quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ideias inovadoras para alguns desenhos animados


Tenho a certeza absoluta que não é a primeira vez que escrevo e reflicto sobre desenhos animados. Também não é a segunda, nem a terceira nem a quinta, mas é bem capaz de ser a quarta. Há aquele ditado popular que diz que não há duas sem três o que viola um bocado o pressuposto do par, do casal e das parcerias. Alguma vez viram um rally com piloto, co-piloto e co-co-piloto? Alguma vez viram um fim-de-semana com três dias? Ou alguma vez houve algum canal chamado RTP3? São só pequenos exemplos de como nem sempre há três quando há duas. Volto a dizer que as pessoas deviam pensar antes de fazerem estes ditados populares inviáveis ou então, pelo menos, actualizá-los ao século em que vivem.


Mas adiante que não vou falar de ditados populares outra vez. Para me repetir ao menos falo de desenhos animados. Noutro dia que me quiser repetir falo de ditados populares ou de países estrangeiros. Já temos por aqui um moço que gosta sempre de falar nas mesmas coisas todos os textos. Começo a ler um texto do Jorge Abel e já sei que vou ler sobre a Xana da cantina fazer-se a ele à força toda e ele não perceber, sobre o tio dele, sobre o Júlio César e sobre o Venâncio. Por acaso o Venâncio até é um moço porreiro, que uma vez emprestou-me 5 euros para comer um Bolycao na mercearia do Rebelo e nunca me veio pedir os 40 cêntimos de troco que eu lhe ia dar. Se ele duvidasse que um Bolycao custava 4,60€ eu tinha pago 1,50€ ao Rebelo para dizer que sim. Se sabia que ele nunca ia perguntar escusava de ter dado esse dinheiro ao Rebelo.


Mas adiante, vou voltar a falar de desenhos animados para mostrar ideias inovadoras que tenho para alguns desenhos animados. Não vou dizer que ficavam melhores assim, nem os vou tentar mudar, como aquelas moças que dizem que os namorados são perfeitos mas depois estão sempre a tentar mudá-los. São só ideias minhas que vou partilhar com vocês:



  • Tartarugas Ninja: o lixo tóxico que caiu no Mestre Splinter e nas Tartarugas e que os transformou também podia ter caído sobre um peixe morto que tinha sido mandado pela sanita abaixo e estava ali pelo esgoto. O peixe ganhava vida e queria vingar-se do seu antigo dono. Para ser diferente das Tartarugas, em vez de ter um nome de um artista do Renascimento ia ter um nome de um cantor contemporâneo e então chamava-se Enrique. As Tartarugas conheciam a sua história e até o queriam ajudar a vingar-se mas depois descobriam que o ex-dono deste peixe era a April O'neill! E agora?

  • Doraemon: o Nobita começava a ir ao ginásio e inscrevia-se em aulas de Taekwondo. Aprendia umas coisas novas, deixava de ser um banana e agora era ele que fazia do gigante um saco de pancada. Além de ganhar o respeito dos outros miúdos no bairro e na escola, à medida que ia começando a ganhar corpo aposto que a Shizuka ia deixar de se fazer de difícil e de se armar em cabra e em vez de tratar o Nobita como um saco do lixo, começava a andar atrás dele feita tola;

  • Dragon Ball: eu sugeria uma temporada especial «Dragon Ball Sob Investigação» e não iam faltar episódios. Basicamente, uma task-force do FBI e da Interpol fazia uma investigação que envolvia interrogatórios e pesquisas sobre alguns dos personagens mais conhecidos do Dragon Ball para apurar vários delitos. Desde fugas ao fisco (Tartaruga Genial), branqueamento de capitais (pai da Bulma), ocultamente de informação relevante às autoridades sobre crimes que presenciaram (todos eles), conhecimento de experiências genéticas, guarida e acasalamento com ciborgs (Krillin), destruição de património, imigração ilegal (Satan), ausência de documentos (Vegeta, Todo Poderoso), negligência infantil (o Son Gohan foi para Namek três meses lutar!), assassinatos, crimes internacionais (não me esqueço que o Vegeta em Namek era mau) e muitos outros, no fim da série iam todos a julgamento. Obviamente, a série a seguir era a «Dragon Ball na prisão»;

  • Super-Campeões: gostava de ver um episódio, bastava-me um, em que a equipa do Oliver perdesse. Mas não era perder um jogo qualquer, que depois pudesse dar a volta e não houvesse problema no fim da época. Não, queria mesmo que ele perdesse um jogo a sério, tipo ser eliminado do Mundial ou perder uma final da Taça. Ganhar sempre o mesmo não ensina nada aos putos. E depois também gostava que ele tivesse assim uma lesão de três semanas ou um mês, para ver se a equipa valia mesmo alguma coisa, como ele estava sempre a dizer, ou se sem o Oliver era sempre a apanhar no lombo;

  • Homem Aranha: se há desenho animado futurista e cheio de menções à genética, à ciência e à tecnologia, é o Homem Aranha. Por isso, e numa perspectiva tecnológica, eu acrescentava uma ideia nova: sabemos que o Homem Aranha não é muito popular (pelo menos em Nova York, mas também percebo as pessoas, pagam uma renda altíssima e ainda têm que pagar um seguro contra ataques de vilões, que há com bastante frequência) por isso, a ideia era criar uma página de «Gosto» do Homem Aranha no Facebook. «Spiderman Official». Queria ver se ele superava os meus 50 'gostos' na minha página. Em cada episódio ele ia lá ver os comentários, lia os mais ridículos e adicionava as melhores moças que tinham posto 'Gosto' ou tinham comentado. Claro que depois em Portugal algum iluminado fazia uma página «Spiderman Official PT»;

  • Tom & Jerry: farta dos insucessos do gato em apanhar um rato com um QI bastante superior aquele que, no último texto, se definiu como «coerentemente pouco culto a Ciências», a dona do Tom contratava aqueles moços que fazem desparasitações e desratizações. Em dois dias estava o assunto arrumado. Depois era interessante ver episódios só do Tom finalmente a ler o jornal sem ser interrompido, a dormir sem ninguém lhe beber o leite ou a finalmente conseguir encavar aquela gata que ele tanto quer sem que ninguém lhe estrague o engate a meio. Ia ser uma espécie de «Big Brother» do Tom, tirando a parte em que ele fazia o que lhe apetecia e não o que a produção obrigava;

  • Motoratos: uma vez eliminado o vilão do Limburger e todos os seus lacaios deixava de haver crime na cidade. E agora? Os Motoratos debatiam-se entre ir para outra cidade, onde proliferasse o crime, ou ficar na mesma cidade, sem crime e sem os subsídios de combate ao crime (já que os Motoratos tinham acabado com ele). Optavam por ficar na mesma cidade e os episódios iam ser eles a fazer vida de desempregado, com barba por fazer, a estar no café das 14:00 às 18:00 e a ver televisão até às 4:00 da manhã. Como eram ratos, sem formação académica nem experiência anterior, só os aceitavam para trabalhos menores, a ganhar pouco e a aproveitarem-se do facto dos ratos não terem sindicato. Um episódio emotivo era quando eles vendiam as motos deles para pagarem a renda, o aluguer da garagem e a SportTV;

  • Inspector Gadget: a criança crescia e começava a interessar-se mais por coisas de moças tipo fazer tótós, desenvolver o sexto sentido e fazer comentários depreciativos a fotos das amigas no Facebook, com outras amigas, mas sem as das fotos saberem. O cão envelhecia e começava a ficar mais por casa e o único truque que sabia era o de ir buscar o jornal à entrada. O Inspector Gadget ficava sozinho, começava a beber, passava de cómico desleixado a impetuoso agressivo mas que resolvia os crimes. Era promovido, ganhava mais, estourava tudo em casinos e moças desaconselhadas para casar mas altamente qualificadas para o sexo e afastava-se tanto da sobrinha que só lhe mandava uma mensagem de telemóvel nos anos dela e no Natal. O fim da série era ele a transformar-se no Robocop.



Pronto, este último fim foi mesmo um delírio alucinatório. Mas era demais perceber que o Inspector Gadget era só um protótipo do Robocop. Assim já achava piada ao Robocop em vez de achar que era só um empecilho para alguém que ambicionasse a fazer uma vida no crime. Não percebo porque se procuram salvar negócios familiares como os sapateiros, os calceteiros ou os amoladores e só se tenta acabar com o crime, que é um negócio familiar que passa de geração para geração. Quão bonita é a imagem do pai a ensinar o filho a roubar uma carteira; de um tio a ensinar o sobrinho a violar uma turista; ou de um primo a mostrar como se limpa uma caixa registadora em 30 segundos. Todas estas imagens destruídas por moços como o Robocop, sem sentimentos, sem considerar estas profissões históricas. Só faltava ao Robocop também andar para aí a perseguir as prostitutas e os jornalistas, as duas profissões mais antigas do mundo depois de chefe de tribo. Mas esses já foram todos perseguidos e exterminados pelos americanos.







P.S.: Para aqueles que ainda acham piada aos textos do Jorge Abel, fiquem sabendo que ele me mandou mensagem a perguntar como se chamava aquele gás que as pessoas libertam quando respiram porque ele tinha a certeza que havia um nome científico para «gases». Disse-lhe dióxido de carbono e ele não acreditou, disse que isso era um ingrediente para fazer bolos, que a mãe dele quando faz bolo de chocolate usa dióxido de carbono para aquilo ficar maior. Disse-lhe que isso era fermento e ele insistiu e disse que não, que fermento era aquilo que sai dos vulcões e que é muito quente. Disse-lhe que isso era lava e ele disse que não, que lava é o que fazem os «lavadores», que lavam a terra. Não lhe respondi mais. Se ele escreveu dióxido de carbono é porque deve ter agido como uma pessoa normal e foi ao Google.


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