terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Hoje apetece-me falar do Lesoto


Muitos de vocês ficaram surpreendidos com o título. Outros ficaram desapontados. E ainda houve outros que ficaram surpreendidos e desapontados, que isto das surpresas nem sempre é bom. Descobri isso da pior maneira, quando uma moça com quem andava a sair, a Paula, me disse que gostava de ser surpreendida e eu lhe espetei uma solha na cara só para nos rirmos e ela não achou piada nenhuma.

Porquê o Lesoto hoje? Em primeiro lugar, porque o blog é meu e eu falo do que me apetecer e, como disse no título, hoje apetece-me falar do Lesoto. Em segundo lugar, porque não tenho mais nenhum tema e para não voltar aqui o Jorge Abel nem o Tolentino, mais vale ir buscar a única coisa de que nunca me canso: enxovalhar países. Em terceiro, e último lugar, porque já não falava do Lesoto há algum tempo. Já se falou mais do Quirguistão nos últimos tempos (onde está a viver o Júlio Facadas) do que do Lesoto. Era tempo de inverter esse padrão.

Assim, para não dizerem que ataco o Lesoto indiscriminadamente, decidi ir informar-me à Wikipédia sobre este país. Eis algumas informações retiradas de lá e a minha visão sobre essas mesmas informações:


  • «Lesoto (oficialmente Reino do Lesoto; em inglês Kingdom of Lesotho) é um pequeno país da África Austral, encravado no interior da África do Sul. Um enclave incrustado na África do Sul, montanhoso e sem saída para o mar, o país é o antigo reino da Basutolândia». Portanto, além de ser «um pequeno país», como se já não bastasse isso, ainda por cima está encravado! Agora percebo porque ninguém fala neles: uma vez tive uma unha encravada e doeu como tudo. Isto já foi há 6 anos e só me lembrei de falar nisso agora. Além disso, Basutolândia? Por favor, mais vale Lesoto. E já foram tarde demais na mudança do nome ...

  • «O país vive da agricultura e criação de ovelhas na cordilheira do Drakensberg». Por isso é que eles não valem nadinha no futebol e mesmo quando jogam aqueles países todos fraquinhos tipo Suazilândia, Ilhas Fiji ou Uzbequistão, ninguém joga contra o Lesoto. Só querem pastar ovelhas nas montanhas, nem sabem o que é uma bola de futebol. E depois quando jogam devem ser daqueles camponeses rudes que tens que jogar com caneleiras e mesmo assim dão-te pau o jogo todo;

  • « É bastante dependente da África do Sul». Quer dizer, já não bastava estarem encravados no interior da África do Sul e ainda são dependentes? Que lindo. Parece aqueles moços que voltam para casa dos pais aos 30 anos, sem trabalho e drogados, que pedem dinheiro para ir tomar café e exigem mesada mas não contribuem com nada para a casa, nem sequer fazem a cama deles e pedem à mãe que lhes cortem a fruta;

  • «Em 1966 o país se torna independente, sob o nome de Reino do Lesoto. O chefe Moshoeshoe II assume seu reinado. A partir da década de 1970, o Lesoto dá asilo político a muitos sul-africanos contrários ao regime de segregação racial do país, o Apartheid. O general Justin Lekhanya dá um golpe em 1986, assumindo a chefia do governo e, quatro anos depois, depõe o rei Moshoeshoe II e o substitui por seu filho, o príncipe Letsie. O general é deposto em 1991 e, em 1995, Letsie renuncia, levando Moshoeshoe a reassumir o trono.». Alguém acredita nesta história? Parece ficção científica! E detesto filmes de ficção científica, nada é real, não consigo fazer paralelismos com a realidade e sinto-me perdido a meio do filme. O Lesoto é um mau filme de ficção científica, com um orçamento baixíssimo e um autêntico flop de bilheteira. Se eu tivesse a ouvir isto no canal História já tinha adormecido a meio da segunda frase;

  • «Lesoto possui cerca de 80% do seu território acima dos 1.800 metros de altitude, sendo o único país do mundo a ter toda a sua área acima da altitude de 1.000 metros.». Já ninguém queria saber deles e ainda por cima vivem nos montes, mesmo para ninguém os descobrir. E nem nisto são originais, de viver nos montes, que os do Tibete e os do Nepal neste aspecto dão-lhes 10-0. Mas o Lesoto (ou Basutolândia, adoro o ridículo que este nome é) já está habituadíssimo a derrotas dessas;

  • «Relatório da ONU de 2004 apontou que 18% da população do país era portadora do vírus HIV». Já não bastava serem uma unha encravada da África do Sul, dependentes deles e viverem em montanhas, ainda por cima são acolhedores, logo a oferecer doenças a quem lá vai, ainda por cima logo a Sida. Podiam oferecer uma gripezinha ou umas diarreias, que ao menos isso ainda dá para perder uns quilos, mas não, é logo Sida.

  • Para terminar, vou deixar o nome das cidades mais populosas do Lesoto a ver se alguém conhece ou ouviu falar alguma vez de alguma: Maseru, Mafeteng, Leribe, Maputsoe e Mohale's Hoek. Como se não bastassem serem um país ridículo e miserável, ainda por cima têm cidades com nomes difíceis e esquisitos, mesmo para ninguém se lembrar. Imagino um teste de Geografia com capitais difíceis. Sabia a do Azerbaijão (Baku), a do Liechenstein (Vaduz), a do Cazaquistão (Almaty), a da Lituânia (Vilnius), a da Etiópia (Adis Adeba), a da Costa do Marfim (Abidjan), a do Afeganistão (Cabul) e só ia deixar duas em branco: a do Lesoto e a do Bangladesh, que é outro raio de país, mas ao menos tem futebol.



Perguntam-me vocês se este não é um texto discriminatório. E eu digo-vos que agora vocês é que estão aí cheios de perguntas. Quer dizer, não fiz eu uma única pergunta durante o texto todo e agora estão vocês a massacrar-me com perguntas. Mas não é discriminatório! Discriminação é eu acreditar que alguém tem uma determinada característica e desenvolver uma atitude de aproximação ou repulsa a essas pessoas. Mais ou menos como se faz nos signos, em que se pode dizer que não se gosta de uma pessoa porque é Sagitário e não é compatível com o meu signo. Mas o que fiz aqui não foi isso. Pelo contrário, tudo neste texto é informação, coisas reais, nomes de cidades e factos estatísticos. Queria ver a Maya a trabalhar com factos reais, acabava-se logo o programa da manhã e as pessoas deixavam de lhe ligar.





P.S.: Sei que por esta altura todos vocês se questionam o que aconteceu entre mim e a Paula depois de lhe espetar aquela solha nas beiças só para a surpreender. Ficou chateada comigo mas não acabamos por isso. Acabamos mais tarde por ela dizer que eu vivia muito no meu mundo e não gostava de arriscar. Ok, Paula. Se calhar apaixonavas-te por mim se vendesse a minha casa e a do Tolentino e fosse viver sozinho para o Lesoto enquanto o homem dormia na rua, sem casa. Lindo serviço! Nunca faria isso a um amigo! Por isso, como vêem, ela não era a mulher certa para mim.


1 comentário:

  1. Blog infeliz! És um idiota! Paz, chuva e properidade - Maseru!

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