claro que só podia representar isto mesmo, até porque eu nunca iria tratar por «amiguinho» alguém que fosse mesmo meu amigo;

  • Colega: Este é de duplo sentido e o mais complexo. Aquelas pessoas que te conhecem mas não têm confiança suficiente para te chamarem «amiguinho» usam a expressão «colega» porque não se comprometem e não te estão a insultar. Por outro lado, ouves também «oh colega» para aqueles que não têm uma relação de confiança contigo que chegue ao patamar de seres o «mano». De qualquer das formas, detesto;

  • Parceiro: esta surge em último, mas não é a menos importante. Nunca nenhum parceiro de negócios chamou pelo outro por este nome. Nunca nenhum polícia chamou o seu parceiro assim. Nem mesmo um casal homossexual com medo de ser julgado em público chamou o outro por «parceiro». Quem é que então faz isto? Tal como os que dizem «blá blá blá, oh primo», os que dizem «blá,blá,blá, oh parceiro» são aqueles que não querem dizer «oh mano» por parecer muito arruaceiro, mas precisam de uma expressão para qualificar a pessoa com quem estão a falar.


Continuo sem perceber porque é que estas palavras, nomes, qualificadores, chamem-lhes o que quiserem, são utilizadas com tanta frequência. As pessoas têm nomes para alguma coisa. E se os nomes falharem, têm as alcunhas (não me venham dizer que 'babe', 'gata' ou 'bebé' são alcunhas!) e se uma pessoa tiver um nome repetido e não tiver uma alcunha, tem o apelido ou, em último caso a profissão. Por exemplo, fica sempre bem ires na rua e ouvires alguém dizer «o Barbosa deve-me 20 contos» ou «o Luís Padeiro tem grande pé esquerdo». Agora é péssimo quando ouves «oh mano, o Barbosa deve-me 20 contos» ou «amiguinho, o Luís Padeiro tem grande pé esquerdo».




P.S.: Continuo sem perceber o porquê de ter que fazer PS's no fim de cada texto quando já disse tudo o que queria e pretendia no texto. Mas pronto, temos que fazer as vontades ao nosso patrão. Por acaso lembrei-me agora, também detesto aquelas pessoas que além destas todas da lista, chamam os amigos por «oh chefe». Qual é o significado disso mesmo? Reflecte a hierarquia do grupo a que pertencem? Que parvoíce. Mas com esta parvoíce já  começo a descobrir para que é que serve isto dos PS's .... 


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Porque é que detesto a pornografia

Pornografia, pornografia, pornografia. Só se fala de pornografia aqui. Detesto pornografia. Havia de acabar a porcaria da pornografia. E odeio tanto a pornografia que já disse pornografia 8 vezes em duas linhas. Era bem melhor para o mundo se a pornografia acabasse. 9 vezes! Se não é recorde do mundo anda lá perto. Também detesto recordes do mundo, mas isso fica para outra altura. Agora vou dizer porque é que detesto a pornografia:

  • Se não houvesse pornografia nem toda a gente pensava que conseguia arranjar miúdas da qualidade das que aparecem nos filmes. Ficamos a pensar em miúdas com aqueles corpos e depois rejeitamos raparigas em condições porque não têm um corpo como aquelas actrizes pornográficas;

  • Se não houvesse pornografia não havia prostituição. As actrizes pornográficas criam o precedente gravíssimo de serem pagas a peso de ouro para terem relações sexuais com um estranho. Depois admiram-se que apareçam as prostitutas ...

  • Se não houvesse pornografia não tinha que me sentir mal com o tamanho do meu órgão sexual. Os gajos que aparecem nesses filmes parece que têm ramos de árvores no meio das pernas e depois as raparigas ficam mal habituadas e trocam-nos por outros gajos pelo mesmo motivo que se rejeitam moças em condições, como disse no primeiro ponto;

  • Se não houvesse pornografia não havia vírus nos computadores. Por causa do meu irmão adolescente já tive que levar o meu computador à loja umas 30 vezes para limpar de vírus, que o estúpido põe-se a ver pornografia desalmadamente e depois eu que leve o computador à loja, a dar a cara por uma coisa que não fui eu que fiz;

  • Se não houvesse pornografia os gajos iam respeitar muito mais as raparigas, em vez de estarem a querer fazer com elas aquilo que viram um gajo qualquer a fazer num filme;

  • Se não houvesse pornografia os pais das miúdas que entram nesses filmes podiam andar na rua de cabeça levantada e mostrar a fotografia da filha aos amigos sem vergonha nem receio;

  • Se não houvesse pornografia escusava de ter nojo de tocar em teclados de computadores públicos;

  • Se não houvesse pornografia escusava de ter que me lembrar de todas as minhas passwords, já que o meu irmão escusava de limpar o histórico da internet;

  • Se não houvesse pornografia podia deixar o meu irmão sozinho em casa, tendo a certeza que ele não se ia masturbar;

  • Se não houvesse pornografia, os miúdos andavam muito mais a brincar na rua do que fechados no quarto, no computador;

  • Se não houvesse pornografia, ser solteiro ia custar muito mais e iria haver muito mais gente capaz de assumir um compromisso sério com outra pessoa. Hoje em dia, como existe a pornografia, ser solteiro até parece uma coisa fixe.


Posto isto, só tenho a acrescentar que detesto a pornografia. O mundo, como vêem, era muito melhor sem pornografia. E sem refrigerantes, também detesto refrigerantes, mas isso fica para um dia destes, que agora tenho que ir à loja levar o computador, que nos 20 minutos que demorei a escrever este texto abriu-me umas 40 janelas diferentes, todas de moças perto da minha área de residência que querem falar comigo por webcam. Qualquer dia dou 2 estalos ao meu irmão ...




P.S.: Um dos requisitos para entrar no blog, segundo o Gary, era acabar os textos com um P.S. Pronto, já está.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dicas para que a prostituição seja um negócio rentável


Hoje não é domingo. Logo, posso falar de prostituição à vontade. Mas se fosse domingo também podia falar, eu é que ainda me quero convencer que mais de 5 pessoas vêm aqui perder o seu tempo a ler os meus delírios alucinatórios e a ver a minha crença inabalável que o Teófilo, qual D. Sebastião, reapareça. A diferença entre o Teófilo e o D. Sebastião é que um desapareceu durante uma batalha com os mouros, enquanto o outro desapareceu durante uma aula de cozinha tradicional indiana.

Mas deixando a comida indiana e focando-me em comidas mais tradicionais, detesto quando as pessoas dizem «massa de atum», em vez de dizerem «massa com atum». É que massa de atum parece uma massa feita ou retirada do atum, tipo como há a pasta de papel ou o óleo de fígado de bacalhau. Mas adiante. A prostituição, diz-se, é a profissão mais antiga do mundo, é uma profissão milenar. Eu cá, que ninguém me lê, acho que a profissão mais antiga do mundo é chefe de tribo. Depois veio a profissão de caçador, depois a de vendedor e só a seguir a prostituição. Actualmente, chefe de tribo já não dá emprego a ninguém, caçadores são só aqueles moços que perdem tardes para caçar 2 perdizes e os vendedores agora ou são comerciantes ou pretos a vender óculos de sol. Por isso, restam apenas as prostitutas.

O negócio da prostituição não mudou muito. Moças em locais escondidos a oferecerem o seu corpo a moços com mais vontade e ímpeto que consciência e noção de gestão de dinheiro. Moças que nos primeiros tempos de actividade são procuradas pela sua aparência sensual e que, com o decorrer da actividade, são procuradas para satisfazer aqueles moços esquisitos ou então sexagenários sem outra saída. Não vou falar de acompanhantes de luxo, de strippers, de alternadeiras nem daqueles moços que se vestem de mulher. A bem da tradição, vou apenas sugerir dicas para que a prostituição seja um negócio rentável.


  • Um departamento de marketing capaz de criar uma imagem e um slogan que cativassem o cliente, que apelassem as pessoas a procurarem a prostituta, alguém capaz de promover e dinamizar a imagem da prostituta, de forma a que os seus serviços já fossem apelativos antes de se experimentar pela primeira vez;
  • Um web designer que trabalhava directamente e em complementaridade com o departamento de marketing mas mais direccionado para a acção na internet. Assim, a sua função passava pela gestão do site, colocando fotos actualizadas, vídeos promocionais e também pela manutenção da página nas redes sociais, respondendo aos clientes e fãs de forma mais próxima;

  • Se há estereótipo clássico é o «roupa à puta». Este estereótipo existe  por causa das calças de latex roxas ou dos tops vermelhos até ao umbigo, característicos das prostitutas. Assim, a acção de um estilista seria fundamental para que a tendência fosse acabar com este estereótipo negativo e que o «roupa à puta» passasse até a ser um elogio por a pessoa estar bem vestida, mas provocante; 

  • Uma cabeleireira (ou um cabeleireiro, não vamos ser preconceituosos) teria também um trabalho fundamental para pôr fim aqueles cortes horríveis que a generalidade das prostitutas insiste em usar (quem sabe, para se notar bem que é prostituta e não haver confusões), fomentando uma nova tendência com cortes modernos, arrojados e, essencialmente, bonitos;

  • Se há coisa que gera repugnância em relação às prostitutas é a sua higiene oral. Sendo assim, seria crucial a acção de um dentista, em permanência, não só para manter os dentes brancos, como também para impedir calcificação e perda do flúor pelas substâncias ingeridas durante o horário de trabalho;

  • Com o avançar do tempo, também as prostitutas começam a ganhar peso e mais tecido adiposo. Isto ocorre, principalmente, pelo pouco cuidado na alimentação. Assim, a acção de um (ou uma, novamente, sem estereótipos) nutricionista iria permitir uma dieta equilibrada, fazendo a prostituta ganhar ou perder peso consoante as alturas, em vez de ser uma espiral contínua de peso ganho;

  • Se há disciplina em que as prostitutas pecam é na economia e na gestão do dinheiro. Primeiro, porque maior parte delas confia esse trabalho a alguém que as engana e explora. Segundo, porque não têm uma visão económica ajustada à realidade. Com um economista na equipa, estas estariam mais conformes às leis do mercado, cobrando preços mais justos e mais adequados, determinados principalmente pela lei da oferta e da procura. Este economista trabalharia também com um contabilista, que trataria dos impostos da prostituta, para que esta fosse uma trabalhadora legal e exemplar, podendo gozar de reforma, em vez de estar a meter nojo nas ruas aos 60 e tal anos;

  • Qualquer interveniente do mundo do espectáculo e profissional necessita de um agente. Qualquer deslocação a casas particulares, reservas em restaurantes para outros serviços, marcações de hotéis e agendamento de horários, prospecção de potenciais clientes e aluguer de carros estaria tudo nas mãos do agente, que seria da máxima confiança da prostituta. Assim, esta só teria que se preocupar com o seu serviço e nada mais;

  • Tutora. Muitos podem perguntar o porquê da necessidade de uma tutora mas, no início da carreira, alguém mais experiente ensinaria os truques, o que se pode fazer mais e melhor para seduzir e satisfazer os clientes. Funcionaria como uma espécie de estágio a tempo-inteiro, como quando se aprende a conduzir, já que depois de aprender esta primeira fase, os conhecimentos ficam para o resto da vida;

  • Um dos grandes contras no negócio da prostituição são as implicações legais que estão por detrás. E pela frente. Sendo assim, um advogado lidaria com as possíveis detenções policiais, trataria de toda a papelada e burocracia, mediava estas detenções como sendo ilegal deter uma actividade comercial benefícios mútuos, de cidadãos comunitários que pagam impostos;

  • Já que a equipa é grande, vamos dar-nos a um capricho, ou seja, incluir um sociólogo. Este mediria e avaliaria as opiniões sociais sobre o negócio da prostituição, procurando os motivos que fomentam a procura e comunicando-os ao departamento de marketing para os potenciar. No final de cada semestre, elaboraria um barómetro do índice de popularidade da prostituta, para ver qual a sua posição no ranking nacional e internacional desta área de negócio.

Com tudo isto, era provável que o serviço encarecesse bastante, mas vejamos pelo lado contrário: haveria muito menos doenças sexualmente transmissíveis, uma prostituta poderia manter-se a um nível médio/alto até a uma idade mais avançada (em vez de aos 23 anos parecer que já tem 40) e seria muito mais fácil encontrar uma prostituta de qualidade sem ter que se gastar gasolina às voltas, à procura de uma decente e que tenha os dentes todos.

Perguntam-me então como sei isto tudo. Vou dizer-vos a verdade: não sei. Nesta altura não sei distinguir bem o que é a realidade e o que é delírio alucinatório. Estou numa fase gravíssima da minha perturbação cerebral, seja ela qual for. No outro dia fui ao médico ver o que era isto, o que se passava comigo, mas estou tão perturbado que fui a um falso médico e acabei por lhe comprar 250 gramas de fiambre e um quilo de mortadela e saí de lá sem saber o que tinha. Mas a mortadela soube-me bem ao lanche, meti duas fatias num pão e em duas chincas devorei aquilo.



P.S.: Incrivelmente, o blog atingiu as 4000 visualizações. Não sei bem como, mas atingiu. Por isso, decidi que estava na hora de trazer mais algum moço para escrever aqui, mas que escrevesse mesmo, que não seja como aqueles que só andam aqui para terem o nome ali de lado. Nos próximos dias, se virem um moço revoltado com o mundo a escrever por aqui com um nome estranho, sem se apresentar a ninguém, como se andasse aqui desde Dezembro, não se enganaram no blog, é o moço novo. Se bem que, se ele mantiver o nível que me tenho esforçado por baixar cada dia mais um bocadinho, vão desejar terem-se enganado no blog. E se calhar não vêm cá mais e nunca mais se enganam.