O local onde tudo o que é produzido é fruto de delírios alucinatórios. De quem escreve e de quem lê.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Ainda não convidei a Xana da cantina para sair. Talvez no fim-de-semana.
Hoje decidi começar pelo título. O Tolentino no outro disse-me que eu estava a ficar parecido com o Gary e isso assustou-me. Perguntei-lhe com o quê e ele disse que em nada, que só me estava a arreliar porque gostava de ver a preocupação na cara das pessoas. O Tolentino disse que prefere ver moças preocupadas que maquilhadas. Depois foi embora, mas eu não acreditei muito que ele estivesse a dizer aquilo só para me arreliar. Realmente, ando a ficar um bocado parecido com o Gary: gosto de lanchar, escrevo sempre dois ou três parágrafos antes de falar no título e não uso pólos amarelos. Perguntei ao Júlio César se me achava parecido com o Gary mas ele disse-me que não, que me achava parecido ao Bruce Willis se eu rapasse o cabelo. O Rebelo da mercearia disse-me, quando fui lá hoje de manhã, que eu e o Gary não tínhamos nada a ver, porque ele conseguia falar com o Gary durante 3 horas sobre qualquer assunto e comigo nem me conseguia apertar a mão sem pensar em enganar-me nos trocos.
Mas voltando ao título, fiquei a pensar naquilo que o Venâncio me perguntou sobre nunca ter convidado a Xana da cantina para sair. Devia convidá-la? O Júlio César disse-me que sim, que a vida é como um jogo de PlayStation em que só é Game Over de vez quando temos de ir jantar. O meu tio disse-me que tempo com moças nunca é tempo perdido a não ser que fiquemos a conversar com elas. O Venâncio disse-me que a melhor forma de convidar uma moça para sair era mostrar auto-confiança, determinação e garantir que íamos pagar tudo. O Gary disse-me que convidar uma moça para sair era fácil, difícil era aguentar uma semana sem comer panados. Ainda ontem comi panados na cantina, foi a Xana que os fez. A Xana faz bem panados, gosta de lanchar e está solteira. A isto o Venâncio chama um bom partido. O meu tio chama «uma porca» porque diz que as moças fazem sexo muito melhor quando estão revoltadas.
Pensei em levar a Xana ao «Aquecimento Global» agora que aquilo abriu outra vez. Ontem ao almoço perguntei-lhe se já tinha ouvido falar no «Aquecimento Global» e ela disse-me que sim, que era o que lhe acontecia se lhe tocassem no sítio certo. Não sabia que afinal havia dois «Aquecimentos Globais», posso dizer que foi um bocado uma desilusão. Agora sei o que sentiu o moço que inventou o Chipicao e de repente chega a um super-mercado e vê Bolycaos, Bimbocaos e mais um montão desses, tudo a copiar. Disse à Xana que o «Aquecimento Global» era um bar onde eu costumava ir e a Xana disse-me que também podia ser um bem que eu começasse a usufruir. Não percebo a Xana às vezes. Faz-me lembrar aqueles moços que dei na escola que diziam que o sorriso de uma moça era de ouro e que o mar era feito de lágrimas. Só gente que não sabe o que é a realidade. Ao Gary chamam-lhe comido do cérebro por dizer que tem sangue de Visigodo, mas a estes chamam-lhes poetas e artistas.
Não que eu esteja a defender o Gary. O meu tio disse-me para ter muito cuidado com os advogados de defesa, porque o que hoje é advogado de defesa amanhã é advogado de acusação. O Gary diz que depois dos actores, que fingem tudo o que sentem, os advogados são os piores, que tanto defendem como acusam. O Venâncio disse-me que as moças também funcionam um bocado na lógica do advogado: uns dias defendem-nos com unhas e dentes e noutros atacam-nos ferozmente. O meu tio disse-me que isso não era verdade, porque ele já atacou ferozmente várias moças e algumas delas não se defenderam. O Júlio César disse-me que as moças são um poço de insegurança à procura de compreensão, mas o Venâncio disse-me que era mais ao contrário, ou seja, um poço de incompreensão à procura de segurança. E eu cada vez a perceber menos disto.
Ontem, antes de sair da fábrica, fui até à cantina para me despedir da Xana. Na prática ia lá para a convidar para sair mas pensei que era melhor fazer isso para o fim-de-semana. Ela ofereceu-me um rissol e depois disse-me que podia comer outras coisas que já há muito tempo que andam com vontade de ser comidas. Achei isso excelente! Perguntei à Xana se ela falava com a comida. Ela disse-me que não, mas que estava a falar com alguém que não se importava que a comesse. Odeio trocadilhos e charadas, são os Sudokus das palavras. E eu não sei jogar Sudoku, volto a concordar com o Gary quando ele diz que o Sudoku é a forma dos chineses gozarem connosco e nos manterem ocupados. Depois de comer o rissol vim embora. Posso dizer-vos que não sabe nada bem acompanhar um rissol com uma charada. Até senti que o rissol em vez de ir para o estômago foi directamente para o cérebro. Se a Xana me voltar a fazer uma charada quando estiver a comer um rissol não a convido para sair.
P.S.: No outro dia vi um episódio de uma série de zombies. Eles andam atrás dos humanos mesmo esfomeados. E se para um zombie a carne humana souber a rissol? Assim também eu era um zombie. O Júlio César disse que ser um zombie não é uma questão de escolha, acontece. O meu tio diz o mesmo dos homossexuais. O Venâncio disse-me que, no fundo, já somos todos uma espécie de zombies, todos atrás de moças sem usar o cérebro devidamente. Perguntei-lhe porque raio me disse ele isso depois de quase me ter incentivado a convidar a Xana da cantina para sair. O Venâncio disse-me que mais vale ser viciado em moças do que viciado em cocaína e que nunca a polícia mandou apreender o Ford Escort dele por levar lá uma moça mas já fez isso por ele levar lá uma dose de cocaína. O meu tio diz que as moças são como uma droga legal que se pode consumir em público. O Gary diz que se as moças forem uma droga isso faz dos homossexuais aqueles moços que andam a vender bíblias na rua.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Coisas inexplicáveis da vida
Adoro comer bifes. Pessoalmente gosto deles a saber a pimenta, mas o Gary diz que prefere os bifes a saber a carne. Mania de achar que já foi um Visigodo numa vida passada e que comia as carnes dos mamutes cruas. Eu nem sabia que havia mamutes nos tempos dos Visigodos mas ele é que vai a essas convenções, ele é que sabe. Mas há duas coisas que me perturbam nos bifes. A primeira é que há moços que têm como escolha de vida não comerem carne e, por consequência, bifes. Sei de um moço que uma vez passou 2 semanas sem comer bifes e ao 16º dia namorava com outro moço e dizia que era homossexual. A segunda coisa que me perturba é que todos os bifes têm sempre a forma de um país ou de um continente. Olhem por exemplo esse que eu fiz hoje para o jantar e vejam lá se não parece os Estados Unidos. Uma vez comi um bife que parecia a América do Sul. Quando os bifes estão no congelador parecem todos a Gronelândia e uma vez deixei grelhar um bife tempo demais e parecia do Senegal.
Outra coisa que não percebo é o Crunch. Nunca vi um chocolate que também há em cereais e em gelado. Nunca comi um gelado de Mars e nunca comi cereais da Lion. Porque raio é que o Crunch tem tudo? Custava-lhes muito ser só um gelado ou um chocolate? Porque é que também tinha que ser um cereal? Já não nos chegava as Estrelitas agora virem com foguetões e o Chocapic vir com Chocapic Duo ainda tenho de ter o Crunch como cereal?
E mais! Isto só ajuda a confundir as pessoas. Sei de uma pessoa que enlouqueceu e teve um ataque de pânico porque a mulher o mandou comprar uma caixa de cereais de chocolate e só numa prateleira havia 10 diferentes. Se só houvesse Chocapic ou Nesquick era bem mais fácil, ou era um ou era o outro. Uma moça uma vez disse que foi violada por um moço que como não conseguia decidir entre comer um Crunch chocolate ou um Crunch gelado optou por violar a primeira moça que lhe aparecesse à frente. Eu vi isso na televisão há uns tempos atrás, não sei se foi anteontem ou se foi há 6 anos atrás. Mas foi por nesse intervalo de tempo. Ah! E como me podia esquecer, que a minha professora de Matemática do 8º ano, quando nos estava a ensinar a invasão dos russos a Berlim e a constituição do aparelho respiratório não sabia se havia de escrever no quadro a giz ou no quadro de caneta e então não escreveu em nenhum e mandou-nos ir brincar porque lá fora é que se aprendia. Não sei porque é que nesse dia tive falta disciplinar, mas ainda hei-de perceber.
Para acabar vou falar-vos de mais um sinal de trânsito. Não há melhor coisa no mundo que os sinais de trânsito, que as mulheres nuas na Internet e que os talhos que fazem promoções nos bifes. Mas olhem bem para este sinal. Eu olho para este sinal e vejo inconformismo, a mim ninguém me diz que é obrigatório ir por um determinado sítio ou direcção. EU É QUE ESCOLHO O MEU PRÓPRIO DESTINO! Eu é que faço as minhas escolhas, ninguém me pode privar de seguir outra direcção só porque se determina que é obrigatório ir por um caminho. Por isso é que nunca comi um Crunch. Se quiser cereais compro cereais, se quiser chocolates compro chocolates, se quiser gelados compro gelados, não compro um faz-tudo e que serve para tudo. Nós não somos todos iguais, não somos todos obrigados a seguir na mesma direcção. O problema está na sociedade. É obrigatório virar à direita, diz o sinal. Se eu virar à esquerda sou um insurrecto e insubordinado aos olhos dos outros. Ah mas não. Eu viro para onde quiser. Só não viro homossexual ou vegetariano porque gosto demasiado da carne de vaca. Mas vocês podem fazer o que quiserem, serem independentes ou serem cordeirinhos. E se forem cordeirinhos só vos digo que os tubarões adoram carne de cordeirinho. Gostam mais de carne humana e de foca, mas cordeirinho também serve. Seja lá o que um cordeirinho for, porque o cordeiro já é a cria da ovelha, portanto um cordeirinho deve ser o neto da ovelha. Já repararam que vocês podem nunca ser pais, irmãos, tios ou primos mas é impossível não serem netos de alguém?
sábado, 26 de outubro de 2013
A Rosa começou a namorar. Mas não é comigo, é com outro moço.
Por isso mesmo, a minha vida já não faz sentido. Quer dizer, só ao fim de semana, que à semana tenho de me levantar para ir trabalhar. Mas ao fim de semana não faz sentido. Na prática, este vai ser o primeiro fim de semana que a minha vida não vai fazer sentido, por isso ainda sou inexperiente nestas andanças. A Xana da cantina disse-me que gostava dos mais inexperientes que assim podia ensinar-lhes tudo como ela gostava e vinham sem manias e tiques. Espero não ganhar nenhum tique nisto da minha vida não fazer sentido aos fins de semana, que o meu tio disse-me que tinha um cheio de tiques na turma dele na escola que todos os dias ficava sem lanche. E bem sabemos como o lanche é importante na sociedade moderna. Nisso concordo com o Gary.
Mas falando do que está no título, é verdade, a Rosa começou a namorar. O Venâncio disse-me que não era novidade, que pela experiência dele, sempre que uma moça lhe deixava de responder às mensagens ou tinha começado a namorar ou estava sem saldo. Mas como isso de ficar sem saldo durante duas semanas é para moços, é porque tinha começado a namorar. O Júlio César disse-me para esquecer a Rosa, que há muito peixe no oceano e que o melhor é o atum, que uma vez comeu um bife de atum no restaurante e é muito melhor que o que vem nas latas de conserva. O Gary disse-me que a Rosa me fez um favor ao começar a namorar, que nunca mais me ia conseguir olhar nos olhos por eu estar com uma moça que não gostasse de comer rissóis.
Tentei perceber o que é que o outro tinha que eu não tinha, mas o Venâncio disse-me para não fazer isso, que as moças odeiam comparações e por isso é que quando aprendem os graus dos adjectivos os professores dão sempre o grau comparativo a correr e esse grau nunca sai nos testes. Realmente, eu só tive professoras de Português e nos testes saía sempre aquele grau que acaba sempre em «íssimo». Depois pensei em mandar-lhe mensagem só a dar as felicidades para a nova relação mas o Júlio César disse-me para eu não fazer isso, que felicidades só se dá quando uma pessoa tem um filho, ganha um concurso ou passa no exame de condução. O Gary disse-me que se fosse ele mandava uma mensagem a insultá-la a ela, ao moço e a dizer que os filhos deles vão ser bastardos e sem honra. Perguntei porque é que devia fazer isso e o Gary disse-me que não sabia mas que no século XV resultava e as pessoas acreditavam mesmo nisso.
A Xana veio ter comigo ontem ao almoço e disse-me que ela é que tinha razão quando dizia que a Rosa era uma porca. A Xana disse-me que nunca me iria partir o coração mas gostava que eu a partisse toda. Agradeci a disponibilidade dela mas o meu tio sempre me disse para nunca descarregar a nossa raiva nos outros, que é muito melhor descarregar em quem merece mesmo. Mas eu não sinto raiva, só tristeza. O Gary disse-me que se calhar devia começar a sair com moças de 12 anos e fazer um investimento a longo prazo, como se faz nos bancos. O Júlio César disse-me para ir sair com ele hoje à noite e tentar conhecer alguém. O meu tio disse-me que me dizia o segredo para conquistar moças se o levasse até Valongo. Levei-o e ele disse que o segredo era nunca lhes fazer as vontades todas, que isso de fazer as vontades todas era coisa de prostituta ou então coisas de sobrinho.
O Venâncio ontem também me perguntou se eu alguma vez tinha saído com a Xana da cantina. Disse-lhe que sim, uma vez saímos os dois juntos da fábrica, durante uma simulação de incêndio. A Xana na altura disse-me que o incêndio da fábrica era simulado mas que se eu quisesse ela se podia vestir de bombeira e apagar o meu incêndio. Pensei que provocar incêndios desse cadeia, mas o meu tio disse-me que isso era outra brincadeira dos vegetarianos, que como a comida deles é toda crua e não precisam de fazer churrascos ou assadelas inventaram essa de que o fogo é crime. O Venâncio disse-me que se o fogo fosse crime as moças brasileiras estavam todas na prisão por serem «fogosas». O Gary disse-me que se o mundo fosse justo, quem chamasse «fogosa» a uma moça é que estava preso. E na prisão vale cargas de ombro no basket, não é um sítio que uma pessoa gostasse de ir.
P.S.: Mas por acaso fiquei a pensar naquela pergunta do Venâncio. Porque é que eu nunca convidei a Xana para sair? Ela está sempre a convidar-me para ir a casa dela, se calhar não gosta de sair. Isso estraga-me um bocado os planos. Como é que vou convidar uma pessoa para sair que só quer ir para casa dela? O Júlio César uma vez saiu com uma moça que tinha medo de espaços fechados e por isso ele ia sempre sair com ela para a praia, para parques ou para aterros a céu aberto. O meu tio disse-me que o mal está em ouvir as opiniões das moças, que se nós fizermos o que quisermos elas vêm atrás e fazem o que nós quisermos e que foi por causa de se dar importância ao que as moças pensavam que surgiu o assédio sexual e o gás pimenta.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
A importância do lanche na sociedade moderna
Para quem, como eu, está farto dos banhos de realidade que tem havido por aqui nos últimos tempos, este vai ser o meu regresso aos textos de comido do cérebro. Já não chegava os textos do Jorge Abel serem maus e repetitivos, agora lembrou-se de escrever poemas. Uma vez uma moça pediu-me para lhe escrever um poema romântico, mas eu preferi dar-lhe um estalo bem dado. De qualquer das formas ela ia acabar comigo, preferi que o tivesse feito por uma coisa sobre a qual, no futuro, não me pudesse gozar. Já por isso é que quando a Noémia me pediu para copiar por mim nos testes de Matemática eu fazia tudo mal de propósito. Podia ter negativa, mas tínhamos os dois. Assim não me podia gozar.
Mas voltando aos poemas. Sinceramente, poderia criticar mas não li nada. O Tolentino é que me disse que o Jorge Abel andava para aqui a fazer poemas como se fosse o Picasso das letras. Saber que o Jorge Abel faz poemas e vir lê-los é como saber que o Capitão Iglo mete a pila em todas as caixas de douradinhos e as pessoas continuarem a comprar. Acredito que algumas o façam por gosto, mesmo sabendo disto, mas a maioria ou não sabe ou finge que não sabe. A última vez que comi um douradinho foi em 1998 e era daqueles de ketchup, em que mesmo quando se mete ao microondas o ketchup vem frio. Por isso, desde 1998 que não sou molestado pelo Capitão Iglo.
Como douradinhos não é uma coisa que se coma ao lanche, adoro lanchar. As minhas primeiras recordações de criança, sem ser andar nu na praia e toda a gente achar piada, ao contrário do que me aconteceu na semana passada quando estava bêbado, é de lanchar. O lanche é uma das coisas mais importantes da vida e um dos pilares da sociedade moderna. Vejam lá porquê:
- Quando uma pessoa está de ressaca nunca toma o pequeno-almoço, raramente almoça mas lancha sempre. O lanche é aquela refeição que os ressacados de uma noite de álcool nunca saltam. Está provado cientificamente pela minha convicção que lanchar cura mais ressacas do que estar deitado no sofá a ver Canal História o dia todo;
- As pessoas atarefadas e com trabalhos stressantes, muitas vezes saem de casa a correr, sem tomar pequeno-almoço. Mas sabem o que fazem sempre? Lancham. Todas as fábricas permitem aos seus funcionários que lanchem, mas experimentem chegar de manhã a pedir para tomarem o pequeno-almoço, passam logo por irresponsáveis e mandriões;
- O lanche é aquela refeição que podes convidar uma moça sem o carácter sério de um jantar ou de um pequeno-almoço. Naquelas pieguices de gaja, as moças vêm no pequeno-almoço o começar o dia contigo. Do mesmo modo, vêm no jantar, o terminar o dia contigo. Como se interessasse para alguma coisa! Mas para evitar esse tipo de coisas é que convido as moças para lanchar. Elas não vêm com grandes expectativas, por ser só um lanche, e tudo o que acontece daí para a frente é uma surpresa total;
- Uma vez comi uma torta Dan Cake de manhã e fiquei cheio até ao almoço. Se beber um Capri-Sone à noite fico com aquilo a balançar-me no estômago e até me cai mal. Mas uma torta Dan Cake e um Capri-Sone à hora do lanche é a melhor coisa que o Mundo fez desde que inventou os patês de atum. Infelizmente, o patê de atum é uma coisa que não me cai muito bem ao lanche, mas sabe especialmente bem depois de encavar uma moça. A Paulinha, sempre que vem a minha casa, sai daqui a cheirar a patê de atum;
- Quando te convidam para almoçaradas, para saíres de lá satisfeito e com a sensação de ter comido bem, tens de pagar sempre, no mínimo, 10€. Quando te convidam para jantares, são no mínimo 10€ para a refeição mais uma quantia entre os 15€ e os 800€ para passares a noite bem, nos copos ou com moças que te dizem que têm uma vida muito mais regrada do que aquilo que realmente têm só para te entusiasmar a pagar-lhes bebidas. Mas, se te convidarem para lanchar, lanchas bem e à fartazana e pagas aí uns 4€. E depois, daí a nada, já estás a jantar;
- À hora do pequeno-almoço, na televisão ou está a dar notícias ou algumas estão sem emissão. À hora de almoço, mais notícias e os filmes que estão a dar são sempre uma porcaria. À hora de jantar, outra vez notícias e, a não ser que esteja a dar algum jogo de futebol, não há nada de jeito para ver. Mas à hora do lanche, se ligares a televisão, está a dar bons filmes, boas séries, bons documentários sobre Visigodos e até bons jogos de futebol. Tudo por ser a hora do lanche.
Neste último ponto o lanche rivaliza com a ceia. Aquele quadro famoso lá dos 12 discípulos chama-se «A última ceia». Mas a minha teoria é a de que, nos tempos modernos, o quadro se chamaria «O último lanche». As pessoas naqueles tempos eram pouco evoluídas, só faziam 3 refeições por dia e não lanchavam. Por isso é que esquartejavam pessoas nas praças públicas, pregavam pessoas em cruzes e faziam negócios com indianos. Não tinham maneiras nenhumas. Se esse quadro fosse «O último lanche» em vez de «A última ceia» se calhar o outro nunca tinha traído o do quadro e o tinha vendido por 50 moedas de ouro. É que 50 moedas de ouro, na altura, dava para lanchar durante uns 2 anos. E naquela altura os lanches dos romanos eram com pretos a abanarem folhas de palmeira enquanto se comia uvas e outras iguarias e se assistiam a orgias. Bons tempos.
P.S.: Um dos motivos que me fazem sonhar com o meu passado de Visigodo é os chamados «Lanches à Visigodo». Os Visigodos eram um povo que pilhava aldeias, violava mulheres, conquistava territórios à força e lanchava. Portanto, para serem uma civilização perfeita, só lhes faltava terem minotauros como animais domésticos e terem uma equipa de futebol que conseguisse ir à Liga dos Campeões e uma selecção que não fosse aos Europeus e aos Mundiais apanhar cabazadas. Nesse campeonato, os mais difíceis de jogar eram os Vândalos, que abusavam da carga de ombro e faziam entradas de carrinho por trás quando o avançado ia isolado. Gente rude esses Vândalos, que nem sequer lanchavam.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
É sexta-feira, estou em casa e começo a ter pensamentos
Mas não são daqueles pensamentos porcos. O meu tio diz que sempre que fica em casa mais que uma hora começa a pensar em sexo e tem que ir ver pornografia. Não são esses pensamentos que eu tenho. Quer dizer, tirando agora, que me estou a lembrar que uma vez entrei em casa e o meu tio estava na sala a ver um filme chamado «Violada na Lua de Mel». Perguntei se violação não era crime. O meu tio disse-me que na pornografia não era crime e que se alguém fosse apanhado a violar uma moça na vida real e culpasse a pornografia só tinha de pagar uma multa e pagar a conta do hospital da moça. Uma vez a Xana da cantina disse-me que se tivesse que ser violada queria que o violador fosse eu. Fiquei contente por ser escolhido para alguma coisa, na escola nunca ninguém queria ser o meu colega de carteira, ficava sempre ao lado do Paulo, que comia lápis de cera. Também nunca ninguém me escolhia quando faziam as equipas no futebol. Ao menos a Xana escolheu-me para ser o violador. Agradeci, mas disse-lhe que não queria entrar no mundo do crime.
Pelo que vejo nos filmes, entrar no mundo do crime fica caro. Tenho de fazer pelo menos uma tatuagem e cada uma delas custa uns 50 euros. Depois tenho de arranjar uma arma. Perguntei ao meu tio quanto custava uma arma e ele disse-me que tinha a dele para que nunca ninguém lhe fique a dever dinheiro. Não me disse quanto custava uma. O Venâncio disse-me que há uns anos tinha comprado uma pistola por 6€ nos chineses. Era de brincar, mas se alguém lhe entrasse a meio da noite em casa dele e visse a pistola apontada pensava que era a sério. O Júlio César disse-me que ele já estava no mundo do crime, porque em miúdo, quando saía da escola, passava por uma frutaria e roubava sempre uma maçã. Lembro-me de ouvir que roubar para comer não é crime. O meu tio disse-me que uma vez roubou a chave de casa a uma moça para a comer e o juiz disse que ele tinha cometido um crime. O mundo está cheio de incoerências.
Sei que querem que partilhe com vocês alguns dos meus pensamentos. 90% deles são em relação à Rosa. O resto é sobre se os Golden Grahams fazem mesmo cometer loucuras ou se é só na publicidade, sobre como seria o mundo se alguém inventasse rissóis de pargo e sobre a Xana da cantina. Ela hoje, ao almoço, disse-me uma coisa que me fez pensar. Perguntou-me se eu era selvagem. Não seremos todos um pouco selvagens? Não será o amor uma forma que encontramos de domesticar os nossos instintos selvagens? A Xana da cantina disse-me que demasiadas palavras lhe tiravam a atenção. Claro que ela disse naquela forma muito particular dela de falar rápido e disse que «lhe tiravam a tesão». A mim o que me tira a atenção são estes pensamentos sobre a Rosa. A Xana da cantina disse-me que me conseguia fazer não pensar em mais nada sem ser nela. Mas não sei se queria isso. Ouço sempre o Gary trocar os treinadores de futebol que fazem «troca por troca», portanto fazer isso não deve ser uma coisa positiva.
O meu tio disse-me que as moças gostam de ser surpreendidas e que, por isso, é que ele era gentil ao início e depois era agressivo e arrogante. O Júlio César também me disse que as moças gostam de surpresas. O Gary disse-me que prefere tortas Dan Cake de chocolate que as de morango, porque o morango das tortas vem todo espalhado e ainda por cima é framboesa, não é morango. Eu não consigo surpreender as moças, acho que sou previsível. O Venâncio conta-me sempre que quando vê uma moça no autocarro ou no metro a abrir um pacote de bolachas ou de chiclets, se chega ao pé dela e estende a mão, a pedir uma. Depois diz que estava a brincar e faz um sorriso. Ele diz que isso mostra inteligência e sentido de humor e que se a moça estiver solteira até fala com ele. Eu até sou inteligente, que o meu pai está sempre a dizer que os que são apanhados com droga nos aeroportos e vão presos são mesmo burros. Eu nunca fui preso nem nunca estive num aeroporto, por isso até acho que sou inteligente.
O pior é o meu sentido de humor. Não sei nenhuma piada. O Gary no outro dia contou-me uma que era com uma cerveja e um croissant e eu fingi que percebi e ri-me. Depois ele disse-me que não era nenhuma piada, estava-me a dizer o que tinha lanchado. Sou péssimo com humor. A Xana da cantina disse-me que não se importava que eu não a fizesse rir desde que a fizesse gritar. O meu tio disse-me que já fez chorar moças que foram para a cama com ele, mas nunca as fez rir. Será assim o humor tão importante? O Júlio César diz-me que sim, que uma vez levou uma moça ao cinema para verem um filme de terror e não aconteceu nada, mas que passadas duas semanas foi com a mesma moça ver um filme de comédia e estiveram aos beijos o filme todo. Eu e a Rosa, se fôssemos um filme, para mim era um drama. Para ela não sei, provavelmente não era nada, porque a Rosa não vai ao cinema, diz que prefere ler um livro. O Gary ontem disse-me para mandar a Rosa à merda, mas ainda há duas semanas o meu tio mandou o mecânico dele para o mesmo sítio e não quero que eles se encontrem. É que o mecânico tem fama de enganar as pessoas e ainda pedia 40 euros à Rosa para lhe mudar o óleo ou para lhe arranjar o tubo de escape.
P.S.: Ouvi dizer que gostaram do meu poema. Diz muito do meu estado de alma neste momento. Como me continuo a sentir assim, e ainda por cima o «Aquecimento Global» ainda não voltou a abrir, vou escrever outro e abrir o meu coração para vocês: «Toda a gente no Mundo diz que a magia não é mais que uma ciência. Não sei porque dizem isso, nunca dei em Ciências como é que se cuspia fogo ou como se faziam truques de cartas. Adoro truques de cartas, confundem-nos e depois dão-nos a solução. Fosse a vida assim, que tanto nos confunde e tão poucas vezes nos dá soluções, deixa-nos sempre à toa. A vida é um truque de cartas que nunca mais acaba e vai ficando cada vez mais complexo. O amor é magia. Pobres daqueles que dizem que é ciência. Batas brancas, teorias, matemática, laboratórios e nasce o amor. Eu acredito na magia. Às vezes não a percebo e bato palmas na mesma, mas acredito nela. Pobres daqueles que não conseguem ver no amor uma magia e vêem nisso só ciência. Também nunca dei o amor em Ciências. Dei o ciclo da água, o sistema respiratório e como funcionam os vulcões. Será o amor um vulcão? Vi um filme em que um vulcão matava um porradão de gente, ainda mais do que a gente que morre por amor. O que será pior? Morrer por amor ou morrer sem nunca amar? Eu preferia morrer por amor, ao menos amei. Só não queria morrer por causa de um vulcão, deve doer. Mais até que a dor que é amar.»
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
A Rosa nunca mais me diz o que sente por mim e eu estou a ver a minha vida a andar para trás
Quer dizer, na prática não estou. Nem sei o que é ver a minha vida a andar para trás. A única vez que vi a minha vida a andar para trás foi quando o meu tio se pôs a ver uma cassete da minha festa de anos, quando fiz 7 anos, para mostrar à minha tia que já usava um penteado à moicano nos anos 90. O meu tio diz que foi ele que inventou essa moda, que andava assim na rua com o cabelo e algum cabeleireiro o deve ter visto a passar e começou a fazer isso aos jogadores de futebol. Mas achei piada à metáfora. Ouvi o Rebelo a contar uma história quando fui lá buscar um pacote de açúcar e a dizer que tinha visto a vida dele a andar para trás. Perguntei-lhe o que queria dizer com aquela metáfora e ele pediu-me 80 cêntimos pelo açúcar. À vinda para casa passei por um supermercado e o açúcar de lá custava 1€. Imagino que se não lhe tivesse dito que tinha gostado da metáfora me levava 1€, como no supermercado. O Gary disse-me que uma vez uma moça foi fazer compras à mercearia do Rebelo e só por ter dormido com ele na noite anterior não pagou nada.
Eu é que gostava de dormir com a Rosa. Mas era só dormir, atenção. Não sou daqueles que só pensam em sexo e em desonrar as moças a qualquer custo. O meu tio uma vez disse-me que não era mau pensar em sexo quando estou com uma moça, que mau era pensar em fazer sexo com uma moça quando estou a meio de uma entrevista de emprego. O Gary disse-me que não sabia o que era uma entrevista de emprego. O Júlio César disse-me que nunca pensou em fazer sexo com nenhuma moça porque sempre lhe disseram que o que acontecia mais vezes era o inesperado. Realmente o Júlio César tem razão, eu nunca penso que roupa vou vestir e ando todos os dias vestido. O meu tio disse-me que andar nu na rua dá cadeia mas o meu patrão uma vez saiu nu do escritório dele a meio da tarde e o Venâncio disse-me que às quartas-feiras era normalíssimo. A Xana da cantina disse-me que se eu quisesse andar nu em casa dela podia fazê-lo todos os dias. Agradeci-lhe, mas ainda esta semana comprei um casaco novo, era um desperdício andar nu depois de estourar uns 80 euros naquilo.
Mas vou falar da Rosa. No outro dia mandei-lhe mensagem a dizer «Bom dia» e ela nem me respondeu. O Venâncio disse-me que para evitar que uma moça não lhe responda, em todas as mensagens que manda faz uma pergunta. Assim, se a moça não responder, ele diz que pode ir dormir descansado, que foi a moça que não lhe respondeu à pergunta. Segundo o Venâncio, há mensagens que as moças, se quiserem, não precisam de responder. Vem no Código Penal das moças. O Venâncio disse-me que entre outras coisas que vem nesse livro está o direito de processarem um caixa de supermercado se fizer um olhar reprovador quando elas compram um montão de chocolate e gelados. Perguntei ao Venâncio se ele me podia emprestar esse livro, mas ele disse-me que era grandão e que mais valia ler daqueles livros coloridos com dinossauros ou o Astérix. O meu tio disse-me que o Astérix era um livro onde só aparecia uma mulher de 10 em 10 páginas e era sempre a mesma. O Júlio César disse-me que nunca leu o Astérix porque se sente insultado em todas as falas.
Depois da Rosa não me responder nem me disse nada. Fiquei triste com isso. Ao almoço perguntei à Xana da cantina se ela alguma vez tinha deixado alguém sem resposta. Disse-me que não, mas que se eu quisesse me deixava sem fôlego. Disse-lhe que ela já me deixava sem fôlego quando ao almoço na fábrica eram bifanas, que a Xana fá-las bem picantes. A Xana da cantina disse-me que se eu gostava das bifanas picantes, ia adorar a fêvera picante dela. Perguntei-lhe se não podia fazer para o almoço na fábrica, mas ela disse-me que se eu quisesse me fazia ao jantar, em casa dela. Um dia talvez vá lá experimentar. Perguntei-lhe se o Júlio César também podia ir e ela disse-me que era um bocado cedo para fazer esses pedidos mas que podíamos experimentar. Não percebi esta última, talvez não tenha cadeiras ou pratos para três pessoas. O Venâncio disse-me que a única vez que tentou perceber o que ia na cabeça de uma moça desistiu passados 5 minutos e foi jogar bilhar com o primo dele. Azar o meu que não sei jogar bilhar, tenho de me contentar em tentar perceber as moças.
No outro dia na rua vi o Gary a sair de casa da Paulinha. Perguntei-lhe o que tinha ido lá fazer e ele disse-me que tinha ido lá lanchar. Eram 7:30 da manhã. Perguntei-lhe se não tinha ido lá tomar o pequeno-almoço. Ele disse-me que não, que tinha ido lá lanchar, mas depois tiveram relações sexuais e ele ficou lá a dormir e saiu sem tomar o pequeno-almoço porque lhe apetecia Chocapic e a Paulinha só tinha Chocapic Duo. Quando o Gary disse isto deu-me uma dor no coração. A Rosa detestava Chocapic Duo e eu, só para lhe agradar, tive que dizer que também detestava. Que saudades que tenho de comer Chocapic Duo. A Xana da cantina disse-me que os cereais preferidos dela são os Nesquick porque ela é amante das rapidinhas. O Venâncio disse-me que para ele não havia melhores cereais que os Cheerios, porque eram um porradão deles e apesar de parecerem todos iguais, eram todos diferentes. Mais ou menos como os asiáticos, que qualquer pessoa que tem olhos em bico parece chinês mas depois vai-se a ver e é coreano ou japonês. A Rosa é que gostava de comida japonesa, lá do sushi ou que raio era aquilo. Tenho saudades da Rosa. Também tenho saudades de comer um rissol de carne. Provavelmente, mais depressa como um rissol.
P.S.: Disseram-me que ando poético nos meus últimos textos, com frases profundas. Isso fez-me pensar e escrevi um poema. Olha vejam lá se gostam, é daqueles que não rimam como o Fernando Pessoa ou como o Andrade das Finanças: Oh mosca que voas, tenho que te dizer que te invejo; és livre de movimentos como eu gostava de ser livre de pensamentos; não sei o que fazer. Tu também não, no entanto voas. Voas como se fosses feliz, uma felicidade tão impossível para ti como é para mim. A diferença é que tu não sabes, mas eu sei. Tenho saudades de comer Chocapic Duo, uma vez encontrei uma mosca, como tu, dentro do plástico do Chocapic Duo. Comi na mesma, mas não me soube diferente. A que sabe a tua carne, mosca? Outra vez ia a correr e engoli uma mosca e também não me soube a nada. Serás tu vazia de sabor como eu sou de felicidade? Voa, mosca, voa, que amanhã será diferente.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Defeitos da condição humana
Quando olham para esta imagem o que é que vêem? Um homem a atravessar na passadeira? Pois, isso é o que eles querem que vocês vejam! Não sei quem são eles, não me façam perguntas difíceis, ainda agora estou a começar aqui.
Mas reparem melhor. O triângulo não dá qualquer noção de horizonte, não há futuro, o homem está preso no momento do presente e sem de lá conseguir sair. É TRAUMÁTICO! E ninguém melhor que eu para saber disso, já que no meu casamento só havia pastéis de caranguejo e não havia uma única empada de frango. Passei o copo de água todo com dois pastéis de caranguejo no bucho e ainda me obrigaram a dançar valsa.
Outra coisa é a postura. Odeio gente sem postura. Mas olhem para este da imagem. Está curvado, como se o peso da responsabilidade fosse o maior peso da sua vida, mesmo para aqueles que seguem as regras que os outros ditam e atravessam nas passadeiras da vida. Já por isso é que eu nunca atravesso em passadeiras. E tenho tido sucesso, que em 36 anos de vida só fui atropelado 3 vezes.
Outra interpretação é que o boneco é todo grosso e, pela minha experiência, aqueles que fazem vida de ginásio, eventualmente andam mais curvados, devem pensar que têm sempre uma barra nos ombros.
Se há coisa que nunca vou beber na vida é Santal. Já bebi Capri-Sone, «Um Bongo», Nestea e Trinaranjus, mas Santal nunca. Quem me garante a mim que não é «Santola»? E eu, desde o meu casamento, que não posso ouvir falar de marisco. Também não posso ouvir falar em salmos e em tios com dificuldades em urinar.
Uma vez passei numa banca de jornais e vi que o Correio da Manhã trazia este título: «JOVEM ESFAQUEIA NAMORADA DEPOIS DE BEBER DOIS LITROS DE SANTAL». Agora percebo que «vitaminas» são aquelas que vem na embalagem. Durante a Guerra contra os Visigodos o General Matias obrigou-me a beber dois litros de água para me castigar e só me apetecia matá-lo. Imagino com dois litros de Santal. Esta juventude põe-se para aí a beber Santal em vez de cerveja e depois dá nestas coisas.
Conselho de hoje: Sempre que perderes uma meia, não deites fora a outra. Pode acontecer que voltes a perder uma meia de outro par e a que sobrou ser de uma cor parecida ou igual à que guardaste e assim voltas a ter um par de meias. Mais vale ter um par de meias novo, que dois pares de meias no lixo.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Ontem à noite houve porrada e o «Aquecimento Global» fechou
Quando disse que se acabaram as noites no «Aquecimento Global», o meu tio disse que essa era uma boa notícia para os ursos polares e para os cientistas. Nunca pensei na minha vida ter inveja de um cientista, mas desde que o «Aquecimento Global» fechou, tenho. De um urso polar é a segunda vez que tenho inveja. A primeira foi quando me apeteceu comer salmão mas o restaurante onde fui só servia picanha e costeletas de porco. O Gary disse-me que os ursos polares não comem salmão, mas que juntam-se aos quatro e comem orcas. Nunca comi orca, mas se souber a salmão, é mais um motivo para ter inveja de um urso polar. Ainda por cima tem 3 amigos, eu só tenho o Júlio César e o Gary. Uma vez no «Aquecimento Global» passei por primo do Júlio César, mas na maior parte das vezes sou amigo dele.
Mas passando à parte da porrada, houve lá uma confusão com uns moços e os seguranças do bar. Desde que conheci o Venâncio que ganhei respeito aos seguranças. Por trás daquele ar de durão e de violento, está uma boa pessoa, que conduz um Ford Escort e tem 70% de vitórias no Freecell. Mas aqueles moços estavam mesmo a bater nos seguranças. Um deles chamou «filho da puta» a um segurança e o segurança passou-se e começou a bater-lhe como se não houvesse amanhã. Se calhar o moço sabia alguma coisa e estava mais informado que a mãe do segurança que o segurança. O Venâncio sempre me disse para não bater em gente mais informada que eu, mas para os ouvir e aprender com eles. O meu tio disse-me o mesmo, só me disse que se algum dia uma moça tivesse razão, para lhe bater, que assim ficavam os dois a ganhar.
Contei à Rosa que tinha estado no meio da confusão. Ela perguntou-me se estava tudo bem e se me tinha magoado. Fiquei magoado pelo segurança, saber assim numa situação daquelas o que a mãe dele era. Imagino a dor e o que ia dizer à mãe quando chegasse a casa, isto é, se vivesse com a mãe. Já por causa disso, quando cheguei a casa perguntei à minha mãe o que ela era. Disse-me que era Sagitário. Perguntei-lhe que profissão era essa e ela perguntou-me quem é que me tinha oferecido a camisa mais feia do mundo. Disse-lhe que não era uma camisa, mas um casaco e ela pediu-me para ir buscar pão ralado para o almoço. Eram 5 da manhã, mas achei melhor ir. Se há coisa difícil de arranjar às 5 da manhã é pão ralado. Posso arranjar droga, doenças sexualmente transmissíveis, experiências traumáticas e problemas com moços que beberam demais, mas pão ralado nada. Fui a casa do Gary ver se ele tinha pão ralado mas ele mandou-me para a puta que me pariu. Será que ele sabia algo sobre a minha mãe que eu não sabia???
Cheguei a casa e voltei a acordar a minha mãe. O meu pai também acordou e a amante dele também. Perguntei à minha prima o que é que ela estava ali a fazer mas a minha mãe mandou-me calar e perguntou-me se tinha trazido o pão ralado. Depois de lhe dar a má notícia, perguntei-lhe se ela era puta. Disse-me que não, que a estava a confundir com a minha tia. Se calhar o Gary estava enganado, às 5 da manhã é normal cometerem-se erros. O Venâncio disse que uma vez namorou 5 anos com uma moça e ela nunca engravidou, mas uma noite teve relações com outra moça que conheceu na discoteca para aí às 5 da manhã e ela engravidou. Não sabia que o Venâncio era pai. Ele disse que não era pai, só tinha feito o bebé. O pai era o Mário do talho, que foi quem lhe pagou os livros da escola e lhe deu a primeira coça. Perguntei ao Venâncio que tal era engravidar uma moça e ele disse-me que era como comer um daqueles douradinhos que têm ketchup no meio, mas que está frio e sabe mal, apesar do douradinho saber bem. Nunca comi esses douradinhos com ketchup, mas também nunca engravidei nenhuma moça.
Mandei mensagem à Xana da cantina a perguntar se alguma vez tinha pensado em engravidar. Ela respondeu-me que às 5 da manhã, já que a tinha acordado, lhe podia fazer tudo. Perguntei-lhe se podíamos conversar sobre projectos de futuro. A Xana disse-me que no futuro gostava que o colchão Pikolin que ela tem me fizesse bem às costas. Por acaso nunca tive um colchão Pikolin, até gostava de experimentar. Os que fazem os anúncios ficam com as costas todas direitas e saem de lá todos a sorrir. A Xana disse-me que se eu me metesse num colchão com ela saíamos os dois a sorrir. Sempre apreciei o sentido de humor da Xana, uma vez o almoço na cantina era Fêveras Panadas e ela disse-me que se quisesse comer dois pratos ela tinha um filete de pescada bem húmido para eu me deliciar. Optei pelas fêveras apenas porque se comesse peixe depois a meio da tarde ficava cheio de fome. Mas depois descobri que não havia segundo prato nenhum, porque toda a gente estava a comer fêveras. Era a Xana a brincar comigo. É por estas coisas que gosto de falar com ela.
P.S.: Quase não falei da Rosa neste texto. Continuo triste. Não sei se teremos um futuro os dois. Ao menos a Xana da cantina fala-me de um futuro comigo a dormir num colchão Pikolin e sem problemas nas costas. Bem preciso disso, que o peso que o amor me faz nos ombros, faz-me andar curvado. O Gary disse-me que em Paris, os moços curvados conseguem arranjar moças facilmente por causa do Quasimodo. Não sei quem é esse Quasimodo, mas o meu tio disse-me que nunca se curvou para nenhum moço mas já fez curvar muitas moças. Eu quero andar direito e de cabeça levantada, sem peso nos ombros. O amor não tem que ser um peso, senão quando ia buscar fruta à mercearia do Rebelo não trazia 1kg de bananas, mas meia dose de amor de bananas. Não fazia sentido.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Pensava que o amor nos fazia felizes mas a mim deixa-me triste
Ontem, a falar com o Venâncio, na pausa para café, perguntei-lhe porque é que o amor era um sentimento que mexia tanto com uma pessoa. Ele não me respondeu directamente à pergunta que lhe fiz, mas disse-me que o amor era como a heroína, gerava dependência, obrigava-nos a gastar um dinheirão e a fazer coisas estúpidas e ainda por cima podia-se morrer por amor. O Venâncio também disse que, como a heroína, amor em excesso ainda faz pior que nunca ter amado na vida. Depois perguntou-me se eu tinha heroína. Disse-lhe que não e ele agradeceu-me do fundo do coração e aconselhou-me a evitar ao máximo comer carnes vermelhas. Foi nesta resposta do Venâncio que vi como a escola pode ser tão diferente da vida real. Bem me lembro nos testes de História quando tinha negativa porque o professor dizia que não tinha respondido ao que era pedido. O Venâncio também não me respondeu directamente à pergunta mas não deixou de me ajudar.
Também perguntei ao meu tio o que ele fazia quando se sentia apaixonado. Disse-me que puxava os cabelos à moça e lhe perguntava se ela queria mais de força. O Gary disse-me que se sentiu apaixonado uma vez na vida dele, que foi quando encontrou um pack de DVD's na Fnac com todos os filmes do Rambo e que mal viu não hesitou em comprar. A Xana da cantina disse-me que quando se sentia apaixonada olhava fixamente para os olhos da outra pessoa. Percebi o que a Xana quis dizer porque estava a olhar para mim mesmo intensamente. Era isso que eu tinha que fazer à Rosa! Agradeci à Xana por me ter aberto os olhos e ela disse-me que tinha uma coisa bem aberta para mim. Espero que seja a janela da cantina, que às vezes aquilo lá faz um calor que estou a comer a sopa e a transpirar por todos os lados. Mas como sempre sopa na mesma, já que tenho direito a sopa, como. O meu tio disse-me que toda a gente tem direitos e deve usufruir deles e que, se os chineses têm o direito de emigrarem para Portugal, ele tem todo o direito de roubar na loja deles, como rouba na dos portugueses, pela igualdade.
Ainda este fim-de-semana, fui sair com o Júlio César e enquanto ele estava envolvido com duas moças e depois a fugir dos namorados delas, eu estava sempre a pensar na Rosa. Só por um momento parei de pensar na Rosa, que foi quando chegou a minha vez e tive de pensar no que queria beber. Também parei de pensar na Rosa quando fui à casa de banho e tive de pensar se o moço que estava ao meu lado estava a olhar para a minha pila ou a olhar em frente, como qualquer moço normal numa casa de banho pública. Ia dizer que não pensei na Rosa duas vezes numa noite inteira, mas foram três, que depois tive de pensar onde estava o Júlio César. Felizmente estava tudo bem, só lhe tinham roubado 20€ e o casaco. Podia ter sido bem pior, podiam ter-lhe roubado um rim ou o carácter. O Venâncio diz que o pior que anda no mundo é gente sem carácter, o meu tio diz que o pior que anda no mundo são aqueles moços que se vestem de mulheres.
Ontem, depois de almoço, estava um casal à entrada da fábrica e eu fugi para a casa de banho. Olhei-me ao espelho e apetecia-me chorar, porque o sol reflectiu no espelho e provocou-me uma reacção qualquer no olho. Mas não chorei. Se não choro quando me entra Head and Shoulders para os olhos, não choro com nada. Não percebo muito de oftalmologia, mas sei que ao menos nunca vou ter caspa nos olhos. Os oftalmologistas são os médicos mais incongruentes do mundo. Quase todos deles usam óculos. Um médico dos olhos que usa óculos. É como uma daquelas enfermeiras que vai à escola pôr preservativos em bananas fazer sempre sexo desprotegida e com qualquer um. Uma vez em casa do Gary vi um filme em que uma moça vestida de enfermeira estava a fazer sexo para aí com 7 ou 8. O Gary disse-me que ela não era mesmo enfermeira, era só para o filme. Só me faltava descobrir que os oftalmologistas também só usam óculos para os pacientes que vão lá não se sentirem sozinhos. Depois chegando a casa tiram os óculos e param de fingir.
Por falar em fingir, a Xana da cantina ainda me deixou com mais dúvidas no outro dia, quando me disse que a Rosa era uma fingida. Eu já vi a Rosa bêbada e não me pareceu nada fingida. Mas a Xana disse-me que se eu quisesse ver uma mulher a sério a fazer-me sentir um homem a sério, podia ir a casa dela à noite. Eu disse-lhe que era um homem a sério e ela perguntou-me se lhe podia mostrar isso na casa de banho. Acho que na fábrica não há casas de banho unissexo e portanto ia violar as regras. O Venâncio disse-me que na prisão os violadores são espancados e mal-tratados pelos outros presos, mas o meu tio disse-me que isso era mito urbano e que os violadores até têm direito a televisão com SportTV na cela. Eu é que já estou numa prisão, a prisão do amor, e está difícil de lá sair. O Gary disse-me que a maior prisão na vida é a de comer um rissol num restaurante a pensar que é de carne e vai-se a ver e é de pescada.
P.S.: Pode não parecer mas tenho saído com a Rosa. No outro dia disse-lhe que gostava dela e ela disse-me que também gostava de mim. Depois perguntei-lhe de que filmes gostava e ela perguntou-me se eu tinha filtros. Por acaso tenho alguns, não gosto de moças que andem na droga, de moças que pertençam a seitas religiosas, nem de moças que não gostem de panados. A Rosa disse-me que eu às vezes parecia estúpido e que ela detestava gente estúpida. A boa notícia é que se só me detesta às vezes, nas outras vezes até pode gostar de mim. Afinal, o amor é mesmo esperança.
sábado, 5 de outubro de 2013
Ideias para programas de televisão com famosos
Sei que o Tolentino detesta televisão, sei que devia na introdução dizer porque demorei tantos dias a escrever, também sei que devia dizer alguma coisa contra o Jorge Abel por causa do texto que ele fez no outro dia, mas também sabia que o primeiro rei de Portugal tinha sido D. Afonso Henriques e uma vez, num teste de História, disse que tinha sido o D. Duarte só para fazer rir o meu professor de História que tinha acabado de se separar da mulher. Sempre gostei de tornar o dia das pessoas melhor. Por isso é que ultrapasso velhinhas na fila do supermercado e roubo lugares de estacionamento a moças e a moços que não me podem bater. Assim, dou-lhes um motivo para se enervarem comigo e não com a merda de vida que têm.
Acho que ando a dizer a palavra «merda» cada vez mais cedo nos textos. Antigamente era só no P.S., depois já comecei a dizer no último parágrafo e agora é logo no primeiro. Qualquer dia ponho logo no título, assim já fica despachado, não têm que andar vocês aí à procura da palavra. O que até era melhor. Por exemplo, quando lia algum livro daqueles do «Uma aventura» já sabia onde é que era a acção, não precisava de estar com atenção durante o livro todo para perceber o que é que ia acontecer e onde. Eu se escrevesse um livro desses era «Uma aventura na barraca de farturas» que ia relatar quando, no meio de muita gente, pedi 2 dúzias de farturas e antes de pagar pedi um churro de chocolate e o moço só me levou 1,20€ porque se esqueceu das duas dúzias de farturas. A aventura foi que comi o churro logo ali e tive que ir a aguentar até casa para não me cagar todo pelo caminho.
Mas olhando para o título vêem algo completamente diferente aos livros do «Uma aventura» (se bem que seja uma aventura ver alguns programas que dão na televisão). Assim, este texto é para programas que eu inventava em que pegava naqueles famosos que só são famosos por serem famosos e os levava à televisão, como eles tanto gostam:
- «Splash!»: os tais famosos eram convidados, todas as semanas 20, para se atirarem para uma piscina para gáudio da plateia. A diferença em relação ao original é que no meu programa eles iam atirar-se para uma piscina sem água de uma altura em que tivessem morte instantânea;
- «Casa dos Segredos»: fazia um casting em que seleccionava as pessoas mais burras, mais desprezíveis e com mais aspirações a serem famosos como os que só são famosos por serem famosos. Os 20 seleccionados iam entrar numa casa onde havia armadilhas mortais, minas terrestres e snipers que de 6 em 6 horas trocavam de sítio e tinham instruções para atirar a matar;
- «Dança com as estrelas»: um programa de uma só emissão. Colocavam-se 30 «famosos» num foguetão cujo destino era o espaço. Uma vez chegados fora da órbita terrestre, atiravam-se os 30 concorrentes para o espaço, sem capacete e sem recurso a oxigénio. O que esperneasse mais vezes antes de falecer era o grande vencedor do concurso e receberia o mérito a título póstumo;
- «Perdidos na Tribo»: exactamente o mesmo formato do programa original, em que se levava gente para uma tribo, mas aqui ninguém sabia falar a língua dos nativos para ajudar a resolver situações. Para piorar, escolhia-se uma tribo conhecida pelos seus actos canibais, sacrifícios humanos e padrões sexuais de brutalização e violação;
- «Survivor»: 12 famosos e 12 serial killers, colocados em lados opostos de uma ilha. O objectivo dos famosos era sobreviverem numa ilha em condições extremas, além de terem que escapar aos ataques dos serial killers. O objectivo dos serial killers era ganhar um prémio em dinheiro e um cartão a dizer «Você está livre da prisão» como no Monopóli, prémio esse dado ao que matasse mais gente, entre famosos e serial killers. O objectivo era que ninguém saísse vivo da ilha além do vencedor;
- «Acorrentados»: 3 famosos de cada vez eram acorrentados com bolas de aço de 50 kg aos pés, sendo também acorrentados entre si. O objectivo era que se conseguissem desacorrentar, de alguma maneira, logo após serem atirados para o fundo do mar. Se alguém se conseguisse desacorrentar e chegar à superfície ganhava o direito de jogar outra vez, se ninguém chegasse à superfície ganhava o mundo;
- «Jogos sem fronteiras»: o mesmo conceito, sem fronteiras, para albergar gente de todos os países, neste caso famosos dos vários países. O objectivo era ganhar a qualquer custo. Dava-se um objectivo inicial e via-se quem era o país que o conseguia concretizar no fim. Pelo meio, elementos da produção espalhavam armas, armadilhas e boatos (por exemplo: «o da equipa de Portugal violou a tua irmã quando ela esteve de Erasmus») só para garantir que havia apenas um único vencedor;
- «Canta por mim»: um maníaco com tendências homicidas raptava 3 famosos e colocava-os numa casa isolada (com câmaras, claro, para as pessoas poderem ver tudo em casa). Cada um dos famosos tinha de inventar uma letra e um ritmo, à sua escolha, para fazer uma música dedicada ao homicida. Depois dos três cantarem, o homicida ia decidir de que música gostava mais, deixando viver o autor da mesma. Caso não gostasse de nenhuma das músicas, o próximo programa tinha 3 famosos novos.
Já sei que vão dizer que este texto é demasiado mórbido e estou completamente perturbado. Pelo contrário, estou é farto de ver mortes falsas na televisão. O limite foi ontem. Estava a dar um filme no Hollywood em que uma actriz morria e estava tudo sentimental. Mudei para o AXN e estava a mesma actriz, viva, cheia de saúde, a envolver-se sexualmente com um moço que de certeza que não sabia que ela tinha morrido noutro filme. Os canais de televisão deviam pelo menos ter esse cuidado, não darem ao mesmo tempo filmes em que aparecem os mesmos actores, depois as pessoas ficam confusas. Ao menos nestes programas, quem morresse, não ia estar a aparecer noutro programa ao mesmo tempo. E ainda por cima eram programas que faziam favores à comunidade.
P.S.: Para aqueles que tiverem com medo de mim, não tenham. Por acaso as únicas tendências homicidas que tenho é quando assassino uma caixa de cereais, quando limpo o sebo a um pack de Capri-Sons ou quando conduzo a pensar que estou a jogar Carmaggedon. Mas não sou o primeiro a fazer isso. O pai do Cláudio da pizzaria ficou sem a licença de taxista porque era viciado em jogar Crazy Taxi e então fazia a mesma coisa. Os clientes nem se queixavam, porque chegavam sempre rápido aos sítios que queriam, mas um dia o pai do Cláudio estragou a horta da esquadra da polícia e tiraram-lhe a licença e ainda o obrigaram a fazer trabalho comunitário.
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