quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Factos históricos que nunca aprendi na escola


Constou-me que ando a perder qualidades. O pior é que ninguém me disse, fui eu que descobri por mim. Detesto descobrir coisas por mim. Pelo menos sempre que vejo episódios de CSI em que descubro logo quem é o assassino, mudo de canal, o episódio perde a piada toda. Porque raio hei-de ver eu um episódio inteiro em que já se sabe quem é o assassino e só se vê a forma como ele é apanhado? Para ver coisas que já sei como acabam leio a Bíblia, que aí também há mortes e sabe-se quem mandou matar e porquê, sem mistério nenhum. O problema da Bíblia é mesmo ter um porradão de páginas e usarem termos difíceis de compreender. Nisso a Bíblia é como aquelas séries de tribunais, que mal começam a falar em decretos-lei eu mudo logo de canal. 



Se há coisa que a Bíblia é forte é na sua componente histórica. Para ser um livro que tivesse tudo sobre História só faltava ter lá histórias de dinossauros e de Visigodos, mas acho que o padre daqui dizia às pessoas na missa que a Igreja não acreditava em dinossauros e que isso era tudo invenção. Eu não acredito que seja invenção porque uma vez vi um Pterodáctil a comer as pombas aqui no parque à beira de casa e não foi nenhuma alucinação porque o Nando Farras estava comigo e disse que também viu apesar de não saber o que era um Pterodáctil. E se os dinossauros fossem invenção o moço gordo que no Jurassic Park estraga tudo, não tinha acesso a ovos de dinossauro, porque eles nunca tinham existido. O Jorge Abel nas poucas coisas acertadas que disse na vida dele foi que gostava de ter vivido no tempo dos dinossauros. Eu também gostava. Devia ser um bom espectáculo de sábado à tarde vê-lo a ser comido por um Alossauro.



Mas sei que há muita gente que acredita na Bíblia, logo não acredita em dinossauros. Eu na escola nunca dei os dinossauros, o que é uma grave falha no meu percurso académico, felizmente corrigida pela presença em vários seminários, entre os quais o meu preferido, «As tendências políticas de extrema-direita dos Broncossaurus». Ao longo da vida reparei que há muitas coisas importantes sobre História que nunca aprendi na escola. Vou fazer-vos um favor e dizer os 5 mais importantes:




  • Foram os Homo Habilis que descobriram a agricultura. Para quem for mau a História, são aqueles meio curvados, que começaram a usar o fogo e a agricultura. Ao descobrirem a agricultura descobriram um cereal, que quando comiam de manhã lhes dava alta força, que até iam caçar mamutes e serrar eucaliptos, ainda antes de haver um campeonato nacional para essas modalidades. Um druida lembrou-se e chamou a esse cereal «Ferro». Muitos anos depois, na era em que o negócio de espadas era rentável (nada como hoje em dia, infelizmente), um artesão, que era o Rebelo daquela altura, chamou ao metal de que eram feitas as espadas de «ferro» porque era muito forte, tal como o cereal que os Homo Habilis descobriram um porradão de anos antes;

  • Um dos negócios que mais perdeu praticantes foi a feitiçaria, a bruxaria e as artes do oculto. Graças à Inquisição, hoje em dia, as videntes e os mestres do oculto que temos são todos farsas. Ao início, quando se anunciava que se iam queimar bruxas e feiticeiros aos domingos à tarde, as pessoas enchiam as praças e queriam ver. Com o tempo, duas coisas foram acontecendo: começou a haver escassez e as pessoas viam que alguns não eram feiticeiros de verdade, que só se dizia que eram feiticeiros para enganar as pessoas e atrair público, que queimar camponeses não atraía público nenhum, e com as transmissões televisivas, muitos desses espectáculos deixaram de ser ao domingo à tarde e passaram para os domingos à noite ou para dias da semana e começou a perder espectadores. Mas no tempo que durou, morreram todos os feiticeiros e bruxas em condições;

  • Nunca percebi bem porque é que existe a América do Norte e a América do Sul, mas depois percebi o porquê quando fui a um seminário sobre a origem das maracas na música tribal. Aparentemente, tal como hoje em dia existe o Capitão América, na altura existia o Sr. Américo, que na prática era o senhorio de todos os que quisessem alugar uma casa ou uma cabana naquele continente. Tudo parecia bem, mas quando o Sr. Américo morreu e ficou a mulher dele a tratar dos alugueres, os do Norte começaram-se a queixar que os do Sul tinham mais horas de sol e moças mais bonitas. A mulher do Sr. Américo, para resolver a situação, começou a cobrar mais aos do Sul que aos do Norte e fazia mesmo essa distinção. Como as pessoas na altura não sabiam fazer bem a concordância de género, pensavam que a mulher do Sr. Américo se chamava América, como se fosse nome de família em vez de ser nome próprio e a divisão que ela fez às terras passou a ser chamada de «Américas do Norte» e «Américas do Sul». Entretanto, como passamos a ser mais instruídos, tiramos o «s» de «Américas», mas mantivemos a divisão;

  • Se houve coisa que eu sempre li e que sempre gostei de saber mais era que os Fenícios e os Cartagineses se fartaram de fazer negócios entre eles na Península Ibérica. Mas depois, ao longo da minha vida adulta, descobri que não foi só isso. Eram pessoas de bons costumes, não era como agora, que uma pessoa vai a uma loja, está lá 20 minutos e ainda critica o empregado, que tem de estar lá 8 horas, por demorar muito. Os fenícios e os cartagineses faziam negócios mas também conversavam e conviviam. Foi desses convívios que surgiu o primeiro dicionário que traduzia de uma língua para a outra, como hoje há os de Português-Inglês, os de Português-Alemão ou os de Português-Francês (que ainda hoje não me dão jeito nenhum). O primeiro dicionário de tradução era o Fenício-Cartaginese e na prática era para eles se entenderem o suficiente para poderem falar sobre álcool, drogas e putas e saberem insultos noutras línguas. Muito como hoje em dia;


  • Para acabar, digo-vos a mais importante e tem a ver com os Visigodos. Nos documentos históricos, os Visigodos aparecem como «povo bárbaro». Inicialmente ficava indignado e não compreendia o porquê de serem considerados bárbaros, mas depois percebi o porquê. Na altura em que os Visigodos existiram, ainda existiam minotauros na Grécia. Tirando alguns ataques de fúria e falhas na comunicação, os minotauros viviam em sociedade e até tinham jeito para a construção. Os Visigodos eram um povo que viajava muito e quando o primeiro barco de Visigodos chegou à Grécia, confundiram um minotauro com um bisonte, mataram-no e comeram-no. Quando os gregos souberam disto ficaram possessos e começaram logo a chamar bárbaros, sem quererem perceber o que se tinha passado. Entretanto, a moda de chamar bárbaros aos Visigodos pegou. Certo é que a carne do minotauro era comercializada a um preço bem acessível e bem mais barata que a de vaca ou de novilho, que na altura já havia novilho apesar de eu ainda não saber que animal é esse. 






Para aqueles que dizem que eu faço textos muito longos, aborrecidos e desinteressantes este texto é muito bom, precisamente porque vos dá razão e mais um argumento para me atacarem. Por outro lado, para aqueles que acham os meus textos delirantes, sem fundamento e completamente descontextualizados da ocidentalização setentrional do mundo ecléctico e paradoxal no qual nos inserimos, não podia estar mais de acordo. Não sei o que escrevi agora, muito menos percebi, se alguém percebeu que me explique, certo é que amanhã quando ler isto nem me vou lembrar que escrevi. Se calhar estou a alucinar. Quem me dera que o meu cérebro tivesse uma daquelas cenas que tem na televisão, no canto superior direito, a dizer «Live» ou «Directo» que era para saber se estava na realidade ou se então era uma alucinação ou um sonho. Assim nos sonhos era fácil. Estava a ser esfaqueado por 3 índios que me queriam roubar o meu jaguar no meio da selva (mas jaguar animal, não era o jaguar carro, senão tinha escrito Jaguar e não jaguar), olhava para o canto superior direito, não via lá «Live» e até aproveitava melhor o sonho, porque sabia que não era real. 







P.S.: Outra crítica que me podem fazer é que raramente o meu último parágrafo serve de conclusão ao texto em si. Também não sei do que estavam à espera, que no último parágrafo vos fizesse um resumo de tudo o que tinha escrito antes? Lessem! Eu também tive que pensar, escrever, ler e reler, por isso não vos faz mal nenhum. Por acaso não pensei, mas podia ter pensado! Para apanhar um montão de informação para no fim me darem um papel onde estava tudo resumido, já me chegou o Dia da Defesa Nacional, quando lá fui há uns anos. Se quiserem tirar conclusões, leiam o texto e tirem vocês. Já agora tinha que fazer tudo eu. Lembrei-me agora que no Dia da Defesa Nacional eles tinham lá uma coisa em fatias que me parecia pão e tirei 4 ou 5 fatias de pão. Quando fui a comer era bolo e tinha os generais todos a olhar para mim com ar de reprovação. Eu devolvi o ar de reprovação, o bolo também não era grande coisa e tive que comer as 5 fatias porque se tirasse 5 e depois deitasse fora ainda me obrigavam a ficar lá. 


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