sábado, 5 de outubro de 2013

Ideias para programas de televisão com famosos


Sei que o Tolentino detesta televisão, sei que devia na introdução dizer porque demorei tantos dias a escrever, também sei que devia dizer alguma coisa contra o Jorge Abel por causa do texto que ele fez no outro dia, mas também sabia que o primeiro rei de Portugal tinha sido D. Afonso Henriques e uma vez, num teste de História, disse que tinha sido o D. Duarte só para fazer rir o meu professor de História que tinha acabado de se separar da mulher. Sempre gostei de tornar o dia das pessoas melhor. Por isso é que ultrapasso velhinhas na fila do supermercado e roubo lugares de estacionamento a moças e a moços que não me podem bater. Assim, dou-lhes um motivo para se enervarem comigo e não com a merda de vida que têm.



Acho que ando a dizer a palavra «merda» cada vez mais cedo nos textos. Antigamente era só no P.S., depois já comecei a dizer no último parágrafo e agora é logo no primeiro. Qualquer dia ponho logo no título, assim já fica despachado, não têm que andar vocês aí à procura da palavra. O que até era melhor. Por exemplo, quando lia algum livro daqueles do «Uma aventura» já sabia onde é que era a acção, não precisava de estar com atenção durante o livro todo para perceber o que é que ia acontecer e onde. Eu se escrevesse um livro desses era «Uma aventura na barraca de farturas» que ia relatar quando, no meio de muita gente, pedi 2 dúzias de farturas e antes de pagar pedi um churro de chocolate e o moço só me levou 1,20€ porque se esqueceu das duas dúzias de farturas. A aventura foi que comi o churro logo ali e tive que ir a aguentar até casa para não me cagar todo pelo caminho.



Mas olhando para o título vêem algo completamente diferente aos livros do «Uma aventura» (se bem que seja uma aventura ver alguns programas que dão na televisão). Assim, este texto é para programas que eu inventava em que pegava naqueles famosos que só são famosos por serem famosos e os levava à televisão, como eles tanto gostam:




  • «Splash!»: os tais famosos eram convidados, todas as semanas 20, para se atirarem para uma piscina para gáudio da plateia. A diferença em relação ao original é que no meu programa eles iam atirar-se para uma piscina sem água de uma altura em que tivessem morte instantânea; 

  • «Casa dos Segredos»: fazia um casting em que seleccionava as pessoas mais burras, mais desprezíveis e com mais aspirações a serem famosos como os que só são famosos por serem famosos. Os 20 seleccionados iam entrar numa casa onde havia armadilhas mortais, minas terrestres e snipers que de 6 em 6 horas trocavam de sítio e tinham instruções para atirar a matar;

  • «Dança com as estrelas»: um programa de uma só emissão. Colocavam-se 30 «famosos» num foguetão cujo destino era o espaço. Uma vez chegados fora da órbita terrestre, atiravam-se os 30 concorrentes para o espaço, sem capacete e sem recurso a oxigénio. O que esperneasse mais vezes antes de falecer era o grande vencedor do concurso e receberia o mérito a título póstumo;

  • «Perdidos na Tribo»: exactamente o mesmo formato do programa original, em que se levava gente para uma tribo, mas aqui ninguém sabia falar a língua dos nativos para ajudar a resolver situações. Para piorar, escolhia-se uma tribo conhecida pelos seus actos canibais, sacrifícios humanos e padrões sexuais de brutalização e violação;

  • «Survivor»: 12 famosos e 12 serial killers, colocados em lados opostos de uma ilha. O objectivo dos famosos era sobreviverem numa ilha em condições extremas, além de terem que escapar aos ataques dos serial killers. O objectivo dos serial killers era ganhar um prémio em dinheiro e um cartão a dizer «Você está livre da prisão» como no Monopóli, prémio esse dado ao que matasse mais gente, entre famosos e serial killers. O objectivo era que ninguém saísse vivo da ilha além do vencedor;

  • «Acorrentados»: 3 famosos de cada vez eram acorrentados com bolas de aço de 50 kg aos pés, sendo também acorrentados entre si. O objectivo era que se conseguissem desacorrentar, de alguma maneira, logo após serem atirados para o fundo do mar. Se alguém se conseguisse desacorrentar e chegar à superfície ganhava o direito de jogar outra vez, se ninguém chegasse à superfície ganhava o mundo;

  • «Jogos sem fronteiras»: o mesmo conceito, sem fronteiras, para albergar gente de todos os países, neste caso famosos dos vários países. O objectivo era ganhar a qualquer custo. Dava-se um objectivo inicial e via-se quem era o país que o conseguia concretizar no fim. Pelo meio, elementos da produção espalhavam armas, armadilhas e boatos (por exemplo: «o da equipa de Portugal violou a tua irmã quando ela esteve de Erasmus») só para garantir que havia apenas um único vencedor;

  • «Canta por mim»: um maníaco com tendências homicidas raptava 3 famosos e colocava-os numa casa isolada (com câmaras, claro, para as pessoas poderem ver tudo em casa). Cada um dos famosos tinha de inventar uma letra e um ritmo, à sua escolha, para fazer uma música dedicada ao homicida. Depois dos três cantarem, o homicida ia decidir de que música gostava mais, deixando viver o autor da mesma. Caso não gostasse de nenhuma das músicas, o próximo programa tinha 3 famosos novos. 




Já sei que vão dizer que este texto é demasiado mórbido e estou completamente perturbado. Pelo contrário, estou é farto de ver mortes falsas na televisão. O limite foi ontem. Estava a dar um filme no Hollywood em que uma actriz morria e estava tudo sentimental. Mudei para o AXN e estava a mesma actriz, viva, cheia de saúde, a envolver-se sexualmente com um moço que de certeza que não sabia que ela tinha morrido noutro filme. Os canais de televisão deviam pelo menos ter esse cuidado, não darem ao mesmo tempo filmes em que aparecem os mesmos actores, depois as pessoas ficam confusas. Ao menos nestes programas, quem morresse, não ia estar a aparecer noutro programa ao mesmo tempo. E ainda por cima eram programas que faziam favores à comunidade. 





P.S.: Para aqueles que tiverem com medo de mim, não tenham. Por acaso as únicas tendências homicidas que tenho é quando assassino uma caixa de cereais, quando limpo o sebo a um pack de Capri-Sons ou quando conduzo a pensar que estou a jogar Carmaggedon. Mas não sou o primeiro a fazer isso. O pai do Cláudio da pizzaria ficou sem a licença de taxista porque era viciado em jogar Crazy Taxi e então fazia a mesma coisa. Os clientes nem se queixavam, porque chegavam sempre rápido aos sítios que queriam, mas um dia o pai do Cláudio estragou a horta da esquadra da polícia e tiraram-lhe a licença e ainda o obrigaram a fazer trabalho comunitário.  


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