Desde que partilhei convosco a minha crença de que o Capitão Iglo põe a pila em todas as caixas dos Douradinhos que muita gente me diz que eu sou estúpido. Outros só se conformam ao facto de eu ser mesmo comido. E outros que nunca sequer pensaram em mim não pensam em nada. O que eu penso é que, além do Capitão Iglo, há mais mascotes duvidosas.
A esta altura já estão vocês a pensar: «Pronto, que raciocínio comido vem daqui desta vez?». E eu digo-vos que o verdadeiro raciocínio comido de hoje é este: os gregos inventaram os jogos olímpicos mas se ainda hoje houvesse espartanos não haveria os jogos paralímpicos, que eles matavam-nos a todos à nascença. E quando sobrevivia algum, tentava trair o Imperador. Eu sei, que eu vi aquele filme, o 300, em que foi o deficiente que os traiu.
Mas voltando às mascotes, deixo-vos alguns exemplos que, a meu ver, são um bocado duvidosas e dão pano para mangas. Esta expressão também é passível de reflectir sobre ela, mas hoje é para as mascotes e então é isso que vou fazer:
- Capitão Estrela: alguém no seu perfeito juízo acredita que a NASA treinou um urso (para mim é um urso, já sei que vem aí gente dizer que é uma raposa ou um daqueles animais com nomes maricas) para ir para o espaço procurar estrelas feitas de mel? E pior que isso, ele pode levar para lá crianças? A comunidade científica ganhou assim tanto poder que a sociedade já permite tudo ou só eu é que vejo o quão estranho é um urso levar crianças para uma nave no espaço? Onde está a segurança social nestes casos? É que filhos dele não são e mesmo que fossem não estou certo que pudessem ir para o espaço;
- Perna de Pau: nunca hei-de perceber qual a piada que as pessoas acham aos piratas. Durante séculos saquearam e afundaram barcos, matando pessoas e gerando o caos e o terror nos mares. Agora, que já não existem (tirando meia-dúzia de moços na Somália que quando não têm nada que fazer vão chatear as pessoas) as pessoas vestem-se de piratas no Carnaval, no Halloween, para fazer mascotes de um gelado e naqueles filmes esquisitos em que dois moços se envolvem sexualmente e um está vestido de pirata;
- Super Maxi: em miúdo adorava este gelado. Comia tantos Super Maxis que não surpreendia o facto de contribuir para os números da obesidade infantil. A minha aversão ao Super Maxi começou quando a mascote, na única aparição que faz em televisão, se mostra um cão sozinho, altamente deprimido e que se sente abandonado por todos. A sério, qual é a mensagem que tentam passar aos miúdos ao mostrar uma mascote deprimida? Era como se o nosso dentista, no dia em que vamos lá, dissesse que estava furioso e só lhe apetecia partir a boca a alguém;
- Seven Up: um refrigerante (e cujo sabor não é assim grande coisa, aquelas gasosas de mercearia com uma rodela de limão sabem igual) escolhe um moço pálido para mascote. Podia dizer que branco mais branco não há, mas assim passava a ser o moço do reclame da Calgon ou daquelas marcas de lixívia, em vez de ser da 7Up. Também aqui a mensagem que passam é extremamente duvidosa, já que esse moço só aparece a consumir refrigerantes, o que faz pensar se a cor branca dele é pelos rins falharem. Além disso, não parece ser uma pessoa fiel e não fazer nada da vida, já que está sempre na praia a piscar o olho às moças. Não sei de onde vem o dinheiro para os refrigerantes, mas aposto que os pais dele trabalham como cães e ele ali na praia o dia todo;
- Chocapic: pensem comigo. Um cão que estava sozinho numa seara de trigo, de repente aparece com um monte de coisas castanhas ao lado e diz que foi uma montanha de chocolate que foi libertada numa seara de trigo. Eu já tive metáforas melhores para o que o cão fez (e não sou o Rebelo, mestre de traineira e de metáforas!) quando digo que vou ler revistas ou quando digo que o rato vai parir uma montanha. Esta última saiu-me particularmente bem, foi pena que a tivesse utilizado num encontro com uma moça que nunca mais vi na vida;
- Choco Krispies: vou implicar com os Choco Krispies por dois motivos: primeiro é um macaco e eu detesto macacos desde que um deles me cuspiu ali no Zoo da Maia. Segundo, os Choco Krispies é um cereal horrível para se comer às mãozadas porque escorrega por entre os dedos e ainda por cima parece que cola às mãos. Quase que me obriga a comer de colher. Por isso, prefiro não comprar e como outros;
- Smacks: estes já tiveram aí uns 5 sapos diferentes desde que apareceram. Mataram o sapo ou só o foram substituindo por exemplares melhores, que parecesse cada vez mais um miúdo e menos um sapo? Qualquer dia é mesmo um miúdo e já ninguém se lembra que era um sapo, mas isso queriam eles! Outra possibilidade que coloca é o sapo dos Smacks ser tipo o Cell que se vai transformando à medida que absorve pessoas, só que o sapo dos Smacks era à medida que vendia caixas de cereais e se tornava mais popular;
- Michelin: estes nem se esforçaram muito e fizeram um aproveitamento fácil do insulto «pneu» para um moço gordo. A meu ver, usar um moço obeso, feito de pneus, para promover uma marca de pneus era o mesmo que uma marca de tapetes ter como mascote um marroquino. Era um insulto fácil, correspondia a um estereótipo e as pessoas dificilmente esqueciam o nome da marca.
Agora, para que vocês não digam que está tudo mal, vou partilhar com vocês uma mascote que eu acho que está bem conseguida. Nada mais, nada menos que o tigre dos Frosties. Esse sim é uma grande mascote. Qual a melhor mascote para promover uma imagem de qualidade que um tigre? Mais, é um tigre vestido, não é como aqueles animais que aparecem pelados. E o que é que o tigre está a fazer? A jogar basket com crianças, o que significa que os Frosties dão energia! E está com crianças em público, a jogar basket, não é numa nave espacial sabe-se lá a fazer o quê ...
P.S.: Uma das coisas que não percebo é a mascote do açúcar RAR. É um elefante azul. O que raio tem a ver um elefante com o açúcar? Tirando a piada fácil de que quem abusar muito do açúcar pode ficar parecido com um elefante. Ter um elefante como mascote de açúcar era a mesma coisa que os douradinhos terem como mascote uma hiena ou uma barraca de farturas e churros ter como mascote um pepino.
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