Ou super heróis. Nunca sei se agora com estas mudanças leva hífen ou não. Também detesto a palavra «hífen», não sabiam inventar uma melhor? E o pior é que ou se diz «hífen» ou se diz «tracinho», por isso venha o diabo e escolha.
Mas devem estar a perguntar-se porque é que detesto super-heróis (ou super heróis) quando toda a gente gosta deles e até se faz um montão de filmes e séries sobre eles e há lojas em centros comerciais que vendem máscaras, fatos, canecas, t-shirts e boxers dessas personagens. Como sempre tenho os meus motivos e vou apresentá-los agora para vocês:
- 90% deles usam máscaras ou capas. Espero que a moda não pegue e comece a ser expectável que um homem volte a andar de capa. Para andar de capa já me chega um sobrinho meu que anda agora na faculdade e anda sempre de capa, deve pensar que é o Batman. E também detesto máscaras, parece que estamos sempre no Carnaval, e eu detesto o Carnaval. Grandes super heróis estes que têm medo de revelar a sua identidade;
- Os super heróis fazem das pessoas que os rodeiam burras. Mentem-lhes mesmo mal e todos acreditam sem se questionar. Pior que isso, é que nunca são descobertos! Nunca ninguém faz as perguntas certas, nem está atento a determinados pormenores que os desmascarava num instante. Sei que o Gary me vai matar, mas no Homem Aranha nenhuma das moças com quem ele se envolve nunca acham estranho ele estar sempre a desaparecer e 40 segundos depois aparece o Homem Aranha?
- Provavelmente a coisa que mais detesto nos super heróis é que ganham sempre. Já por isso é que eu deixei de jogar Tekken 3 contra o Gary, que ele jogava com o Yoshimitsu e ganhava sempre. Também detesto ver futebol de praia que o Brasil ganha sempre. Porque raio hei-de ver coisas com super heróis quando eles também ganham sempre e sei sempre que aconteça o que acontecer, no fim ele vai ganhar aos outros?
- Uns dirão que é inveja, eu digo que é puro ódio por super heróis. Desta vez, outro motivo é que qualquer que seja o super herói, envolve-se sempre com alguma moça atraente e sexualmente apetecível. Andam os episódios ou o filme todo a dizerem que querem é alguém com um interior lindo mas depois aparece-lhes alta toura que, por acaso, até tem um interior que vale a pena. Ou se não valer, como é a moça de um super herói, as pessoas assumem que sim, porque acham que um super herói não ia andar aí a encavar moças só pelo aspecto físico;
- Os super heróis só andam em cidades onde os criminosos são burros ou lentos e que se deixam apanhar sempre. Podem ter o plano mais genial do Mundo, mas falha sempre alguma coisa ou no último momento aparece o super herói e salva a situação. E às vezes os planos são geniais e infalíveis e só falham porque o vilão ou o ajudante do vilão são grandes bananas e estragam tudo. Os super heróis, tirando um ou outro, nunca têm um plano e mesmo assim ganham aos outros;
- Por falar em vilões, eles são outro motivo porque detesto super heróis. Os vilões têm sempre falas muito melhores que os super heróis, têm muito mais piada e são muito mais imprevisíveis. Na maior parte dos casos, os super heróis são pessoas sem sentido de humor, sérias demais, não percebem as piadas e têm um discurso muito vazio e oco, só querem dar lições de moral e meter os vilões na cadeia. Ainda aparece um ou outro que manda uma piada de jeito, mas os vilões nesse aspecto dão 10-0 e ninguém os valoriza;
- Quase todos os super heróis têm «Man» no nome. É Batman, Spiderman, Aquaman, Superman e ainda há os X-Men, que com este nome quase que podiam ser uma banda que se junta no Verão para ir dar concertos em coretos de juntas de freguesia. Há assim tanta necessidade de demonstrar a sua masculinidade, mesmo que estejam a usar uma capa ou fatos de licra mesmo justos que dá para ver tudo? É que se eu fosse um super herói usava um nome indefinido, para as pessoas pensarem se eu era um homem ou uma mulher. Claro que não iam desconfiar que era um homem porque não ia andar para aí a lutar com mauzões de calças de licra, a ver-se tudo;
- Os super heróis têm sempre trabalho ou então são ricos/milionários. Não há um super-herói que esteja no desemprego ou que viva num bairro pobre ou a passar dificuldades. Que mensagem é que isto passa? Que só os empregados ou com rendimentos superiores têm direito a desenvolverem poderes que lhes permita tornarem-se super heróis? Por outro lado, os mauzões são sempre pobres a trabalharem para algum rei do crime ou por conta própria. Queria ver um super herói desempregado e sem subsídio a andar aí a lutar contra os mauzões sem ser remunerado ou se não ia logo assaltar uma ourivesaria para ter dinheiro para comer e pagar a renda.
Por esta altura, quem chegou até aqui deve-se estar a perguntar porque é que escrevi no título com hífen e no texto sem hífen a palavra «super-heróis» (ou super heróis). Agora que leio bem esta frase parece-me mal construída. Se algum de vocês for professor de Português que me diga, não quero estar a ligar para o Gary agora a perguntar como é que se escreve esta frase, que ele ainda pensa que é um texto a dizer bem dos super heróis e chega aqui, lê isto e apaga-me tudo e nunca mais me convida para ir com ele aquelas convenções para os desempregados nem para ver combates de boxe.
P.S.: Espero que ele só veja isto amanhã à noite, é que amanhã à tarde vou com ele a uma convenção sobre o impacto que o o ensino obrigatório do Francês tem na escolaridade e no dia-a-dia dos ursos pardos. Quero perceber essencialmente se o Francês é uma língua assim tão fácil de ser aprendida que até um urso a aprende ou se os ursos são animais com uma complexidade mental elevada, que até sabem falar Francês. É que eu tive várias negativas a Francês e então quero mesmo perceber se é por eu ser estúpido ou se é por aquilo ser difícil.
"Amigo do Gary, meu amigo é"
ResponderEliminarTem aí uma análise muito interessante, Sr. Tolentino. Contudo, tenho três apontamentos a fazer. Dois deles irão ficar para amanhã, porque eu tenho um trabalho noturno. O outro é o seguinte:
Acha que amanhã na convenção poderá descobrir se burros novos conseguem aprender francês? Sim, eu disse "burros novos", porque, como deve saber, "os velhos não aprendem línguas". Aconselho-o a lembrar-se disso em relação aos ursos.
Agradeço a atenção prestada mas esse provérbio é para burros e não para ursos. A convenção foi sobre o ensino obrigatório de francês a ursos pardos e não a burros. O Gary disse-me que os burros só sabem falar búlgaro, por isso é que ninguém os percebe e os búlgaros andam de burro de um lado para o outro.
ResponderEliminarUrsos pardos? E como é o ensino para os ursos parvos? Não é obrigatório?
EliminarFui-me informar sobre o ensino dos ursos parvos e aparentemente não é obrigatório, logo não o frequentam. O ensino nos ursos pardos também não era obrigatório, mas vi ontem na convenção que tiveram que o tornar obrigatório porque os ursos pardos estavam todos a faltar às aulas, não inscreviam os filhos na escola e o urso pardo estava a entrar em extinção porque estavam todos a tornar-se ursos parvos. Felizmente, com a obrigatoriedade do ensino, actualmente um urso parvo distingue-se bem de um urso pardo. E um urso pardo que seja parvo é apenas por uma questão de carácter e falta de valores e não por falta de conhecimento.
ResponderEliminarQue curioso.. uma vez ouvi uma piada (ou anedota) sobre a diferença entre ursos pardos e ursos parvos e, ainda que o nome "parvo" seja pejurativo, digo-lhe, Sr. Tolentino, que o urso parvo me pareceu o urso com mais caráter e com valores mais altos. A principal diferença residia no facto de que o urso parvo mostrava interesse pelas pessoas, claramente numa tentativa de criar empatia com elas. O que, obviamente, é algo que o ensino obrigatório não poderá ensinar. É inerente à espécie de ursos parvos. Deste modo, compreendo porque pretendem obrigar os ursos pardos a terem conhecimento... é a unica coisa que os salva.
ResponderEliminarEu detesto ursos parvos, gente estúpida e salmões crus. Já fui a uma convenção sobre como os fenícios organizaram as suas rotas comerciais para fugirem a portos que estivessem recheados de gente estúpida. Já assisti a um documentário na televisão em que um três ursos num rio comiam um montão de salmões, com pele e tudo, sem os cozinhar. Eu nunca comi salmão cru e se é uma prática de ursos, parvos ou pardos, prefiro comer assado ou grelhado. Mas já que me falta informação sobre os ursos parvos, ligue para o Centro de Convenções para Jovens Desempregados Intelectualmente Vorazes (COJDIV, não sei porque é que não é CCJDIV mas eles lá sabem) e proponha-se como orador(a) para falar sobre o código de valores dos ursos parvos. Eu vou. E o Gary também deve ir apesar de ainda estar chateado comigo por causa deste texto.
EliminarQue é isto? Virou chat ou fórum de discussão? Troquem antes o número ou o e-mail e falem sobre o que vos apetecer. Tolentino, já chega encheres-me o blog com textos em que falas mal do Spiderman, agora também queres andar para aí a brincar aos comentários?
EliminarP.S.: Se essa convenção for para a frente, talvez apareça. Se for na próxima segunda não vou porque dá o Jumanji no Hollywood e eu quero ver pela 18ª vez que já não me lembro como se chama aquele caçador que aparece.
Gary, a partir do momento em que entraste virou chat. Dantes era só um fórum de discussão. Mas, sê bem-vindo ao teu próprio blog!
EliminarSr. Tolentino, agradeço ter-me dado essa informação. Mas há só uma questão: eu tenho emprego. Será que me posso propor na mesma? Haverá espaço para alguém com emprego mas inteletualmente voraz?
Caso haja, fica já a certeza de que me proponho para falar sobre o código de valores dos ursos parvos. E vocês ficam, desde, já convidados.
Gary, não será na próxima segunda a convenção porque eu tenho um encontro. Mas, ja agora, informo que o caçador é o James Handy, na vida real.
Eu quero lá saber do nome dele na vida real, quero é saber do nome dele no filme. E mesmo que me venhas para aqui armar-te em impertinente dizer o nome, não vou acreditar e vou ver o filme na mesma. Só acredito quando vir no filme.
EliminarSr. Tolentino, deixe-me apenas indicar-lhe os dois comentários que fiquei de fazer acerca da sua análise.
ResponderEliminar1) Sabe porque é que as mulheres não desconfiam quando vêem o Parker a sair de cena e, 40 segundos depois, o homem-aranha a entrar? Porque estas (segundo o que li, nalgum lado) sofrem de atenção seletiva. Deste modo, é compreensivel que, perante acontecimentos tão alarmantes e interessantes, elas desviem a atenção das pessoas que se ausentem e se fixem mais nas que aparecem. Portanto, repense melhor perante este insulto ao homem-aranha. Além do mais, veja uma coisa, o homem-aranha surge para quê? Para lutar com vilões que, de uma forma ou de outra, vêm destabilizar e destruir as cidades. Não deveria, o Sr. Tolentino, detestar vilões também? Afinal de contas são eles que fazem com que seja necessário a presença se super-herois. Não acha que seria interessante analisar tambem a raiz, ao invés de analisar so o caule?
2) De acordo com o ponto 7 da sua análise, pode-se assumir que o Sr. Tolentino, se fosse um super-heroi, seria indefinido, é isso? Mas explique-me lá, não teria orgulho em honrar o seu género? Ou sente que seria igualmente satisfatorio ser comparado com a mulher maravilha? Pense sobre isso.
Detesto moças com atenção selectiva porque depois são essas que acabam comigo porque eu não sei ouvir. Detesto analisar raízes e caules, tive Biologia no 10º ano e reprovei, tive que mudar de área. Não sei porque raio fui para Ciências quando tinha tirado sempre 3 a Ciências. Não detesto vilões porque acredito que muitos deles ajam precisamente pelo ódio que nutrem aos super heróis e, por isso, estamos em sintonia.
EliminarSe eu fosse super herói já tinha perdido toda a minha identidade e coerência. Por isso, fosse comparado a um homem ou a uma mulher, todos os dias eram um tique-taque para ver quando dava um tiro na cabeça por ser um super herói.