quinta-feira, 6 de junho de 2013

Países para onde eu emigrava e o que ia fazer para lá


Já estive mais longe de emigrar. Uma vez ia emigrar para Espanha mas parei num tasco em Espinho para beber uma cerveja e quando saí de lá não tinha dinheiro para a gasolina nem para as portagens. E já era de manhã do dia seguinte. Juro que aquele tasco parecia aquela sala de treino do Dragon Ball em que as pessoas passam lá um ano inteiro e cá fora só passou um dia, mas ao contrário. Acabei por voltar para casa a tempo de almoçar o que fez com que a minha primeira experiência de emigrar não tenha sido assim tão má. Ainda por cima o almoço foi frango assado. Quão bom é frango? A única forma de estragarem o frango é quando lhe metem ervilhas por cima. As ervilhas estão para a comida como a cerveja sem álcool está para as bebidas alcoólicas: simplesmente não deveria existir.


O que também não devia existir eram textos do Jorge Abel. O que é que vocês lhe andam a dizer que o moço agora não para? Porra, anda aqui uma pessoa a habituar-se à ausência do Teófilo e a pensar que tem um blog pessoal e de repente aparece o Jorge Abel a roubar-me o protagonismo todo. E por culpa vossa! Claro que depois de ver o que tem acontecido nas últimas duas semanas só me apetece emigrar! Mas não é como aquele moço que chegou ao blog através da pesquisa «quero viver no Lesoto». Moço! Queres mesmo? Tu não sabes o que é viver no Lesoto! Eu também não mas faço ideia e não queria viver num país que é considerado como estando «encravado» na África do Sul. E não sou eu que digo, é a Wikipédia! Cuidado com o que desejas. Eu aprendi isso da pior forma quando uma vez desejei que o Goucha nunca mais aparecesse com casacos às flores e ele apareceu com uma t-shirt com um leopardo.


Mas não pensem que aquela experiência do tasco em Espinho me fez esmorecer da ideia de emigrar. Um dia ainda vou mesmo. E como até há moços que vêm aqui ao blog e que são do Bangladesh, há net em todo o lado, ninguém ia sentir a minha falta. Vejam lá alguns países para onde eu emigrava e o que ia fazer para lá:



  • Arménia: este é um país fixe. Se tivesse que emigrar já amanhã, a Arménia era a primeira escolha. O grande problema da Arménia é que um casaco de pele custa para cima de 300 contos e ainda por cima o contrabando não é grande coisa por lá. Mas sempre me disseram que as oportunidades são para se aproveitar. Montava uma empresa de contrabando e em meio ano ou estava milionário ou estava morto. De qualquer maneira vamos morrer todos um dia, só esperava que depois não me enterrassem no Monte Ararat, mesmo à beira onde a montanha pare os ratos;

  • Macedónia: nunca percebi bem porque é que há uma comida que se chama macedónia de legumes. Aposto que eles lá nem sonham com isso. Informei-me sobre a Macedónia, que tem uma política de integração dos imigrantes pouco desenvolvida. Sempre que chega lá algum imigrante só lhe perguntam o nome e porque raio é que quer ir viver para a Macedónia. Para mim isso era fácil, dizia logo que queria ser polícia lá. Os polícias na Macedónia não pagam nos bares e ainda por cima se espancarem vendedores ambulantes quando estão bêbados passam impunes. Se espancarem vendedores ambulantes quando estão sóbrios levam 2 anos de cadeia;

  • Letónia: a primeira coisa que eu fazia na Letónia era comer uma letoa. Sempre que vou à Bairrada como letão, que lá é que é bom, até o molho fazem melhor do que nos outros sítios todos. Mas nunca comi uma letoa. Ouvi dizer que na Letónia, as letoas são uma especialidade e que até se recusam a exportar para a Bairrada só para as pessoas irem lá. Arranjava um trabalhinho qualquer, até podia ser lixeiro, que é um trabalho fácil na Letónia porque ninguém cospe para o chão nem atira papéis, e depois ia comer letoa. E claro, quando tivesse folga, tentava encavar moças letãs, que ouvi dizer que são grandes porcas. Ou grandes letoas;

  • Cazaquistão: neste aqui até vocês adivinham o que eu ia para lá fazer. Como é um país altamente ligado ao boxe e ao halterofilismo, ia montar uma barraca de cachorros e hamburgueres à porta da Arena. Assim o pessoal podia passar lá o dia inteiro sem ter que ir a casa comer um daqueles pratos horríveis da cozinha cazaque à base de espargos selvagens e borrego marinado em azeite. Viram como eu até já sei dizer que eles são os cazaques em vez de cair no erro fácil de lhes chamar «cazaquistaneses»? Só me falta saber fazer cachorros e já posso ir para lá fazer fortuna;

  • Tajiquistão: o grande atractivo deste país é ser o único país no mundo em que a Vodafone não tem cobertura. No Lesoto também não mas isso nem é um país. Só para aquele moço que diz que quer ir viver para lá e depois vem parar aqui ao blog. Mas sem Vodafone por lá escusava de receber aquelas mensagens ameaçadoras a dizer que ou carregava o telemóvel ou me cortavam todas as comunicações. E queria ver que operadora me ia sacar 7,5€ por mês para ter mensagens grátis no Tajiquistão. Com esse dinheiro todo que poupava abria uma escola de ninjas. Mal enganasse 40 pessoas, fugia com o dinheiro para o Quirguistão, que faz fronteira a norte, e ia esfaquear horticultores com o Júlio Facadas;

  • Ilhas Salomão: a primeira vez que ouvi falar nas Ilhas Salomão foi quando num mundial de futsal apanharam 32 a 0 da Rússia. A segunda vez que ouvi falar nas Ilhas Salomão foi quando voltaram a levar outro cabaz no mundial de futsal. Mas não pensem que vou criticar isto. Ao menos vão ao mundial! Nunca ouvi notícias da Bélgica ou da Escócia irem a mundiais de futsal. Nem aos de futebol vão quanto mais aos de futsal! Por isso, um dia que me fartar de vez de ver o Jorge Abel a vir aqui armar-se em engraçado e a fazer queixinhas do vizinho que, COMO UM HOMEM DECENTE USA UM BERBEQUIM, faço as malas e emigro para as Ilhas Salomão. Comigo na selecção deles não apanhavam 32 a 0 da Rússia num mundial. Se calhar só 22 ou 23 a 0;

  • Moldávia: fiquei chocado quando soube esta. Sabiam que os baralhos de cartas da Moldávia não têm reis nem damas? Depois do valete é o ás. Jogam à sueca com 32 cartas, 8 para cada um. Que porcaria. Por causa disso é que se emigrasse para a Moldávia ia ser carteiro. Já que poupam nas cartas de jogo, pode ser que também poupem nas cartas de escrever e ser carteiro era trabalho santo. Pegava às 9h da manhã e às 11h já não havia mais cartas. Mas também, em dias de trabalho, eram às 5 cartas por pessoa, só parava às 3h da tarde, a tempo de apanhar a Fátima de Lopes lá do sítio a convidar pessoas para irem chorar em directo, para a televisão. 




Perguntam-se vocês porque é que não pus nenhum país de jeito nesta lista. E depois o discriminador sou eu! Olhem bem o que vocês estão a dizer destes países honrosos e que certamente me iam acolher muito melhor do que eu acolheria um cidadão de algum destes países na minha casa. Eu nem cidadãos portugueses acolho bem em minha casa. Mas esses são os piores. Imagino algum bom moço da Macedónia a dar guarida ao Ramalho Drogas e ao Neves e no dia a seguir acordar e não ter nada em casa. Nem carpetes nem nada, aqueles moços levam tudo. Só deixam ficar os quadros que dizem que não são ladrões de arte, que para isso precisam de tirar um curso e o Neves só tem o 6º ano, ia ser complicado para ele. Houvesse mais gente como o Ramalho Drogas a preocupar-se com o amigo, EM VEZ DE LHE VIR ESTRAGAR A MERDA DO BLOG DELE!






P.S.: Sei que me excedi na última frase mas sou humano, tenho emoções, sentimentos, aparelho respiratório e uma tendência natural para achar interessante tudo o que vejo na televisão se ficar a ver mais de 40 segundos. No outro dia o meu comando ficou sem pilhas quando estava a fazer zapping e ficou num canal de culinária que eu nem sabia que existia. Como não me apetecia ir buscar pilhas nem levantar-me, 20 minutos depois aprendi finalmente o que é um fricasé de frango: mais uma maneira de estragar o frango, já não chegava quando lhe põem ervilhas.



Sem comentários:

Enviar um comentário