terça-feira, 16 de julho de 2013

Coisas que aprendi nestas últimas semanas e que queria que vocês soubessem


Fui sair com o Júlio César. Para quem não se lembra, o Júlio César é aquele meu amigo da fábrica de tintas que o Gary diz que tem nome de guarda-redes brasileiro. Fomos a um bar que tem daquelas moças que estão chateadas com os pais e vivem sozinhas ou com um namorado desempregado que consome drogas. O bar chamava-se Aquecimento Global. Comentei com o Júlio César que já tinha ouvido falar do bar montes de vezes na televisão por isso devia ir lá muita gente, por ser conhecido. Pelo menos era caro. Não sabia que as garrafas de champanhe podiam ser tão caras, foi-se quase uma semana de trabalho. Mas há outras coisas caras. Por exemplo, o Venâncio, o segurança lá do trabalho, diz que como as pastas dos dentes são muito caras compra sabonetes de morango e mastiga-os para lavar os dentes mas avisou-me para nunca fazer isso com sabonetes de mel, que quando descobriu que havia à venda comprou um para comer e nessa semana foi picado por duas abelhas.



No «Aquecimento Global» aprendi mais sobre moças do que quando tive Educação Sexual na escola. Também, o que aprendi na escola foi a pôr um preservativo numa banana e que se não tiver preservativo não me posso esquecer de ir à farmácia na manhã seguinte comprar a pílula. Mas são conhecimentos inúteis tendo em conta que para se praticar o que aprendi nessas aulas ou tenho que trabalhar na mercearia do Rebelo para pôr os preservativos nas bananas ou então tenho que arranjar primeiro uma moça. Já estive quase a trabalhar na mercearia do Rebelo mas depois ele pediu-me para fazer 10 metáforas sexuais com nomes de legumes e eu reprovei nesse teste. Mais difícil é arranjar uma moça. Em vez de ensinarem Francês na escola deviam era ensinar a perceber as moças.



Mas por falar em moças, a Xana da cantina está cada vez mais simpática comigo. Agora, sem eu pedir, põe-me sempre mais comida à hora do almoço e finge que não vê quando eu tiro uma maçã e um bolo para sobremesa. Só podemos tirar uma coisa mas eu tiro as duas coisas e a Xana até me disse que se eu quisesse lhe podia tirar outra coisa. Espero que ela esteja a falar do lugar de estacionamento dela, que é mesmo à porta da fábrica. Por acaso vou de autocarro mas um dia destes posso ir com o carro e assim já podia estacionar mesmo ali à porta. Apesar desta simpatia às vezes tem coisas esquisitas. Vem para a minha beira à hora do lanche, mete uma banana toda na boca e diz-me para eu pensar se fosse eu. Até tenho medo do que ela me faz se eu lhe disser que aprendi na escola a pôr um preservativo numa banana. Ainda leva a mal e deixa de me pôr mais comida ao almoço. É assim, o meu irmão já me deu muitas coças por eu ser um banana, por isso espero bem que a Xana não esteja a falar em bater-me. 



O meu tio já me falou de moças que gostam de apanhar no sexo. O Nando Farras também já disse que a Paulinha gosta de apanhar em todos os lados. A Paulinha ... Às vezes ainda olho para ela com esperança de que pudéssemos ser felizes os dois mas desde que o Júlio César me disse aquilo dela ser a bicicleta da rua dele, simplesmente não dá. Não vou agora a aprender a andar de bicicleta, isso é coisa de putos. É como ver o pai do Igor a aprender a ler aos 56 anos quando devia ter aprendido a ler na 4ª classe, a andar na rua com a Cartilha e livros da Anita. E nem sei porque raio ia eu aprender a andar de bicicleta quando tenho duas pernas para andar, autocarro a sair à porta da fábrica e quando tenho carta de condução. Em puto sim, é fixe andar de bicicleta porque não se pode andar sozinho em transportes públicos sem vir alguém oferecer daqueles rebuçados todos moles e derretidos pelo calor. Agora que sou maior de idade, nos transportes públicos a única coisa que me oferecem é porrada.



Falando em bicicletas, no outro dia apanhei na televisão a Volta à França em ciclismo e tudo me fez lembrar a Paulinha. Era só gajos, só bicicletas e só sofrimento. Quando o meu tio me apanhou a ver aquilo perguntou-me se estava a ver aquilo por causa dos moços terem calções demasiado curtos ou se gostava mesmo daquilo. Antes de eu responder, o meu tio disse-me que era uma parvoíce um desporto com bicicletas não se chamar «biciclismo» e por isso é que ninguém ligava. Disse-lhe que o hipismo, pela lógica dele também se devia chamar «cavalarismo». Ele deu-me uma chapada e disse que cavalarismo era quando deixávamos uma grávida passar na fila do supermercado ou quando cedíamos o nosso lugar no autocarro a um idoso. Estou sempre a aprender com o meu tio.








P.S.: No último texto do Gary ele disse que eu via moças em Full-Screen e até pareciam real. Tenho a dizer que isso não é verdade. Eu é que tirei uma foto quando fui ao «Aquecimento Global», mandei-lhe e disse-lhe para pôr em Full-Screen que até parecia que estava lá. Pensando bem, o nome do bar é apropriado ao ambiente de lá. Eu saí de lá todo suado. Levei uma camisa de flanela a contar que eles iam ter lá ar condicionado mas aquilo era mesmo quente lá dentro. Ainda tentei pedir uma garrafa de água mas as moças percebiam sempre mal e traziam uma garrafa de champanhe.


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